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O Que é o Nada?


Plutão Orco
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1-Não' date=' não sou física quântica e você também não é, já que qualquer físico sabe que não existe vazio absoluto... De onde você tirou isso? O que é vazio para você está sim ocupado por alguma matéria, mesmo que não seja percebível a seus sentidos.

 

2-Pra você o universo tem limite? Tente imaginar o limite do universo, tua (ou de qualquer um) razão não conseguiria... Mesmo que você suponha um limite para o universo, ainda sim haveria alguma coisa e mesmo no "vazio absoluto" haveria espaço. Mas como sua ou de qualquer um a razão não consegue encontrar respostas justificáveis para o limite do universo, então não existe vazio absoluto em qualquer parte do espaço. Ou seja, sempre haverá alguma coisa...

 

3-E Plutão, ao aceitar o "vazio absoluto" você está aceitando as explicações Bíblicas sobre a origem da vida e a criação divina do universo, logo você que tanto critica a religião é no mínimo contraditório...

 

Passou a Existir do Nada... Ação de um Criador, Deus?

 
[/quote']

 

1-Pela lógica simples THX. Não sigo a ferro e fogo tudo, especialmente quando algum artigo diz que o vazio é diferente do nada. Mas em seguida o artigo considera o nada como sem coisa alguma, mas e o valor de vazio absoluto não considera coisa alguma (que é sinônimo de nada). Aqui não é só olhar da física e o artigo da wiki expressa bem que temos violação do princípio de imparcialidade. Em suma, ele é mais físico do filosófico ou mesmo metafísico.

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Aproveito para indagar. E de onde você tirou que no vazio absoluto se tem algo ou matéria e que algo é este? Acho que deixei claro que não tem nada. Nem partícula de fóton, nem radiação alguma nem coisa alguma que possa ser nomeada é absolutamente nada. Uma das definições se você analisar bem.

 

2-Fisicamente o universo tem um limite sim, mas mentalmente já é outra estória. Como na equação de Albert Einstein de certa forma defina o universo como a maioria conhece onde a energia pode ser transformada em matéria e vice e versa. Assim a energia cósmica é catalogada tanto que aqui esboça o universo que temos <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em expansão. O espaço que ele ocupa em expansão também não pode ser denominado nada. Porém e o espaço que fica a margem? É ai que mora uma das minhas dúvidas? Poderia ser o nada? Afinal não se registra coisa alguma, nem ondas de raio X, nem outro tipo de radiação ou matéria negra, que é 90% de todo o universo. Então esta de sempre haverá alguma coisa não é bem assim.

 

3-Não ai não sou eu que estou me contradizendo uma vez que atribuir valor religioso ao suposto nada é algo incompatível ao conjunto de crenças que se refere à cristã. Uma vez que deus é dotado de valores benéficos e parciais. O nada não tem valor nem abstrato ou força sobre a matéria como a Bíblia descreve a criação de tudo. Deus é considerado criador de tudo. Mas tudo aqui vai até onde? Isto refere-se ao vazio completo ou nada? Se deus criou nada o nada perde sua forma uma vez que foi criado. Entende? Nada é incompatível a criação. Mas ai dizer que nada é igual a Deus é contraditório tanto quanto você definir o nada como a algo criado por ele. Uma vez que deus seria provido de consciência e o nada não se compactua a lógica e razão.

 

1 - Plutão, independe de seguir ou não qualquer artigo, mais uma vez você insiste em aceitar a existência de um valor absoluto. Se tudo tem uma causa, não a dúvida que veio de uma primeira causa.

 

E observe que mencionei apenas VAZIO quando afirmei a existência de alguma matéria, e não "vazio absoluto".

 

 

 

2 - Ninguém á capaz de afirmar que o universo é finito tanto que existem apenas TEORIAS, a mais razoável é sobre o horizonte cósmico , ou seja, um horizonte criado pelo tempo.

 

Para tentar ilustrar esse exemplo de uma forma mais clara, basta usar uma fórmula. Todos sabem que a velocidade máxima só é atingida pela luz, certo? E que essa velocidade alcança 300.000km/s, agora conforme a física o universo tem +/- 20 bilhões de anos, acho que é isso...

 

Como estou tentando provar uma teoria baseada no espaço e tempo, a fórmula para chegar a essa resposta também é baseada em teoria, por tanto qual seria a distância para chegar ao limite do universo, sabendo que a distancia máxima seria de 20 bilhões de anos luz e que 1 ano luz mede +/- 9 trilhões de quilômetros? Isso não é o mais importante, mas dá uma idéia da "grandiosidade" desse horizonte.

 

E no caso de alguém alcançar esse limite, hipoteticamente, de certa forma não seria errado afirmar que estaria voltado no tempo? Já que a razão não pode explicar, usamos o tempo como base de sustento a uma teoria e esse tempo, que de qualquer maneira acabe virando uma entropia (talvez nçao seja o melhor termo, mas eu quis dizer no sentido de desordem) ao cair mais uma vez no ilimitado. Chegando ao limite com base no tempo, não haveria tempo portanto não existiria uma forma de afirmar que esse é o limite já que nem o tempo ou a razão podem explicar.

 

Conforme você falou, universo continua em expansão.. Isso não seria um limite para alcançarmos o limite do universo, não sei se fui clara agora... Tipo, essa expansão não seria uma barreira que nos obriga a aceita-lo como ilimitado?

 

Não seria a expansão o oposto do NADA, expanção que segue leis e portanto intervenção de uma força maior, ou a força de um Criador?

 

 

 

3 - Plutão, ao questionar a existência de Deus, você está cometendo outro erro. E não estou dizendo isso só porque acredito em Deus, é como questionar se existe a existência. E existem evidências para comprovar a existência de Deus, ou você acredita que tudo veio do NADA? Isso não faz o menor sentido..

 

Quando você vê uma casa, logo supõe que alguém a construiu e se alguém lhe dissesse que ninguém a construiu, você acreditaria? Qualquer um de qualquer maneira, terá que aceitar a existência de um Criador.

Basta observar os seres vivos, basicamente o padrão biológico é o mesmo, em sua essência. E até mesmo para a ciência, é inegável uma lei biológica tanto que os cientistas, de qualquer forma tem que reconhecer que uma vida maior deu origem a todos os seres. Não existe evidencia que a matéria possa surgir de matéria inanimada.

 

Não é por acaso que os sistemas solares giram em sua órbita, assim como as galáxias. A ordem não seria a existência de uma inteligência organizada? E de onde vem essa inteligência?

 

Plutão, observe que não usei a Bíblia para provar a existência de Deus, apenas questionei a ordem, que por sua vez não seria nada sem uma inteligência e de onde vem (ou veio) essa inteligência?

 

 
-THX-2007-10-25 14:52:16
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Sem campo

gravitacional e matéria negra' date=' que atua em contra partida ao campo

gravitacional. Sem isto é vazio absoluto. Estou errado THX? Ou você

virou física quântica agora?[/Quote']

 

 

 

Você está errado. Como eu disse antes até mesmo o vácuo é enegético, se não o fosse, o princípio da incerteza seria violado.

 

 

 

Não. É uma força

de extrema densidade cósmica que suga tudo para dentro dele. Galáxias

inteiras' date=' planetas estrelas e a própria luz e outras radiações.[/QUote']

 

 

 

Sério mesmo Plutão, vai estudar. Essa é uma das mariores bobagens que

já vi você escrevendo por aqui. E olha que são 4276 posts...

 

 

 

2-Fisicamente o

universo tem um limite sim

' date=' mas mentalmente já é outra estória. Como na

equação de Albert Einstein de certa forma defina o universo como a

maioria conhece onde a energia pode ser transformada em matéria e vice

e versa. Assim a energia cósmica é catalogada tanto que aqui esboça o

universo que temos em expansão. O

espaço que ele ocupa em expansão também não pode ser denominado nada.

Porém e o espaço que fica a margem? É ai que mora uma das minhas

dúvidas? Poderia ser o nada? Afinal não se registra coisa alguma, nem

ondas de raio X, nem outro tipo de radiação ou matéria negra, que é 90%

de todo o universo. Então esta de sempre haverá alguma coisa não é bem

assim.[/Quote']

 

 

 

Se você provar o que está em negrito provavelmente ganhará um prêmio Nobel. O resto do post não faz muito sentido...

 

 

 

 

 

 

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Sério mesmo Plutão' date=' vai estudar. Essa é uma das mariores bobagens que já vi você escrevendo por aqui. E olha que são 4276 posts...

 

[/quote']

 

 

 

O Plutão é um caso perdido de ignorância extrema, Moon. Não liga não. Eu já deixei de ligar.

 

 

 

Voltando ao assunto, não há muita coisa pra ficar especulando. O nada é a ausência de qualquer coisa. Só que isso é inimaginável e inconcebível na mente humana. O problema é o antropocentrismo. Nem tudo que é inconcebível pela mente humana não existe. Mas se existe realmente um lugar onde o nada existe, nunca saberemos com certeza.

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O Plutão é um caso perdido de ignorância extrema' date=' Moon. Não liga não. Eu já deixei de ligar.[/QUote']

 

 

 

Pois é. Em menos de uma linha o cara fala que buraco negro é uma força

e ainda inventa uma tal de densidade cósmica. Quando não se tem nada de

útil pra falar o melhor é não falar nada.

 

 

 

No mais essa discussão sobre o nada me parece totalmente filsófica e deveras inútil.

 

 

 

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no universo não existe vazio? tipo' date=' eu já ouvi falar que o buraco negro é um vazio. não?[/quote']

 

Na verdade eh bem o contrario. Um buraco negro eh um corpo com tanta massa que o campo gravitacional gerado eh absurdo, sugando ate mesmo a luz. Esse corpo pode ser de tamanho microscopico ou tao grande quanto uma estrela.

 

Quanto ao Nada: tudo que posso dizer eh que ele eh um ponto de vista. Tem gente (minha avo) que diz que uma sala vazia tem Nada, outros (fisicos) dizem que nem no vacuo do espaco existe o Nada.

 

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Esse tópico não é inútil! E ainda pode render ótimas discussões! Sobre o NADA após ALGUMA COISA.

 

Já li muita coisa sobre o NADA e é lógico que o NADA ABSOLUTO nunca existiu. Um exemplo simples, seria um quarto selado. Vamos supor que nesse quarto não exista nada em seu interior, nem luz, nada mesmo só quatro paredes um teto e lógico, um piso.. E dentro desse quarto não exista NADA, ou seja, NADA ABSOLUTO, nenhuma poeira, ar ou qualquer partícula.

 

Porque alguma coisa iria surgir dentro dele do nada? Antes é necessário uma razão para isso. Se existe o NADA ABSOLUTO dentro do quarto, nada impede que tudo continue assim e nada surgiria lá sem razão. Já que as razões estão no interior do quarto. E mesmo esticando esse quarto ao infinito, ele continuaria do mesmo jeito um NADA. Assim seria com o universo, se antes o NADA ABSOLUTO existia hoje também o NADA continuaria existindo.. Ou seja, sempre existiu ALGUMA COISA, portanto o NADA ABSOLUTO nunca existiu. E SEMPRE EXISTIU alguma coisa.

 

Seguindo essa linha de raciocínio e pensando na quantidade, imagine dez bolas dentro do quarto, isso adiantaria alguma coisa? Não. Quantidade não é nada e mesmo se fossem 10 mil bolas nada aconteceria. Mas se usarmos como exemplo algo que sempre existiu isso faria diferença, retirando a bola e colocando um cachorro. Se esperarmos um ano, oq aconteceria? Nada, o cachorro continuaria lá.. Mas se colocarmos um cachorrinho e uma cachorrinha e esperarmos um ano iremos ter vários cachorrinhos. Logo, quantidade é importante se puderem produzir uma terceira...

 

-THX-2007-10-27 00:18:16

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É teoricamente possível que um olho tenha surgido do nada' date=' num único

golpe de sorte. É teoricamente possível que uma “receita” tenha sido

“escrita” por uma grande quantidade de mutações gênicas. Se todas essas

mutações ocorressem simultaneamente, um olho completo surgiria

literalmente do nada.

[/quote']

09

 

 

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É o extremo oposto do que é o "tudo". 02

Supondo que o NADA não pode ter existido antes, mas passou a existir. Sendo assim, como seria o NADA oposto a algo já foi antes? O NADA pode ser simplesmente apenas um estado do que não existe mais. Questionei a expansão do universo como a oposição do NADA, levando em conta o limite do universo, no entanto são só teorias..

 

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Boa tarde. Amigos e Amigas!

 

 

 

Esse tópico chegou a três paginas... 06.gif

 

 

 

O Nada é aquilo que não existe e pronto...

 

 

 

Vamos consultar o dicionário:

 

 

 

do Lat. nata de nulla res nata

 

 

 

s. m.,

 

a não existência;

 

ausência de quantidade;

 

coisa nenhuma;

 

inanidade;

 

ninharia, bagatela, inutilidade;

 

pron. indef.,

 

nenhuma coisa: Nadafoi feito para salvar as espécies em extinção.;

 

adv.,

 

não, de modo nenhum.

 

 

 

T+ e vote em mimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm... Eu mereço! 16.gif

 

 

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Boa tarde. Amigos e Amigas!

 

 

 

Esse tópico chegou a três paginas... 06.gif

 

 

 

O Nada é aquilo que não existe e pronto...

 

 

 

Vamos consultar o dicionário:

 

 

 

do Lat. nata de nulla res nata

 

 

 

s. m.' date='

 

a não existência;

 

ausência de quantidade;

 

coisa nenhuma;

 

inanidade;

 

ninharia, bagatela, inutilidade;

 

pron. indef.,

 

nenhuma coisa: Nadafoi feito para salvar as espécies em extinção.;

 

adv.,

 

não, de modo nenhum.

 

 

 

T+ e vote em mimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm... Eu mereço! 16.gif

 

[/quote']

 

O que foi não existe mais, mas tudo que existe, no próximo momento, já foi. Esse é um assunto que gera contestações por alguns e no leva a pensar sobre a origem do universo por exemplo, o que aconteceu antes do Big-Bang? (quem acredita no Big-Bang?). Existia ALGO. Na hipótese do NADA, antes, então o NADA continua existindo, já que  a expansão do universo continua, ou seja, se de fato existir um limite para o universo então esse limite seria o NADA. Mas eu não estou afirmando nada com isso!

 

 

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-THX-. Boa tarde. Como vai?

 

 

 

Eu entendi sim, e acredito que sua opinião é muito abrangente e inteligente (olha a melação...heheheh). Eu fiz esse post para tirar o Plutão do sério, ele fala engraçado quando está com raiva... 06.gif

 

 

 

O Nada em minha opinião é algo que existiu sim, senão não teria um nome, ninguém chamaria de nada aquilo que não existe... 03.gif

 

 

 

E por trás de tudo existe alguma coisa...

 

 

 

T+ e continue com seu voto...Eu sei que mereço! 03.gif

 

 

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Achei esse texto pro seu tópico: 01

 

Tudo que o nada tem

 

A invenção do zero foi uma das maiores aventuras intelectuais da humanidade - e não só para a Matemática

 

As

regras que valem para todos os outros não servem para ele. Só as

obedece como e quando bem entende. "Assim faço a diferença", costuma

dizer. Mas não é nem um pouco egoísta. Pelo contrário. Quanto mais à

direita ele vai, mais aumenta o valor do colega à esquerda,

multiplicando-o por dez, 100 ou 1000. Trata-se de um revolucionário.

 

 

Com ar de bonachão, dá de ombros quando é comparado ao nada. "Sou

mesmo", diz. "Mas isso significa ser tudo". Com vocês, o número zero -

que ganha, nestas páginas, o papel que lhe é de direito: o de

protagonista de uma odisséia intelectual que mudou o rumo das ciências

exatas e trouxe novas reflexões para a história das idéias.

 

Pode

soar como exagero atribuir tal importância a um número aparentemente

inócuo. Às vezes, você até esquece que ele existe. Quem se preocupa em

anotar que voltou da feira com zero laranjas? Ou que comprou ração para

seus zero cachorrinhos? Só fica preocupado quando descobre um zero na

conta bancária. Mesmo assim, logo que chega o pagamento seguinte, não

sobra nem lembrança daquele número gorducho.

 

O símbolo "0" e o

nome zero estão relacionados à idéia de nenhum, não-existente, nulo.

Seu conceito foi pouco estudado ao longo dos séculos. Hoje, mal

desperta alguma curiosidade, apesar de ser absolutamente instigante. "O

ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao mesmo tempo

indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo", diz o astrônomo

Walter Maciel, professor da Universidade de São Paulo.

 

Se essa

dialética parece complicada para você, cidadão do século XXI, imagine

para as tribos primitivas que viveram muitos séculos antes de Cristo.

 

A

cultura indiana antiga já trazia uma noção de vazio bem antes do

conceito matemático de zero. "Num dicionário de sânscrito, você

encontra uma explicação bastante detalhada sobre o termo indiano para o

zero, que é shúnya", afirma o físico Roberto de Andrade Martins, do

Grupo de História e Teoria da Ciência da UNICAMP.

 

Como adjetivo, shúnya

significa vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma pessoa solitária,

sem amigos; a um indivíduo indiferente ou insensível. O termo descreve

um sentimento de ausência, a falta de algo, uma ação sem resultados.

Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à inexistência.

 

A

partir do século VIII d.C., os árabes levaram para a Europa, junto com

os outros algarismos, tanto o símbolo que os indianos haviam criado

para o zero quanto a própria idéia de vazio, nulo, não-existente. E

difundiram o termo shúnya - que, em árabe, se tornou shifr e foi

latinizado para zephirum, depois zéfiro, zefro e, por fim, zero.

 

Bem

distante da Índia, nas Américas, por volta dos séculos IV e III a.C.,

os maias também deduziram uma representação para o nada. O sistema de

numeração deles era composto por pontos e traços, que indicavam

unidades e dezenas. Tinham duas notações para o zero.

 

A primeira era

uma elipse fechada que lembrava um olho. Servia para compor os números.

 

 

A segunda notação, simbólica, remetia a um dos calendários dos maias. O

conceito do vazio era tão significativo entre eles que havia uma

divindade específica para o zero: era o deus Zero, o deus da Morte. "Os

maias foram os inventores desse número no continente americano. A

partir deles, outros grupos, como os astecas, conheceram o princípio do

zero", diz o historiador Leandro Karnal, da UNICAMP.

 

E os

geniais gregos, o que pensavam a respeito do zero? Nada. Apesar dos

avanços na geometria e na lógica, os gregos jamais conceberam uma

representação do vazio, que, para eles, era um conceito até mesmo

antiestético. Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem

organizado e lógico - seria o caos, um fator de desordem. (Os filósofos

pré-socráticos levaram em conta o conceito de vazio entre as

partículas, mas a idéia não vingou.) Aristóteles chegou a dizer que a

natureza tinha horror ao vácuo.

 

"Conceber o conceito do zero

exigiu uma abstração muito grande", diz o historiador da matemática

Ubiratan D'Ambrósio, da PUC de São Paulo.

 

Quando o homem aprendeu a

calcular, há cerca de 5000 anos, fazia associações simples a partir de

situações concretas: para cada ovelha, uma pedrinha. Duas ovelhas, duas

pedrinhas e assim por diante. "Se sobrassem pedras, o pastor sabia que

provavelmente alguma ovelha tinha sido atacada por um lobo ou se

desgarrado das demais", diz o matemático Irineu Bicudo, da UNESP, em

Rio Claro. O passo seguinte foi representar graficamente esses números

com símbolos e fazer contas com eles.

 

Os babilônios, que viveram

na Mesopotâmia (onde hoje é o Iraque) por volta do ano 2500 a.C., foram

os primeiros a chegar a uma noção de zero. Pioneiros na arte de

calcular, criaram o que hoje se chama de "sistema de numeração

posicional". Apesar do nome comprido, a idéia é simples. "Nesse

sistema, os algarismos têm valor pela posição que ocupam", explica

Irineu.

 

Trata-se do sistema que utilizamos atualmente. Veja o número

222 - o valor do 2 depende da posição em que ele se encontra: o

primeiro vale 200, o segundo 20 e o terceiro 2. Outros povos antigos,

como os egípcios e os gregos, não usavam esse sistema - continuavam a

atribuir a cada número um sinal diferente, fechando os olhos para a

possibilidade matemática do zero.

 

O sistema posicional

facilitou, e muito, os cálculos dos babilônios. Contudo, era comum que

muitas contas resultassem em números que apresentavam uma posição

vazia, como o nosso 401. (Note que, depois do 4, não há número na casa

das dezenas. Se você não indicasse essa ausência com o zero, o 401 se

tornaria 41, causando enorme confusão.) O que, então, os babilônios

fizeram? Como ainda não tinham o zero, deixaram um espaço vazio

separando os números, a fim de indicar que naquela coluna do meio não

havia nenhum algarismo (era como se escrevêssemos 4_1). O palco para a

estréia do zero estava pronto.

 

Com o tempo, para evitar qualquer

confusão na hora de copiar os números de uma tábua de barro para outra,

os babilônios passaram a separar os números com alguns sinais

específicos. "Os babilônios tentaram representar graficamente o nada,

mostrando o abstrato de uma forma concreta", diz Ubiratan.

 

Perceba

como um problema prático - a necessidade de separar números e apontar

colunas vazias - levou a uma tentativa de sinalizar o não-existente.

"Trata-se de uma abstração bastante sofisticada representar a

inexistência de medida, o vazio enquanto número, ou seja, o zero", diz

a historiadora da ciência Ana Maria Alfonso Goldfarb, da PUC. "Temos

apenas projeções culturais a respeito do que é abstrato", afirma

Leandro Karnal.

 

Na tentativa de tornar concreta uma situação

imaginária, cada povo busca as referências que tem à mão. Veja o caso

dos chineses: eles representavam o zero com um caractere chamado ling,

que significava "aquilo que ficou para trás", como os pingos de chuva

depois de uma tempestade. Trata-se de um exercício tremendo de

abstração. Você já parou para pensar como, pessoalmente, encara o vazio?

 

Apesar

de ser atraente, o zero não foi recebido de braços abertos pela Europa,

quando apareceu por lá, levado pelos árabes. "É surpreendente ver

quanta resistência a noção do zero encontrou: o medo do novo e do

desconhecido, superstições sobre o nada relacionadas ao diabo, uma

relutância em pensar", diz o matemático americano Robert Kaplan, autor

do livro "The Nothing That Is" ("O Nada que Existe", recém-lançado no

Brasil) e orientador de um grupo de estudos sobre a matemática na

Universidade Harvard.

 

O receito diante do zero vem desde a Idade

Média. Os povos medievais o ignoravam solenemente. "Com o zero,

qualquer um poderia fazer contas", diz Ana Maria. "Os matemáticos da

época achavam que popularizar o cálculo era o mesmo que jogar pérolas

aos porcos". Seria uma revolução.

 

Por isso, Kaplan considera o

zero um número subversivo. "Ele nos obriga a repensar tudo o que alguma

vez já demos por certo: da divisão aritmética à natureza de movimento,

do cálculo à possibilidade de algo surgir do nada", afirma. Tornou-se

fundamental para a ciência, da computação à astronomia, da química à

física. "O cálculo integral e diferencial, desenvolvido por Newton e

Leibniz, seria inviável sem o zero", diz Walter Maciel.

 

Nesse

tipo de cálculo, para determinar a velocidade instantânea de um carro,

por exemplo, você deve levar em conta um intervalo de tempo

infinitamente curto, que tende a zero. (É estranho calcular quanto o

carro se deslocou em "zero segundos", mas é assim que funciona.) "O

cálculo integral está na base de tudo que a ciência construiu nos

últimos 200 anos", diz Maciel.

 

Ainda hoje o conceito de zero

segue revirando nossas idéias. Falta muito para entendermos a

complexidade desse número. Para o Ocidente, o zero continua a ser uma

mera abstração.

 

Segundo Eduardo Basto de Albuquerque, professor de

história das religiões da UNESP, em Assis, o pensamento filosófico

ocidental trabalha com dois grandes paradigmas que não comportam um

vazio cheio de sentido, como o indiano: o aristotélico (o mundo é o que

vemos e tocamos com nossos sentidos) e o platônico (o mundo é um

reflexo de essências imutáveis e eternas, que não podemos atingir pelos

sentidos e sim pela imaginação e pelo conhecimento). "O Ocidente pensa

o nada em oposição à existência de Deus: se não há Deus, então é o

nada", diz Eduardo.

 

Ora, mesmo na ausência, poderia haver a

presença de Deus. E o vazio pode ser uma realidade. É só pensar na

teoria atômica, desenvolvida no século XX: o mundo é formado por

partículas diminutas que precisam de um vazio entre elas para se mover.

Talvez o zero assuste porque carrega com ele um outro paradigma: o de

um nada que existe efetivamente.

 

Na matemática, por mais que

pareça limitado a um ou dois papéis, a função do zero também é

"especial" - como ele mesmo faz questão de mostrar - porque, desde o

primeiro momento, rebelou-se contra as regras que todo número precisa

seguir.

 

O zero viabilizou a subtração de um número natural por ele

mesmo (1 - 1 = 0). Multiplicado por um algarismo à escolha do freguês,

não deixa de ser zero (0 x 4 = 0). Pode ser dividido por qualquer um

dos colegas (0 : 3 = 0), que não muda seu jeitão. Mas não deixa nenhum

número - por mais pomposo que se julgue - ser dividido por ele, zero.

 

Tem

ainda outros truques. Você pensa que ele é inútil? "Experimente colocar

alguns gêmeos meus à direita no valor de um cheque para você ver a

diferença", diz o zero. No entanto, mesmo que todos os zeros se

acomodem no lado esquerdo de um outro algarismo nada muda. Daí a

expressão "zero à esquerda", que provém da matemática e indica nulidade

ou insignificância.

 

Mas o zero - como você pôde ver -

decididamente não é um zero à esquerda. "Foi uma surpresa constatar

como é central a idéia do zero: o nada que gera tudo", diz Kaplan. E

mais: há quem diga que o zero é parente do infinito, outra abstração

que mudou as bases do pensamento científico, religioso e filosófico.

"Eles são equivalentes e opostos, yin e yang", escreve o jornalista

americano Charles Seife, autor de "Zero: The Biography of a Dangerous

Idea" ("Zero: A Biografia de uma Idéia Perigosa"), lançado no ano

passado nos Estados Unidos.

 

O epíteto atribuído ao zero no

título - idéia perigosa - não está ali por acaso. "Apesar da rejeição e

do exílio, o zero sempre derrotou aqueles que se opuseram a ele",

afirma Seife. "A humanidade nunca conseguiu encaixar o zero em suas

filosofias. Em vez disso, o zero moldou a nossa visão sobre o Universo

- e também sobre Deus." E influenciou, sorrateiramente, a própria

filosofia. De fato, trata-se de um perigo.

 

Para saber mais - nas livrarias

 

O Nada Que Existe: Uma História Natural do Zero - Robert Kaplan, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2001

 

Zero: The Biography of a Dangerous Idea - Charles Seife, Penguin Viking, Estados Unidos, 2000

 

 

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Pois é. Em menos de uma linha o cara fala que buraco negro é uma força e ainda inventa uma tal de densidade cósmica. Quando não se tem nada de útil pra falar o melhor é não falar nada.

No mais essa discussão sobre o nada me parece totalmente filsófica e deveras inútil.

 

Bem... Moonsorrow agora mostrando as garras aqui. Soltando a fúria do nada. 06

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Até onde eu sei não proferi nenhuma merda. O Buraco negro é formado de um grande campo gravitacional' date=' o que gera uma grande densidade ou mesmo de uma densidade infinita. Estou errado? Prove.03

 

 



Você está errado. Como eu disse antes até mesmo o vácuo é enegético, se não o fosse, o princípio da incerteza seria violado.

 

O Vácuo é energético? De qual modelo de vácuo estamos falando? Estou dizendo que em um vazio absoluto sem nada, que representa nada. Ou seja, matéria, luz, radiações, outra energia qualquer, forças gravitacionais e opositoras. Se ainda sim tem algo a mais além de nada, então me diz o que é? Não me venha falar de espaço, o espaço disto ai não é nada. Logo estou me referindo ao nada. Duh!

 

 


Sério mesmo Plutão' date=' vai estudar. Essa é uma das mariores bobagens que já vi você escrevendo por aqui. E olha que são 4276 posts...

 


[/quote']

 

Se sou um caso perdido, poderia se reservar a não dar ares por aqui. Simples assim. 03


Se você provar o que está em negrito provavelmente ganhará um prêmio Nobel. O resto do post não faz muito sentido...


 

Não preciso de um prêmio Nobel por isto. 03

 

Uma vez que Arno Penzias já recebeu, juntamente com Robert Woodrow Wilson, pela descoberta da radiação de fundo. Se lembra?

 

Ou você quer dizer que o Universo não está em expansão? Pensa melhor você. Afinal se uma coisa é infinita como ela pode estar expandindo? Corpos finitos se expandem até onde eu sei. Lógica simples.

Plutão Orco2007-10-29 10:44:04
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Conforme você falou' date=' universo continua em expansão.. Isso não seria um limite para alcançarmos o limite do universo, não sei se fui clara agora... Tipo, essa expansão não seria uma barreira que nos obriga a aceita-lo como ilimitado?

 

Não seria a expansão o oposto do NADA, expanção que segue leis e portanto intervenção de uma força maior, ou a força de um Criador?

 

 
[/quote']

 

Se algo se expande, a de se pensar que este algo tenha limites se não ficaria imutável. E o universo não é imutável. Valores absolutos são contraditórios por natureza própria.  03

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Esse tópico não é inútil! E ainda pode render ótimas discussões! Sobre o NADA após ALGUMA COISA.

Já li muita coisa sobre o NADA e é lógico que o NADA ABSOLUTO nunca existiu. Um exemplo simples' date=' seria um quarto selado. Vamos supor que nesse quarto não exista nada em seu interior, nem luz, nada mesmo só quatro paredes um teto e lógico, um piso.. E dentro desse quarto não exista NADA, ou seja, NADA ABSOLUTO, nenhuma poeira, ar ou qualquer partícula.

Porque alguma coisa iria surgir dentro dele do nada? Antes é necessário uma razão para isso. Se existe o NADA ABSOLUTO dentro do quarto, nada impede que tudo continue assim e nada surgiria lá sem razão. Já que as razões estão no interior do quarto. E mesmo esticando esse quarto ao infinito, ele continuaria do mesmo jeito um NADA. Assim seria com o universo, se antes o NADA ABSOLUTO existia hoje também o NADA continuaria existindo.. Ou seja, sempre existiu ALGUMA COISA, portanto o NADA ABSOLUTO nunca existiu. E SEMPRE EXISTIU alguma coisa.

Seguindo essa linha de raciocínio e pensando na quantidade, imagine dez bolas dentro do quarto, isso adiantaria alguma coisa? Não. Quantidade não é nada e mesmo se fossem 10 mil bolas nada aconteceria. Mas se usarmos como exemplo algo que sempre existiu isso faria diferença, retirando a bola e colocando um cachorro. Se esperarmos um ano, oq aconteceria? Nada, o cachorro continuaria lá.. Mas se colocarmos um cachorrinho e uma cachorrinha e esperarmos um ano iremos ter vários cachorrinhos. Logo, quantidade é importante se puderem produzir uma terceira...

[/quote']

 

Você mencionou as paredes e o piso. Logo se tem alguma coisa. Falar que o espaço em si é algo, isto vai variar. Neste seu exemplo o quarto é alguma coisa. No meu exemplo não se têm barreiras. Não existe quarto ou coisa alguma no quarto é um vazio completo ou seja: Nada.

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Se você analisar melhor vai ver que o nada assume valores absolutos. Nada só compactua com nada. Então a partir do momento que se tem algo no seu invólucro isto já anula o nada. E não estou necessariamente falando de criacionismo. Não focalize muito isto, pois pode perder o foco da discussão. Tópico que para a infelicidade de alguns não se mostrou tão inútil quanto o indiferença deles para com o mesmo.  Afinal são 4 páginas, que tem algo mais do que post vago.

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Bem... Moonsorrow agora mostrando as garras aqui. Soltando a fúria do nada. 06

 

Até

onde eu sei não proferi nenhuma merda. O Buraco negro é formado de um

grande campo gravitacional' date=' o que gera uma grande densidade ou mesmo de

uma densidade infinita. Estou errado? Prove.03

 

[/QUote']

Buraco negro é uma região do espaço cuja velocidade de escape a partir de seu centro é maior que a da luz.

 

E não faço idéia de qual densidade você fala.

 

O Vácuo é

energético? De qual modelo de vácuo estamos falando? Estou dizendo que

em um vazio absoluto sem nada' date=' que representa nada. Ou seja, matéria,

luz, radiações, outra energia qualquer, forças gravitacionais e

opositoras. Se ainda sim tem algo a mais além de nada, então me diz o

que é? Não me venha falar de espaço, o espaço disto ai não é nada. Logo

estou me referindo ao nada. Duh!

 [/Quote']

 

Esse vazio que você procura não existe no mundo real. O vácuo de verdade não é inerte. Milhares de partículas virtuais surgem e desaparecem a cada instante. Procure por flutuações de vácuo e efeito casimir.

 

Se sou um caso perdido' date=' poderia se reservar a não dar ares por aqui. Simples assim. 03[/Quote']

 

O problema é que outras pessoas podem ler o que você escreve e achar que faz algum sentido.

 

Não preciso de um prêmio Nobel por isto. 03

 

Uma vez que Arno Penzias já recebeu, juntamente com Robert Woodrow Wilson, pela descoberta da radiação de fundo. Se lembra?

 

Ou

você quer dizer que o Universo não está em expansão? Pensa melhor você.

Afinal se uma coisa é infinita como ela pode estar expandindo? Corpos

finitos se expandem até onde eu sei. Lógica simples.

[/QUote]

 

A lógica da Plutãolandia é diferente da lógica do mundo real. Mesmo que o universo seja finito ele não precisa ter fronteiras. Uma esfera é finita mas não tem limites. Isso levando em conta que o universo tem curvatura positiva, o que pode ou não ser verdade.

 

De qualquer modo é engraçado ver você dando pitaco sobre topologia do universo.

 

 

 

 

 

 

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