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Poesias


gold_walker
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060606

 

Uma poética definição de poesia:

 

"A poesia, por pouco que se queira descer em si mesmo,

interrogar sua alma, evocar suas lembranças de entusiasmo,

não tem outro objectivo a não ser ela mesma,

não pode ter outro,

e nenhum poema será tão grande,

 tão nobre,

 tão verdadeiramente digno do nome de poema,

quanto aquele que foi escrito

unicamente pelo prazer de escrever um poema"

 

Charles Baudelaire

 
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Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

 

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COME LIE WITH ME AND BE MY LOVE

 

 

Venha deitar comigo e ser meu amor

Amor minta comigo

Jaza aqui comigo

Ao pé do cipreste

No doce gramado

Onde o vento fenece

Onde o vento perece

Enquanto a noite marca passo

Venha deitar comigo

A noite toda comigo

E me beije até se fartar

E se farte de fazer amor

E deixe nossos eus falarem em par

Por toda a noite ao pé do cipreste

Sem fazer amor

**

Lawrence Ferlinghetti

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 Uai, Laurie! 01

 

Tudo o que quero ser
é tudo o que não sou
Deito tudo a perder
nunca sei para onde vou

Mas sei onde gostava de ir
pelo menos na imaginação
mas acabo sempre por fugir
da voz do meu coração

Mas porquê tanta inquietação?
Porquê tanto sofrimento?
Calem-se vozes da razão
deixem-me aproveitar o momento

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Sumi porque só faço besteira em sua presença,
 fico mudo quando deveria verbalizar,
digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar,

 faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro
 e isso não é o mais difícil de lidar,

pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar,
meu sumiço é covarde mas atento,
meio fajuto meio autêntico,

sumi porque sumir é um jogo de paciência,
ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado,
mas sumi para estar para sempre do seu lado,

A saudade fará mais por nós dois que nosso amor
 e sua desajeitada e irrefletida permanência.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Martha Medeiros

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You're My Best Friend

 

Words and music by John Deacon

 

 

Ooh you make me live

 

Whatever this world can give to me

 

It's you you're all I see

 

Ooo you make me live now honey

 

Ooo you make me live

 

 

 

Ooh you're the best friend that I ever had

 

I've been with you such a long time

 

You're my sunshine and I want you to know

 

That my feelings are true

 

I really love you

 

Oh you're my best friend

 

 

 

Ooo you make me live

 

 

 

Ooh I've been wandering round

 

But I still come back to you

 

In rain or shine

 

You've stood by me girl

 

I'm happy at home

 

You're my best friend

 

 

 

Ooo you make me live

 

Whenever this world is cruel to me

 

I got you to help me forgive

 

Ooo you make me live now honey

 

Ooo you make me live

 

 

 

You're the first one

 

When things turn out bad

 

You know I'll never be lonely

 

You're my only one

 

And I love the things

 

I really love the things that you do

 

You're my best friend

 

 

 

Ooo you make me live

 

 

 

I'm happy at home

 

You're my best friend

 

Oh you're my best friend

 

Ooo you make me live

 

You you're my best friend

 

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Ausência

Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão
 a mágoa de me veres eternamente exausta.
...
Não te quero ter
 porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim
 como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
 nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
 como nódoa do passado

Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face
da noite e ouvi a tua fala amorosa
...
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos
Mas eu te possuirei como ninguém
...<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

M.

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Noite fria, desprevenida

escuridão assustadora

uma lembrança atrevida

experiência aterradora

 

Calmas manhãs cinzentas

um despertar sonolento

memórias algo lentas

superam o atrevimento

...

Um raio de sol atrevido

tenta à terra descer

espírito destemido

até um dia morrer

...

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                 Silêncio

 

         próximos dias de silêncio
         permitido.
         expectativa
         resumida
         no sorriso que surge
         inesperadamente!!!!
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Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

Luis Fernando Verissimo

Kikas2008-11-29 19:41:14
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Motivo

 

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Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

 

Cecília Meirelles
MariaShy2008-11-30 06:24:03
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<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Alguns haikais de Jack Kerouac.  Tradução de Rodrigo Garcia Lopes

 

Na cadeira
Decidi chamar o Haiku
Pelo nome de Pop

 

Crepúsculo – pássaro
na cerca
Meu contemporâneo

 

Esses pássaros sentados
lá fora na cerca —
Todos vão morrer.


 

Noite perfeita de lua
arruinada
Por brigas de família

 

Grilos – gritam
por chuva –
Mais uma?

 

Os gatos, de cara
com alguma coisa nova,
Olhando na mesma direção

 

Lavando o rosto
com a neve
Sob a Ursa Menor

 

Perfeito círculo redondo
a lua
No centro do céu


 

Em toda parte além
da Verdade,
Azul do espaço vazio


 

O pássaro voou
e a distância ficou imensa-
mente branca

 


O mosquito, tão
sozinho quanto eu
Nessa casa vazia

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Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus exíguos
- Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos -

Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!

Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu'alma
Nua, nua, nua...

Manuel Bandeira

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Inconfesso Desejo <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

                                               (Carlos Drummond de Andrade)

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo

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Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Vinicius de Moraes

MariaShy2008-12-04 08:02:42
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No Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas

 Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

 

No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.

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Arrasou nos dois últimos, Laure !!<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Mar e lua

Amaram o amor urgente 
As bocas salgadas pela maresia 
As costas lanhadas pela tempestade 
Naquela cidade 
Distante do mar 
Amaram o amor serenado 
Das noturnas praias 
Levantavam as saias 
E se enluaravam de felicidade 
Naquela cidade 
Que não tem luar 
Amavam o amor proibido 
Pois hoje é sabido 
Todo mundo conta 
Que uma andava tonta 
Grávida de lua 
E outra andava nua 
Ávida de mar 

...

Chico Buarque de Hollanda

MariaShy2008-12-04 18:25:16
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Gracias, MariaShy. Coração 'preparado' para novas poesias.

 

 

DOR<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />


o mar agitado se acalma aos poucos...
as ondas gigantes vão diminuindo como um soluço no fim do choro convulsivo...
a dor suaviza
O tempo passa... e com ele a dor, o topor...
a solidão ainda é oportuna...
acalenta... abranda...
o sono vem tranqüilo
serena o espírito
mais um dia...
enfim...
sorriso de borboletas surgem...
ressurgem...

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“Não, tu não és sonho.

És a existência.

Tens carne, tens fadiga e tens pudor

No calmo peito teu.

Tu és a estrela sem nome.

És a morada, és a cantiga do amor

És luz, és lírio, namorada!

Tu és todo o esplendor.

O último claustro da elegia sem fim, anjo!

Mendiga do triste verso meu.”

(Vinicius de Moraes)

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