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Direção ou Roteiro?


Dook
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O meu favorito antecipado pro próximo Oscar se chama Charle's Wilson War. Torço tanto por ele já que o filme é escrito, por Aaron Sorkin - um dos melhores roteiristas da atualidade, IMO.

 

Mas cinema não é imagem e etc? É, mas o diretor do filme é Mike Nichols (ou seja, cara foda), o que me dá uma certeza antecipada que ele tratará com muito carinho os diálogos e situações do Sorkin.

 

(Acho que isso se aplica a toda a discussão sobre o Kauffman)

 

 

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"nenhum filme da franquia HP revelou-se melhor que o filme"



No segundo 'filme"' date=' subtitua por livro.

[/quote']

 

Hmmmm... interessante... Vamos comentar de forma completa o trecho:

 

Outro assunto. É tarefa do roteirista condensar entre 300 a 1500 páginas de um livro em um filme' date=' geralmente entre 2 a 3 horas de duração. Nesse caso, nenhum filme da franquia HP revelou-se melhor que o livro. Compreensível pelo motivo que apontei acima, no entanto.03.gif[/quote']

 

Fato ou opinião? É tarefa do roteirista condensar o material literário. Se fizer um bom trabalho, parabéns pra ele. Entrega essa adaptação a um Uwe Boll e veja o que sai.
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Assim como eu reconheço a importância do roteiro. Ele é o guia, a referência pela qual o diretor se esbalda em seu talento criativo. Isso é importante, nunca disse o contrário. Mas daí a dizer que o roteiro é o mais importante, a ÚNICA coisa fundamental para um filme como quiseram dizer aqui (e ainda citando Kaufmann) tá uma distância grande.

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Uma bomba bem produzidinha tinha um roteiro que provavelmente não era lá essas coisas. E aí voltamos àquele ponto: roteiro bom nas mãos de um diretor ruim = filme porcaria; roteiro ruim nas mãos de um diretor bom = possibilidade de sair um filme bom.

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Assim como eu reconheço a importância do roteiro. Ele é o guia' date=' a referência pela qual o diretor se esbalda em seu talento criativo. Isso é importante, nunca disse o contrário. Mas daí a dizer que o roteiro é o mais importante, a ÚNICA coisa fundamental para um filme como quiseram dizer aqui (e ainda citando Kaufmann) tá uma distância grande.

[/quote']

 

O ponto principal, é como o diretor vê o roteiro. É assim que eu encaro o meu trabalho. Dependendo da sua visão, você conseguirá discenir o limite entre papel e a mão do diretor. É isso mesmo que você colocou Dook. Alguns diretores, encaram o roteiro como guia, ou seja, quando chegam no set de filmagem, criam à vontade em cima do mesmo, e inclusive o mudam. Lógico que para isso, eles acabam por entender muito mais o material que tem em mãos e o planejamento acaba sendo imensamente mais bem estudado, pois a história de câmera na mão e idéia na cabeça é o maior marketing que existe!06 Outros, seguem a risca o roteiro.

 

Peguemos por exemplo o filme Last Days de Gus Van Saint, onde se tinha um roteiro prévio, com diálogos, criação de personagem, viradas de plot, tudo certinho. No set, Gus improvisa completamente o roteiro, transformando-o em outra coisa. Colocando a vida pessoal dos atores dentro do filme. Quando se vê, percebe-e ali a mão do diretor completamente, ela transborda instinto. E isso é foda demais!!!16

 

Agora, eu poderia pegar o filme do Haggis como exemplo, mas não o farei, pegarei Closer do Nichols. Outro filme foda, mas que é feito de forma completamente diferente, seguindo à risca cada fala, e linha do roteiro. Isso o deprecia? De forma alguma, aqui, a necessidade era essa, pois a peça e sua dramaturgia tinham que ser mantidas.

 

Finalizando: São modos diferentes de encaram o roteiro, vai da necessidade linguística que o diretor quer empregar. Agora dizer que o roteiro é mais importante é tão absurdo que poderia utilizar uma ilustração tosca: O roteiro não vai criar patinhas, perninhas, mãosinhas, cérebrosinhos e visão de linguagem, personagens e tudo que engloba a função diretor e vai se transformar em filme, não é um dos super gêmeos!06 Exemplo estúpido, mas ilustra bem a situação.

 
FeCamargo2007-08-14 13:08:48
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Peguemos por exemplo o filme Last Days de Gus Van Saint' date=' onde se tinha um roteiro prévio, com diálogos, criação de personagem, viradas de plot, tudo certinho. No set, Gus improvisa completamente o roteiro, transformando-o em outra coisa. Colocando a vida pessoal dos atores dentro do filme. Quando se vê, percebe-e ali a mão do diretor completamente, ela transborda instinto. E isso é foda demais!!!16[/quote']

 

Te garanto que aqueles que verem o filme dirão 'olha, que roteiro impressionante, ele faz uma metalinguagem com a vida pessoal dos atores... que magnífico!'

 

06

 

 
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Na dúvida, aposte na direção tanto para erros quanto para acertos. A menos que vc tenha o roteiro em mãos para comparar com o produto final. Como isso não assiste a 99,999999999999999% dos que postaram aqui defendendo a supremacia do roteiro, então acho que não há muito o que acrescentar.

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Pelo que venho acompanhando nesse tópico' date=' reconheço que tenho alguma dificuldade em discernir a mão do diretor da mão do roteirista. Muito conveniente essa discussão.[/quote']

Somos dois.

 

Ai é que tá a questão, Filipaum e Th@ta.

 

Como o Dook disse (e tantos outros por aqui): você só saberá com total certeza o que provém do roteiro e o que provém da direção se você tiver o roteiro em mãos... Caso contrário, é mais próvável que, tanto para o bem quanto para o mal, que o MAIOR responsável do sucesso (ou fracasso) de um filme é a direção, nesse caso.
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Vixe, que loucura isso aqui.  Confesso que ainda não tenho tamanho entendimento sobre o assunto para apresentar uma opinião formada.  Acho  que na verdade, uma coisa acaba completando a outra, pelo menos em boa parte dos casos.  Mas acho que a direção é realmente o ponto mais forte.  Por exemplo: Menina de Ouro tem um roteiro (que a maioria aqui detesta) cheio de clichês, mas que Eastwood, do alto de seu imenso talento, transforma em uma obra-prima, sempre suavizando a mão, muitas vezes pesada, do Haggis.  Outro exemplo é o belo roteiro de Central do Brasil, que é muito emocional.  Aí vem o Salles, e o torna genuinamente emocionante.  Aí é que reside a diferença. 

 

E Adami, é muito difícil a pessoa saber onde e se o diretor mexeu tanto em um roteiro (como vc cita no caso de Last Days).  Um caso onde se percebe tal mudança de roteiro explícita é em A.I. do Spielberg, que eu até gostei, mas que ele dramatiza demais e aquele final....  Sem comentários.06
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Diretor bom é o que manda.

 

Paul verhoeven fez de Robocop que era para ser um lixo, num icone da ficção cientifica e fora outros filmes que teriam o destino a lixeira e ele transformou se não foi um maravilha, mas em um bom filme.

 

Diretor é o que ruleia geral, Roteiro até a Xuxa e Chorão escreve.

 

 

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5 páginas? Oh, my sweet Lord...1306

 

Enfim...acho Guerra dos Mundos tão for fun quanto Transformers, tirando que o primeiro parte de um roteiro em potencial primoroso (H.G Wells) e o segundo de uma sériezinha boboca dos anos 80. Acho muito mais grave a falha do Spielberg, ao sufocar uma boa história com uma direção medíocre, do que do Bay em dirigir convencionalmente um filme esquecível que partiu de uma historinha tão banal quanto.

De resto, concordo com 100% do post do Alexei. Sintetizou bem o que eu penso a respeito. O diretor, é claro, pincela a identidade do filme (independentemente do roteiro), mas um guião excelente pode remir um diretor miserável...

Há também a questão da autonomia dos diretores hoje em dia...não se pode afirmar que os caras gozem de total liberdade sobre o material que dirigem. Como bem citou o  Dani no MSN, o Wolfgang Petersen vendeu até as cuecas pra Hollywood, eximindo-se de construir qualquer autoralidade sobre seus filmes. Fica dificíl medir o real potencial do diretor...
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De resto' date=' concordo com 100% do post do Alexei. Sintetizou bem o que eu penso a respeito. O diretor, é claro, pincela a identidade do filme (independentemente do roteiro), mas um guião excelente pode remir um diretor miserável...

 

[/quote']

 

Não conheço nenhum exemplo concreto do trecho em negrito...

 

Há também a questão da autonomia dos diretores hoje em dia...não se pode afirmar que os caras gozem de total liberdade sobre o material que dirigem. Como bem citou o  Dani no MSN' date=' o Wolfgang Petersen vendeu até as cuecas pra Hollywood, eximindo-se de construir qualquer autoralidade sobre seus filmes. Fica dificíl medir o real potencial do diretor...
[/quote']

 

Hoje eles tem mais autonomia do que nos anos 80 e início dos 90... Aliás, arrisco dizer que essa relativa retomada de comando veio justamente com James Cameron em 1997. O cara brigou com os ternos da Paramount e da Fox até quase enlouquecer para fazer Titanic do jeito que queria. A partir daí, os estúdios vem tentando limitar a autonomia do diretor, mas todas as suas tentativas posteriores à 'insurreição' de Cameron resultaram em fracassos comerciais retumbantes. Depois que Peter Jackson provou com SDA que um filme de 3 horas, do jeito que ele queria, poderia render muito dinheiro, os estúdios meio que 'largaram mão' e deixaram a coisa render.

 

Hoje a questão tá muito mais harmoniosa ao que parece. Obviamente que os estúdios ainda tentam impor suas baboseiras, mas as segue aquele diretor que a) não tem pulso firme; ou B) não quer arrumar briga. No caso do Petersen, acredito que ele pertença ao grupo B) até pq deve temer ficar desempregado em Hollywood... 06
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Guião... Essa palavra é bacana, hehe. E passa muito bem a idéia do roteiro como o marco sobre o qual o diretor vai trabalhar.

 

Se a direção, em geral, é mais importante para o produto final? Não tenho dúvida. Mas o roteiro é elemento essencial? Sim, já que a decupagem partirá dele. Essa relação de dependência está na etimologia da palavra, inclusive (do verbo francês découper, ato de cortar em pedaços), e creio que se apresenta dos roteiros mais complexos até os mais simples, como os dos vídeos caseiros.

 

Quando estive em BH há pouco tempo, folheei o roteiro do curta-metragem do Thico. Foi muito interessante porque ele havia feito as anotações da decupagem a lápis, sobre as páginas impressas do roteiro. Estavam lá os zooms, os travellings, a planificação e a sinalização da posterior edição de imagens. Se não me engano ele mudou alguma coisa durante as filmagens, e nem por isso o roteiro deixou de ser seu guia. Se ao final ele vai para o lixo, é porque já cumpriu sua função, e não porque nunca foi importante.

 
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Well, saneando a questão, again:

a) O roteiro tem a sua importância, é guia, é referência e guias e referências sempre são importantes. Entretanto sua importância é apenas isso e, claro, não é pouca coisa. Nunca quis dizer que quando ele vai pro lixo é pq ele não tem importância. Ele vai pro lixo pq sua função já atingiu seu fim. E como ela ocorre no início das filmagens na maioria das vezes, é sinal de que a sua importância não atinge o cabedal criativo no qual a direção é firmada.

 

B) A direção é a função que tem por único objetivo tornar o escrito em imagens poderosíssimas, essas sim que nos envolvem emocionalmente (afinal, quando vc vê o filme vc vê imagem e não coisa escrita). Posto isso, onde está o cerne da criação, quando checamos o produto final?

 

c) Me incomoda essa predileção do roteiro quando analisado um filme PRONTO, sendo que na maioria esmagadora das vezes não temos como saber o que está ali que é roteiro e o que é direção. Se vc tiver o roteiro para ir acompanhando enquanto assiste, ótimo. Mas essa não é a realidade de muitos aqui.
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