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Direção ou Roteiro?


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Bahh' date=' Scofa, pensei que você entraria no assunto do tópico. Muito me desaponta isso. 06.gif

 

 

 

Mas sobre o filme, ele tem um amontoado de cenas contrangedoras. Parece um episódio involuntário de The Office.

 

 

 

[/quote']

Você raramente me verá dando pitacos sobre aspectos técnicos no cinema, minha área é só sensorial mesmo. 06

Primeiro porque não entendo nada e segundo porque gosto às vezes de permanecer como ouvinte.

 

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Não' date=' já que citamos exemplos por aqui de filmes com roteiros simplistas ou até fracos que viraram filmes excepcionais. Carrie me vem a mente. Se tu pensar neste roteiro na mão de um desses diretores atuais de terrorzinhos, imagine o que ia dar. Acontece que naquele trechinho entre o roteiro e o filme acabdo havia De Palma.[/quote']

 

Dando a entender que, por exemplo, De Palma é um grande diretor. Até aí beleza, porque concordamos, em maior ou menor grau, que o diretor desempenha a função mais importante de todas. No entanto, há de se entender que o roteiro tem sua importância, pois foi a partir dele que o De Palma construiu o filme todo.

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É, um guia é necessário, porque o caos como faísca para a produção de um filme me parece mais propenso à merda que ao agradável. Dizer que Godard já filmou sem roteiro, por exemplo, é fugir da regra.

 

Mas agora me bateu uma curiosidade: a posição que diretores renomados mantêm com relação a esse assunto. Tenho a impressão de que aquele livro Grandes Diretores do Cinema, cujo conteúdo é repleto de entrevistas adaptadas ao formato de texto, contém coisas do tipo. Verificarei depois, com tempo.

 

 

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É, um guia é necessário, porque o caos como faísca para a produção de um filme me parece mais propenso à merda que ao agradável. Dizer que Godard já filmou sem roteiro, por exemplo, é fugir da regra.

 

Mas agora me bateu uma curiosidade: a posição que diretores renomados mantêm com relação a esse assunto. Tenho a impressão de que aquele livro Grandes Diretores do Cinema, cujo conteúdo é repleto de entrevistas adaptadas ao formato de texto, contém coisas do tipo. Verificarei depois, com tempo.

 

 

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O roteiro tem uma função seminal: sem roteiro (nem que seja um argumento), não há filme. Não se pode dirigir um não-filme, e isso é mais do que óbvio.

Acho, portanto, que o alimenta polêmica "direção X roteiro" é o quão responsáveis pelo produto final são o diretor e o roteirista. Qual a cota de contribuição de cada um deles na identidade de um filme? Que nome deve vir depois do "a film by"?

Bem, na minha opinião, para cada filme e persona artística envolvida há uma resposta. Depende de quão ambiciosos e talentosos são o diretor ou o roteirista.

Exemplifico: Cada filme escrito por Charlie Kaufman, independente do diretor, é "a film by Charlie Kaufman". Por mais talentosos que sejam, por exemplo, Spike Jonze e Michael Gondry (e eles são muito ), é evidente que "Quero ser John Malkovich" e "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" são filmes de Kaufman - está lá, é palpável. Já se vc pega um roteiro que deixa brechas para o diretor tomar a dianteira autoral, aí as coisas mudam: vejamos um clone de Kaufman: "Mais estranho que a ficção". É um filme muito mais de Marc Foster do que do roteirista Zach Helm [e o fato de o personagem não morrer no final , bem como "A loja mágica de brinquedo" só confirmam isso].

Mais um exeplo, há pouco saído do forno: "O Curioso caso de Benjamin Button" é um filme de Eric Roth, sem dúvida. Já "Seven", "Clube da Luta"e "Zodíaco" transbordam um nome: David Fincher. 

Agora, se vc pega uma franquia como "Indiana Jones e qualquer coisa", por exemplo, não interessa qual vai ser o roteiro, interessa que é um filme de Spielberg.

 

Enfim, a história é longa.

Fica minha opinião.
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tudo bem você dizer que sem roteiro não há filme... mas sem diretor também não. a diferença - como o gago citou, é que existem filmes sem roteiro. mas e sem direção? não vale citar o uwe boll. porque aquilo não pode ser chamado de filme. 06

 

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Mas eu adoraria obter um conhecimento mais aprofundado a respeito de um caso de filme feito sem roteiro' date=' como alegam ter acontecido com o Godard. É um troço esquisito demais, além de um processo não muito confiável, claro.
[/quote']

 

A mesma coisa ocorre com Mike Leigh, apesar de que consta sim no IMDB que ele não usa um roteiro inicial. Mas isso pode muito bem não ser verdade.
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é que "desprovido" de roteiro é meio forte. mesmo que o godard tenha feito um filme dito "sem roteiro" temos certeza - ou quase, já que é o godard - de que ele tinha sim, um roteiro, talvez não da forma usual, mas em algum lugar táva, nem que fosse na cachola dele. se é que me entendem.

batgody2009-03-17 15:50:31

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Sim, por isso disse que classifico afirmações desse tipo como esquisitas, estranhas ou até mesmo ligeiramente absurdas. De todo modo, no caso do Leigh, há de fato a construção de um roteiro propriamente dito. Mas, para isso, vou resgatar o posto do Alexei, que é perfeito em sua colocação:

 

Só pra esclarecer umas coisas.

 

 

 

Até onde eu sei - inclusive por ser grande admirador do seu

trabalho -' date=' o Mike Leigh trabalha com roteiros sim, todos de sua

autoria, inclusive. O processo de criação não é muito comum: ele chama

a equipe para trabalhar a idéia central do filme e constrói o roteiro

após discutir e aperfeiçoar, a partir de improvisações, os

personagens com os atores que futuramente os interpretarão. Foi assim

com a maior parte de Vera Drake e com Topsy-Turvy inteiro. Um filme que eu adoro, aliás.

 

Há roteiro nos filmes do Mike Leigh, portanto. E sendo o roteiro a

estruturação de um espetáculo, da ordem e da maneira como ele será

apresentado ao público, não vejo como haver filmes sem roteiro.

Por mais sucinto que ele seja, mesmo que numa dimensão apenas mental

(sem ser escrito, portanto), o roteiro existe.[/quote']

 

 

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Sei lá, a conclusão mais apaziguadora que podemos chegar aqui é que filmes precisam de algum roteiro e que este, quando transformado no produto final, passa a ser parte de algo que é de inteira responsabilidade do diretor. Ou seja, estamos tentando dividir siameses com faca ginsu 2000..

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a minha conclusão é a mesma de antes: o roteiro tem a sua importância, bem como váaaaarios outros elementos, mas, pelo menos na grande maioria das vezes, o diretor é o grande responsável pelo produto final, em maior ou em menor grau. e eu sempre fico esperando por filmes de determinados diretores, e não exatamente dos roteiristas - salvo alguns casos já citados, como Allen, Kauffman etc.

 

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Não' date=' já que citamos exemplos por aqui de filmes com roteiros simplistas ou até fracos que viraram filmes excepcionais. Carrie me vem a mente. Se tu pensar neste roteiro na mão de um desses diretores atuais de terrorzinhos, imagine o que ia dar. Acontece que naquele trechinho entre o roteiro e o filme acabdo havia De Palma.[/quote']

 

Isso vai ser longo, coisa que eu odeio fazer.

 

Creio que estamos com um problema de semântica aqui. O que me parece que você está dizendo - corrija-me se eu tiver entendido errado - é que um roteiro ruim é um obstáculo superável, e eu concordo plenamente. Mas isso não implica desimportância da qualidade do roteiro, principalmente porque certamente há diretores que trabalham bem com maus roteiros e outros que não conseguem se libertar da pobreza do material com o qual estão lidando, ou até os pioram. O Ron Howard, por exemplo, escolhe roteiros pobres e ainda por cima os imbeciliza, o oposto do que faz o James Ivory, que escolhe roteiros interessantes e agrega conteúdos quando executa o filme.

 

Sendo assim, não vejo como pensar que a qualidade de um roteiro não importa. Imagino que qualquer diretor - qualquer um mesmo - ficaria mais feliz em trabalhar com um bom roteiro do que com um roteiro que considere ruim. O esforço pra fazer um bom filme a partir desse último deve ser maior. Não insuperável, porém maior ainda assim.

 

Também acho que o tópico está com um problema sério quanto à dimensão conceitual da palavra roteiro. É aquele conjunto de palavras escritas, com termos técnicos do tipo "ext" e "fade in"? Se for esse o caso, certamente que filmes foram, são e serão feitos sem roteiro. É o guia mental do diretor na hora de executar seu ofício? Se for esse o caso - e eu acho que este conceito é que é o mais importante - não vejo como ser possível realizar filmes sem roteiro. Eu posso pegar uma câmera digital e sair filmando cenas a esmo, mas essa aparente falta de critério já é, de fato, um roteiro.

 

Pegando esse palavreado todo e sintetizando: sim, a direção pode - e até tende a - ser mais importante que o roteiro no resultado final do processo, que é o filme. Mas a qualidade do roteiro importa? Sim, não tenho dúvida. Um roteiro ruim resulta invariavelmente num filme ruim, ou um bom roteiro resulta num bom filme, necessariamente? De jeito nenhum, mas isso porque há formas e formas de se lidar com bons e maus roteiros, não porque ele é desimportante.
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Sei lá' date=' a conclusão mais apaziguadora que podemos chegar aqui é que filmes precisam de algum roteiro e que este, quando transformado no produto final, passa a ser parte de algo que é de inteira responsabilidade do diretor. Ou seja, estamos tentando dividir siameses com faca ginsu 2000..[/quote']

 

Fecha a conta e passa a régua.

 

Sopa, anote no seu caderninho...
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Por mais sucinto que ele seja' date=' mesmo que numa dimensão apenas mental

(sem ser escrito, portanto), o roteiro existe.[/quote']

 

 Exato. É exatamente nesse caso que se encaixa o Godard, por exemplo.

 

Sei não... Escrevi agora pouco sobre

no tópico "O Que Você Anda Vendo e Comentando" e, de acordo com a definição de vocês, não sei se este curta é um filme ou não.

 

Das duas uma: ou o roteiro é acessível somente para civilizações superiores no Universo 05, ou isto (e a maioria dos filmes experimentais) não é o que possa se chamar de filme.

 

O Scofield já deu umas pinceladas nisso no meio do tópico, mas parece que ninguém aqui tem um lugar no coração pros filmes experimentais 04

 

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Não' date=' já que citamos exemplos por aqui de filmes com roteiros simplistas ou até fracos que viraram filmes excepcionais. Carrie me vem a mente. Se tu pensar neste roteiro na mão de um desses diretores atuais de terrorzinhos, imagine o que ia dar. Acontece que naquele trechinho entre o roteiro e o filme acabdo havia De Palma.[/quote']

 

Isso vai ser longo, coisa que eu odeio fazer.

 

Creio que estamos com um problema de semântica aqui. O que me parece que você está dizendo - corrija-me se eu tiver entendido errado - é que um roteiro ruim é um obstáculo superável, e eu concordo plenamente. Mas isso não implica desimportância da qualidade do roteiro, principalmente porque certamente há diretores que trabalham bem com maus roteiros e outros que não conseguem se libertar da pobreza do material com o qual estão lidando, ou até os pioram. O Ron Howard, por exemplo, escolhe roteiros pobres e ainda por cima os imbeciliza, o oposto do que faz o James Ivory, que escolhe roteiros interessantes e agrega conteúdos quando executa o filme.

 

Sendo assim, não vejo como pensar que a qualidade de um roteiro não importa. Imagino que qualquer diretor - qualquer um mesmo - ficaria mais feliz em trabalhar com um bom roteiro do que com um roteiro que considere ruim. O esforço pra fazer um bom filme a partir desse último deve ser maior. Não insuperável, porém maior ainda assim.

 

Também acho que o tópico está com um problema sério quanto à dimensão conceitual da palavra roteiro. É aquele conjunto de palavras escritas, com termos técnicos do tipo "ext" e "fade in"? Se for esse o caso, certamente que filmes foram, são e serão feitos sem roteiro. É o guia mental do diretor na hora de executar seu ofício? Se for esse o caso - e eu acho que este conceito é que é o mais importante - não vejo como ser possível realizar filmes sem roteiro. Eu posso pegar uma câmera digital e sair filmando cenas a esmo, mas essa aparente falta de critério já é, de fato, um roteiro.

 

Pegando esse palavreado todo e sintetizando: sim, a direção pode - e até tende a - ser mais importante que o roteiro no resultado final do processo, que é o filme. Mas a qualidade do roteiro importa? Sim, não tenho dúvida. Um roteiro ruim resulta invariavelmente num filme ruim, ou um bom roteiro resulta num bom filme, necessariamente? De jeito nenhum, mas isso porque há formas e formas de se lidar com bons e maus roteiros, não porque ele é desimportante.

 

E com isso encerra-se o assunto. Obrigado e fiquem ligados nas próximas atrações.

 

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