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Forum Cinema em Cena

Possuídos (Bug)


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As informações reveladas em 10 minutos na verdade não destróem mistério nenhum' date=' pois o mistério não existia, era tudo literalmente paranóia. O que importa nesses dez minutos de informação não é o conteúdo, mas sim a demonstração de que a Agnes havia totalmente entrado na viagem do Peter, embarcado totalmente nos delírios dele, e passado a contribuir (com a imaginação dos loucos) com eles. Até a forma frenética com que ela vai falando mostra isso.[/quote']

Pois sim. Na minha opinião, o espectador passa a fazer parte do universo dos dois e a medida do desenrolar, fiquei essencialmente curioso para saber a conjuntura da paranóia, o que realmente estava acontecendo. E achei um absurdo o diálogo final entre os dois porque a paranóia passa a se resumir em um bando de informações soltas, jogadas, entre outros. Se a intenção era demonstrar a paranóia, que continuasse no ritmo pré-estabelecido do filme. Não havia a mínima necessidade daquele exagero de diálogos non-sense para comprovar o que já estava claro.



SPOILERS abaixo



Faz todo o sentido a paranóia do casal ir crescendo de modo vertiginoso. Tanto Peter quanto Agnes já tinham vestígios de problemas (se lembra dos telefonemas misteriosos? Eles não existiam - perceba que a lâmpada que pisca quando o telefone toca simplesmente não pisca).

Agnes era uma mulher instável. O desaparecimento (?) do filho, a libertação do marido deixaram ela no seu limite emocional.

Enquanto isso, Peter é apresentado de modo recatado e tímido, muito diferente do Peter do final do filme.

 

Então assim temos a alegoria final do zangão e da rainha. A loucura/paranóia de cada um tinha vivido aparentemente sobre controle até aquele ponto. Mas o encontro dos dois foi um gatilho. Ao passo que temos os ovos eclodindo a partir do momento em que fazem sexo, quando mais se afeiçoam suas paranóias começam a ser trocadas, amplificadas - o que leva ao quadro em que se encontram no fim do filme.

E já que não foi de modo instantâneo essa "contaminação" de loucura, porque não se separaram a tempo? Creio que por carência. Ambos tinham um deficit sentimental imenso - Agnes separada e traumatizada pelas agrressões do ex-marido, Peter se julgano incapaz de se relacionar, dizendo que não fazia sexo a anos. É irônico, mas creio que na loucura conjunta eles tenham encontrado mais motivo para viver do que tinham em suas vidas anteriores.

Bom, essa foi a leitura que fiz, vamos discutir.
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Sua leitura é ótima, Daft, e partilho da mesma interpretação.

 

Mas o diálogo final.. É tão prolixo, tão desnecessário, tão ágil que, na minha opinião, quebrou o ritmo de toda a produção. Como disse, para que reforçar o que já estava claro? Soou pura redundância.

 

Achei essencialmente desnecessário a tentativa de tentar explicar o inexplicável. 07
Rike2007-08-26 19:36:39
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Também gostei, Daft.

 

Mas Rike, continuo insistindo, o objetivo daquele diálogo final não era outro que não retratar o ápice de loucura a que ambos tinham chegado, alimentando-se mutuando nos seus delírios. Aquilo tudo não estava sendo explicado a nós, telespectadores, mas sim evidenciando que eles haviam atingido um ponto que demonstrava que o final dos dois não poderia ser outro.
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Mas Rike, continuo insistindo, o objetivo daquele diálogo final não era outro que não retratar o ápice de loucura a que ambos tinham chegado, alimentando-se mutuando nos seus delírios. Aquilo tudo não estava sendo explicado a nós, telespectadores, mas sim evidenciando que eles haviam atingido um ponto que demonstrava que o final dos dois não poderia ser outro.

Eu te entendo... Mas não vejo sentido procurar explicações em uma paranóia, sabe? Não gostei desta abordagem. Soou redundante.
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Assisti ontem tambem e ja sabia tratar-se de uma peca de teatro adpatada para o cinema. Ashley alem de ser linda, pegou um papel muito dificil, onde se expoe mesmo, buscando nas sua reentrancias uma interpretacao autentica. Achei o filme triste pois sao duas almas solitarias e carentes que se juntam e decidem se apoiar uma a outra, mas ambos sem alicerces. Ja sabia que nao era um filme de terror. Me lembrou Spider.

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BUG (POSSUÍDOS) - 8/10 - "Trata-se de um pesado drama sobre a degradação da mente humana e a maneira como uma pessoa pode se destruir quando possui assuntos mau resolvidos internamente. E em "Bug" não existe espaço para esperança ou redenção, assim como também não há nenhum tipo de reviravolta no final a fim de revelar e/ou desvendar os segredos do filme. É a mais pura e cruel viagem ao fundo do poço." Uma excelente atuação de Ashley Judd, um interessante trabalho de direção de Friedkin e uma das experiências cinematográficas mais interessantes e marcantes do ano ... mais ? É só conferir na minha assinatura ... 03
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Alguns pontos "em aberto" da trama que gostaria de levantar (SPOILERS):


1. Qual era a do doutor? Era mesmo um doutor' date=' alguém contratado por Jerry, alguém caçando Peter?

Era mesmo um médico, o médico que acompanhava o caso do Peter. Ele falou aquelas coisas sobre o filho de Agnes e tal, só pra acalmar ela e conseguir negociar pra que Peter seentregasse.


2. Qual o objetico da cena do entregador de pizza?

Na minha opinião, catalisar o final de uma vez por todas.
[/quote']
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Alguns pontos "em aberto" da trama que gostaria de levantar (SPOILERS):


1. Qual era a do doutor? Era mesmo um doutor' date=' alguém contratado por Jerry, alguém caçando Peter?

Era mesmo um médico, o médico que acompanhava o caso do Peter. Ele falou aquelas coisas sobre o filho de Agnes e tal, só pra acalmar ela e conseguir negociar pra que Peter seentregasse.


2. Qual o objetico da cena do entregador de pizza?

Na minha opinião, catalisar o final de uma vez por todas.
[/quote']

Também interpretei desta forma. 03
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Sobre a pizza:

 

SPOILER EM BRANCO PRA BERNARDO NÃO FICAR CHATEADO 01

 

É, a pizza serviu como o mote para o degringolamento final da paranóia dos dois, eles tinham certeza que a pizza estava cheia de afídeos do mal. Mas não sei quem mandou entregar. Pode ter sido a amiga lésbica, achando que eles podiam não estar se alimentando direito, ou o ex-marido, ou até eles mesmos e depois não lembravam que tinham pedido.
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Sobre a pizza:

 

SPOILER EM BRANCO PRA BERNARDO NÃO FICAR CHATEADO 01

 

É' date=' a pizza serviu como o mote para o degringolamento final da paranóia dos dois, eles tinham certeza que a pizza estava cheia de afídeos do mal. Mas não sei quem mandou entregar. Pode ter sido a amiga lésbica, achando que eles podiam não estar se alimentando direito, ou o ex-marido, ou até eles mesmos e depois não lembravam que tinham pedido.
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SPOILER

Sim, é justamente quem pediu a pizza que me intriga. Em um certo momento, é mostrado que o telefone do quarto está fora do gancho, então será que foram eles mesmos que ligaram?
E de qualquer jeito, quando eles abriram a porta pra pegá-la, porque o jerry já não forçou sua entrada ali?
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Boa surpresa, um filme claustrofóbico, doentio e maluco. Chega a ser sinistro pensar que aquele final é uma redenção para a protagonista de Ashley Judd, mas é bem por aí. O Scofa vai adorar. E me recuso a chamar o filme pelo seu título nacional estúpido.

 

****
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Tudo bem Marcela. Mas não foi tratado com naturalidade. A seqüência a qual ele fica se jogando na cama... É absolutamente bizarra e constrangedora. Tenho certeza que um esquizofrênico não ficaria saltando uns 2 metros e se jogando na cama. Achei muito forçado.

 

Rike' date=' o cara é louco, vc queria que ele agisse como? Como uma pessoa 'normal'?

 

E outra: vc já viu um esquizofrênico paranóide? Eu já vi relatos e conheço pessoas com histórico desses na família. O esquizofrênico é imprevisível. Estados patológicos mentais induzem a pessoa a fazer coisas que, em estado normal, ela jamais faria. Isso é científico, nem tem o que discutir.

 

Pois sim. Na minha opinião, o espectador passa a fazer parte do universo dos dois e a medida do desenrolar, fiquei essencialmente curioso para saber a conjuntura da paranóia, o que realmente estava acontecendo. E achei um absurdo o diálogo final entre os dois porque a paranóia passa a se resumir em um bando de informações soltas, jogadas, entre outros. Se a intenção era demonstrar a paranóia, que continuasse no ritmo pré-estabelecido do filme. Não havia a mínima necessidade daquele exagero de diálogos non-sense para comprovar o que já estava claro.

 

Não entendi aqui... vc queria que tudo fosse explicado no final?

 

SPOILERS AQUI!

 

Parou pra pensar que o filme versa sobre Agnes, uma mulher com a vida toda ferrada que, ao ficar louca, encontra paz de espírito, abalada somente com a notícia de que seu filho ainda está vivo??
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É irônico' date=' mas creio que na loucura conjunta eles tenham encontrado mais motivo para viver do que tinham em suas vidas anteriores.
[/quote']

 

É exatamente como eu vejo a coisa toda. É um paradoxo: paz de espírito obtida através da loucura e paranóia.
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Sua leitura é ótima' date=' Daft, e partilho da mesma interpretação.

 

Mas o diálogo final.. É tão prolixo, tão desnecessário, tão ágil que, na minha opinião, quebrou o ritmo de toda a produção. Como disse, para que reforçar o que já estava claro? Soou pura redundância.

 

Achei essencialmente desnecessário a tentativa de tentar explicar o inexplicável. 07
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Mas era o que vc estava querendo! Você mesmo disse que ficou interessado para ver o desenrolar daquele 'mistério'...

 

E não é redundância, pois os diálogos não reforçam a existência da paranóia, mas tão somente a que ponto ela chegou.
Dook2007-08-29 16:11:36
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BUG (POSSUÍDOS) - 8/10 - "Trata-se de um pesado drama sobre a degradação da mente humana e a maneira como uma pessoa pode se destruir quando possui assuntos mau resolvidos internamente. E em "Bug" não existe espaço para esperança ou redenção, assim como também não há nenhum tipo de reviravolta no final a fim de revelar e/ou desvendar os segredos do filme. É a mais pura e cruel viagem ao fundo do poço." Uma excelente atuação de Ashley Judd, um interessante trabalho de direção de Friedkin e uma das experiências cinematográficas mais interessantes e marcantes do ano ... mais ? É só conferir na minha assinatura ... 03[/quote']

 

Eu já acho que é justamente na paranóia que a Agnes encontra sua paz de espírito o que, no fim, não deixa de ser uma redenção para a personagem.
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Rike, o cara é louco, vc queria que ele agisse como? Como uma pessoa 'normal'?

 

E outra: vc já viu um esquizofrênico paranóide? Eu já vi relatos e conheço pessoas com histórico desses na família. O esquizofrênico é imprevisível. Estados patológicos mentais induzem a pessoa a fazer coisas que, em estado normal, ela jamais faria. Isso é científico, nem tem o que discutir.

Tudo bem. Ele é doente.... Mas é exagerado demais! Tudo muito forçado. Achei extremamente ridículo os tapas que as personagens davam no próprio corpo. Não gostei e me senti constrangido.

 

Não entendi aqui... vc queria que tudo fosse explicado no final?

 

SPOILERS AQUI!

 

Parou pra pensar que o filme versa sobre Agnes, uma mulher com a vida toda ferrada que, ao ficar louca, encontra paz de espírito, abalada somente com a notícia de que seu filho ainda está vivo??

Não não. Não há necessidade para maiores explicações o que é imprescindível é o desenrolar da 'doença'. O filme ganha outro ritmo em seu ato final, e me incomodou. Desnecessário e muito prolixo. Achei o diálogo final totalmente 'jogado' e para mim soou como tentativa de reforçar a paranóia, afinal há a procura de explicação para os acontecimentos paranóicos. Redundante. O impacto seria bem maior se terminasse subitamente e sem um clímax propriamente dito.

 

 

E sinceramente... Achei grotesco e de extremo mal gosto a cena a qual Agnes se submete à redenção. 'Eu sou a Abelha Rainha'. 12
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