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Forum Cinema em Cena

Violência Gratuita (Funny Games 2008)


Beckin
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Em um exemplo raríssimo de brilhantismo, a Califórnia Filmes distribuirá o filme com estréia prevista para o dia 28 de março. Agora se irá chegar onde eu moro, é outra história (espero poder fazer uma viagem na Semana Santa só pra ver esse filme em Recife).

Ah, e o trailer é FODA PRA CARALHO!!!!!
Bernardo2008-03-01 20:02:51
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Os cinemas de Recife são basicamente todos do Severiano Ribeiro/UCI. Qualidade inegável (tanto no estabelecimento em si quanto na estréia de filmes). Visito com freqüência ambos os sites (além, é claro, do ingresso.com, sempre eficiente) e sempre que possível, o próprio cinema (aliás, assisti Meu Nome Não é Johnny, Coisas que Perdemos Pelo Caminho, O Suspeito, Desejo e Reparação e O Diário de uma Babá por lá - e o melhor de tudo: com a promoção de 50% de desconto!!).

Vcs pernambucanos tiraram a sorte grande hein...
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Que inveja, Bernardo ... inveja positiva é claro ... mas ainda assim inveja ... 06

 

Puts, eu já tava empolgado em vê-lo na sexta.

 

O que mais me deixa curioso nesta produção é o porquê do diretor se envolver em um remake de seu próprio filme. Do Haneke, eu vi "Caché" que é um bom filme, provocativo (8/10) e "A Professora de Piano" que eu não gostei muito, repulsivo (5/10). Ou seja, motivos não faltam para conferí-lo.03
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Nenhum problema, Troy ... só que certas coisas atravessam a delicada linha entre a provocação e a repulsa. É a tentativa de fazer sexo com a mãe em "A Professora de Piano", é uma escova de cabelo enfiada no cú em "Amarelo Manga", entre outros ... choque, provocação, repulsa ... existe uma separação "invisível" entre uma coisa e a outra ... algumas vezes isso merece a minha admiração, outras vezes a repulsa, tudo depende do contexto, da sua utilização ... Haneke é um doente ... eu me reservo ao direito de gostar dele em doses menores ... mas o trailer deste aqui é maravilhosamente doentio. O filme promete 16

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Bom, eu adoro Haneke, mesmo só tendo visto Funny Games e Caché (considero ambos OP, embora atualmente esteja mais pro lado de FG). Baixei A Professora de Piano e uau, tem cenas MUITO fortes (não vi completo, entretanto). Aliás, FG é forte, mas não é gráfico como A Professora. Ele atinge uma atmosfera tão aterrorizante que só na leve hipótese em ver os dois "vilões" vc já se borra todo. Sem contar que ele é bem denso no que diz respeito a críticas. Faz críticas a sociedade que venera filmes que vêem violência como algo trivial, comum. E o curioso é que em FG, isso não ocorre. Aqui alcança um nível chocante. E brilhante.10

Mas dizem que a refilmagem é praticamente o mesmo que o original. O bom de se ver o americano é pra ver a reação da platéia. Não duvido que metade da sala já saia antes da sessão acabar.

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É verdade o que o Troy disse. Aliás, ele literalmente dá risadas, quem leu a entrevista que ele fez para divulgação do Funny Games sabe do que eu tô falando. Vou transpôr pra cá (em negrito um gostinho do brilhantismo d cara):

 

"ENTERTAINMENT WEEKLY: The new version of Funny Games is almost identical to the original. Why did you decide to make it?
MICHAEL HANEKE: Because the German-language version did not find the English-language audience for which the film was originally meant.

Had Tim Roth and Naomi Watts seen the first Funny Games?
They watched the film beforehand in order to know what they were getting into. But, then, during the shooting, I told them not to watch it again because it would have made them very dependent on the prior acting.

Would it be correct to say that the film is a critique of Hollywood's casual approach to movie violence?
If you want to interpret it that way, I don't mind.

How else should we interpret it?
[Laughs] I actually never give interpretations of my own films. It is up to the film critics and the audience to do their own interpretations.

Is it true that the original Funny Games was partly inspired by your dislike of Oliver Stone's Natural Born Killers?
Well, it's true that I despise Natural Born Killers but that was not the reason for me to do the original film, no.

Why do you show almost no acts of actual onscreen violence in Funny Games?
I don't really want to be part of this violence pornography of the mass media.

Based on what you've just said it does seem like you intend the film to be a critique of Hollywood violence.
Yes, of course, I've never said otherwise. I've said in many interviews that I very much dislike the consummation of violence as it is depicted in some Hollywood movies. I'm not making any secret out of that.

There are points in Funny Games when Michael Pitt's home-invading character breaks the fourth wall and suggests, in effect, that he wouldn't be committing these terrible acts if we — the audience — weren't watching. You seem to be basically encouraging people to leave the cinema. Is that a fair thing to do to people who have spent 10 bucks to see a film?
[Laughs] I always say, those who watch the film to the end apparently needed it. Those who leave earlier apparently didn't.

One of my female colleagues saw the film to the end and left in tears, partly because she regretted not leaving before. How do you feel about provoking that kind of reaction?
You mean to say that she had tears in her eyes because she didn't leave earlier?

Yes.
Well, if someone has such a degree of self-pity, then I can't have pity on her.

A trailer for the U.S. version of Funny Games makes it look like a comedy, which is very misleading.
It's not me who is making these trailers. I never actually care or worry or think about the marketing strategies of my films. But, if these trailers serve to bring audiences into the movie houses — the audience that I like to attract — that's fine with me.

But they may attract people who think they're going to see one film and end up seeing a totally different one.
Well, that's fine too. [Laughs]

It seems ironic that the Funny Games films are polemics against violence, yet the original has this reputation of being a such a violent film.
Yes, of course, it is a violent film because it doesn't allow you to consummate the violence. Usually, in an action film, violence is depicted in such a way that it doesn't hurt the audience. As an audience, you feel good about it. It's almost like you got on a rollercoaster — it's a thrill. In my films what I'm trying to do is depict violence in such a way that it becomes reality again for the audience.

Do you ever worry that your films will be enjoyed precisely because of their violence?
Well, you know, there aren't really any remedies against misunderstanding.

Some people might argue that one remedy would be not to make the film in the first place.
Then you cannot deal with the subject in a serious manner."
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Então Thiago' date=' eu até entendo, mas deve ser uma situação no mínimo desconfortável pra você. Tipo, detestar A professora de piano por ser repulsivo e doentio, é cair na rede do Haneke e, pra esses pessoas o velhinho só fica dando risada. [/quote']

 

Não há problema em ser doentio e repulsivo. À medida que eu fui assistindo "Laranja Mecânica" eu fui me encantando cada vez mais e mesmo assim eu não posso deixar de considerar que a proposta do filme é doentia e repulsiva ... agora, o que Haneke faz em "A Professora de Piano" é isso de uma forma asquerosa ... ele pode rir à vontade ... ele parece não fazer filmes pra agradar ninguém ... o cara é um doente ... eu gostei de "Caché", não gostei desse ... vamos ver o que vai ser com "Funny Games" ... ele vai continuar rindo ... eu posso gostar da "brincadeira" ou não.
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Não é ser mais ou ser menos, é ser repulsivo ao explorar gratuitamente a sua proposta. A professora começa se cortando, aí se não bastasse ela sentia prazer em masturbar o aluno, aí se não bastasse ela batia na mãe, aí se não bastasse ela apanhava do aluno, aí se não bastasse ela tentava transar com a mãe ... sabe, qdo eu sempre pensava que o cara não tinha como ser mais apelativo, o que cara vinha com uma outra idéia repulsiva pra me desmentir ... o filme da metade pro fim fica um saco ... parece que ele estava fazendo uma competição de cenas repusilvas. Em "Laranja Mecânica" o uso da violência gratuita está dentro do contexto do filme. Pra mim "Professora de Piano" perdeu o seu contexto inicial (de mostrar o quão podre nós podemos ser por de trás das máscaras que vestimos na sociedade) a partir do momento em que ele mais se preocupa em chocar do que se aprofundar na proposta.   

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Tava vendo uns pedaços de A Professora por curiosidade. Aquela cena em que ela vai para um cinema pornô e cheira os lenços de porra que estavam no banco é repulsiva sim, mas um repulsivo bom. O Haneke é seco, frio e direto e isso que o torna tão fenomenal. Ele não se enche de floreios, ele mostra aquilo que é na realidade, mesmo que seja tão doentio, sendo que ele não torna tudo banal por ter uma visão crítica (algo parecido com o que Kubrick fez em Eyes Wide Shut, mas obviamente abaixo disso). É como ele se ele dissesse "vcs gostam de ver em outro lugares, né? Pois então tomem". É um verdadeiro soco no estômago. A carência sexual da personagem é tamanha que ela apelou por isso, se a coisa "piora", não sei. Tá bem fodinha por enquanto e a Isabelle Huppert tá ótima.

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