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Forum Cinema em Cena

Juno


sark
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Esse assunto que o Dook levantou me lembra aquela velha questão da 'regra número um: não há regras', sendo que não haver regras é uma regra então a coisa toda começa a ficar perigosamente paradoxal.

 

O melhor a fazer mesmo nesses casos é deixar como o Thiago pontuou. Se ele achou que a estética foi vazia, que junto desta teria que obrigatóriamente vir uma boa dose de conteúdo, deixe-o achar. Afinal, ele não é o único a dizer isso recentemente. Há pessoas que criticam There will be blood ou qualquer outro filme do Paul Thomas Anderson pelo mesmo motivo.

 

 

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Eu já justifiquei que a minha principal implicação das estações do ano é narrativa e não estética. Da maneira como ficou' date=' restaram apenas efeitos estéticos bonitinhos. Pra mim ESSE efeito estético é vazio, uma das poucas tentativas frustradas da produção em ser "cool", "bunitinha".

Eu tenho todo o direito de achar que determinada proposta estética é justificável ou não.

 

Ok, já que somente a sua cartilha é a correta Dook, paro por aqui. Vc está certo.
[/quote']

 

O ponto aqui é: EU NÃO TENHO CARTILHA... Essa não é a primeira discussão que travo contigo em que você insiste em impor SUAS regras aos filmes que assiste, depreciando-os se eles não se enquadram na sua percepção das coisas. Filmes são o que são, não o que gostaríamos que fossem. Como o Troy bem assinalou, a primeira regra é: não há regras.

 

Pq as estações do ano precisam ter justificativa narrativa? Eles apenas salientam a passagem do tempo, só isso. E, para expor essa passagem, Reitman fez um efeito bunitinho que coaduna com o tom "cool" do filme que vc chama de "vazio"...
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Dook, não se tratam de regras, trata-se de percepção. E nesse caso as nossas percepções foram diferentes. Não se trata de uma questão de certo e errado. Eu sustento a minha opinião, vc sustenta a sua. No meu caso, não se trata de teimosia, apenas acho que essa escolha narrativa da Cody assim como a opção estética empregada para promovê-la não possui mérito e/ou se mostra vazia. E apesar de toda essa discussão, respeito muita a sua opinião, é sempre bom ter usuários que possuem algo a dizer, e não podemos nos esquecer que isso não compromete o fato de que eu gostei do filme, apenas que não da mesma forma como vc. Não é o primeiro caso que isso acontece e nem será o último. Eu não uso uma cartilha, mas provavelmente sejamos pessoas muito diferentes, com sensos e percepções diferentes.
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Mesmo que as estações servissem mais de ilustração e pra dar apenas algum charme na narrativa eu não vejo o mínimo problema nisso' date=' porque  tem que ter uma importância, significado ? smiley24[/quote']

 

É aquela viadagem de sempre de gente que analisa filme achando que TUDO que aparece, até aquele grão de areia que só se vê com resolução de 1080p, PRECISA ter uma razão narrativa... Uma palavra simples também é fundamental nas escolhas dos diretores em relação a seus filmes: ESTÉTICA.

 

Seria bom algumas pessoas pensarem nesta palavra e deixarem de "pensar" os filmes um pouquinho...

Eu acredito que cada um tem a sua forma de interpretar/ ver/ assistir a um filme. Se a pessoa deseja analisar, é algo individual. Não vejo problema. 03

 

 

No mais, achei Juno uma produção simpatíssissima. Uma delícia mesmo. Diablo Cody revela que tem um humor bastante perspicaz e a direção de Reitman é bastante segura. Apesar de alguns exagerinhos, Page está brilhante ao lado de Garner. Um ótimo filme.
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Eu acho Juno um filme oco de significados. Não consigo ver nadinha naquele roteiro oscarizado e moderninho travestido de cool mas traído como um todo pelo assunto que trata.

Sobre o tal aspecto narrativo, acho que tudo em um filme tem função narrativa, tudo é utilizado pelo diretor para contar a história, se isso é feito de maneira eficiente é outra coisa. Porque a passagem do tempo utilizada aqui não pode ter função narrativa e não pode ser bonitinha? Como eu disse, tudo faz parte da porção generosa wanna be de Juno.

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Eu acho Juno um filme oco de significados. Não consigo ver nadinha naquele roteiro oscarizado e moderninho travestido de cool mas traído como um todo pelo assunto que trata.

[/quote']

 

Que tipo de significado vc procurou no filme (ou esperava dele)?

 

E não entendi muito bem essa passagem sublinhada. Vc quer dizer que não é possível ser "cool" quando se fala de gravidez na adolescência?

 

 

 
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Eu acho Juno um filme oco de significados. Não consigo ver nadinha naquele roteiro oscarizado e moderninho travestido de cool mas traído como um todo pelo assunto que trata.

[/quote']

 

Que tipo de significado vc procurou no filme (ou esperava dele)?

 

E não entendi muito bem essa passagem sublinhada. Vc quer dizer que não é possível ser "cool" quando se fala de gravidez na adolescência?

 

 

Não esperava nada do filme. Foi um dos poucos que eu assisti sem saber nada (logo eu que adoro spoilers) e continuei assim após o filme.

 

Juno quer ser indie, moderninho, cool, mas trata de um assunto sobre o qual poucos ficam impassíveis, não importa quão coloridinho você conte uma história de gravidez na adolescência isso tem um impacto que o filme preferiu não tratar, ok. Só acho que já estamos cercados de leviandades o suficiente e isso não precisa ser enaltecido em um filme, pelo menos não pra mim. Sim, estou pensando o filme.

 

 
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Eu fico lendo esse tópico e não consigo entender como tanta gente amou o filme, alguns acho que estão parecendo com aqueles Fãzoides de filmes, que não querem reconhecer que o filme tem certos defeitos apesar de ser bom.

 

 

 

Muita gente achou o filme legal, porque ele fala de um assunto delicado de forma bonitinha e engraçadinha. Graças a isso o pessoal achou legal gostar do filme.

 

 

 

Eu não sou contra quem gostou do filme, poxa nada melhor do que curtir um filme. Mas esse apesar de legalzinho é um filme totalmente dispensavel e esquecivel.

 

 

 

E quanto a passagem do tempo em forma das estações do ano, é só uma forma de mostrar a passagem do tempo, mas que não tem objetivo nenhum, é indiferente eles mostrarem por estações do ano, como se fosse pelos meses de gravidez da juno, ou nem mostrasem isso.

 

 

 

Juno é uma personagem feita para ser adorada por todos, tem coisas para agradar, um telefone de hamburguer, não é a mais popular do colégio, tem um estilinho diferente comparado com os demais personagens do filme, etc.

 

 

 

O filme é bom pelos atores, a Ellen Page ja é uma mega atriz. A Jennifer Garner pela primeira vez me agradou e muito. Como ja citei aqui a melhor cena do filme envolve ela.

 

 

 

Se o filme tivesse optado por mostrar as duas realidades, para em algum momento se encontrarem no filme...seria bem mais legal...

 

 

 

 

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Demorou pra se cadastrar lá... 06

 

 

É, fazendo pesquisa de campo. Que ao final, mostrou-se muito útil.

 

 
[/quote']

 

Indeed... Já tenho material farto para uma tese "Por que as pessoas 'pensam' os filmes que assistem e como isso afeta sobremaneira a experiência de se assistir um filme"

 

06
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Aehhhh posso finalmente comentar o filme.

 

Então, adorei os comentários da Rafa.

 

A história é bonitinha? é, entendi a razão da Juno? sim.

Mas não posso deixar de comentar que filme vai totalmente contra o que eu penso, já que eu JAMAIS daria meu filho pra outra pessoa.

Mas ai que tá, eu entendo ela...nem todo mundo tem esse lado maternal grande, fiquei feliz de ver que pelo menos ela deu essa criança pra alguem que cuidaria bem dela.

 

Mas fiquei besta com a tranquilidade de todos quanto a gravidez, a Juno ficou calma, depois contou pro menino...ele ficou calmo e o pior pra mim foi a reação do pai. A menina tem 16 anos e ficou gravida, que tipo de reação foi aquela? 06

Já vi minha mãe ter reações piores por exemplo quando uma vez eu não quis pra aula de manha cedo, reação dela foi muito pior que a do pai da Juno quanto a gravidez dela, e calcule bem oq é pior 06

 

Continuei "encucada" por ela ter dado a criança, fiquei o filme todo torcendo pra que no final ela desistisse e ficasse com o bebe. Mas como ela mesmo disse o bebe nunca foi deles, e ela realmente era criança demais pra cuidar daquele bebe.

Porem...não vou deixar de pensar que ela agiu errado né?

 

Filme bonitinho e simpatico e nada mais que isso, pelo menos pra mim.

Gostei? sim, mas nada "óhhhhhh".

 

Ahhhh e excelente trilha sonora! Amei!

 

 

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 Mas eu acho que Juno tem esse lado maternal sim.

 Na verdade ela descobre os encantos da gravidez pelos olhos de outras pessoas.

 Tipo, qd s encontra com Garner no shopping e reclama que o bebe tá chutando e deixa ela sentir. Qd ve sua reação Juno fica maravilhada tb.

 

 ´Qd ela tem o bebe se recusa a vê-lo tb. Na cena fica meio claro que ela tem medo do que sentiria se amamentasse o bebe.

 

 
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JUNO, 2007 (EUA) Dir.: Jason Reitman, Roteiro: Diablo Cody; Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, J.K. Simmons, Allison Janney e Olivia Thirlbly

1.jpg

Nos último dias, existiu uma onda durante as primeiras vistas a ”Juno”, comédia indie do ano, a argumentar que o filme estava longe dos moldes de, por exemplo, o sucesso e antecessor, ”Pequena Miss Sunshine”. Não só vou contra como digo que senti dejá vu durante os momentos pré-parto da protagonista que envolvem uma kombi mais moderninha e uma filha caçula esquecida.
 
”Juno” tenta sim , e quase incessantemente, se inserir entre comédias cult que permearam as telas nos últimos anos, com história de fácil agraciamento, trilha sonora bacaninha, personagens cuja excentricidades são cotidianas e diálogos cômicos ”inteligentes”. Busca ser através de personagens deveras excêntricos - como o vendedor da loja de conveniência onde Juno MacGuff compra seu teste de gravidez. Busca no óbvio: piadas sarcásticas (atirando para todos os lados mas nem sempre funcionam). 

Estranho como a roteirista Diablo Cody foi bem recebida no meio cinematográfico, esta que criou um roteiro bacaninha. E só. E bacaninha não é bom, é médio, ruim arrumado. Traz algumas boas coisas, como o tratamento a adolescência, a calma dos pais na recepção da notícia em contrapartida ao preconceito entre os jovens; e que a pessoa que Juno escolhe para criar seu filho seja exatamente seu inverso. Mas são só boas idéias. O modo como o filme se expressa é constrangedor. Diálogos mais ácidos que o necessário. Desnecessários e implausíveis. Referências a própria roteirista, já que provavelmente os gostos da personagem principal são quase todos da época de Diablo.

Mas não deve ter sido difícil ao roteiro de chamar atenção, quando há uma direção tão inerte quanto a de Jason Reitman. Mas ”Juno” ainda assim encanta e apaixona: por seus personagens, seu elenco.

 2.jpg

A menção do resto da família MacGuff é ligeira, mas onde se encontra a criação de personagens mais exaltiva. Mesmo aparecendo em diálogos deploráveis e maniqueistas (como quando fala da alergia da personagens principal, saliva de cães, que serão vistos novamente ao fim do filme em um tosco ”tudo está bem quando acaba bem”) a madastra é dignamente interpretada por Allison Janney, de olhar bondosos mas atitudes enérgicas e reguladoras. O pai, interpretado por um ótimo J.K.Simmons é um personagem ótimo. A lembrança da figura paterna simplesmente pontual. Mac MacGuff é o típico pai-de-menina-durão com coração amanteigado; paterníssimo. Acentuada característica em um dos diálogos memoráveis da projeção (”Quando encontrar Paulie Bleeker vou dar-lhe um sopapos”; “Qual é, você sabe que não foi idéia do Bleeker”).
 
Não são imunes ás barbáries do roteiro os não-MacGuff, Jason Bateman e Jennifer Garner. A apaixonite de Juno e Mark (Bateman) é ruim o bastante para desmerecer a performance deste. Também a famosa briga-clímax entre o casal de futuros pais, colocada à proposta de que algo aconteça, já que reside a necessidade de um enredo ou uma idéia para um filme acontecer, não apenas diálogos engraçadinhos e referências pop/cult.
 
Mas as cenas Vanessa Loring merecem ser lembradas por uma performance de Jennifer Garner boníssima, tão quanto (melhor) no simpático “De Repente 30″. Além de criar comicidade e no perfeccionismo de sua personagem seu belo sorriso traz simpatia à personagem. Os momentos que tocam no fato de não conseguir engravidar são bárbaras por sua interpretações que ultrapassam o melodrama do momento. Como a bela cena em que esta toca a barriga que carrega seu futuro filho, mais um exemplo em uma lista de cinco ou seis bons momentos do roteiro.
 
Mas não é Cody, Garner ou Simmons a atração de ”Juno” e disso sabe-se. Seus papéis não levantariam o longa do fundo do poço. A amabalidade do filme deve-se a ótimos momentos de Ellen Page e Michael Cera.
 
O casal ganha o espectador sempre. Os dois ultrapassam os textos ruins e encantam com ambas imaturidades. Torce-se por eles, o que é um bom sinal. E ao fim , quase chegamos a ser enganados por uma simples canção e dois violões.
 
Michael Cera parece estar interpretando a si próprio no filme, um personagem auto-documental, o bastante para deixar a impressão (que chega a parecer ruim) de estar fazendo nada ali, apenas estando.

Sendo muito mais sobre maturidade do que sobre gravidez e adolescência, o meio-termo que se deveria ter, foi brilhantemente alcançado por Ellen Page. Se os risos e falas sarcásticas são expressas exatamente como uma pseudo-adulta gostaria que parecesse, a garota demonstra que a tentativa de se mostrar forte pode desabar quando quem você gosta que esteja em sua sombra já tem algo melhor, ou que aquilo que parecia perfeito pode despencar. Em ambas as situações ela necessita posteriormente ter controle da maturidade da personagem para suas ações fluirem. Ellen Page tem tudo isso e um charme singular. Se coisas como ”Eu sou um monstro gigante” tem alguma graça, nada merece mais crédito que esta promissora atriz (desde ”Hard Candy”).

32.jpg

E como ”Juno”, possui estranhamente um charme inegável, repito, somos quase imovelmente levados a enganação quando doce e infantilmente ouvimos uma canção e achamos que o filme todo foi inesquecível e mal esperamos o fim da projeção para que o horário vespertino chegue e ”Juno” seja transmito na Sessão da Tarde. E não acho impossível que um dia acompanhe Ferris Bueler ou Marty McFly. blankstar.gifblankstar.gifblankstar.gif

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