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Forum Cinema em Cena

Crash - No Limite


Beckin
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A sua terceira observação é sem fundamento. Isso acontece sim, e diariamente, como bem disse o Dado.

 

Pessoas convivem umas com as outras pq assim são obrigadas. Um racista não tem como passar a vida sem ter que falar com um negro, um oriental. O que importa é a sua consciência.

 

Muitos convivem com uma pessoa da qual tem preconceito mas não exteriorizam isso a torto e a direito. Mas...uma hora aparece a primeira oportunidade.

 

Quantas pessoas no trânsito berram: "oh seu afro-descendente filho da mãe..."? Nenhuma.

 

Não acredito que o Paul Haggis tenha redimido seus personagens. Apesar de cada um, após um "crash", terem repensado suas atitudes e praticado atos isolados, os dilemas morais continuam sendo os mesmos.

 

Isso fica claro na última cena do filme. Um ciclo que se repete. Todos pensam merda, até tomar um baque e fazer algo louvável. Nínguem é ruim por inteiro, nem vira santo de uma hora pra outra.

 

Insisto que essa jocosidade de comparar "Crash" com novela do Manoel Carlos é simplesmente má vontade com o filme. Mais do que um "não gostei".

 

 

Carlos Merigo2006-2-15 16:40:25

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Ufs,vamos lá:

1 - Não é mesmo o debut dele.Há um filme anterior no cinema (Red Hot,não sei o nome em português,não assiti,vi no IMDB) e algumas direções para a TV, nada de muito importante,mas enfim,elas existem.De qualquer modo não interferem no fato de que, como diretor,é o primeiro trabalho dele de destaque. Aliás,não só como diretor, acho que Haggis será lembrado no futuro,se é que vai ser,pelo roteiro de Menina de Ouro e por este Crash,e olhe lá.

2 e 3 se misturam - A crueza está em cada fato em si,eu disse que ele carregou nas cores porque exagerou nas personagens,ficaram até caricatas em alguns casos,mas talvez fosse isso que ele queria,talvez seja assim que as pessoas pareçam quando agem daquela forma.

Não acho que ele tenha redimido ninguém no final.O fato de alguém agir bem,dar uma de bonzinho,depois de ter agido mal,não é uma remissão. Mostra apenas a dualidade do ser humano,esse na minha visão é o ponto,a nossa dualidade.Será que nós não somos assim? Será que nunca xingamos ninguém no trânsito (sai prá bahiano...),ou numa fila (anda logo boy...),ou numa hora imprópria (me atende logo gostosa...) e depois agimos de modo altruísta? Depois de xingar o boy no banco,se voce visse alguém cair na rua não ajudaria? Note que eu falo xingar,mas pode ser apenas pensar.O preconceito está dentro de nós,mas claro que na tela ele tem que ser explícito.

Quanto ao momento da Sandra Bullock,acho que a explicação básica é a mesma, ela tenta ser boa,tanto que o recebe,mas não consegue,afinal não esqueça que ela sente raiva o tempo todo,prá ela isso é justificável.E o do Matt Dillon? Será que,prá ele,o problema com o pai não é uma justificativa mais do que suficiente para seus atos? Aí é que entra nossa auto-análise.Será que cada um de nós não acha justificável fazer alguma coisa para alguém que,para os outros,possa parecer como estas personagens parecem para nós no filme?

Isso tudo não quer dizer Dook que eu acho esse filme perfeito,acredito apenas que apesar dos antecedentes criminais smiley36.gif de Paul Haggis,e mesmo sem o talento de Clint Eastwood,ele consegue nos fazer pensar.

Dado2006-2-15 18:28:5
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A sua terceira observação é sem fundamento. Isso acontece sim' date=' e diariamente, como bem disse o Dado.

 

Pessoas convivem umas com as outras pq assim são obrigadas. Um racista não tem como passar a vida sem ter que falar com um negro, um oriental. O que importa é a sua consciência.

 

Muitos convivem com uma pessoa da qual tem preconceito mas não exteriorizam isso a torto e a direito. Mas...uma hora aparece a primeira oportunidade.

 

Quantas pessoas no trânsito berram: "oh seu afro-descendente filho da mãe..."? Nenhuma.

 

Não acredito que o Paul Haggis tenha redimido seus personagens. Apesar de cada um, após um "crash", terem repensado suas atitudes e praticado atos isolados, os dilemas morais continuam sendo os mesmos.

 

Isso fica claro na última cena do filme. Um ciclo que se repete. Todos pensam merda, até tomar um baque e fazer algo louvável. Nínguem é ruim por inteiro, nem vira santo de uma hora pra outra.

 

Insisto que essa jocosidade de comparar "Crash" com novela do Manoel Carlos é simplesmente má vontade com o filme. Mais do que um "não gostei".

 

 

[/quote']

 

Parabéns, não preciso dizer mais nada, colocações perfeitas.

 

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A sua terceira observação é sem fundamento. Isso acontece sim' date=' e diariamente, como bem disse o Dado.[/quote']

Dê exemplos, de preferência com fontes.

Pessoas convivem umas com as outras pq assim são obrigadas. Um racista não tem como passar a vida sem ter que falar com um negro' date=' um oriental. O que importa é a sua consciência.[/quote']

Ninguém é obrigado a nada... Se eu tenho preconceito com relação ao meu próximo, farei o possível para ficar o mais distante dele.

Muitos convivem com uma pessoa da qual tem preconceito mas não exteriorizam isso a torto e a direito. Mas...uma hora aparece a primeira oportunidade.

Os de Crash exteriorizam isso só que de uma forma completamente forçada' date=' anti-natural...

Quantas pessoas no trânsito berram: "oh seu afro-descendente filho da mãe..."? Nenhuma.

O que se conclui que.........

Não acredito que o Paul Haggis tenha redimido seus personagens. Apesar de cada um' date=' após um "crash", terem repensado suas atitudes e praticado atos isolados, os dilemas morais continuam sendo os mesmos.[/quote']

Este é o problema... O fato deles terem repensado suas atitudes já é uma redenção. Uma pessoa realmente preconceituosa acredita piamente que seus atos preonceituosos não são errados. E fica claro isso na cena em que Sandra Bullock fala algo como 'eu sempre acordo nervosa...', logo depois de uma queda imbecil da escada.

E descreva uma cena onde fica estabelecido que os dilemas morais deles continuam sendo os mesmos.  

Isso fica claro na última cena do filme. Um ciclo que se repete. Todos pensam merda' date=' até tomar um baque e fazer algo louvável. Nínguem é ruim por inteiro, nem vira santo de uma hora pra outra.[/quote']

Haggis mostra que sim, as pessoas podem virar santas de uma hora pra outra e o final do filme mostra isso bem... Seja no personagem de Sandra Bullock, seja no personagem de Don Cheadle, seja no personagem de Matt Dillon, etc. O único ali que não foi redimido foi Ryan Phillipe... Pelo contrário, foi o único que extravazou sua verdadeira natureza, confirmando o que Matt Dillon disse momentos antes: vc nunca sabe quem vc realmente é.

Insisto que essa jocosidade de comparar "Crash" com novela do Manoel Carlos é simplesmente má vontade com o filme. Mais do que um "não gostei".

Ótimo... pode ficar achando que é má vontade. Não só comparei como EMBASEI minha comparação.

Conde Dookan2006-2-16 9:29:7
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2 e 3 se misturam - A crueza está em cada fato em si' date='eu disse que ele carregou nas cores porque exagerou nas personagens,ficaram até caricatas em alguns casos,mas talvez fosse isso que ele queria,talvez seja assim que as pessoas pareçam quando agem daquela forma.[/quote']

a) TODOS os personagens ficaram caricatos, exceto em um ou outro momento;

B) Mas, vc não sabe como uma pessoa se parece quando age dessa forma? Como vc pode dizer então que as situações mostradas no filme são parecidas com as da vida real? Vc nunca viu alguém agir de forma preconceituosa com relação a outras pessoas?

Não acho que ele tenha redimido ninguém no final.O fato de alguém agir bem' date='dar uma de bonzinho,depois de ter agido mal,não é uma remissão.[/quote']

O fato de repensarem seus atos já é uma REDENÇÃO (e não REMISSÃO).

Mostra apenas a dualidade do ser humano' date='esse na minha visão é o ponto,a nossa dualidade.Será que nós não somos assim? Será que nunca xingamos ninguém no trânsito (sai prá bahiano...),ou numa fila (anda logo boy...),ou numa hora imprópria (me atende logo gostosa...) e depois agimos de modo altruísta? Depois de xingar o boy no banco,se voce visse alguém cair na rua não ajudaria? Note que eu falo xingar,mas pode ser apenas pensar.O preconceito está dentro de nós,mas claro que na tela ele tem que ser explícito.[/quote']

Sim, nós temos essa dualidade, sim nós xingamos no trânsito, na fila, e logo em seguida nos pegamos fazendo coisas altruístas... Nisso Haggis acertou em cheio. O problema foi o sensacionalismo melodramático e piegas e cartunesco (como vc bem apontou) que arruina tudo e faz do filme um discurso demagógico mostrando 'olha povo, somos todos uns filhos da puta, mas - vejam! - temos surtos de bondade'. Onde estão as consequências dos atos preconceituosos dos personagens? Ou será que vcs, assim como Haggis, ignoram a lei de ação e reação?

Quanto ao momento da Sandra Bullock' date='acho que a explicação básica é a mesma, ela tenta ser boa,tanto que o recebe,mas não consegue,afinal não esqueça que ela sente raiva o tempo todo,prá ela isso é justificável.E o do Matt Dillon? Será que,prá ele,o problema com o pai não é uma justificativa mais do que suficiente para seus atos?[/quote']

Não, não é justificativa e se o filme endossa isso como justificativa, não está criticando as atitudes deles, mas sim passando a mão na cabeça o que é ainda mais deplorável. Nada justifica um ato preconceituoso, até pq TODOS temos problemas. E não é por isso que sairemos por aí fazendo julgamento precipitado dos outros.

Aí é que entra nossa auto-análise.Será que cada um de nós não acha justificável fazer alguma coisa para alguém que' date='para os outros,possa parecer como estas personagens parecem para nós no filme?[/quote']

Não, não acho justificável.

Isso tudo não quer dizer Dook que eu acho esse filme perfeito' date='acredito apenas que apesar dos antecedentes criminais smiley36.gif de Paul Haggis,e mesmo sem o talento de Clint Eastwood,ele consegue nos fazer pensar.[/quote']

Sim, ele me fez pensar o quanto foi desperdiçado nesse exercício inútil que deveria ser uma crítica pesada, mas resvala no ridículo.  

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Mas' date=' vc não sabe como uma pessoa se parece quando age dessa forma? Como vc pode dizer então que as situações mostradas no filme são parecidas com as da vida real? Vc nunca viu alguém agir de forma preconceituosa com relação a outras pessoas?

Claro que sei qual é a MINHA visão destas pessoas nestes momentos que infelizmente já presenciei sim. Aquela que está na tela é visão do diretor,que pode ou não parecer com as nossas. Voce não acha que diversas daquelas situações são semelhantes à algumas que presenciamos,ou tomamos ciência, diáriamente? Tenho certeza que sim,hipocrisia dizer que não,o mundo está chio delas.

O fato de repensarem seus atos já é uma REDENÇÃO (e não REMISSÃO).

Discordo,não é.Abaixo voce admite,corretamente diga-se de passagem,que temos a dualidade em nós,então repensamos,o que não quer dizer que issp seja uma REDENÇÃO.Redenção seria ser perdoado,ou se perdoar,por agir desta forma,o que não é o caso.

OFF-TOPIC - Redenção e Remissão tem a mesma origem,do verbo remir, perdoar.Não fui pesquisar (depois me atualizo sobre isso) ,mas acho que usei a forma menos comum,não errada.De qualquer forma,se errei mesmo,desculpe e obrigado.

Sim, nós temos essa dualidade, sim nós xingamos no trânsito, na fila, e logo em seguida nos pegamos fazendo coisas altruístas... Nisso Haggis acertou em cheio. O problema foi o sensacionalismo melodramático e piegas e cartunesco (como vc bem apontou) que arruina tudo e faz do filme um discurso demagógico mostrando 'olha povo, somos todos uns filhos da puta, mas - vejam! - temos surtos de bondade'. Onde estão as consequências dos atos preconceituosos dos personagens? Ou será que vcs, assim como Haggis, ignoram a lei de ação e reação?

Mas ele não diz que estes surtos de bondade nos redime.Aí é que está,muitas vezes nós não sofremos consequências reais por estas ações,até porque na maioria das vezes os precenceitos não geram ações,apenas sentimentos (repulsa,medo,nojo,enfim...). As consequências podem,e devem,vir na forma de reavaliação de nossos valores,para que estes preconceitos deixem de existir realmente.

Não, não é justificativa e se o filme endossa isso como justificativa, não está criticando as atitudes deles, mas sim passando a mão na cabeça o que é ainda mais deplorável. Nada justifica um ato preconceituoso, até pq TODOS temos problemas. E não é por isso que sairemos por aí fazendo julgamento precipitado dos outros.

Concordo plenamente,mas muita gente age assim SIM,e é aí que reside a crítica à nossa sociedade.Note que eu não acho que Haggis ache correto que que as pessoas justifiquem seus pecados com seus problemas,eu acho que ele coloca que as pessoas pensam assim,e isso é uma crítica óbvia.Voce é um exemplo disso Dook,voce está indignado com aquilo e está correto em estar.Voce foi pego por ele amigo,desculpe mas foi.Prá ser coerente,como eu não acho que ele esteja redimindo nenhum personagem,não acho que ele esteja passando a mão na cabeça de ninguém.

Não, não acho justificável.

Essa resposta se une com a de cima. Sendo mais direto,SERÁ que nós,eu ou até mesmo voce,não encontramos motivos para uma má ação,ou até pensamento, em algum pré-conceito nosso que precisaria ser reavaliado? Foi aí que eu usei a expressão "carregando nas cores".Ele exagera na composição das personagens exatamente prá cutucar,exacerbar sentimentos,mas nós podemos ter,e temos SIM,não me diga que não,pequenos preconceitos que geram pensamentos ou até açoes que nós de fato não sabemos como batem em outras pessoas. Não achar que precisa de alguma reavaliação Dook,é na verdade corroborar com aquilo que está "exagerado" em Crash.

Já esvcrevi bastante mas estou sentindo necessidade de reforçar o seguite: Enxergo que Haggis não acha justificável,ele não defende,que os problemas de cada personagem seja motivo suficiente para aquelas açoes horríveis,eu acho que ele aponta que AS PERSONAGENS acham isso uma justificativa. 

[/quote']
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Claro que sei qual é a MINHA visão destas pessoas nestes momentos que infelizmente já presenciei sim. Aquela que está na tela é visão do diretor' date='que pode ou não parecer com as nossas. Voce não acha que diversas daquelas situações são semelhantes à algumas que presenciamos,ou tomamos ciência, diáriamente? Tenho certeza que sim,hipocrisia dizer que não,o mundo está chio delas.[/quote']

Dado, vc escreveu assim:

A crueza está em cada fato em si' date='eu disse que ele carregou nas cores porque exagerou nas personagens,ficaram até caricatas em alguns casos,mas talvez fosse isso que ele queria,talvez seja assim que as pessoas pareçam quando agem daquela forma.[/quote']

Isso demonstra que vc não sabe como elas reagem. Se vc presenciou atos como os relatados no filme, não pode dizer que talvez sejam caricatos até pq não o são.

Discordo' date='não é.Abaixo voce admite,corretamente diga-se de passagem,que temos a dualidade em nós,então repensamos,o que não quer dizer que issp seja uma REDENÇÃO.Redenção seria ser perdoado,ou se perdoar,por agir desta forma,o que não é o caso.[/quote']

O fato de termos uma dualidade moral não significa que temos consciência dela. A partir do momento que vc repensa seus atos, vc toma esta consciência, mesmo que vc os pratique depois. A própria auto análise é, em si, uma redenção. O ato de 'repensar' a questão é uma auto crítica, um processo de auto penalização, de ARREPENDIMENTO. É isto que, implicitamente, é redenção.

Redenção e Remissão tem a mesma origem' date='do verbo remir, perdoar.Não fui pesquisar (depois me atualizo sobre isso) ,mas acho que usei a forma menos comum,não errada.De qualquer forma,se errei mesmo,desculpe e obrigado.[/quote']

Nope... o dicionário nos aponta os seguintes termos:

Redenção: 1. ato ou efeito de remir; resgate 2. Salvação, socorro

Redimir: perdoar; libertar

Remição: libertação; resgate (que se refere à redenção)

Remissão: 1. indulgência, misericórdia; 2. expiação, perdão

Remir: 1. isentar, livrar; 2. salvar, tirar do cativeiro. 

Mas ele não diz que estes surtos de bondade nos redime.Aí é que está' date='muitas vezes nós não sofremos consequências reais por estas ações,até porque na maioria das vezes os precenceitos não geram ações,apenas sentimentos (repulsa,medo,nojo,enfim...). As consequências podem,e devem,vir na forma de reavaliação de nossos valores,para que estes preconceitos deixem de existir realmente.[/quote']

Não só ele diz isso, como demonstra na última sequência do filme: que personagem ali que vimos nos 110 minutos repetiu atos preconceituosos?

Haggis fez eles repensarem seus atos e todos viveram felizes para sempre... Bate o carro no final e surgem outras pessoas praticando preconceito... Mas, ei!, nossos personagens repensaram seus atos e como estou concluindo meu filme agora, o expectador pode deduzir com segurança que os personagens evitarão reinscidir nesses atos...

Sobre as consequências, vc se lembra o que aconteceu com o pastor da IURD que chutou a santa? Com a advogada que entrou com uma liminar exigindo que negros e pobres utilizassem o elevador de serviço do seu edifício?

Concordo plenamente' date='mas muita gente age assim SIM,e é aí que reside a crítica à nossa sociedade.Note que eu não acho que Haggis ache correto que que as pessoas justifiquem seus pecados com seus problemas,eu acho que ele coloca que as pessoas pensam assim,e isso é uma crítica óbvia.[/quote']

Eu não acho que ele ache correto (até pq ele seria ainda mais estúpido se achasse correto), mas sim que ele perdeu a oportunidade de chutar o pau da barraca e mostrar o quanto todos, sem exceção, são filhos da puta. Ficaria ótimo se ele colocasse seus personagens para repensarem seus atos, mas logo em seguida, colocá-los diante de uma situação em que sua natureza preconceituosa aflorasse de novo. Quando ele tem esta chance, o que ele faz? Me coloca pessoas desconhecidas reprisando situações vividas pelos personagens anteriormente.

Voce é um exemplo disso Dook' date='voce está indignado com aquilo e está correto em estar.Voce foi pego por ele amigo,desculpe mas foi.Prá ser coerente,como eu não acho que ele esteja redimindo nenhum personagem,não acho que ele esteja passando a mão na cabeça de ninguém.[/quote']

Fui pego por quem? smiley5.gif

Estou indignado com a superficialidade e a pieguice com que o assunto foi tratado.

Essa resposta se une com a de cima. Sendo mais direto' date='SERÁ que nós,eu ou até mesmo voce,não encontramos motivos para uma má ação,ou até pensamento, em algum pré-conceito nosso que precisaria ser reavaliado? Foi aí que eu usei a expressão "carregando nas cores".Ele exagera na composição das personagens exatamente prá cutucar,exacerbar sentimentos,mas nós podemos ter,e temos SIM,não me diga que não,pequenos preconceitos que geram pensamentos ou até açoes que nós de fato não sabemos como batem em outras pessoas. Não achar que precisa de alguma reavaliação Dook,é na verdade corroborar com aquilo que está "exagerado" em Crash.[/quote']

1) Sim, encontramos justificativas... Porém, isso não significa que os atos sejam justificáveis;

2) Não havia necessidade de exacerbar sentimentos... Foi aquilo que eu coloquei acima: ninguém aqui sabe que o ser humano não é ruim por inteiro?

3) Onde eu disse que não há necessidade de reavaliação?

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Crash consegue juntar as cenas mais constrangedoras do ano. E a cena do tombo tosco de Sandra Bullock. Mas a pior é a dos negros falando no automóvel e a da bala mágica, ai jesus!!! Eu começo a relembrar e me vem mais inúmeras, na realidade o filme inteiro é constrangedor. smiley36.gif Até o Monjardim teve inveja desse!!!smiley36.gif

 

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Claro que sei qual é a MINHA visão destas pessoas nestes momentos que infelizmente já presenciei sim. Aquela que está na tela é visão do diretor' date='que pode ou não parecer com as nossas. Voce não acha que diversas daquelas situações são semelhantes à algumas que presenciamos,ou tomamos ciência, diáriamente? Tenho certeza que sim,hipocrisia dizer que não,o mundo está chio delas.[/quote']

Dado, vc escreveu assim:

A crueza está em cada fato em si' date='eu disse que ele carregou nas cores porque exagerou nas personagens,ficaram até caricatas em alguns casos,mas talvez fosse isso que ele queria,talvez seja assim que as pessoas pareçam quando agem daquela forma.[/quote']

Isso demonstra que vc não sabe como elas reagem. Se vc presenciou atos como os relatados no filme, não pode dizer que talvez sejam caricatos até pq não o são.

Eu escrevi TALVEZ,cada um tem uma visão de quem age assim ou assado.Não presenciei atos tão exagerados quanto os expostos no filme,por isso eu concordei com o fato de serem personagens caricatos.

Discordo' date='não é.Abaixo voce admite,corretamente diga-se de passagem,que temos a dualidade em nós,então repensamos,o que não quer dizer que issp seja uma REDENÇÃO.Redenção seria ser perdoado,ou se perdoar,por agir desta forma,o que não é o caso.[/quote']

O fato de termos uma dualidade moral não significa que temos consciência dela. A partir do momento que vc repensa seus atos, vc toma esta consciência, mesmo que vc os pratique depois. A própria auto análise é, em si, uma redenção. O ato de 'repensar' a questão é uma auto crítica, um processo de auto penalização, de ARREPENDIMENTO. É isto que, implicitamente, é redenção.

Continuo discordando.Repensar não é se arrepender.Deveria ser, utópicamente falando,uma evolução digamos assim,mas não é.Como voce bem falou,podemos não ter consciência de nossos erros ou podemos até ter,mas não fazer nada para mudar isso.

Redenção e Remissão tem a mesma origem' date='do verbo remir, perdoar.Não fui pesquisar (depois me atualizo sobre isso) ,mas acho que usei a forma menos comum,não errada.De qualquer forma,se errei mesmo,desculpe e obrigado.[/quote']

Nope... o dicionário nos aponta os seguintes termos:

Redenção: 1. ato ou efeito de remir; resgate 2. Salvação, socorro

Redimir: perdoar; libertar

Remição: libertação; resgate (que se refere à redenção)

Remissão: 1. indulgência, misericórdia; 2. expiação, perdão

Remir: 1. isentar, livrar; 2. salvar, tirar do cativeiro. 

Mas ele não diz que estes surtos de bondade nos redime.Aí é que está' date='muitas vezes nós não sofremos consequências reais por estas ações,até porque na maioria das vezes os precenceitos não geram ações,apenas sentimentos (repulsa,medo,nojo,enfim...). As consequências podem,e devem,vir na forma de reavaliação de nossos valores,para que estes preconceitos deixem de existir realmente.[/quote']

Não só ele diz isso, como demonstra na última sequência do filme: que personagem ali que vimos nos 110 minutos repetiu atos preconceituosos?

Haggis fez eles repensarem seus atos e todos viveram felizes para sempre... Bate o carro no final e surgem outras pessoas praticando preconceito... Mas, ei!, nossos personagens repensaram seus atos e como estou concluindo meu filme agora, o expectador pode deduzir com segurança que os personagens evitarão reinscidir nesses atos...

Sobre as consequências, vc se lembra o que aconteceu com o pastor da IURD que chutou a santa? Com a advogada que entrou com uma liminar exigindo que negros e pobres utilizassem o elevador de serviço do seu edifício?

Mas não quer dizer que eles não voltarão a repetir atos assim,eu não entendi que ele quis que deduzíssemos isso.

Concordo plenamente' date='mas muita gente age assim SIM,e é aí que reside a crítica à nossa sociedade.Note que eu não acho que Haggis ache correto que que as pessoas justifiquem seus pecados com seus problemas,eu acho que ele coloca que as pessoas pensam assim,e isso é uma crítica óbvia.[/quote']

Eu não acho que ele ache correto (até pq ele seria ainda mais estúpido se achasse correto), mas sim que ele perdeu a oportunidade de chutar o pau da barraca e mostrar o quanto todos, sem exceção, são filhos da puta. Ficaria ótimo se ele colocasse seus personagens para repensarem seus atos, mas logo em seguida, colocá-los diante de uma situação em que sua natureza preconceituosa aflorasse de novo. Quando ele tem esta chance, o que ele faz? Me coloca pessoas desconhecidas reprisando situações vividas pelos personagens anteriormente.

Tem razão,estamos do mesmo lado.Como escrevi acima,eu entendi que eles podem sim voltar a agir desta forma,e se Haggis tivesse mostrado isso com as mesmas personagens,teria sido mais interessante.Acho que ele ter escolhido fazer isso com outras pessoas,deve-se ao fato de neste filme ninguém é mais importante que ninguém, note que de fato não há personagens principais ou coadjuvantes,independente das indicações do estúdio,isso é uma formalidade,ou seja,todos somos iguais.Mas concordo com voce que aqui o que ele quis deixar subentendido não funcionou direito.

Voce é um exemplo disso Dook' date='voce está indignado com aquilo e está correto em estar.Voce foi pego por ele amigo,desculpe mas foi.Prá ser coerente,como eu não acho que ele esteja redimindo nenhum personagem,não acho que ele esteja passando a mão na cabeça de ninguém.[/quote']

Fui pego por quem? smiley5.gif

Estou indignado com a superficialidade e a pieguice com que o assunto foi tratado.

Essa resposta se une com a de cima. Sendo mais direto' date='SERÁ que nós,eu ou até mesmo voce,não encontramos motivos para uma má ação,ou até pensamento, em algum pré-conceito nosso que precisaria ser reavaliado? Foi aí que eu usei a expressão "carregando nas cores".Ele exagera na composição das personagens exatamente prá cutucar,exacerbar sentimentos,mas nós podemos ter,e temos SIM,não me diga que não,pequenos preconceitos que geram pensamentos ou até açoes que nós de fato não sabemos como batem em outras pessoas. Não achar que precisa de alguma reavaliação Dook,é na verdade corroborar com aquilo que está "exagerado" em Crash.[/quote']

1) Sim, encontramos justificativas... Porém, isso não significa que os atos sejam justificáveis;

2) Não havia necessidade de exacerbar sentimentos... Foi aquilo que eu coloquei acima: ninguém aqui sabe que o ser humano não é ruim por inteiro?

3) Onde eu disse que não há necessidade de reavaliação?

1 e 2) Concordo,entendo que foi exatamente isso que ele quis passar,ou seja, deixar subentendido que AS PERSONAGENS acham estas justificativas suficientes,não quer dizer que esses atos sejam justificáveis.Por isso o exagero, prá mostrar o quanto aquilo é errado.

3) É,pareceu que eu disse que foi voce,mas não,foi só uma sequência do MEU pensamento.

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Dado' date=' vou dizer de novo... Minha crítica maior ao filme não foi o assunto tratado mas a FORMA como ele foi tratado. Novelesco, piegas, sentimentalóide, sensacionalista... [/quote']

Entendi isso,mas não achei que a FORMA tenha sido tão ruim.Mas tudo bem,daqui prá frente iria virar discussão bizantina mesmo.

Dado2006-2-17 15:59:13
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