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Forum Cinema em Cena

Poesias


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 Animal-sentimental

Eu quero ter você
Sentir teu corpo junto ao meu.
Quero te ouvir respirar
Quero teus labios beijar

Sentir o calor que vem de ti
o amor pela batida de seu coração
Quero a bela luz do dia.
Quero pássaros,
Mas não corujas.
Quero o aroma das flores
E o sabor dos doces beijos
E o odor salgado de seu suor.

Quero ollhar em teus olhos
E ver neles toda a emoção.
Desse momento que é so nosso
Em que entregamos nosso coração.

E, assim, de uma forma animal-sentimental
Quero ter você pra mim.
Teu corpo todo tocar
E por ti ser tocada
Como nunca antes o fui.
Quero sentir seu amor
Crescendo dentro de mim.

Quem você é eu ainda não sei
Mas um dia vou te encontrar.
E dessa forma animal-sentimental
Para sempre vou te amar

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ANTÍ-TESES

 

 

 

Era noite, chovia, o sol raiava;

 

 

Elefantes pulando de galho em galho

 

 

E o frio, tal calor comunicava

 

 

Que de nada servia o agasalho.

 

 

 

 

 

Vindo do norte, o vento sul soprava,

 

 

Trazendo um cheiro horripilante;

 

 

Ouvia a voz de um mudo que falava,

 

 

Era o cadáver de um morto agonizante.

 

 

 

 

 

Um homem velho em plena juventude,

 

 

Com uma careca enorme e cabeluda,

 

 

Morrera enfermo, cheio de saúde,

 

 

Sorrindo à toa de expressão suicida.

 

 

 

 

 

Aconcheguei-me e perguntei-lhe admirado:

 

 

"Quanto tempo estás aqui, neste lugar?"

 

 

Silêncio...vejam só que malcriado!

 

 

O defunto teimava em não falar.

 

 

 

 

 

Fiquei fulo de raiva. Minha face

 

 

Enrugou-se, esticando-se demais.

 

 

Ninguém passava ali, mas se passasse,

 

 

Passava adiante, andando para trás.

 

 

 

 

 

Calmamente perdi a paciência,

 

 

Tive vontade de meter-lhe um murro.

 

 

De mansinho, gritei com violência:

 

 

"Levanta-te do chão, defunto burro!"

 

 

 

 

 

Nesse instante, parece até mentira,

 

 

O MORTO-VIVO exclamou de mau humor:

 

 

"Deixa-me, daqui ninguém me tira,

 

 

Na sepultura, uf! Que calor!"

 

 

 

 

 

Valente como sou, já quis gritar,

 

 

Porém, mudei de idéia num instante.

 

 

E, ao longe, num boteco fui buscar

 

 

Um refresco para um morto agonizante.

 

 

 

 

 

Cheguei cedo demais, já era tarde

 

 

Todo encolhido, no seu porte altivo,

 

 

O valente cadáver, que covarde!

 

 

Morrera, estava morto o MORTO-VIVO!

 

 

 

 

 

Tomei um susto que até fiquei mudo,

 

 

Gritei tão baixo que nem sequer ouvi;

 

 

Fiquei cego e vendo aquilo tudo,

 

 

Vendo o morto morrer, também morri.

 

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A arte de perder - Elizabeth Bishop

 

 

 

“A arte de perder não é nenhum mistério;

 

Tantas coisas contêm em si o acidente

 

De perdê-las, que perder não é nada sério.

 

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,

 

 

 

A chave perdida, a hora gasta bestamente.

 

A arte de perder não é nenhum mistério.

 

Depois perca mais rápido, com mais critério:

 

Lugares, nomes, a escala subseqüente

 

 

 

Da viagem não feita. Nada disso é sério.

 

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero

 

Lembrar a perda de três casas excelentes.

 

A arte de perder não é nenhum mistério.

 

 

 

Perdi duas cidades lindas. E um império

 

Que era meu, dois rios, e mais um continente.

 

Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

 

 

 

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente

 

que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.“

 

 

 

Elizabeth Bishop foi uma poetisa norte-americana que viveu no Brasil por 20 anos e aqui desenvolveu a parte mais importante de sua obra. Viveu um amor escandaloso e problemático com uma brasileira chamada Lota. Traduziu para o inglês muitos poetas brasileiros (Drummond, entre eles) e foi considerada, no seu tempo, a grande autoridade americana nos assuntos relacionados à cultura brasileira, como música, literatura e outras artes. Acima, postei o poema dela que mais gosto - neste poema ela fala da perda de forma banal (faz parte de sua obra a ausência de auto-compaixão). Se puderem, leiam outras poesias desta autora.

 

 

 

Abraços.

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 SERIA TÃO DIFERENTE
   (parte I)

Seria tão diferente
Se os sonhos que a gente gosta
Não terminassem tão de repente<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Seria tão diferente
Se os bons momentos da vida,
Durassem eternamente...

Seria tão diferente
Se a gente que a gente gosta,
 gostasse um pouco da gente..

Seria tão diferente
Se quando a gente chorasse,
Fosse sempre de contente...

Seria tão diferente,
Se a gente que a gente ama,
Sentisse o que a gente sente...

Maria shy2006-8-7 11:28:5
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  • 2 weeks later...
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                 A pedra<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

O bruto a usou como projétil.

O empreendedor, usando-a, construiu.

O camponês, cansado da lida,

dela fez assento.

Para meninos, foi brinquedo.

Drummond a poetizou.

Já, David matou Golias ,

E Leonardo extraiu-lhe

a mais bela escultura...

E em todos esses casos,

a diferença não esteve na pedra,

mas sim, no homem!!!

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  • 3 weeks later...
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Ouse

 

"Ouse, ouse... ouse tudo!!

Não tenha necessidade de nada!

Não tente adequar sua vida a modelos,

nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.

 

Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.

Se você quer uma vida, aprenda ... 'a acontecê-la'!

 

Ouse, ouse tudo!

Seja na vida o que você é,

aconteça o que acontecer.

 

Não defenda nenhum princípio,

mas algo de bem mais maravilhoso:

algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"

 

[Louise von Salomé]

 

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  • 3 weeks later...
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Procura-se Um Amigo

(Vinicius de Moraes)

 

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

BJS Lucia2006-09-24 20:01:16

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TABACARIA

 

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, 15-1-1928

Madame Bovary2006-09-26 15:34:42
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                              Morre lentamente

"Pablo Neruda"

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não
ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem
não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do
hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não
conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o
negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos
olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da
sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de
iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não
responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Morre lentamente...

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  • 2 weeks later...
  • Members

 algm aih gosta do soneto de fidelidade? eh meu preferido..ateh decorei...

 

                         Soneto de Fidelidade

 

                                                       por Vinicius de Moraes

 

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e darramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contetentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, pôsto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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 Vinicius de Moraes eh td naum eh? amo ele...aih vai otra dle...

 

 

 Desalento

 

Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim
 


Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for
Por amor
Por favor
É pra ela voltar
 


Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu rodei
Que eu bebi
Que eu caí
Que eu não sei
Que eu só sei
Que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz a ela
Que eu entrego os pontos

 

 
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  Não acredito!!

hoje teve ginvana em minha escola e como desafio eles escolheram um funcionário para citar qquer poema.

 Adivinha qual recitaram ? "Soneto da fidelidade" 02

 

Soneto da Paz

O dia mais belo? Hoje.
A coisa mais fácil? Equivocar-se.
O obstáculo maior? O medo.
O erro maior? Abandonar-se.

A raiz de todos os males? O egoísmo.
A distração mais bela? O trabalho.
A pior derrota? O desalento.
Os melhores professores? As crianças.

A primeira necessidade? Comunicar-se.
O que mais faz feliz? Ser útil aos demais.
O mistério maior? A morte.
O pior defeito? O mau humor.

A maior satisfação? O dever cumprido.
A força mais potente do mundo? A fé.
As pessoas mais necessárias? Os pais.
A coisa mais bela de todas? O amor.

                                                                        Madre TeresaMaria shy2006-10-10 12:32:38
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 se algm tiver paciencia ou tmpo por favorrr...leia esse poema de Gonçalves Dias..eh maravilhoso...

 

 

Ainda uma vez, adeus


Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
                      II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!
                      III
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
                      IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
                      V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pôde o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!
                      VI
Nenhuma voz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias - bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mal sabes quanto lutei!
                      VII
Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
                      VIII
Devera, sim; mas pensava,
Que de mim t'esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T'esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu, quinhão de dor!
                      IX
Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!
                      X
Tudo, tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
"Ela é feliz (me dizia)
"Seu descanso é obra minha."
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!
                      XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
                      XII
Enganei-me!... - Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra.
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu'era...
E um louco fui, nada mais!
                      XIII
Louco, julguei adornar-me
Com palmas d'alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
C'o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.
                      XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!
                      XV
És doutro agora, e pr'a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
                      XVI
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
                      XVII
Adeus qu'eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!
                      XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos d'alma arrancados,
D'amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; - e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, - de compaixão.

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Afff! Esse foi arrasante! 10
Meu preferido, até agora... depois de "Metade" de Osvaldo Montenegro (já leu?)

CANÇÃO DO EXÍLIO

MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ,
AS AVES QUE AQUI GORJEIAM,
NÃO GORGEIAM COMO LÁ,
NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS,
NOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES,
NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA,
NOSSA VIDA MAIS AMORES.

EM CISMAR, SOZINHO À NOITE,
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ;
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ.


MINHA TERRA TEM PRIMORES,
QUE TAIS NÃO ENCONTRO EU CÁ;
EM CISMAR - SOZINHO, À NOITE -
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ,
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ

NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA,
SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ;
SEM QUE DESFRUTE OS PRIMORES
QUE EU NÃO ENCONTRO POR CÁ,
SEM QU’INDA AVISTE AS PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ.

                                                                                  Gonçalve Dias

 

 Eu sempre me lembro desse poema em épocas de eleições, sei lá pq... aff!
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Sonho Impossível
(J. Darion e M. Leigh / versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)


Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

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Eu gosto muito do Hina nacional:

 

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

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Olhos do meu Amor! Infantes loiros

Que trazem os meus presos, endoidados!

Neles deixei, um dia, os meus tesoiros:

Meus anéis, minhas rendas, meus brocados.

 

Neles ficaram meus palácios moiros,

Meus carros de combate, destroçados,

Os meus diamantes, todos os meus oiros

Que trouxe d'Além-Mundos ignorados!

 

Olhos do meu Amor! Fontes... cisternas...

Enigmáticas campas medievais...

Jardins de Espanha... catedrais eternas...

 

Berço vindo do Céu à minha porta...

Ó meu leito de núpcias irreais!...

Meu sumptuoso túmulo de morta!...

 

Florbela Espanca

tigomelo2006-10-16 16:23:16
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 mto lindo esse soneto Teus Olhos....smiley27   eu amo mto Cecília Meireles..soh naum amo ela mais q Vinicius de Moraes...           olha aih......

 

 

DE UM LADO CANTAVA O SOL

De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!

Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!
De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?

Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!

Acabou-se-me o jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim...

               Cecília Meireles

 

                                                                                
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 otras de Cecília Meireles.... :

 

"O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma."

 

 

 

4º Motivo Da Rosa (Cecília Meireles)

 

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

 

 

  Canção

 Cecília Meireles

 

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

 

                                             ahhhhh!!! lindasss!!!!  3d57
**N@!r@**2006-10-16 16:55:29
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Atendendo a pedidos... ( o cara declamando é demais!)

Metade

                                                    (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.

 

Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.

 

Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei.


Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção.


E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

 

 Lindo e intenso... afff! 10<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Maria shy2006-10-17 11:38:51
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Quando o assunto é poesia ,eu fico com o mais rock'n'roll dos poetas, Paulo Leminski:

 

 

LIMITES AO LÉU

 

 

POESIA: "words set to music" (Dante

via Pound), "uma viagem ao

desconhecido" (Maiakovski), "cernes e

medulas" (Ezra Pound), "a fala do

infalável" (Gothe), "linguagem

voltada para a sua propria

materialidade" (Jakobson),

"permanente hesitação entre som

e sentido" (Paul Valery), "fundação do

ser mediante a palavra" (Heidegger),

"a religião original da humanidade"

(Novalis), "as melhores palavras na

melhor ordem" (Coleridge), "emoção

relembrada na tranquilidade"

(Wordsworth), "ciência e paixão"

(Alfred de Vigny), "se faz com

palavras, não com ideias"

(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), "um

fingimento deveras" (Fernando

Pessoa), "criticism of life" (Mattew

Arnold), "palavra-coisa" (Sartre),

"linguagem em estado de pureza

selvagem" (Octávio Paz), "poetry is to

inspire" (Bob Dylan), "design de

linguagem" (Decio Pignatari), "lo

imposible hecho posible" (Garcia

Lorca), "aquilo que se perde na

tradução" (Robert Frost), "a liberdade

da minha linguagem" (Paulo

Leminski)...

 

 

Paulo Leminski

 

 

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