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Poesias


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Muito legal Vidoni!!05 

É passatempo ou vc faz algo do genero? [/quote']

 

Eu nunca tinha escrito um poema antes, nunca tinha tentado. Dai comecei a escrever pra uma pessoa especial e sei lá, gostei muito.

 

Esse dai eu tava pensando em escrever uma coisa, dai do nada me veio as primeiras frases na mente e fu indo sem saber como acabaria. Comecei pensando que seria de um jeito e acabou de outro, acho muito legal isso.

 

Dá-lhe Vidoni! 101010

Já tinha lido e gostado bastante de algo teu, uma resenha  "The Mist".

 

By the way, acho que tu começar a escrever frases e tudo se transformar num poema parece alquimia... aff!

Escrever pode ser angustiante ao mesmo tempo que vicia.[/quote']

 

08, legal que tu gostou do texto e do poema.

 

Você meio que matou a charada, é bem isso que disse mesmo.

 

E como o McClane disse, é muito bom escrever quando ta inspirado.

 

Tu nunca escreveu nada?

 

 

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Eu nunca tinha escrito um poema antes' date=' nunca tinha tentado. Dai comecei a escrever pra uma pessoa especial e sei lá, gostei muito.

Esse dai eu tava pensando em escrever uma coisa, dai do nada me veio as primeiras frases na mente e fu indo sem saber como acabaria. Comecei pensando que seria de um jeito e acabou de outro, acho muito legal isso.


 
[/quote']

 

Eu tb comecei a escrever pra alguem muito especial e consegui fazer uns. Mas minha musa inspiradora é ótima, poderia escrever paginas e paginas pensando nela!08

 

Mas sobre coisas ai ja nao consigo escrever nao17
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Neruda é sempre uma boa pedida para certas ocasiões:

É assim que te quero, amor,

 

assim, amor, é que eu gosto de ti,

 

tal como te vestes

 

e como arranjas

 

os cabelos e como

 

a tua boca sorri,

 

ágil como a água

 

da fonte sobre as pedras puras,

 

é assim que te quero, amada,

 

Ao pão não peço que me ensine,

 

mas antes que não me falte

 

em cada dia que passa.

 

Da luz nada sei, nem donde

 

vem nem para onde vai,

 

apenas quero que a luz alumie,

 

e também não peço à noite explicações,

 

espero-a e envolve-me,

 

e assim tu pão e luz

 

e sombra és.

 

Chegastes à minha vida

 

com o que trazias,

 

feita

 

de luz e pão e sombra, eu te esperava,

 

e é assim que preciso de ti,

 

assim que te amo,

 

e os que amanhã quiserem ouvir

 

o que não lhes direi, que o leiam aqui

 

e retrocedam hoje porque é cedo

 

para tais argumentos.

 

Amanhã dar-lhes-emos apenas

 

uma folha da árvore do nosso amor, uma folha

 

que há-de cair sobre a terra

 

como se a tivessem produzido os nosso lábios,

 

como um beijo caído

 

das nossas alturas invencíveis

 

para mostrar o fogo e a ternura

 

de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda

 

 

Vidoni2008-09-05 21:46:43

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"Eu te Amo...

e te amarei durante toda minha eternidade...

Te amarei nos seus gestos,

Te amarei no seu sorriso,

Te amarei na sua voz,

Te amarei no que você é!

Sim, eu te amarei em tudo...

No ar que respiramos,

num simples cântico dos pássaros,

no alvorecer, no crepúsculo,

na morte...

Eu te amarei no sol que explode sua luz para iluminar a Terra.

Te amarei nas chuvas que caem... Na vida... No fim...

E Nem mesmo o céu ou o inferno podem tirar esse sentimento de mim.

Sim, eu quero te amar,

Te amar nas minhas horas de tristezas,

pois sua lembrança só me traz alegrias...

Te amar quando a alegria chegar,

pois amor e alegria é a própria felicidade

e sou feliz enquanto te amo...

Sim, mesmo que em minha vida não exista trevas,

Quero te amar.

Mesmo que o amor se torne algo extinto,

Quero te amar.

Mesmo que a luz do mundo se acabe,

Quero te amar.

E somente a vontade de Deus

seria capaz de me tirar todo esse amor

que alimenta minha própria existência...

Você mora dentro de mim..."

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Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me deixes só.
Ainda não estou preparado para crescer
e aceitar que é natural
para reconhecer que tudo
tem um principio e tem um final.
Ainda não estou preparado para não ter-te
e somente recordar-te.
Ainda não estou preparado para não poder ouvir-te
ou não poder falar-te,
não estou preparado para que não me abraces
e para não poder abraçar-te.
Ainda te necessito
e ainda não estou preparado para caminhar
pelo mundo perguntando-me...porque?
Não estou preparado hoje nem nunca estarei.
Te necessito.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />


Pablo Neruda

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O teu riso

 

Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas não

me tires o teu riso.

 

Não me tires a rosa,

a lança que desfolhas,

a água que de súbito

brota da tua alegria,

a repentina onda

de prata que em ti nasce.

 

A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.

 

Meu amor, nos momentos

mais escuros solta

o teu riso e se de súbito

vires que o meu sangue mancha

as pedras da rua,

ri, porque o teu riso

será para as minhas mãos

como uma espada fresca.

 

À beira do mar, no outono,

teu riso deve erguer

sua cascata de espuma,

e na primavera, amor,

quero teu riso como

a flor que esperava,

a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.

 

Ri-te da noite,

do dia, da lua,

ri-te das ruas

tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro

rapaz que te ama,

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando meus passos vão,

quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas nunca o teu riso,

porque então morreria.

 

 

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Me ofereço

 

 

Não fiques abalada, nao se entregues à tristeza
As vezes surgem dores fortes, difíceis de suportar
Mas nada que seja para sempre
E chegara a hora que a dor vai amenizar
 
Nao gosto de ve-la triste
Meu sorriso some, constante fica minha preocupação
Pois sei que está ferida por dentro
Gostaria de fazer sumir o sofrimento do seu coração
 
Chore, grite, desabafe
Faça o que quiser para aliviar a dor
Saibas que estou ao seu lado
E só sairei depois que a tristeza se for
 
Lhe ofereço meu ombro
Para recostares e chorar
Ofereço minhas mãos
Para ao seu lado, te segurar
Lhe ofereço meu abraço
Para envolver-te e te confortar
Ofereço minha corpo e pensamento
Para em silencio te amparar
 
Mas se nao aguentares mais chorar, nem o pesar
Te ofereço meus olhos para remover tuas lagrimas para eles
Ofereço meu coração para roubar sua dor e deixar nele
Ofereço minha disposição para dividir o seu pesar
 
E se faltares palavras no processo
Meus olhos dirão mais que minha boca
Meus braços falarão mais que minha lingua
Te abraçarei fortemente
E falarei sem palavras, só com gestos e em nossas mentes

 

Te amo imensamente, profundamente

Ofereço-me para ajudar a suportar a dor

Para teu coração não ficar com tanto pesar

e teu sorriso voltar a brilhar.
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Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa especial, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?


Carlos Drumond de Andrade<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

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Linda, Shy!!10

 

 

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
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Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido...
Nenhuma mais, amor, dormira com meus sonhos...
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.
sempre viva. sempre sol... sempre lua...
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo...
teus olhos se fecharam como

duas asas cinzas, enquanto eu sigo a água
que levas e me leva.
A noite... o mundo... o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...

 

Pablo Neruda
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Os teus pés

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

Pablo Neruda

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E tudo mudou...

A Lycra virou stretch
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
Os halteres viraram bomba

Ninguém mais vê...

A tristeza, depressão
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A caneta virou teclado
O long play virou CD

É um filho, onde éramos seis
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo

O samba, pagode
O folclore brasileiro, halloween
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Elis ressuscitou em Maria Rita?

A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças


Luiz Fernando Verissimo





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Nunca manhã suave


Nunca manhã suave,
estendendo seus raios pelo mundo,
despois de noite grave,
tempestuosa, negra, em mar profundo,
alegrou tanta nau, que já no fundo,
se viu em mares grossos,
como a luz clara a mim dos olhos vossos.

Aquela fermosura
que só no virar deles resplandece,
com que a sombra escura
clara se faz, e o campo reverdece,
quando meu pensamento s'entristece,
ela e sua viveza
me desfazem a nuvem da tristeza.

O meu peito, onde estais,
e, para tanto bem, pequeno vaso;
quando acaso virais
os olhos, que de mim não fazem caso,
todo, gentil Senhora, então me abraso
na luz que me consume
bem como a borboleta faz no lume.

Se mil almas tivera
que a tão fermosos olhos entregara,
todas quantas tivera
polas pestanas deles pendurara;
e, enlevadas na vista pura e clara,
- posto que disso indinas – ,
se andaram sempre vendo nas mininas.

E vós, que descuidada
agora vivereis de tais querelas,
de almas minhas cercada
não pudésseis tirar os olhos delas;
não pode ser que, vendo a vossa antre elas,
a dor que lhe mostrassem,
tantas üa alma só não abrandassem.

Mas pois o peito ardente
üa só pode ter, fermosa Dama,
basta que esta somente,
como se fossem duas mil, vos ama,
para que a dor de sua ardente flama
convosco tanto possa
que não queirais ver cinza üa alma vossa.

                                     

                                     Camões

 
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Soneto XI

 

Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pelo,

e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,

não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,

busco o som líquido de teus pés no dia.

 

Estou faminto de teu riso resvalado,

de tuas mãos cor de furioso celeiro,

tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,

quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

 

Quero comer o raio queimado de tua beleza,

o nariz soberano do arrogante rosto,

quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

 

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo

buscando-te, buscando teu coração ardente

como um puma na solidão de Quitratúe.

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Quanto tempo ter posso amor de vida

Quanto tempo ter posso amor de vida
sem ver aquela luz alegre e bela
daqueles graciosos lindos olhos?
Se há-de ser muito, venha a morte,
e para sempre aparte deste corpo
a triste namorada, infelice alma.

Quando fizeste os olhos seus desta alma
a luz, a guia, a glória, a fama, a vida,
ordenaste que não vivesse o corpo
não vendo a vista amada linda e bela.
Pois como já me tarda tanto a morte,
se tanto há que não vejo os olhos belos?

Claros raios do sol, formosos olhos,
que as chaves ambas tendes da minha alma,
se não vos hei-de ver, leve-me a morte,
que morte é, sem vos ver, a própria vida.
E pois que não vos vendo a morte é bela,
não tenha uma hora mais de vida o corpo.

Vai-se sustendo na esperança o corpo
de tornar inda a ver-vos, doces olhos;
que, se não fora esta esperança bela,
a alma já o deixara e ele a alma.
Pois se vós dele e dela sois a vida,
que podem sem vós ter mais do que morte?

Vários modos sofrendo está de morte
entanto este mortal e triste corpo;
e, se temo perder de todo a vida,
é por temer perder-vos, lindos olhos.
Isto faz com que já de todo a alma
não se parta a buscar vida mais bela.

Serena luz, formosa, clara e bela,
que me dás juntamente vida e morte,
e pintaste com teus raios nesta alma
as raras perfeições do belo corpo!
'Té que te torne a ver, meus tristes olhos,
não haverá em mim gosto da vida.

Morte sem vós é vida, e morte a vida;
bela a tristeza nestes tristes olhos;
a alma carga pesada ao mortal.

 

                                                                                                          Camões
Kika2008-09-19 09:05:57
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  • Members

Mentiras

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família...

Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos...

Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim...

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua...

Eu vou publicar os seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria...

Calcanhoto

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Verdes são os campos

 

Verdes são os campos,

De cor de limão:

Assim são os olhos

Do meu coração.

 

Campo, que te estendes

Com verdura bela;

Ovelhas, que nela

Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes

Que traz o Verão,

E eu das lembranças

Do meu coração.

 

Gados que pasceis

Com contentamento,

Vosso mantimento

Não no entendereis;

Isso que comeis

Não são ervas, não:

São graças dos olhos

Do meu coração.

 

              Luís de Camões

 

 

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  • Members

Nuvens de Algodão

 

naquela aldeia da alma

 te imagino com todos os caprichos,

que são algodões querendo voar das mãos,

tomando os ares como quem bebe provisoriamente

imagens líquidas, partidas na saudade de ontem

.

desço as ruas contando pedras em Santa Rosa

e as somas dos bancos sentem a tua falta

dos romances que nunca li e daqueles censurados

coabitando nas águas rasas o infortúnio dos náufragos

.

esta vida mistura temperos de vinhos

para curar sem querer a saudade corrompida

se a paixão nunca resolvida vira a tela em avesso

nos olhos mais tristes como em Mme Bovary

 
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NÃO QUERO OUTRO AMOR

"Eu não quero outro amor; não quer a abelha
Um novo cetro se o primeiro cai;
Iramaia viúva nos desertos,
Peregrina chorando — a morte atrai.


Eu não quero outro amor; sou como o cervo
Que a raiz encontrou no jibatã;
Ali se abriga na floresta escura,
Lá viu-o a noite, e vê-lo-á a manhã.


Eu não quero outro amor; não quer a paca
Mais de um caminho, procurando o rio,
Ali a espera o caçador malvado,
Ali ferida, soluçou, caiu.


Eu não quero outro amor — sou como o índio
Que caminha buscando o Taracuá:
Afeito ao fogo da escolhida planta
Vai andando e rejeita o Biribá.


Eu não quero outro amor — não quer a planta
Outra seiva, outro sol, estranho chão:
Não cresce longe, mas definha e prende
Amando o sol que encubara o grão.


Eu não quero outro amor; sou como a seta
Que num vôo somente corta o ar;
Se perde o golpe tomba logo inerte
Entra o índio sem caça o tijupar.


Eu a vítima fui da seta ervada,
De plumas verdes, venenoso fio;
Mas não quero outro amor, ajoelho e beijo
O pó da campa que este amor abriu.


Porque eu sou como a abelha que rejeita
Um novo cetro se o primeiro cai;
Iramaia perdida nos desertos
Peregrina, chorando a morte atrai."

 

Castro Alves


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"No encontro de nós dois"

 

No encontro de nós dois

Despi-me das armaduras e me revesti de desapegos

Não te queria.Pra que te ter?

No encontro de nós dois era importante que continuássemos dois

Não encontramos pedaços perdidos de nós

Encontramos inteiros que podemos amar.

 

No encontro de nós dois

Abriu-se uma fenda na paisagem daquele por de sol

Não te queria em despedidas nem mesmo em reencontros

Cada amanhecer me pertencia e eu te oferecia em bandejas,

Ainda na cama, os primeiros raios da luz.

 

No encontro de nós dois

Teve lua ,teares de estrelas ,e convite pra ser feliz.

Beijos com um só riso ,e me aconcheguei logo, em quase nada.

E que era tudo.

Me desfiz em lágrimas ,e colhi-as nas mãos,

Só pra jogar pro alto e vê-las se transformando em brilhos.

 

No encontro de nós dois

Grandes cavalos alados e pequenas gotas de vento

Transformavam cada palavra em vestimentas de ternura.

Foi assim,que se deu: em mágicas, aventuras, e sonhos

O encontro de nós dois.

Jaak Bosmans

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  • Members

Aos estudantes voluntários

O CÉU é alma... O relâmpago
É uma idéia de luz,
Que pelo crânio do espaço
Perpassa, brilha e reluz...
Depois o trovão — é o verbo.
Segue-o o raio — gládio acerbo,
Que se desdobra soberbo
Pelos páramos azuis.

Ação e idéia — são gêmeos,
Quem as pudera apartar?...
O fato — é a vaga agitada
Do pensamento — que é o mar...
Cisma o oceano curvado,
Mas da procela vibrado,
Solta as crinas indomado,
Parece o espaço escalar.

Assim sois vós!... Nem se pense
Que o livro enfraquece a mão.
Troca-se a pena com o sabre,
Ontem — Numa... Hoje — Catão...
É o mesmo... Se a pena é espada
Por mão de Homero vibrada,
Com o gládio — epopéia ousada
Traça mundos — Napoleão...

Que importa os raios trovejem
Nas florestas do existir
Parti, pois! Homens do livro!
Podeis ousados partir!
Pois sereis. . ., vindo com glória,
Ou morrendo na vitória...
Homens do livro da História
Dessa Bíblia do porvir!

 

                                                            Castro Alves 
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O Erro

Todos estão sujeitos a errar qualquer hora
Fazer algo sem perceber
Pense e perceberá agora
Pense e verá que tu fez alguma vez mesmo sem querer

Quando erra com alguém que tu muito gosta
É muito pior que o normal
Qualquer hora pode não haver volta
Por que não fui racional?

Acredito que todos podem aprender
Ver seus defeitos e superar
Ou será que alguém quer continuar a fazer?
Errei e agora sei que nunca é tarde, vale a pena lutar

Se tu ainda me aceitar
Oferecerei minha sinceridade
Minha força de vontade em mudar
Sem me mudar, serei eu de verdade

Apenas mais tolerante
Apenas mais percptivo
Apenas tentando não te fazer sentir assim novamente
Apenas tentando deixar tudo melhor como um todo

Sei que isso não irá ocorrer num toque de mágica
Sei que não tem obrigação em aceitar
Mas peço que acredite neste cara
Que neste poema vem se desculpar
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