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Poesias


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De boca aberta

 

 

 

Em nossas brigas não voam televisões,

 

nem há corporais agressões:

 

o verbo é a flecha que nos perfura

 

mesmo nos tempos e modos que a gente se censura.

 

Trocamos o costumeiro texto sacana

 

por verborrágica luta insana

 

e, se alguém se sente em desvantagem,

 

apela pra figuras de linguagem,

 

misturando metáforas, pleonasmos,

 

com licenças poéticas, no orgasmo

 

ao medirem forças dois titãs.

 

Até que já sem fala, de manhã,

 

mais sedentos que famintos, como taças

 

nos bebemos um ao outro, extasiados

 

de repente sem palavras, embrigados,

 

(eis que a língua se enrola, a gramática falha),

 

nos lambemos em nossa cama de batalha,

 

onde desejos e tesões explodem atômicos

 

em delírios guturais, gozando afônicos.

 

 

 

Urhacy Faustino

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Paixão Endemoinhada

Paixão indemoniada
Eu não sei de onde veio
Céu inferno ou do alem
Mas não importa nada disso
Ate não importa nem por quem
O que vale e o prazer
Não importa nada disso
Ate não importa nem por quem
Pois o importante e ter 

Paixão indemoniada
Eu não sei de onde veio
Céu inferno ou do alem
Mas não importa nada disso
Ate não importa nem por quem
Simplesmente previna se bem
O resto você sabe

 

E pra mim ta tudo bem

Paixão indemoniada
Eu não sei de onde veio
Céu inferno ou do alem
Mas não importa nada disso
Ate não importa nem por quem
Olhe a seu redor
Selva de concreto armado

Nada disso lhe assusta
Será que você sabe ser amado

Paixão indemoniada
Meu império e o prazer
O teu a satisfação
Então faremos uma troca
Uma troca meu irmão

Paixão indemoniada
Meu império e o prazer
O teu e a satisfação
O meu nome você sabe
E o seu eu sei também

 

Paixão indemoniada
Sexo e amor
São coisas diferentes
Como a água e o bendito vinho
Por isso seja ardente
E tenha uma eternidade fervente

 

Paixão indemoniada
Medo, medo, medo
Medo porque,
Scare,scare,scare,
Scare what you have
Medo de tudo , medo de nada
Medo de viver, medo de morrer
Medo, medo, medo
Medo porque ?
Medo, medo, medo
Medo de que ?
Medo da blasfêmia ou do Juízo final
Medo de que ?
Medo de Deus ou medo do Demônio
Paixão indemoniada e medo...

 

 

 By the way,  é " in love ", digitei errado...afff! 08.
Maria shy2007-04-14 08:18:02
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 Pq ontem foi o dia do beijo...  né, Movio?! 0803

 

 

 "BEIJO"

 

“ O melhor beijo é o beijo desejado,
o beijo que me completa,
o beijo da minha forma adequada,
o beijo com o sabor de desejo,
na flor da minha pele,
o beijo da minha vontade,
o beijo que faz o meu pensamento,
o beijo que faz a minha boca e seu corpo querer um novo beijo outra vez e mais outra vez.
O melhor beijo é o beijo sem tempo,
o beijo de longa duração ou de pouca duração,
um beijo de vinte segundos ou de vinte minutos,
isto não importa.
O tempo não conta,
enquanto se beija, o tempo para, o tempo freia.
E nesta inércia do tempo,
só sinto a louca vontade do outro.
Sinto a outra língua que de encontro,
com a minha faz um passeio suave e excitante umedecendo minha alma.
Sinto a língua que viaja dos dentes ao céu da boca.
Sinto a língua que acarinha os meus lábios.

A língua e a língua...
A língua que me roça,
Que me percorre, que me navega ..."

 

Euler de Moura Câmara

 
Maria shy2007-04-14 08:59:32
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E tem coisa melhor que beijo da pessoa amada?

 

Nua

Porque me despes completamente
sem que eu nem perceba...
E quando nua
por incrível que pareça
sou mais pura...
Porque vou ao teu encontro
despojada de critérios...
liberto os mistérios
sem perder o encanto
do prazer...
Porque
quando nua
sou única
e exclusivamente
tua...

 

                                                                                           Isabel Machado
Moviolavideo2007-04-14 15:11:20
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Kika está "in love"... afff!13.gif13.gif03.gif03.gif   



A Kika também?! Esta eu não sabia.
Quem é o pombinho da Kika?03.gif


Quando eu estiver "in love"....avisarei...e com o    maior prazer 03.gif05.gif01.gif02.gif
Vcs serão os primeiros a saber...03.gif

 

 Já fizeram isso por vc:

 

 Pergunta: Qual pessoa você tentaria conquistar no fórum?

Resposta: Kikas

Ass: Big One
Maria shy2007-04-15 00:06:57
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Mariana das sete saias

 

 

 

Sete saias tem Mariana

 

e um emprego em Miraflores

 

viveu ontem de recados

 

mas hoje vive de amores

 

 

 

sete carros vão chegando

 

pelas tardes de Belém

 

com sete homens que a beijam

 

entre Sintra e o Cacém

 

 

 

não tenho amores

 

nem tenho amantes pois

 

quantos amados não sei

 

tenho alguns amadores

 

olha para mim

 

lá na terra onde morei

 

escutava

 

pela rádio o folhetim

 

 

 

sete saias tem Mariana

 

à noite no Parque Mayer

 

dança bolero em dó menor

 

ali num cantinho qualquer

 

 

 

"ai de mim" – diz Mariana

 

se um dia amor me faltar

 

ao almoço eu já não como

 

e como menos ao jantar

 

 

 

não tenho amores

 

nem tenho amantes pois

 

quantos amados não sei

 

tenho alguns amadores

 

e sustento dois

 

lá na terra onde morei

 

sem trabalho

 

que é da vida p´ra depois

 

 

 

sete saias tem Mariana

 

nesta roda de contraste

 

a tua vida serve bem

 

aqueles que nunca amaste

 

 

 

Mariana das sete saias

 

se sopra o vento suão

 

deixas de ser uma almofada

 

entre o mandado e o mandão

 

 

 

cai-te essa flor do cabelo

 

e amores do coração

 

 

 

Kikas2007-04-16 17:58:44

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Aos pombinhos que namoram na grande rede!

 

Vida e poesia

A lua projetava o seu perfil azul
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.
Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
– Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores
Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinação estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor.

 

                                                                                      Vinícius de Morais

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Delírio

 

 

 

Nua, mas para o amor não cabe o pejo

 

Na minha a sua boca eu comprimia.

 

E, em frêmitos carnais, ela dizia:

 

– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

 

 

 

Na inconsciência bruta do meu desejo

 

Fremente, a minha boca obedecia,

 

E os seus seios, tão rígidos mordia,

 

Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

 

 

 

Em suspiros de gozos infinitos

 

Disse-me ela, ainda quase em grito:

 

– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

 

 

 

No seu ventre pousei a minha boca,

 

– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,

 

Moralistas, perdoai! Obedeci....

 

 

 

 

 

Olavo Bilac

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Canção do exílio

 

 

 

 

 

 

 

Minha terra tem palmeiras,

 

Onde canta o Sabiá;

 

As aves, que aqui gorjeiam,

 

Não gorjeiam como lá.

 

 

 

Nosso céu tem mais estrelas,

 

Nossas várzeas têm mais flores,

 

Nossos bosques têm mais vida,

 

Nossa vida mais amores.

 

 

 

Em cismar, sozinho, à noite,

 

Mais prazer eu encontro lá;

 

Minha terra tem palmeiras,

 

Onde canta o Sabiá.

 

 

 

Minha terra tem primores,

 

Que tais não encontro eu cá;

 

Em cismar –sozinho, à noite–

 

Mais prazer eu encontro lá;

 

Minha terra tem palmeiras,

 

Onde canta o Sabiá.

 

 

 

Não permita Deus que eu morra,

 

Sem que eu volte para lá;

 

Sem que disfrute os primores

 

Que não encontro por cá;

 

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

 

Onde canta o Sabiá.

 

 

 

 

 

Gonçalves Dias

 

 

 

 

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......ahhhhh... Kikas tah in love??...q bonitinhuu....06

 

 

 

                              AS DUAS FLORES

 
São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.


Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.


Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.


Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

 

Castro Alves

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Versos Íntimos

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera -

Foi tua companheira inseparável!

 

Acostuma-te a lama que te espera!

O Homem, que nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

 

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

 

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja esta mão vil que te afaga,

Escarra nesta boca que te beija!

 

Augusto dos Anjos
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Soneto do Amor Total

 

Amo-te tanto, meu amor.... não cante

O humano coração com mais verdade....

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.

 

Amo-te afim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

 

Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.

 

E de te amar assim, muito e amíude

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

 

Vinícius de Moraes
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Xi! fez ela com alegre gargalhada

 

 

 

Seja meu bezerro e minha mamada

 

Meu pequeno chorão com gana

 

E toda alegria que meu corpo reclama

 

Meu doce rapaz, solitária ceia

 

Homem algum amei esta semana

 

Como é bom ver sua cara feia.

 

 

 

Ele disse: minha alegria e minha queixa

 

minha sopa de carneiro, meu doce de ameixa

 

Não seja dura com seu Joãozinho

 

Tenha coração quente e não mauzinho

 

Seu pescoço branco como osso de baleia

 

faz uma ereção no meu pintinho

 

Você quebre meu coração e meus ossos incendeia.

 

 

 

William Dumbar

 

 

 

 

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Esta poesia ofereço aos enamorados e apaixonados Mari Shy e Tensor.

 

 

 

TATUAGEM

 

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava

Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço

Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva

Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes

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Metade

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

 

Ganhei esse poema a um ano de uma pessoa especial...02
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Adeus
Eliene

Não quero<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><?:NAMESPACE PREFIX = O />


Banhar o meu sorriso
Nas lágrimas da tua dor
Refletir minha alegria
Nos teus olhos sem cor

Ainda quero

 

Tocar a sua mão

Sentir teu coração
Admirar os teus cabelos
Ouvir os teus apelos


Dizer que o antigo amor

Não morreu, ainda existe

Mudou, ainda há a dor

Mas é intenso e  resiste

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Delírio

 

 

 

Nua, mas para o amor não cabe o pejo

 

Na minha a sua boca eu comprimia.

 

E, em frêmitos carnais, ela dizia:

 

– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

 

 

 

Na inconsciência bruta do meu desejo

 

Fremente, a minha boca obedecia,

 

E os seus seios, tão rígidos mordia,

 

Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

 

 

 

Em suspiros de gozos infinitos

 

Disse-me ela, ainda quase em grito:

 

– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

 

 

 

No seu ventre pousei a minha boca,

 

– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,

 

Moralistas, perdoai! Obedeci....

 

 

 

Olavo Bilac

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O insecto

 

 

 

Das tuas ancas aos teus pés

 

quero fazer uma longa viagem.

 

 

 

Sou mais pequeno que um insecto.

 

 

 

Percorro estas colinas,

 

são da cor da aveia,

 

têm trilhos estreitos

 

que só eu conheço,

 

centimetros queimados,

 

pálidas perspectivas.

 

 

 

Há aqui um monte.

 

Nunca dele sairei.

 

Oh que musgo gigante!

 

E uma cratera, uma rosa

 

de fogo humedecido!

 

 

 

Pelas tuas pernas desço

 

tecendo uma espiral

 

ou adormecendo na viagem

 

e alcanço os teus joelhos

 

duma dureza redonda

 

como os ásperos cumes

 

dum claro continente.

 

 

 

Para teus pés resvalo

 

para as oito aberturas

 

dos teus dedos agudos,

 

lentos, peninsulares,

 

e deles para o vazio

 

do lençol branco

 

caio, procurando cego

 

e faminto teu contorno

 

de vaso escaldante!

 

 

 

 

 

Pablo Neruda

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