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Forum Cinema em Cena

Poesias


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Um susto de homem me atropelou

 

 

 

Um susto de homem me atropelou.

 

Que surpresa!

 

Tinha no peito um ninho

 

Gosto de canela e vinho

 

E eu tive até pudor!

 

Príncipe encantado tarado

 

Mais calor que um reator.

 

Profético trepântico,

 

Libertou minha energia

 

Foi em cósmica orgia

 

Que a gente namorou.

 

 

 

Débora Duarte

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Homo infimus

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Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O Universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!

O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omega
Amarguram-te. Hebdômadas hostis
Passam... Teu coração se desagrega,
Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!

Fruto injustificável dentre os frutos,
Montão de estercorária argila preta,
Excrescência de terra singular.

Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: — o de chorar!

 

Augusto dos Anjos

 

(ele é o melhor...)

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Um olhar...

 

 

 

Um olhar...

 

tudo foi fotografado.

 

Trago ainda na pele

 

o rastro do teu afago.

 

Meu seio,

 

qual monte de feno,

 

onde deitavas

 

a sonhar sereno.

 

Guardo nas entranhas

 

tuas impressões digitais.

 

Esquecê-las? Jamais...

 

Nos lábios,

 

o calor de uma febre terçã,

 

como o derradeiro beijo

 

de Camille em seu Rodin.

 

 

 

Kátia Cerbino

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Não é poesia, mas é uma linda música.

 

 

 

Pink Floyd - Mother (tradução)
Roger Walters - Tradução: Gabriel Pasini Miranda

Mãe

 

Mãe você acha que eles largarão a bomba?

Mãe você acha que eles gostarão da música?

Mãe você acha que eles tentarão me encher o saco?

Mãe eu deveria construir um muro?

Mãe eu deveria me candidatar para presidente?

Mãe eu deveria confiar no governo?

Mãe eles vão me colocar na linha de fogo?

Mãe eu estou mesmo morrendo?

Acalme-se agora filhinho não chore

Mamãe vai tornar todos os seus

Pesadelos realidade

Mamãe vai colocar todos seus medos em você

Mamãe vai manter você bem aqui

Sob sua asa

Ela não vai deixar você voar mas poderá deixá-lo

cantar

Mamãe vai manter o filhinho quente e confortável

Ooooh Querido Ooooh Querido Ooooh Querido

É claro que a mamãe vai ajudá-lo a construir o muro

 

Mãe você acha que ela é boa o bastante para mim?

Mãe você acha que ela é perigosa para mim?

Mãe você acha que ela vai arrasar seu garotinho?

Mãe ela vai partir o meu coração?

 

Acalme-se agora filhinho, filhinho não chore

Mamãe vai checar todas as suas namoradas para você

Mamãe não vai deixar nenhuma pessoa suja se safar

Mamãe vai esperar até você chegar

Mamãe sempre vai descobrir onde

Você esteve

Mamãe vai manter seu filhinho limpo e saudável

Ooooh Querido Ooooh Querido Ooooh Querido

Você vai sempre ser o filhinho da mamãe

Mamãe, precisava ser tão alto?

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No conjugar amor

 

 

 

Descobrimos coisas

 

      que ninguém mais sabe

 

 

 

Coisas diversas do saber comum.

 

 

 

      A transfusão que existe no beijar

 

      quando a ternura é líquida

 

 

 

      E a transparência

 

      opaca

 

      do suor

 

      quando o amor é feito

 

 

 

      E o jeito que nos fica

 

      de namorar o corpo

 

 

 

      E o exagero em tudo que se diz

 

      nas juras repetidas

 

 

 

Descobrimos coisas

 

      que ninguém mais sabe

 

      e que aprendemos juntas.

 

 

 

Manuela Amaral

 

 

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O amor em linguagem de computador

 

 

 

Percorro com os dedos o teclado

 

e acaricio nele a tua pele

 

que imagino morena e macia.

 

 

 

Envolvo com o olhar o monitor aceso

 

e aprocuro aí os teus olhos

 

que suponho escuros e ardentes.

 

 

 

Passeio com o rato no tapete

 

e sinto os teus lábios no meu corpo,

 

vagarosamente deslizando

 

e deixando nele o sabor que imagino em ti.

 

 

 

Maria Carlos Loureiro

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Esse Poema é para o Mi...especial de niver

 

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Procura-se um amigo

 

 

 

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

 

 

 

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

 

 

 

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

 

 

 

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ouvir Estrelas

Ora ( direis ) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto 

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

 Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

 E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas

 

(Olavo Bilac)

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A cerimônia da insistência

 

 

 

Não consigo perdoar nem a ti nem a vida

 

Por negarem-me a oportunidade

 

De descobrir em teu corpo

 

Todo o mistério do universo...

 

 

 

Por que não pude beijar teus seios

 

Fontes de amor e vida?

 

Por que não pude beijar tua alma

 

Pela janela da tua feminilidade?

 

Por que não pude sentir por dentro

 

O mais recôndito do teu corpo

 

Mesmo que fosse por entre fios de látex?

 

 

 

Negar a realização do amor que nos bate à porta

 

É crime de lesa-natureza...

 

E tu serás cobrada por essa recusa

 

Quando perceberes que as efêmeras paixões

 

Que hoje te animam o ser

 

São apenas pálidos reflexos

 

Do que podias Ter e recusaste.

 

 

 

Por causa de tua negativa

 

As estrelas se quedaram silentes;

 

A lua ficou triste, encabulada;

 

O sol amanheceu constrangido.

 

 

 

Toda a natureza sentiu-se negada

 

Pela simples volição de uma mortal!

 

Que poder é esse que o Homem tem

 

De negar o Ser, de recusar-se a criar?

 

 

 

Que poder é esse que te foi dado

 

De negares a realização do amor?

 

Já pensaste que tu poderás querer

 

(e não Ter)

 

justamente o amor que te foi oferecido

 

e que tu simplesmente recusaste?

 

 

 

A tua recusa constrangeu todo o Olimpo

 

Aliás, dos deuses gregos aos romanos

 

De Eros a Afrodite...

 

Deixaste desconcertado o Cupido

 

Profanaste o altar de Vênus.

 

 

 

Mas podes crer que Zeus

 

Que jamais permitiu tanta soberba

 

De uma simples mortal (embora linda)

 

Vai cunhar em etéreas plagas

 

A sentença que encimará tua imagem de mulher

 

E a de todas iguais a ti:

 

"Aqui jaz, neste corpo de mulher

 

o amor estéril que não se pode realizar..."

 

 

 

E esta será tua sina: Ensinar a todas as mulheres

 

Que ao amor não se pode nada negar.

 

 

 

Nelson Castelo Branco Eulálio

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As portas do meu cofre

Insensata alma
às vezes presa por um fio
A conviver interpretar
como quizer
a luta e o delírio de morar
num corpo
que respira que se inspira
E permanece assim
calado
Como que a temer
os seus escritos
seu papel
algum teclado

E o desafio de morar
num bicho
um ente
que não retoca seus
segredos
[só os sente]

Em tolas gotas
de um secreto mal de amor

Que vivem presas
muito mais por que
trancaram-se
as portas de seu cofre
Do que por desistir
ou esquecer
de ter sonhado

Com o fascínio
e o sabor de certo
beijo
tom carmim

Que já não está
em tua boca

[cor marfim]

 

Eliana Mora
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Em meu corpo <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Sinto em meu corpo
sua língua.
Que me arde feito fogo
E mesmo que eu não queira
me induz a  jogar  o seu jogo

Me entorpece os sentidos,
abafa-me os gemidos
até provocar o meu gozo.

Que poder é esse?
Que sedução devassa é essa
que sinto sempre
que você me abraça?

 E quando entregue
aos nossos devaneios
sentindo em meu corpo
os seus meneios,
nada mais importa.

Abrimos do desejo
as portas, simplesmente
porque você é meu pecado
e eu...

 


Asta Vonzodas

 

 

 

Affff! 1308

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  • Members

A uma mulher amada

 

 

 

Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!

 

Quem goza o prazer de te escutar,

 

quem vê, às vezes, teu doce sorriso.

 

Nem os deuses felizes o podem igualar.

 

 

 

Sinto um fogo sutil correr de veia em veia

 

por minha carne, ó suave bem-querida,

 

e no transporte doce que a minha alma enleia

 

eu sinto asperamente a voz emudecida.

 

 

 

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.

 

Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;

 

E pálida e perdida e febril e sem ar,

 

um frêmito me abala... eu quase morro ... eu tremo.

 

 

 

Safo

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Beijo

Beijo partido de vidro
incandescente.
De cores escorridas
e pincéis sujos.
Beijo de papel branco
No canto jogado.
Beijo cheio de ausências,
de cortes e dores,
De braços cansados.
Beijo de caminho sem volta,
de quarto vazio.
Beijo sem boca,
Sem corpo, sem custo.
Beijo no claro e vazio da minha alma
Que se solta...
Calma.

 

Silvia Brito
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ahn, vale música então?

ok... Echoes - Pink Floyd

Lá no alto o albatróz pára imóvel no ar
E bem debaixo de ondas agitadas
Em labirintos das cavernas de corais
O eco de uma maré distante
Vem projetar-se sobre a areia
E tudo é verde e submarino
E ninguém nos apresentou á terra
E ninguém sabe o “onde” e o “por quê”
Porém alguma coisa encara
Alguma coisa tenta
E começa a escalar em direção a luz

Estranhos que passam na rua
Por ventura dois olhares separados se encontram
E eu sou você e o que eu vejo sou eu
E eu pego você pela mão
E te conduzo pela terra
E ajude-me a entender o melhor possível
E ninguém nos chama para a terra
E ninguém passa por lá vivo
E ninguém fala
E ninguém tenta
E ninguém voa ao redor do sol

E agora este é o dia da sua queda
Sobre meus olhos acordados
Convidando e me incitando a levantar
E através da janela na parede
Atravessam em raios de luz solar
Um milhão de embaixadores brilhantes da manhã
E ninguém canta para mim canções de ninar
E ninguém me faz fechar os olhos
Por isso eu abro as janelas totalmente

 

10

 

... tem tantas letras maravilhosas deles...
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Razões de amor...

 

 

 

Gosto desse teu ar tristonho,

 

desse olhar de melancolia,

 

mesmo nos momentos de prazer e de sonho,

 

ou nos instantes de amor e de alegria...

 

 

 

Gosto dessa tua expressão de ternura

 

tão suave e feminina,

 

desse olhar de ventura

 

com um brilho úmido a luzir num profundo langor...

 

Desse teu olhar de meiguice que me cativa e domina,

 

tu que dás sempre a impressão de quem precisa

 

de proteção e amor...

 

 

 

Desse teu ar de menina, desse teu ar

 

que te faz mais mulher

 

ao meu olhar...

 

 

 

Gosto de tua voz, tranqüila, do tom manso

 

com que falas, como se acariciasses

 

até as palavras que dizes;

 

de tua presença, que é assim como um quieto remanso,

 

um pedaço de sombra onde me abrigo

 

quando somos felizes...

 

 

 

Gosto desse teu jeito calmo, sossegado,

 

com que te encostas em meu peito

 

e te deixas ficar

 

entre ternuras e embaraços,

 

como se tudo ficasse, de repente, parado,

 

e teu mundo pudesse ser delimitado

 

pelos meus braços...

 

 

 

Gosto de ti assim, pequenina, macia,

 

quando te aperto contra mim e te sinto

 

minha

 

(inteiramente nua)

 

e tens um ar abandonado, como quem caminha

 

sonâmbula, por um estranho caminho

 

feito de céu e de lua...

 

 

 

II

 

 

 

Gosto de ti

 

desesperadamente:

 

dos teus cabelos de tarde

 

onde mergulho o rosto,

 

dos teus olhos de remanso

 

onde me morro e descanso;

 

dos teus seios de ambrósias,

 

brancos manjares trementes

 

com dois vermelhos morangos

 

para as minhas alegrias;

 

 

 

de teu ventre – uma enseada

 

– porto sem cais e sem mar –

 

branca areia à espera da onda

 

que em vaivém vai se espraiar;

 

de teus quadris, instrumento

 

de tantas curvas, convexo,

 

de tuas coxas que lembram

 

as brancas asas do sexo;

 

 

 

– do teu corpo só de alvuras

 

– das infinitas ternuras

 

de tuas mãos, que são ninhos

 

de aconchegos e carinhos,

 

mãos angorás, que parecem

 

que só de carícias tecem

 

esses desejos da gente...

 

 

 

Gosto de ti

 

desesperadamente;

 

 

 

gosto de ti, toda, inteira

 

nua, nua, bela, bela,

 

dos teus cabelos de tarde

 

aos teus pés de Cinderela,

 

(há dois pássaros inquietos

 

em teus pequeninos pés)

 

– gosto de ti, feiticeira,

 

tal como tu és...

 

 

 

J. G. de Araújo Jorge

 

 

 

 

 

 

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Uma minha... se alguém ler...

 

      Delírios emocionais já são um alvo para minha morte<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

O amor pode se extinguir do meu corpo

Que é uma reles passagem para minha sorte

Que estará se livrando de todo o conforto

 

"Wizard of Love" never more

É como dizem que já acabou o amor

É como se referem ao que já está morto

E é assim que me sinto, estando a sós dentro de meu corpo

 

Ah, corpo, corpo meu...

E que nunca foi seu

São os delírios emocionais

Que tomam conta da minha cabeça louca

Não sou mais um ser apaixonado

Nem um ser desiludido

Sou um ser escorraçado

E um ser persuadido

 

Delírios emocionais são já um alvo para minha morte

Minha morte densa

Minha morte triste

Minha morte curta

Minha morte atenta... e já vou

E o delírio emocional persiste

O delírio emocional existe

E a morte existe também

 

"I wanna hold your hand", não?

Eu vou embora sem ter deixado saudades?

Não existe se quer uma caridade

Que faça cessar meus delírios emocionais

 

E estou aqui, triste, alegre, feliz...

Posso brincar com meu nariz

Podem me proibir de nascer

Mas não podem me proibir de morrer

Nem podem me proibir de ter delírios emocionais

Que eles chamarão de loucura ou de danos sentimentais

Mas já são um alvo para minha morte

05

e aí??
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Homenagem ao teu sexo

 

 

 

Quando nossos corpos se tocam

 

Mesmo por cima da roupa

 

Sinto o calor que vem do teu corpo

 

Misturando ao calor do meu

 

São gotas do suor

 

Gotas de quem esperou por esse momento

 

Agora, as roupas vão caindo

 

Revelando o sexo nervoso

 

Sexo endurecido

 

Sexo umedecido

 

Mãos que seguram sexo

 

Mãos que penetram sexo

 

Línguas que lambem

 

Sexo que arrepia

 

Sexos que se encontram

 

Enfim

 

Sexo que agasalha

 

Sexo que desbrava

 

Acabamos

 

Me deito sobre teus pêlos

 

Sinto o cheiro do meu sexo,

 

No teu

 

Sinto o teu cheiro misturado

 

Ao meu

 

Cheiro do gozo supremo

 

Cheiro do sexo

 

Que eu adoro

 

 

 

 

 

Zé do Neca

 

 

 

 

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POÉTICA

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. Diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintexes de exceção
Todos os rítmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo

Do resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e diferentes maneiras de agradar às mulheres etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo dos clows de Shakespeare

- Não quero o lirismo que não é libetação.

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Primeira vez

 

 

 

Como raios, carros riscam a rua.

 

Nua, a menina-mulher escuta

 

a luta dos motoristas embriagados,

 

animados pelo poder da velocidade.

 

 

 

"O que lhes falta é amor", pensa.

 

Intensa é a emoção que ela sente,

 

aparente calmaria; uma revolução disfarçada,

 

ligada à perda de uma fina película.

 

 

 

Criança recém-nascida para o amor,

 

a dor ela esquece para degustar do prazer

 

e sorver da paixão que lhe é oferecida:

 

bebida transcendente de sabor de êxtase.

 

 

 

Observa seu amante saindo do banheiro,

 

cujo cheiro de macho espalha-se pelo quarto

 

farto dos desejos ternos e ardentes

 

de serpentes recentemente entrelaçadas.

 

 

 

Ele se senta ao seu lado na cama-ninho

 

e vinho derrama em ambos os corpos,

 

agora copos de dionisíaca bebida,

 

sorvida pelas línguas às peles tocadas.

 

 

 

O momento é uma introdução para a repetição

 

à exaustão do novo exercício revelado.

 

Alado, Cupido voa pela janela satisfeito

 

pelo leito que fez ser bem aproveitado.

 

 

 

 

 

Gabriel Mallet Meissner

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BILHETE

 

Mario Quintana

 

 

 

Se tu me amas, ama-me baixinho

 

Não o grites de cima dos telhados

 

Deixa em paz os passarinhos

 

Deixa em paz a mim!

 

Se me queres,

 

enfim,

 

tem de ser bem devagarinho, Amada,

 

que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

 

 

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Kátia Cerbino   

 

 

 

 

 

Um olhar...

 

 

 

Um olhar...

 

tudo foi fotografado.

 

Trago ainda na pele

 

o rastro do teu afago.

 

Meu seio,

 

qual monte de feno,

 

onde deitavas

 

a sonhar sereno.

 

Guardo nas entranhas

 

tuas impressões digitais.

 

Esquecê-las? Jamais...

 

Nos lábios,

 

o calor de uma febre terçã,

 

como o derradeiro beijo

 

de Camille em seu Rodin.

 

 

 

Kikas2007-05-29 23:27:16

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