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Poesias


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Florbela Espanca


 

 

Sonhos


Ter um sonho, um sonho lindo,
Noite branda de luar,
Que se sonhasse a sorrir...
Que se sonhasse a chorar...


Ter um sonho, que nos fosse
A vida, a luz, o alento,
Que a sonhar beijasse doce
A nossa boca... um lamento...


Ser pra nós o guia, o norte,
Na vida o único trilho;
E depois ver vir a morte


Despedaçar esses laços!...
...É pior que ter um filho
Que nos morresse nos braços!

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Gosto de The Charge of the Light Brigade de Lord Tennyson. O poema

conta a história da cavalaria inglesa que na batalha de Balaclava,

durante a guerra da Criméia, foi obrigada a realizar um ataque suicida

contra as fortalezas russas devido à estupidez infinita dos comandantes.

 

 

 

 

 

Charge of the Light Brigade

 

 


Half a league onward,

All in the valley of Death

Rode the six hundred.

`Forward, the Light Brigade!

Charge for the guns!' he said:

Into the valley of Death

Rode the six hundred.

 

`Forward, the Light Brigade!'

Was there a man dismay'd?

Not tho' the soldier knew

Some one had blunder'd:

Theirs not to make reply,

Theirs not to reason why,

Theirs but to do and die:

Into the valley of Death

Rode the six hundred.

 

Cannon to right of them,

Cannon to left of them,

Cannon in front of them

Volley'd and thunder'd;

Storm'd at with shot and shell,

Boldly they rode and well,

Into the jaws of Death,

Into the mouth of Hell

Rode the six hundred.

 

Flash'd all their sabres bare,

Flash'd as they turn'd in air

Sabring the gunners there,

Charging an army, while

All the world wonder'd:

Plunged in the battery-smoke

Right thro' the line they broke;

Cossack and Russian

Reel'd from the sabre-stroke

Shatter'd and sunder'd.

Then they rode back, but not

Not the six hundred.

 

Cannon to right of them,

Cannon to left of them,

Cannon behind them

Volley'd and thunder'd;

Storm'd at with shot and shell,

While horse and hero fell,

They that had fought so well

Came thro' the jaws of Death,

Back from the mouth of Hell,

All that was left of them,

Left of six hundred.

 

When can their glory fade?

O the wild charge they made!

All the world wonder'd.

Honour the charge they made!

Honour the Light Brigade,

Noble six hundred!

 

Alfred, Lord Tennyson

 

 

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Gosto de The Charge of the Light Brigade de Lord Tennyson. O poema conta a história da cavalaria inglesa que na batalha de Balaclava' date=' durante a guerra da Criméia, foi obrigada a realizar um ataque suicida contra as fortalezas russas devido à estupidez infinita dos comandantes.


Charge of the Light Brigade

  [/quote']

Tem legenda?

 

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Já que citaram o Fernando Pessoa vou postar aqui um poema dele que gosto muito:

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

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Já que citaram o Fernando Pessoa vou postar aqui um poema dele que gosto muito:

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada' date='
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

[/quote']

Eu daria meu rabo pra esse cara, ele escreveu muito , mas eu sou muito mais Alberto Caeiro ele é fodaum, esse negocio de valorizar as sensações é bastante legal

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Já que citaram o Fernando Pessoa vou postar aqui um poema dele que gosto muito:

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada' date='
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

[/quote']

Eu daria meu rabo pra esse cara, ele escreveu muito , mas eu sou muito mais Alberto Caeiro ele é fodaum, esse negocio de valorizar as sensações é bastante legal

Mas que raios?!smiley36.gif

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Já que citaram o Fernando Pessoa vou postar aqui um poema dele que gosto muito:

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada' date='
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

[/quote']

Eu daria meu rabo pra esse cara, ele escreveu muito , mas eu sou muito mais Alberto Caeiro ele é fodaum, esse negocio de valorizar as sensações é bastante legal

Mas que raios?!smiley36.gif

É uma expressão !!!!!!!!!

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Tem que pegar o contexto' date=' porque ele deve usar

 

metáfora.

[/quote']

 

A metáfora nessa caso é relacionada com a tuberculose que o afligia. Na

 

época de Bandeira, quem tivesse turbeculose estava condenado a passar o

 

resto dos dias sozinho, sem fazer praticamente nada. Por isso o lance do

 

banho de mar, das prostitutas pra namorar...etc. Muito da poesia dele tem

 

esse tom meio "pesado" por conta da doença... smiley19.gif

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Saudade  (autoria desconhecida)

" Você sabe como é 

  Essa estória de saudade...

  Às vezes vem quando chove

  E aumenta na tempestade...

  A gente fica inútil,

  Num vazio sem fim,

  Procurando disfarçar,

  Até que um pingo de chuva

  Pinga nos olhos da gente

  E começa a escorregar. "

 

                                                                            dil.gif 

                                                                                            

**N@!r@**38753.614212963
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Eu daria meu rabo pra esse cara' date=' ele escreveu muito , mas eu sou muito mais Alberto Caeiro ele é fodaum, esse negocio de valorizar as sensações é bastante legal

[/quote']

Também gosto do Caeiro mas prefiro o Álvaro de Campos. Tabacaria é a melhor coisa que eu já li. Se não fosse tão grande postava aqui. Mas eu não daria meu rabo pra ninguém. (Foi mal, não resisti).

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Mais Pessoa:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)



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O amor dos homens<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Na árvore em frente

Eu terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos

Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar.

Acordarás feliz sob o lençol de linho antigo

Com um raio de sol a brincar no talvegue de teus seios

E me darás a boca em flor; minhas mãos amantes

Te buscarão longamente e tu virás de longe, amiga

Do fundo do teu ser de sono e plumas

Para me receber; nossa fruição

Será serena e tarda, repousarei em ti

Como o homem sobre o seu túmulo, pois nada

Haverá fora de nós. Nosso amor será simples e sem tempo.

Depois saudaremos a claridade. Tu dirás

Bom dia ao teto que nos abriga

E ao espelho que recolhe a tua rápida nudez.

Em seguida teremos fome: haverá chá-da-índia

Para matar a nossa sede e mel

Para adoçar o nosso pão. Satisfeitos, ficaremos

Como dois irmãos que se amam além do sangue

E fumaremos juntos o nosso primeiro cigarro matutino.

Só então nos separaremos. Tu me perguntarás

E eu te responderei, a olhar com ternura as minhas pernas

Que o amor pacificou, lembrando-me que elas andaram muitas léguas de mulher

Até te descobrir. Pensarei que tu és a flor extrema

Dessa desesperada minha busca; que em ti

Fez-se a unidade. De repente, ficarei triste

E solitário como um homem, vagamente atento

Aos ruídos longínquos da cidade, enquanto te atarefas absurda

No teu cotidiano, perdida, ah tão perdida

De mim. Sentirei alguma coisa que se fecha no meu peito

Como pesada porta. Terei ciúme

Da luz que te configura e de ti mesma

Que te deixas viver, quando deveras

Seguir comigo como a jovem árvore na corrente de um rio

Em demanda do abismo. Vem-me a angústia

Do limite que nos antagoniza. Vejo a redoma de ar

Que te circunda – o espaço

Que separa os nossos tempos. Tua forma

É outra: bela demais, talvez, para poder

Ser totalmente minha. Tua respiração

Obedece a um ritmo diverso. Tu és mulher.

Tu tens seios, lágrimas e pétalas. À tua volta

O ar se faz aroma. Fora de mim

És pura imagem; em mim

És como um pássaro que eu subjugo, como um pão

Que eu mastigo, como uma secreta fonte entreaberta

Em que bebo, como um resto de nuvem

Sobre que me repouso. Mas nada

Consegue arrancar-te à tua obstinação

Em ser, fora de mim – e eu sofro, amada

De não me seres mais. Mas tudo é nada.

Olho de súbito tua face, onde há gravada

Toda a história da vida, teu corpo

Rompendo em flores, teu ventre

Fértil. Move-te

Uma infinita paciência. Na concha do teu sexo

Estou eu, meus poemas, minhas dores

Minhas ressurreições. Teus seios

São cântaros de leite com que matas

A fome universal. És mulher

Como folha, como flor e como fruto

E eu sou apenas só. Escravizado em ti

Despeço-me de mim, sigo caminhando à tua grande

Pequenina sombra. Vou ver-te tomar banho

Lavar de ti o que restou do nosso amor

Enquanto busco em minha mente algo que te dizer

De estupefaciente. Mas tudo é nada.

São teus gestos que falam, a contração

Dos lábios de maneira a esticar melhor a pele

Para passar o creme, a boca

Levemente entreaberta com que mistificar melhor a eterna imagem

No eterno espelho. E então, desesperado

Parto de ti, sou caçador de tigres em Bengala

Alpinista no Tibet, monje em Cintra, espeleólogo

Na Patagônia. Passo três meses

Numa jangada em pleno oceano para

Provar a origem polinésica dos maias. Alimento-me

De plancto, converso com as gaivotas, deito ao mar poesia engarrafada, acabo

Naufragando nas costas de Antofagasta. Time, Life e Paris-Match

Dedicam-me enormes reportagens. Fazem-me

O "Homem do Ano" e candidato certo ao Prêmio Nobel.

Mas eis comes um pêssego. Teu lábio

Inferior dobra-se sob a polpa, o suco

Escorre pelo teu queixo, cai uma gota no teu seio

E tu te ris. Teu riso

Desagrega os átomos. O espelho pulveriza-se, funde-se o cano de descarga

Quantidades insuspeitadas de estrôncio-90

Acumulam-se nas camadas superiores do banheiro

Só os genes de meus tataranetos poderão dar prova cabal de tua imensa

Radioatividade. Tu te ris, amiga

E me beijas sabendo a pêssego. E eu te amo

De morrer. Interiormente

Procuro afastar meus receios: "Não, ela me ama..."

Digo-me, para me convencer, enquanto sinto

Teus seios despontarem em minhas rnãos

E se crisparem tuas nádegas. Queres ficar grávida

Imediatamente. Há em ti um desejo súbito de alcachofras. Desejarias

Fazer o parto-sem-dor à luz da teoria dos reflexos condicionados

De Pavlov. Depois, sorrindo

Silencias. Odeio o teu silêncio

Que não me pertence, que não é

De ninguém: teu silêncio

Povoado de memórias. Esbofeteio-te

E vou correndo cortar o pulso com gilete-azul; meu sangue

Flui como um pedido de perdão. Abres tua caixa de costura

E coses com linha amarela o meu pulso abandonado, que é para

Combinar bem as cores; em seguida

Fazes-me sugar tua carótida, numa longa, lenta

Transfusão. Eu convalescente

Começas a sair: foste ao cabeleireiro. Perscruto em tua face. Sinto-me

Traído, delinqüescente, em ponto de lágrimas. Mas te aproximas

Só com o casaco do pijama e pousas

Minha mão na tua perna. E então eu canto:

Tu és a mulher amada: destrói-me! Tua beleza

Corrói minha carne como um ácido! Teu signo

É o da destruição! Nada resta

Depois de ti senão ruínas! Tu és o sentimento

De todo o meu inútil, a causa

De minha intolerável permanência! Tu és

Uma contrafação da aurora! Amor, amada

Abençoada sejas: tu e a tua

Impassibilidade. Abençoada sejas

Tu que crias a vertigem na calma, a calma

No seio da paixão. Bendita sejas

Tu que deixas o homem nu diante de si mesmo, que arrasas

Os alicerces do cotidiano. Mágica é tua face

Dentro da grande treva da existência. Sim, mágica

É a face da que não quer senão o abismo

Do ser amado. Exista ela para desmentir

A falsa mulher, a que se veste de inúteis panos

E inúteis danos. Possa ela, cada dia

Renovar o tempo, transformar

Uma hora num minuto. Seja ela

A que nega toda a vaidade, a que constrói

Todo o silêncio. Caminhe ela

Lado a lado do homem em sua antiga, solitária marcha

Para o desconhecido – esse eterno par

Com que começa e finda o mundo – ela que agora

Longe de mim, perto de mim, vivendo

Da constante presença da minha saudade

É mais do que nunca a minha amada: a minha amada e a minha amiga

A que me cobre de óleos santos e é portadora dos meus cantos

A minha amiga nunca superável

A minha inseparável inimiga.

Ivy Walker2006-2-8 7:50:32
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Poeminha do Chaves

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bate como...

Chaves-  ...ponta de alicate.

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bata como...

Chiquinha-  ...caroço de abacati.

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bate como...

Chaves-  ...pano de alfaiate .

Kiko- Calem,-se, calem-se, calem-se, calem-se,     

Vcs me deixam LOUUUUUUUUUUCO!!!!!!!!!!!smiley7.gif

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  • 4 weeks later...
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WEITERE GRÜNDE DAFÜR,
DAS DIE DICHTER LÜGEN

Weil der Augenblick,
in dem das Wort GLÜCKLICH
ausgesprochen wird,
niemals der glückliche Augenblick ist.
Weil der Verdustende seinen Durst
nicht über die Lippen bringt.
Weil im Munde der ARBEITERKLASSE
das Wort Arbeiterklasse nicht vorkommt.
Weil, wer verzweifelt,
nicht Lust hat, zu sagen:
"Ich bin ein Verzweifelnder".
Weil Orgasmus und ORGASMUS
nicht miteinander vereinbar sind.
Weil der Sterbende, statt zu behaupten;
"Ich sterbe jetzt",
nur ein mattes Geräush vernehmen lässt,
das wir nicht verstehen.
Weil es die Lebenden sind,
die den Toten in den Ohren liegen
mit ihren Schreckensnachrichten.
Weil die Wörter zu spät kommen,
oder zu früh.
Weil es also ein anderer ist,
immer ein anderer,
der da redet,
und weil der,
von dem da die Rede ist,
schweigt.

 

POR QUE OS POETAS MENTEM:
MOTIVOS ADICIONAIS

Porque o momento em que a palavra FELIZ
é dita
nunca é o momento da felicidade.
Porque os lábios do sedento
não verbalizam sua sede.
Porque PROLETARIADO é uma palavra
que não passa pela boca do proletariado.
Porque a vítima do desespero
não tem vontade de dizer:
"Estou desesperado".
Porque orgasmo e ORGASMO
estão a mundos de distância.
Porque o moribundo,
em vez de anunciar
"estou morrendo", estertora apenas
um gemido baixo
e, para nós, incompreensível.
Porque são os vivos
que enchem o ouvido dos mortos
com suas notícias atrozes.
Porque as palavras sempre chegam
tarde demais ou demasiado cedo.
Porque é um outro,
sempre outro,
quem fala
e porque aquele de quem se fala
silencia.

(tradução de Nelson Ascher)

HANS MAGNUS ENZENSBERGER.

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Poeminha do Chaves

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bate como...

Chaves-  ...ponta de alicate.

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bata como...

Chiquinha-  ...caroço de abacati.

Kiko- Mamãe querida meu coração por ti bate como...

Chaves-  ...pano de alfaiate .

Kiko- Calem,-se, calem-se, calem-se, calem-se,     

Vcs me deixam LOUUUUUUUUUUCO!!!!!!!!!!!smiley7.gif

um dos melhores posts do topico.. tem umas poeisas ai q me dão ateh sono chego  enchergar meu professor de portugues jurassico do terceiro ano falando em camera lenta na tela do pc...

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  • 1 month later...
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DEFESA DOS LOBOS CONTRA OS CORDEIROS


deve o abutre se alimentar de flores?
o que exigis do chacal?
que ele mude de pele? e do lobo? que
ele mesmo limpe os dentes?
o que não apreciais
nos coronéis e nos papas?
o que vos deixa perplexos
na tela mentirosa?

quem irá então costurar para o general
a condecoração sanguinária em sua calça? quem
irá fatiar o capão diante do agiota?
quem irá ostentar orgulhoso a cruz-de-ferro
diante da barriga que ronca? quem
irá pegar a gorjeta, a soma,
a propina? há
muitos roubados, poucos ladrões; quem
então os aplaude? quem
lhes coloca a insígnia? quem
é ávido pela mentira?

vede no espelho: covardes,
que evitam a fadiga da verdade,
avessos ao aprender, o pensar
é deixado a critério dos lobos,
a coleira é vossa jóia mais cara,
nenhuma ilusão é tão estúpida, nenhum
consolo é tão barato, qualquer chantagem
ainda é para vós branda demais.

cordeiros, irmãs são
as gralhas, comparadas a vós:
cegais uns aos outros.
a irmandade reina
entre os lobos:
eles vão em bandos.

louvados sejam os predadores: vós,
convidativos ao estupro,
vos atirais sobre o leito negligente
da obediência. mentis e ainda
soltais ganidos. quereis
ser estraçalhados. vós
não mudais o mundo.

Enzensberger.

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