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Forum Cinema em Cena

[REC]


The Cube
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O sucesso (justificado) de [REC] é q desde o começo do filme é concebido como se fosse um legitimo documentário! Isso já evidencia a genialidade dos diretores! Reparem q não há créditos iniciais nem trilha sonora, e td inicia c/ coisas banais, erros de gravação, etc.. parece um mix de "Globo Repórter" e "Videoshow"! E uma vez o espectador colocado nesse clima de "normalidade midiática" é q começa de fato o inferno dos protagonistas q não dá fôlego ao espectador, q por sua vez tb faz parte do filme como testemunha ocular!  Isso já é trunfo enorme em se tratando de filmes de terror q visem lidar c/ as sensações humanas, pq vc mesmo acaba acreditando q aquilo td lá é "verdade"!. E a edição "sem cortes" se encarrega de sedimentar definitivamente a linguagem inicial típica de "cinema-verdade". E o q pode ser verdade sempre foi bem mais convincente daquilo q pode ser "de mentirinha".

 

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Ainda acho que a "possessão" da menina medeiros é resultante de uma misteriosa infecção biológica' date=' mas a Igreja, "para variar", botou a culpa no "demo". Ou seja, não teria nada de sobrenatural. E não é a primeira vez que vemos (no cinema) um vírus ressuscitar os mortos. =p[/quote']

 

A infeccao biologica veio do macaco Rhesus tataravó daquele do inicio de Exterminio!  E se nao repararam, o Reino Unido fica perto da Espanha..06
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Bem louco o filme. Mas assim' date=' lá em cima do porão tinha um menino, dai depois lá em baixo apareceu uma "menina", eta coisa de louco.

 
[/quote']

 

leia o tópico, no porão era o 'chinezinho' (lembra do casal de chineses com seu filho?) e a magrelona era a menina Medeiros, segundo teoria de alguns por aqui ele chegou lá através da tubulação (lembra quando a reporter questiona o barulho e o cameraman diz que é da tubulação?)
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 13 Sinistro... Ele diz que tem esse físico sarado devido à uma doença rara chamada "Síndrome de Marfan".

 

Abaixo, uma foto dele no set de filmagem:

 

javierbotet4.jpg

 

 PS: Putz!!! 13 O cara é alto pra caralho!! No filme a situação é tão assustadora e escabrosa que não dá pra perceber a altura da "Menina Medeiros"...

 Agora, fico aqui imaginando a mesma cena e imaginando ela com essa altura toda... Literalmente, de encher as calças!  

 
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 13 Sinistro... Ele diz que tem esse físico sarado devido à uma doença rara chamada "Síndrome de Marfan".

 

Abaixo' date=' uma foto dele no set de filmagem:

 

javierbotet4.jpg

 

 PS: Putz!!! 13 O cara é alto pra caralho!! No filme a situação é tão assustadora e escabrosa que não dá pra perceber a altura da "Menina Medeiros"...

 Agora, fico aqui imaginando a mesma cena e imaginando ela com essa altura toda... Literalmente, de encher as calças!  

 
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puts, pelo biotipo, estrutura ossea e pigmentacao cutanea, lembra um certo forista q recentemente participou de um ensaio sensual duvidoso numa revista virtual...
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a critica da refilmagem yanke desaconselha assistir a mesma... pq sera?06

 

 

QUARENTENA

por Felipe M.Guerra

Remake feito menos de um ano depois do original comprova a escassez de novas idéias no cinema norte-americano


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Imagine se um dia o Benedito Ruy Barbosa, ou qualquer outro noveleiro da televisão brasileira, escrevesse um roteiro tão bom para a nova novela das oito que resolvesse vendê-lo não só para a Globo, mas também para o SBT. Imagine que, para recuperar o investimento, as duas emissoras teimassem de gravar e apresentar a tal novela AO MESMO TEMPO, com os atores e produtores característicos de cada canal, mas seguindo fielmente o mesmo roteiro do Benedito. Aí você está confortável na sua casa, assistindo TV, e, enquanto zapeia da Globo para o SBT ou vice-versa, percebe que está passando a mesma coisa em ambos os canais, só que com atores diferentes. A Globo provavelmente terá os seus astros no elenco e uma produção melhorzinha, mas a história exibida nos dois canais é exatamente A MESMA! Sentiu o drama? Me desculpem os leitores por esta introdução estapafúrdia, mas esta foi a melhor forma que encontrei para explicar como me senti quando, na mesma noite, revi o excelente filme espanhol REC (que havia
visto ainda em 2007) e logo depois o seu remake norte-americano QUARENTENA, que chega aos cinemas MENOS DE UM ANO DEPOIS do lançamento do original, em outubro de 2008!!!

Será que fui o único a achar que isso é uma completa loucura, uma insanidade, um despropósito e o fundo do poço da busca dos estúdios norte-americanos por novas idéias? Para o leitor poder julgar melhor, perceba o seguinte: a Sony Pictures comprou os direitos para refilmar
REC ainda em 2007, quando o filme nem ao menos havia estreado, baseada apenas no tétrico trailer da produção espanhola! Ou seja: eles nem esperaram o original chegar aos cinemas, para saber qual seria a reação do público (e principalmente se seria um sucesso ou não). Sem pensar duas vezes, os produtores norte-americanos pegaram aquele roteiro comprado às pressas e o refilmaram em tempo recorde. REC estreou oficialmente em 23 de novembro de 2007; QUARENTENA, em 10 de outubro de 2008. Não deixaram nem o original fazer aniversário de um ano, e provavelmente também não deixaram que ele estreasse direito em território americano antes que o remake fosse lançado nos cinemas, obviamente com uma campanha de marketing muito maior e mais cara. E eu me pergunto: por quê?

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Porém o mais ridículo, o mais absurdo, o mais incoerente, o mais sem noção de toda esta história que até parece piada é o fato de que se trata do MESMO filme, sem tirar nem pôr! Quer dizer, a versão norte-americana tem 13 minutos a mais e algumas pequenas mudanças (incluindo mais mortes e cenas de violência, além de um novo final bem mais fraco que o do original). Mas, tirando estas mínimas alterações que em nada influem no resultado final, QUARENTENA é pura e simplesmente uma cópia xerox de REC estrelada por atores norte-americanos e falada em inglês. A forma como a trama se desenvolve, os acontecimentos, a ordem das mortes e até os ângulos de câmera e enquadramentos são copiados literalmente de REC. E novamente para o leitor poder julgar melhor o que estou atestando, e como isso é ridículo, as fotos deste artigo são no esquema "Jogo dos 7 Erros": as da esquerda são de QUARENTENA e as da direita foram capturadas de REC. Perceba que em algumas cenas do filme versão USA até o cenário foi decorado da mesma forma que no filme espanhol, quando não o próprio posicionamento dos atores! Novamente, eu me pergunto: por quê?

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Agora pare de ler e dê uma boa analisada nas fotos deste artigo. Compare as da esquerda com as da direita. Já comparou? Então agora me responda com toda a sinceridade do seu coração: como é que um sujeito tem a cara-de-pau de assinar "isso" (o remake) como "diretor"? No caso, estou me referindo a John Erick Dowdle, supostamente o "diretor" de QUARENTENA. Este cara devia ter um pouco de vergonha na cara: como ele pode ser "diretor" se está apenas regravando na íntegra, praticamente quadro a quadro, aquilo que os espanhóis Jaume Balagueró e Paco Plaza fizeram menos de um ano antes? O cara foi tão preguiçoso que nem se preocupou em mudar os enquadramentos (veja as fotos novamente, não é exagero meu!). Acredito até que ele ficava reassistindo uma cópia de REC no set de filmagem do remake para poder orientar melhor os atores e o posicionamento da câmera.

E vou além: como podem o mesmo John Erick e seu irmão, Drew Dowdle, terem a cara-de-pau e a safadeza de colocarem, nos créditos de
QUARENTENA, que são os autores do "roteiro baseado em REC"? Cacilda, ?"Baseado"??? Façam-me o favor: os caras usaram exatamente os mesmos diálogos e até alguns nomes de personagens do roteiro original de Jaume Balagueró, Paco Plaza e Luis Berdejo! Não seria mais justo trocar o termo "dirigido" por "filmado igual", e o termo "roteiro baseado" pela expressão "roteiro traduzido para o inglês por..."???

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Claro, sempre tem aqueles defensores ferrenhos de remakes que acham que não tem nada demais em refilmar uma obra famosa. Concordo. Eu mesmo já assumi uma postura bem menos rancorosa em relação às refilmagens (ainda mais considerando o belo resultado dos recentes MADRUGADA DOS MORTOS e VIAGEM MALDITA, e até, vá lá, das novas versões de A PROFECIA e A MORTE PEDE CARONA). Mas convenhamos: REC não completou nem um ano de vida e já tem remake. Isso não se justifica de forma alguma! E os caras que refilmaram nem se preocuparam em dar uma outra ótica ou uma nova visão sobre o original, este que seria o objetivo principal de se fazer uma refilmagem; não, eles regravaram tudo na íntegra!

Então, meus fiéis cinco leitores, por favor me perdoem se estou me repetindo, mas é que a minha revolta é grande demais: qual o sentido disso? Se o público norte-americano não gosta de ler legendas, e por isso teoricamente não assiste filmes estrangeiros, não seria mais fácil dublar
REC em inglês ao invés de refilmá-lo quadro a quadro? Será que um disparate como QUARENTENA não acaba roubando os méritos da produção original quando ela nem bem estreou direito (REC ainda nem tinha chegado ao Brasil quando o remake estreou nos Estados Unidos)?

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E ainda: se a proposta era refazer tudo igual ao filme espanhol, por que não contrataram (e pagaram bem, claro) os diretores espanhóis que filmaram REC para refazê-lo em território americano, ao invés de entregar o ouro para dois cabeças-de-bagre que ainda ficam com o mérito de algo que nem é deles? Nem seria novidade, considerando que os americanos já importaram vários talentos: o japonês Takashi Shimizu foi contratado para refilmar seu JU-ON (2003) como O GRITO (2004); o dinamarquês Ole Bornedal foi contratado para refilmar seu NATTEVAGTEN (1994), também quadro a quadro, como O PRINCIPAL SUSPEITO (1997). E o francês George Sluizer foi contratado para refilmar seu SPOORLOOS (1988) como O SILÊNCIO DO LAGO (1993), infelizmente sendo obrigado a mudar a cho-can-te conclusão do original para um final feliz. Isso só entre os que me lembro no momento, mas tem outros exemplos.

Sinceramente? Acho que vivemos em tempos tão medíocres que aqueles filmes de ação de Hong-Kong dos anos 70, que eram pessimamente dublados em inglês para passar nos cinemas dos EUA, hoje seriam simplesmente refilmados pelos estúdios americanos sem qualquer cerimônia...

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Mas isso quer dizer que QUARENTENA é ruim? Bom, pra falar a verdade, ruim não é. Com certeza é mais fraco que REC em vários aspectos (os quais irei explicar ao longo deste artigo, por isso esperem para me xingar), porém é tão idêntico a ele, com a mesma história, as mesmas reviravoltas e as mesmas surpresas, que na verdade não dá para criticar. Posso condenar a razão de sua existência (novamente: por que precisamos de um remake feito menos de um ano depois do original?), mas não o filme em si. Porque provavelmente quem assistir QUARENTENA sem saber que REC existe, vai achar um filmaço. Eu mesmo acharia, se o filme espanhol não existisse. Só que REC existe, e foi um dos melhores filmes que vi em 2007. E como ele não envelheceu nem um ano (hehehehe) até que saísse este remake, a versão norte-americana acaba perdendo feio na comparação, já que os defensores de refilmagens nem ao menos poderão dizer que "o original era muito velho".

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QUARENTENA foi "dirigido" (argh!!!!) pelo tal John Erick Dowdle, que em 2007, enquanto REC era realizado, chamava a atenção na cena independente dos EUA pelo filme (ainda inédito no Brasil) THE POUGHKEEPSIE TAPES, coincidentemente também realizado no estilo "falsa filmagem real", mostrando as supostas gravações feitas por um assassino psicopata. 2007, por sinal, foi o ano dos filmes em estilo documental: além de REC e THE POUGHKEEPSIE TAPES, foram lançados o blockbuster CLOVERFELD e o polêmico DIARY OF THE DEAD, de George A. Romero, que eu sinceramente achei fraquíssimo - e que, por sua vez, foi ofuscado não só por REC, mas também por THE ZOMBIE DIARIES, produção de 2006 que já trazia "filmagem amadora" de zumbis.

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Como o pessoal dos estúdios lá dos EUA não acredita no significado das palavras "saturação" e "repetição" (se acreditassem, não estariam ainda refilmando os filmes de terror orientais, dos quais o público já está de saco cheio), aqui está QUARENTENA para dar prosseguimento a um filão iniciado ainda nos anos 70, em produções como SNUFF, EMANUELLE NA AMÉRICA e CANNIBAL HOLOCAUST: o "falso cinema verdade".

Quem viu
REC já sabe qual a proposta do remake: os dois filmes apresentam o que é para parecer uma gravação real feita por uma pequena equipe de TV, que estava gravando um programa de rotina quando o inferno começa - e a câmera, claro, continua filmando tudo. O espectador acompanha, então, uma longa gravação sem edição. À medida que a tensão se instala, a câmera treme muito, sai de foco ou filma na mais completa escuridão. Nenhuma novidade para quem lembra de A BRUXA DE BLAIR, lá de 1999.

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QUARENTENA começa já assumindo o papel de xerocão: Jennifer Carpenter (de O EXORCISMO DE EMILY ROSE) aparece posicionada da mesma forma que a desconhecida Manuela Velasco em REC, na frente de um quartel do Corpo de Bombeiros de Los Angeles, com o mesmo sorriso amarelo e a mesma cabeça inclinada para um lado, e se apresenta para a câmera do cinegrafista Scott Percival (Steve Harris, versão americana do Pablo de REC) da mesma forma que sua genérica espanhola: "Olá, eu sou Êndgela Vaidal". Cuma? Pois é, os "roteiristas" (leia-se "tradutores de REC para o inglês") não tiveram nem a capacidade de mudar o nome da personagem principal na versão norte-americana, e o diretor não percebeu como a pobre Jennifer fica simplesmente ridícula pronunciando "ÊNDGELA VAIDAL" ao invés de "Angela Vidal"! quaquaquaqua. Resta saber porque não escolheram uma atriz latina para interpretar a personagem, se a idéia era manter o nome original.

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Enquanto a Angela Vidal espanhola apresentava um programa chamado "Enquanto Você Dormia", sobre a vida dos trabalhadores noturnos de Barcelona, a "Êndgela Vaidal" americana apresenta o programa "The Night Shift", sobre a vida dos trabalhadores noturnos de Los Angeles (perceba as ENORMES diferenças culturais na adaptação do original). Neste caso, ela acompanha uma noite de trabalho dos bombeiros, mais especificamente dos soldados Jake (Jay Hernandez, de HOSTEL) e Fletcher (Johnathon Schaech, vindo diretamente de outro remake, A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR). Eles são as versões americanas dos bombeiros Manu e Alex, de REC.

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A introdução é um pouco mais longa que a versão espanhola, mostrando "Êndgela" flertando com Jake, fazendo uma aposta com Fletcher para ver quem veste antes o macacão dos bombeiros e até visitando o vestiário dos soldados. Finalmente, aos 11 minutos de projeção (contra os 7 do original), Jake e Fletcher saem com o caminhão de bombeiros para atender a uma chamada de rotina, levando junto "Êndgela" e Scott.

Não demora para o quarteto chegar a um velho prédio na periferia de Los Angeles, onde uma senhora maluca que mora sozinha, a sra. Espinoza (Jeannie Epper, versão americana da sra. Izquierdo de
REC), teria sido vítima de um mal súbito. Durante um longo tempo, QUARENTENA segue fielmente o roteiro de REC: acompanhados pelos policiais James (Andrew Fiscella) e Danny (Columbus Short), que já estavam no local atendendo a ocorrência, os bombeiros e a equipe de TV entram no apartamento da velha somente para encontrá-la cambaleando e murmurando. Quando tentam ajudá-la, ela ataca furiosa, mordendo a jugular de um dos policiais, até ser imobilizada por Fletcher.

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Seguidos sempre por "Êndgela" e pela câmera ligada de Scott, Danny e Jake descem as escadas levando o policial ferido para o saguão do prédio, onde todos os moradores estão esperando desesperados. Descobrem, então, que o edifício foi lacrado pelo exército e por autoridades sanitárias, e colocado sob quarentena devido a uma misteriosa infecção que teria se espalhado no local. A partir de então, institui-se um clima de paranóia e desespero, com discussões e novos ataques dos infectados. Para piorar a situação, não há saída: portas e janelas foram lacradas, e quem tenta se aproximar delas leva chumbo de atiradores de elite.

O vírus desconhecido se espalha rapidamente pelos moradores, como uma versão mais forte do vírus da raiva, transformando pessoas em criaturas que parecem saídas do filme
EXTERMÍNIO, de Danny Boyle (mas que, sem explicação lógica, nesta versão americana também ficam com os olhos pretos, a cara branca e os dentes podres, somente porque o diretor pensou que ficava mais "cool" caracterizar os infectados como se fossem monstros). Sem ter como escapar da área da quarentena, os sobreviventes tentam se defender dos ataques dos contaminados - tudo filmado pela agora trôpega câmera do cinegrafista.

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Parece familiar? E é! Para quem viu REC, até a ordem das mortes foi mantida. As diferenças são mínimas: um casal de chineses do filme espanhol foi trocado por um casal de imigrantes africanos que não falam inglês; há mais moradores no prédio (só para aumentar a contagem de cadáveres, porque no geral eles não fazem nada de útil para justificar sua existência), e a explicação para o surgimento da epidemia não tem nada a ver com aquela do final de REC (nada de menina Medeiros aqui, pessoal!). Isso, por si só, já é uma grande falha da versão norte-americana, pois o final era uma das melhores coisas de REC. Quer dizer, os caras refizeram tudo igualzinho, não mudaram praticamente nada do resto, mas inexplicavelmente fizeram a cagada de mudar o final! Vai entender...

Em comparação a
REC, o remake tem ainda duas diferenças principais que nada acrescentam ou contribuem: primeiro, o fato de animais (como ratos e cachorros) ajudarem a espalhar a infecção no edifício ao atacarem os sobreviventes; segundo, o fato do cameraman Scott aparecer o tempo todo, enquanto em REC só ouvíamos a voz do cameraman Pablo ou, no máximo, enxergávamos seus pés. Provavelmente os produtores norte-americanos queriam justificar o salário do ator que interpretou o câmera, por isso botaram a sua fuça em cena o tempo inteiro...

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Sabendo que QUARENTENA não seria nenhuma novidade para quem já conhecia o original, o diretor Dowdle também tomou a equivocada decisão de aumentar o nível de violência no remake. Numa cena bem-feita e até arrepiante, um homem contaminado, que tinha uma fratura exposta numa das pernas, tenta se levantar apoiado justamente na dita cuja, que obviamente dobra violentamente com o peso do corpo. Há ainda dedos decepados a dentadas e uma cena ridícula (na sua tentativa exagerada de amplificar a "interatividade" do espectador) em que o câmera Scott mata uma mulher infectada com golpes da câmera (e a delicada lente da câmera milagrosamente não quebra, mesmo após seis ou sete pancadas violentas na cabeça da "monstra"). Esta última cena, especialmente, é ridícula, na sua tentativa de transformar o cameraman em "herói", quando no original ele fazia apenas o papel de espectador, acompanhando (e registrando) o horror que acontecia ao seu redor sem jamais intervir.

Mas o grande problema do aumento no nível da violência do remake é que se perde o efeito de tensão e realismo proporcionado por
REC. O filme original não precisava de exagerados efeitos sangrentos (embora tivesse alguns) para deixar o espectador desconfortável. Pelo contrário: a câmera tremia e desviava o tempo todo das mortes e ferimentos, mostrando mais as vítimas ensangüentadas e mutiladas ao final dos ataques do que o "durante" as mutilações. Assim, as cenas pareciam mais reais simplesmente porque não eram mostradas. Já quando você vê o troço acontecendo "on-screen", sabe que aquilo é pura maquiagem e efeito especial, e o ar de "realismo" se perde imediatamente...

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E é justamente na questão do realismo, a melhor coisa do filme espanhol, que QUARENTENA perde feio. Enquanto em REC há vários lapsos de tempo na narrativa, em que a câmera fica desligada, além de outros em que o equipamento é ligado acidentalmente e fica registrando apenas diálogos dos personagens, no remake o cinegrafista grava absolutamente TUDO para tornar a narrativa mais linear. Inclusive, e aí está o problema, filma o que não precisaria estar filmando se aquela situação fosse verídica.

Por exemplo: em
REC, uma única fala de um personagem para a câmera, dizendo que os telefones celulares pararam de funcionar, bastava para passar esta informação ao espectador. OK, já entendi, vamos em frente. Já QUARENTENA, tomando o espectador para otário, prefere explicar tudo didaticamente, antecedendo este mesmo diálogo com uma cena em que várias pessoas tentam usar seus celulares e descobrem que eles estão mudos (e, sabe-se lá porquê, o câmera fica filmando isso, passando de um personagem para outro com o celular no ouvido repetindo: "Alô? Alô?").

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Também não entendo por que motivo o cameraman de QUARENTENA fica filmando um personagem assistindo TV (tudo bem, eu sei que é para o espectador receber informações vindas do noticiário, mas não existe razão lógica para o câmera, que pertence a uma equipe de TV, ficar filmando um noticiário de TV!!!), e por que ele mantém o equipamento ligado inclusive quando é atacado por um rato e o esmaga com o pé (neste caso, o mais lógico não seria que ele desligasse ou pelo menos largasse a câmera?). Enquanto no filme espanhol o cinegrafista deixava a câmera ligada para registrar e denunciar o que estava acontecendo dentro do prédio, no remake o cinegrafista filma demais e o tempo inteiro, numa tentativa de explicar e mostrar tudo ao espectador, de deixar tudo explicadinho, que só consegue tornar a versão norte-americana excessivamente didática e menos "realista" do que seu primo pobre.

E é claro que pesa contra o fator "realismo" ver caras conhecidas como Jennifer Carpenter, Jay Hernandez, Johnathon Schaech e Rade Serbedzija ao invés dos desconhecidos espanhóis de
REC. Se no caso do filme original um desavisado realmente poderia acreditar que estava diante de uma filmagem verdadeira, como é que alguém seria enganado da mesma forma vendo "o cara de HOSTEL" como bombeiro e "a guria da série DEXTER" como jornalista? Se a idéia era criar uma atmosfera de realismo, o mais correto seria usar atores desconhecidos nos papéis. Caso contrário, o efeito é exatamente o oposto. Em outras palavras: será que engoliríamos A BRUXA DE BLAIR da mesma forma caso o filme fosse estrelado por Neve Campbell, Skeet Ulrich e Matthew Lillard ao invés dos três desconhecidos que fizeram os papéis de gente comum?

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O pior é que esta gente famosa nem ao menos faz jus ao salário que devem ter recebido: eles não estão interpretando personagens, mas sim interpretando os personagens que os atores espanhóis interpretaram em REC. Eles chegam a copiar tiques do filme original, principalmente Jennifer Carpenter, que está ridícula: ao invés de interpretar uma repórter, ela preferiu interpretar Manuela Velasco interpretando a repórter em REC, com os mesmos sorrisinhos amarelos, as mesmas reações da atriz espanhola, até os gestos usando as mãos (não é exagero, comparem as fotos!!!).

Claro que é pura covardia: enquanto a bela Manuela entregou uma interpretação histérica de uma garota tomada pelo puro horror, que provavelmente só encontra eco na gritalhona
Marilyn Burns n'O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA de 1974, Jennifer não passa a mesma tensão em momento algum, e às vezes até parece calma demais com tudo que acontece ao seu redor. O único que tenta fazer algo diferente é Jay Hernandez, querendo transformar seu bombeiro num personagem mais simpático que o carrancudo Manu de REC. Mas também passa batido pelo filme: é famoso demais para a proposta da produção.

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Ah, e tem outro problema ainda: sabe aquele velho ditado de que em time que está ganhando não se mexe? Pois é, o "diretor" Dowdle parece concordar com ele: percebendo que os sustos de REC estavam todos no lugar certo e funcionavam como um relógio, o cara nem se preocupou em criar novas cenas de horror para o "seu" filme, apenas refazendo os mesmos momentos tal-e-qual no filme espanhol. Resultado: quem já tomou estes mesmos sustos em REC (tipo os já famosos susto do bombeiro que despenca da escadaria, susto da criatura no sótão, susto do braço que agarra um dos personagens através de uma porta gradeada...) dificilmente vai pular da cadeira de novo, pois estará vacinado contra eles, sabendo o exato momento em que acontecerão. E você vê a falta de criatividade de um projeto quando seus realizadores não são capazes nem de tentar criar novas cenas de horror para pelo menos pegar de surpresa aqueles que já conhecem o original.

Ao contrário de filmes de horror orientais, que normalmente apresentam uma cultura totalmente diferente da ocidental, e de filmes de suspense dinamarqueses, holandeses e franceses que também já ganharam refilmagens norte-americanas,
REC nem tinha grandes diferenças culturais ou comportamentais que realmente justificassem uma refilmagem como esta que foi feita. Tirando a mudança de cor nos uniformes dos bombeiros e dos policiais de um e de outro país, os personagens agem exatamente da mesma forma nos dois filmes, com a mesma sensação de paranóia e de preconceito contra estrangeiros (chineses em REC, africanos em QUARENTENA). Ou seja: os produtores nem mesmo precisaram adaptar a trama para a "sua" realidade, já estava tudo prontinho. Mais um motivo pelo qual seria menos ridículo ter dublado REC em inglês ao invés de refazê-lo exatamente da mesma forma.

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Depois desta análise mal-humorada, o leitor pode até pensar que eu odiei QUARENTENA. Na verdade, não é bem assim. Mas estou num dilema: este é um daqueles raros casos em que eu simplesmente não sei como avaliar o conjunto da obra. Quer dizer, como posso gostar de uma coisa que é praticamente igual a outra coisa? Se gostei de REC, e QUARENTENA é 99% idêntico a REC, a lógica seria que eu também gostasse de QUARENTENA, correto? Porém se QUARENTENA é praticamente igual a REC, a lógica não deveria mandar que eu reassistisse REC ao invés de perder tempo vendo uma versão genérica deste? Por outro lado ainda, se REC não existisse, será que eu gostaria muito ou pouco de QUARENTENA? No site gringo Bloody Disgusting, pelo menos, o crítico viu QUARENTENA sem ver REC e fez vários elogios; será que ele mudará de opinião após ver o filme espanhol? Pergunto isso porque conheço várias pessoas que adoravam os remakes O CHAMADO e O GRITO, mas passaram a odiá-los quando finalmente viram suas versões originais, RINGU e JU-ON. E aí?

Claro que tem outros espectadores que preferem os remakes - às vezes por puro preconceito de ver uma produção barata, falada em outra língua e estrelada por desconhecidos. Para estes, cópias xerox como
QUARENTENA sempre terão mercado, embora eu continue achando ridículo (e completamente imbecil) refilmar quadro a quadro uma obra que não completou nem um ano de existência. Já temos remakes de remakes, já temos continuações de remakes e agora temos remakes de filmes com menos de um ano de existência. O que virá a seguir? Estúdios filmando três ou quatro versões de um mesmo roteiro e jogando-as nos cinemas com um curto intervalo de tempo? Estúdios dando sinal verde para remakes baseados em trailers de filmes estrangeiros? Um filme estrangeiro e seu remake feito no mesmo ano disputando o Oscar de Melhor Filme?

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Pessoalmente, deixo aqui uma recomendação aos leitores: prefira (e valorize) sempre o produto original. Um Playstation é melhor do que um Polystation, um eletro-eletrônico da Sony certamente é melhor que um da Coby, e REC dá de laço em QUARENTENA, sem sombra de dúvidas. Não estou propondo aqui nenhum boicote ao remake americano, apenas incentivando os leitores a conferirem PRIMEIRO o filme espanhol, que por sinal chegará antes aos cinemas brasileiros. Até porque esta é uma experiência que vocês só terão uma vez na vida: depois que souberem todas as surpresas do filme, a coisa toda perde aquele frescor e originalidade da primeira vez. Por isso, volto a recomendar: veja REC antes! Se quiser ver QUARENTENA depois, fique à vontade.

Como já escrevi inúmeras vezes ao longo deste texto, ao pagar o ingresso para ver
QUARENTENA, você estará pagando ingresso para ver um filme que já foi feito com outros atores e em outra língua. E se você já viu o original, aí cabe somente a você analisar se vale a pena ver a mesma história pela segunda vez em uma outra versão. É como naquele exemplo das novelas da Globo e do SBT que citei no começo do artigo: a versão da Globo certamente terá produção melhor e atores mais famosos que a versão do SBT. Mas, como o roteiro é exatamente o mesmo, é o espectador que vai decidir para qual canal trocar. Assim como pode decidir entre REC ou QUARENTENA, e entre ver um só ou os dois.

E é por isso que eu falo por mim: se eu tivesse que escolher entre apenas um dos dois, veria
REC sem nem pensar duas vezes.

E se me dessem outra vez a chance de ver os dois filmes no mesmo dia, ainda assim preferiria rever
REC a rever QUARENTENA.
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Exclusivo! Diretamente de Madri, na Espanha, onde o remake Quarentena também está sendo impiedosamente detonado por todas as revistas especializadas em cinema, nosso colaborador Felipe M. Guerra descobriu algumas pistas sobre REC 2, que os diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza estão filmando neste exato momento em Barcelona para lançamento ainda em 2009. Segundo a revista espanhola Imagenes, que fez uma reportagem com os principais lançamentos do gênero este ano, o roteiro de REC 2 está sendo mantido a sete chaves, mas os diretores-roteiristas deixaram escapar que a história será situada tanto num momento paralelo aos acontecimentos do primeiro filme quanto logo depois da conclusão do original, mostrando como a infecção sai do prédio e se espalha pela cidade. Uma das poucas certezas é que a repórter Angela Vidal está de volta, pois a atriz Manuela Velasco é a única do primeiro filme confirmada no elenco da continuação (talvez tenha sobrevivido ao ataque da menina Medeiros, ou então aparecera apenas em flashback).

rec-2.jpgJorge Soto2009-01-18 09:03:20
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Hm... até que a proposta da continuação não soa tão mal' date=' considerando como eles foram felizes com a 1ª temática.

 

Esperemos... :D
[/quote']

 

Pô, Verinhas, mas essa proposta de acontecimentos "simultaneos" ao filme original nao é taaaao nova assim, vide o otimo De Volta Pro Futuro 2 10e o péssimo Jogos Mortais 409. Resultados bem diferentes. Mas se a direcao for novamente competente e nao se tornar repetitiva, caindo na mesmice e obviedade tipicas de sequencias, pode sim sair coisa boa. Ate pq um Jogos Mortais 4 ninguem merece..14 Entretanto, prefiro q a reporter Angela Vidal retorne em flashbacks e nao fisicamente, pq td leva a crer q ela foi por saco!!!0416 É aquela mesma historia do Abismo do Medo 2, onde tao fazendo merda ao trazer de volta a atriz principal, vivinha da silva.. e jogando no lixo o melhor q tinha o original, q é a insinuacao de final definitivo, sem saida.
Jorge Soto2009-01-19 05:15:15
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É aquela mesma historia do Abismo do Medo 2' date=' onde tao fazendo merda ao trazer de volta a atriz principal, vivinha da silva.. e jogando no lixo o melhor q tinha o original, q é a insinuacao de final definitivo, sem saida.[/quote']

 

Na verdade o que vimos por aqui é o final alternativo, e a 'Abismo do medo 2' é continuação do final original, que foi utilizado em alguns lugares da europa e EUA.... ou estou enganado?090909090909
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