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Resenha de Dreyer

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ

CINEMA PARA OS FORTES

 

“Gosto de ouvir sobre os velhos tempos...”

[/quote']

Bela introdução tratando dos filmes dos irmãos Coen!10

 

Como a maior parte dos filmes dos dois, “Onde os Fracos Não Têm Vez” não é um filme fácil ao público “mainstream”.  É uma releitura que pode criar um novo parâmetro para um gênero que parecia não ter inovações. Ao trazer para as paisagens desérticas dos Estados Unidos a mitologia do western, os Coen mostram que, se mudaram os tempos e os personagens, pouco mudaram as motivações - em seu âmago, o ser humano ainda é um selvagem. Lutar contra esse sentimento é inútil, apesar de nobre. A paisagem árida das pradarias, o ambiente dos hotéis de beira de estrada, as  “rotas 66” que cruzam esse ambiente árido  e, principalmente, as motivações de quem vive ( e sobrevive ) nesse ambiente não foram feitas para quem ainda vive nos velhos tempos. É disso que trata o título original do romance de Cormac McCarthy, ( o livro teve uma tradução mais fiel, "Onde os Velhos Não Têm Vez" ), ligado diretamente ao personagem interpretado por um ainda ótimo Tommy Lee Jones. É no diálogo final que se entende isso, mas é uma constatação que vai sendo contruída desde sua primeira aparição… desde as primeiras falas do filme. De certa forma, o título nacional não resume esse sentimento - os velhos representados por Jones não são necessariamente fracos – mas, mesmo fora de contexto, não ficou de todo mal: pelo menos, seu sentido não é mentiroso. Os fracos também não têm vez nesse cenário. Os fracos simplesmente imploram, ou argumentam. Os fortes desse ambiente árido não pensam duas vezes. Os fracos dizem “Você não precisa fazer isso.” Os fortes respondem de forma seca. “Isso é o que todos dizem…”

Senti o cheiro do arizona nesse parágrafo!10

Jones é um xerife de uma cidade pequena no Texas, cuja trajetória durante o filme se confunde com a do típico texano interpretado por Josh Brolin (crescendo na cotação americana depois de deixar o bigode crescer e ficar com cara de Nick Nolte) e do matador profissional Javier Bardem, o dono do filme. Como o assassino Anton Chigurh, ele cria um personagem antológico – uma personalidade doentia, de frases curtas, desconcertantes, olhar perdido e um cilindro de ar comprimido (!!!). Seu diálogo com o dono de um armazém de beira de estrada é genial, simples, desconcertante e tenso ao extremo.  O que une esses três personagens, assim como nos antigos faroestes, é o que menos importa: a busca por 2 milhões de dólares que o caçador texano de Brolin encontrou ao dar de cara com o cenário desolado de uma negociação fracassada de venda de drogas. O que mais importa aos Coen é ter as motivações necessárias para exporem seus demônios. Dão ao cinema a prova de que essas motivações podem ser modernizadas e criar um novo gênero, o western moderno.

Boa descrição do personagem, gostei.

Como a narrativa é o que importa, a música praticamente inexiste. É o público contemplando os personagens traçando seus destinos.  Como o ambiente tem tanta importância quanto os personagens que nele habitam, os longos planos abertos típicos dos diretores estão presentes. Como na realidade dos Coen a vida não é um mar de rosas, as pendências não precisarão, necessariamente, ser resolvidas. A vida é assim, o cinema dos Coen também. Quem se dispõe a acompanhar uma história – e não a querer contá-la num ciclo fechado - terá uma bela experiência… a melhor da carreira dos irmãos. É cinema para os fortes…

 

Dreyer, gostei da sua desenvoltura textual. Você tratou a obra como ela devia ser tratada, fazedno reverência.

 

10

 

10/10

 

 

 

 

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Resenha de Albergoni

2 filhos de Francisco ( 2 filhos de Francisco' date=' Brasil, Breno Silveira, 2005).[/quote']

 
o brasileiro prefere a raiz dos outros à si própria. Um preconceito impregnado na sociedade, que considera o nosso caipira brega, mas o caipira dos outros cult.

 

Pra mim bastava isso!03

 

E é justamente esse preconceito todo que me fez pestanejar na hora de decidir entre assistir e não assistir 2 filhos de Francisco. Corroborando com esse preconceito estava todo um passado de bombas retumbantes de filmes nacionais com celebridades do meio musical - haja vista o péssimo Aquaria com Sandy & Junior e todos os filmes da Xuxa.

 

Contudo, existe uma ligação pessoal minha com a música regional (meu avô é violeiro e foi cantor de dupla sertaneja) e, graças a ela, resolvi deixar o preconceito de lado e assistir ao filme.

 

É bom colocar impressões pessoais em críticas, achei muito bom aqui, mas tome cuidado.

 

E não é que valeu a pena? 2 filhos de Francisco é um excelente filme, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista artístico.

 

Técnico porque é muito bem dirigido, tem atuações excelentes (Dira Paes e Angelo Antonio são, ao lado dos jovens Dablio Moreira e Marcos Henrique os maiores destaques), possui uma fotografia excepcional (valorizando as nuances da vida no campo com a sujeira visual da pobreza na periferia) e a trilha sonora, embora discreta, é sempre pontual.

 

Já no ponto de vista artístico, o primeiro ato é, sem dúvida, o melhor do filme. É no primeiro ato que o talento dos atores mirim que interpretam Mirosmar (futuro Zezé di Camargo) e Emival aparece. Além de excelente cantores, os atores conseguem sucesso tanto nos momentos alegres do filme quanto nos tristes.  O conflito psicológio entre o pai e Mirosmar, o medo aparente, embora não verbalizado, na face de Mirosmar ( em virtude das cobranças constantes do pai), a timidez ao balbuciar as primeiras notas de Menino da Porteira na gaita de boca e a alegria do primeiro aplauso são executados com extrema competência por Dablio. Marcos, por sua vez, consegue transmitir com igual competência o seu menor interesse pela carreira de artista e sua paixão por futebol.

 

Angelo Antonio (Francisco Carmargo) também brilha com maior intensidade, no primeiro ato. O drama da fome, o trauma da mudança do campo para a cidade e, sobretudo, a veia sonhadora sempre presente tornam a atuação de Angelo excepcional. Dira Paes (Helena) também brilha nos momentos mais dramáticos do primeiro ato.

 

Embora enfraquecido no segundo ato (quando vemos o árduo caminho de Mirosmar ao lado de sua esposa Zilu, em uma atuação apenas regular de Paloma Duarte e Luciano) quando o filme perde um pouco da sua predominância dramática e acaba por flertar um pouco com o romance, o filme torna a brilhar no terceiro ato, quando a figura de Francisco se faz importante novamente ao carregar consigo a grande virada da história.

 

Um filme brasileiro para brasileiros. Brasileiros de verdade!

 

Albergue, sabemos que Zezé e Luciano são caipiras modernos nada sertanejos. Acho que importante, para tirar o contra gosto do público, você tratar das músicas de raiz trazidas no filme (como vc falou de manino da porteira). A música que trata da mãe dos meninos que me trazia lágrimas aos olhos ao vê-la vendo-os partir.

 

Em suma é um bom filme sim! Acho que você conseguiu passar a parte boa do filme muito bem ao público.

 

E lembrando que mais uma vez, assim como no filme comprando as fichinhas, Seo Francisco patrocinou o filme e deu novos ares a carreira dos filhos!03

 

8/10

 

 

 

 

 

 

 

 
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Resenha do filme Adoráveis Mulheres (por Mônica Veras)

 

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Resenha do filme Adoráveis Mulheres (por Mônica Veras)

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Adoráveis Mulheres (Little Women, 1994), dir. Gillian Armstrong

 

Em meados do século XIX, surge um gênero literário novo que, por retratar enredos ainda não disseminados no universo da língua inglesa, foi detentor de grande repercussão na época, mudando para sempre e enriquecendo sobremaneira a história da literatura Inglesa e Americana. Dentro desse novo gênero, responsável por tornar público detalhes do universo feminino amplamente desconhecidos entre os homens, surgiram escritoras fantásticas e obras inesquecíveis, muitas das quais foram adaptadas para as telas do cinema.

Tal qual outros romances do gênero - como Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, ambos de Jane Austen - Adoráveis Mulheres (Little Women, 1994), manteve no cinema as mesmas graciosidade e angústia do espírito feminino do XIX, retratadas sem erros no romance da americana Louisa May Alcott.

O filme, dirigido por Gillian Armstrong, mostra o cotidiano de uma família de quatro filhas em Concord, vivendo em profunda crise financeira durante a Guerra Civil americana. A mãe das garotas, interpretada serenamente por Susan Sarandon, encontra-se na difícil missão de chefe da família March, enquanto seu marido fora chamado para servir na guerra.

Cada qual com personalidades e necessidades completamente diferentes, as moças permanecem sob o véu que resguarda a intimidade feminina, vivendo o conflito entre a alegria de crescerem à vontade, longe do olhar social crítico, e a angústia de terem seus desejos e sentimentos reprimidos pela sociedade machista e fortemente patriarcal da época.

A mais talentosa das irmãs, Jô March, vivida fantasticamente por Winona Ryder, é a mais angustiada delas. Possuidora de um incrível talento literário - porém ainda muito imaturo - Jô apresenta profundas dificuldades em enquadrar-se no padrão de “dama da sociedade” – não só no que diz respeito ao comportamento, como também aos desejos e pretensões que uma moça refinada deveria apresentar. Representa a força do espírito feminino.

Amy (Kirsten Dunst/Samantha Mathis), a irmã mais nova, repleta de uma ganância inocente, anseia por crescer, ser bonita e casar-se com um marido rico para ser um grande ícone da sociedade. Claramente inveja as colegas mais favorecidas e deseja tudo aquilo que não pode ter pela condição financeira de sua família. Representa a ganância da mulher.

Meg (Trini Alvarado), a mais velha, possui o comportamento correto em frente à sociedade, assume grandes responsabilidades dentro e fora de casa, mas que, por vezes, deixa-se seduzir em pensamentos sobre como seria ser outra pessoa, como seria não ser o que é. Representa o romantismo da mulher.

Beth (Claire Danes), é caseira, não possui ambições e adora o seu mundo reservado, longe de críticas, olhares curiosos e obrigações sociais, onde se faz necessário pensar constantemente no que dizer ou no que vestir. Apresenta bondade e passividade incríveis. Representa a fragilidade do corpo feminino.

O filme se desenvolve em três atos bem delimitados. O primeiro mostra o cotidiano das moças, as discussões e alegrias que vivenciam, os problemas que enfrentam. Somos apresentados a Teodore Lawrence, “Ted” (Christian Bale), um vizinho de posses, que se torna amigo da família March, recebendo a graça de compartilhar do dia-a-dia das garotas, acabando por amar todas elas. Representa o desejo masculino de possuir e compartilhar dos pensamentos da mulher e a angústia pela incapacidade de entendê-las por completo.

O segundo ato desenvolve-se alguns anos mais tarde e mostra um distanciamento das irmãs, quando cada uma segue um destino diferente em busca da realização de seus sonhos. Meg se casa, Amy vai à Europa como acompanhante de sua tia para estudar artes - e, quem sabe, encontrar um "bom marido" - e Jô, após rejeitar o pedido de casamento de seu melhor amigo Ted, viaja para Nova York afim de finalmente consolidar-se como escritora. Ted, após ser rejeitado por Jô, afasta-se de seus estudos de Direito para estudar música. Enquanto isso, Beth, que possui uma saúde muito frágil, permanece em casa com sua mãe.

O terceiro ato é marcado pelo retorno das garotas – e de Ted – ao lar após o agravamento da doença de Beth. Nesse momento, todas estão marcadas pelas felizes experiências que tiveram, mas dominadas pela tristeza de saber que as vidas que deixaram para trás não podem ser resgatadas, conformando-se de que são apenas imagens e sons a serem revividos na memória. Com o espírito afundado em lembranças e ansioso por externar todos os seus sentimentos, Jô escreve um maravilhoso romance sobre sua vida e a de suas irmãs, finalmente tornando-se escritora, como sempre sonhou.

A direção de Armstrong é regular e correta, mantendo-se como uma terceira pessoa imparcial, deixando as atrizes livres para externar os sentimentos de suas personagens através das ótimas atuações e dos excelentes diálogos que foram mantidos. Os detalhes técnicos mantêm-se ao nível das brilhantes atuações, destacando o figurino, a direção de arte e a trilha sonora.

Porém, a maior riqueza da história fica por conta do estudo da personalidade das irmãs. Percebe-se que, embora sejam muito diferentes, são cada qual uma fatia da alma de uma só mulher, cheia de dúvidas e angústias. Uma alma que quer desvendar o mundo, mas que se afoga em saudosismo do lar. Um corpo que deseja ser cortejado, mas que sabe que é frágil e resguarda-se em sua intimidade. Uma mentalidade que anseia por autonomia, mas que é traída pelo coração romântico que, no fundo, sonha em ser dominado por um grande amor.

 

Por fim, todas elas são uma só. São todas faces do espírito conturbado de qualquer mulher que, independente da época, vive com tamanha profundidade, podendo guardar em si mesma todos os sentimentos simultaneamente e que, no fundo, ainda mantém um tênue véu sobre eles.

 

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Informações adicionais:

 

Principais prêmios e indicações

 

Oscar 1995 (EUA)

 

Recebeu três indicações nas categorias de Melhor Atriz (Winona Ryder), Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.

 

BSFC Award 1994 (Boston Society of Film Critics Awards, EUA)

 

Venceu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Kirsten Dunst).

 

BAFTA 1995 (Reino Unido)

 

Recebeu uma indicação na categoria de Melhor Figurino.

 

Curiosidades:

A atriz Christina Ricci chegou a fazer uma audição para a personagem "Amy March", mas o papel terminou ficando com a atriz Kirsten Dunst.

 

Durante as filmagens ocorreu um acidente com a atriz Claire Danes: enquanto ela carregava uma das velas na escadaria, o seu cabelo pegou fogo.

 

Adoráveis mulheres é a quarta versão para o cinema do livro de Louisa May Alcott; os outros filmes foram As Quatro Irmãs, de 1933; Quatro Destinos, de 1949 e Quatro Irmãs, de 1978.

[/quote']

 

Veras, excelente crítica!

 

Nem consegui parar no meio dela para fazer comentários, simplismente comi suas palavras, devorei seu ritmo.

 

Boa desenvoltura no texto, não tem o que falar. E sua resenha está impecável, você falou de todos os aspectos importantes do filme, tratou o filme de uma forma muito delicada!

 

10/10

 

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Resenha de Danilo

Pecados Intimos (Little Children' date=' 2006)

 

 

Com Kate Winslet, Patrick Wilson e Jennifer Connelly. Indicado para 3 Oscars: Atriz, Ator Coadjuvante e Roteiro Adaptado.

 

Acabei de assisitir Little Children. Vou começar minha analise logo com o veredito : o filme é maravilhosamente incrivel. Tudo começa com o narrador, ele traz ao filme uma atmosfera literaria que fez com que eu assistisse a cada cena na expectativa de seu proximo comentario, como se estivesse lendo um livro e esperasse ansiosamente terminar a pagina para prosseguir a historia. E que historia ! As cenas com o narrador sao tao bem feitas, que nos faz conhecer profundamente cada personagem muito rapidamente, apenas com o olhar do ator e uma descriçao de seus pensamentos.

 

A historia do filme é basicamente formada de dois nucleos, o adulterio de Sarah (Kate Winslet) e Brad (Patrick Wilson) e a tentativa de viver uma vida normal de Ronnie (Jackie Earle Haley). Ainda sobre o lado literario do filme, esses dois nucleos sao como parodias de dois livros citados no proprio filme: “Madame Bovary” (Gustave Flaubert, 1856) e “Crime e Castigo” (Fiodor Dostoiévski, 1866) respectivamente, dois classicos do realismo. Sarah é a propria Emma Bovary, casada, sozinha, perdida na vida e tenta encontrar no adulterio uma salvaçao, enquanto Ronnie é Raskolnikov, que enfrenta a culpa apos seu crime.

 

Talvez a principal falha do filme seja deixar claro demais sua intençao: mostrar que todos somos maus, todos erramos e todos julgamos (ninguém poderia jogar a primeira pedra, mas todos jogam), todos estao perdidos e nao sabem o que fazer, como pequenas crianças. Ha momentos que pensei: “tudo bem diretor, eu ja entendi!”, mas ver comentarios no forum do IMDB sobre como esse filme é ruim contradiz minha opiniao.

 

E engraçado como a grande maioria das historias que se contam de pessoas confusas sao historias de “amor”. No exemplo do filme, Sarah cuida da filha, nao recebe atençao do marido e é desprezada por suas companheiras de playground. Para resolver todos os seus problemas ela encontra um homem, e o “amor”. Esse homem, Brad, esta na mesma situaçao, sua mulher trabalha o tempo todo e so pensa no filho, o filho so pensa na mae, e sua carreira é um fracasso. Os dois so sao felizes quando cometem o adulterio, é sempre o sexo que traz felicidade. Mas essa é uma felicidade verdadeira ? Por que é que ela tinha que procurar logo esse tipo de felicidade ? Por que a humanidade tende tanto à procurar uma saida no sexo, somos tao escravos da biologia assim ? Como é que o amor pensaria numa soluçao tao egoista como fugir ? Entao tudo isso ai nao é amor, como em quase todas as outras historias, e como acontece na vida real.

 

Além de Ronnie, outra encarnaçao de Raskolnikov é Larry (Noah Emmerich), ex-policial que matou um adolescente em service e se aposentou apos ter crises nervosas. Enquanto Ronnie encara a culpa tentando viver uma vida normal, triste, mas normal, Larry descarrega todo o odio que tem de si em Ronnie. Essa é a parte do filme que mostra para nos que nao podemos julgar os outros. Na cena do primeiro beijo entre Sarah e Brad, o beijo foi o crime, as outras, que sabiam que isso era errado mas morriam de vontade de faze-lo e nao tinham coragem, começaram a enxergar Sarah como uma encarnaçao do adulterio, a condenando. Minha opiniao é que elas ja eram adulteras desde o começo, mais uma vez cito uma passagem da biblia: “o importante nao é fazer o pecado, so de pensar voce ja pecou”, entao so delas quererem cometer o adulterio elas ja sao infelizes, elas sabem que é errado, querem fazer o errado, mas nao o fazem por medo da sociedade ou culpa. Sera que a vontade ja nao te deixa tao infeliz quanto a culpa ?

 

O filme ainda tem tempo de ter personagens secundarios bem complexos também, infelizmente eles sao sub-explorados. Kathy (Jennifer Connely), é uma mulher que sustenta a familia e cuida de todos. Mas seria ela mais forte que os outros ? Seria ela feliz ? Duvido muito. Seria essa personagem corajosa pois consegue levar a vida sem espasmos nervosos ou adulterio ou outro refugio ? Talvez ela apenas leve a vida assim pois tem medo demais de se rebelar e procurar uma melhor vida ou uma verdadeira felicidade (se isso realmente existir).

 

Falando agora cinematograficamente, existem tres cenas que me marcaram: a da piscina pela beleza, talvez uma das mais belas que ja vi, a da crise nervosa de Ronnie com os relogios pela agonia e de Ronnie se masturbando no carro da garota olhando para o balanço no playground por ser perturbadora (mas confusa). Sobre a atuaçao, Jackie E. Haley da um show, bem melhor que Alan Arkin que ganhou o Oscar concorrendo com ele, outro destaque que achei foi o menino que interpreta o filho de Brad. Kate Winslet faz bem o seu papel, mas nada que mereça destaque, mesmo que tenha também sido indicada ao Oscar.

 

O fim do filme mostra o casal acordando do seu sonho feliz que era o adulterio, Larry se redimindo ao custo da morte da mae e do colapso de Ronnie, como se fosse um final “feliz” para a maioria dos personagens. Quem ve o titulo brasilero pensa que o filme se trata de um simples caso de adultério, o que atrapalha a forma com que as pessoas encaram o filme, fica aqui um protesto. Sobre o titulo original: li um comentario falando que o filme fala sobre crescer, virar adulto, e no final esses personagens viram adultos, sabendo enfrentar a vida como ela é. Mas nao acho que sabendo enfrentar a vida como ela é seja suficiente para encontrar a felicidade, e provavelmente todos nos continuamos a ser pequenas crianças em se tratando de procurar um sentido para nossas vidas.

 

[/quote']

 

Danilo, você deve construir melhor as frases e deve se ater a resenha crítica, nada de sinopses (repetindo o erro da TH), e evite falar "na minha opinião", cinematograficamente falando", "eu acho que". Você deve fazer a resenha dizendo: Aqui nessa parte você vê "isso" ... blá blá blá.

 

Tente cponstruir melhor os conceitos que você quer passar. Achei que ficou confuso o sentido do filme e o impacto dele. leia e releia a sua resenha e sempre tente melhora-la, e não use a sua opinião use a sua visão!

 

6/10

 

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Resenha de Vicking

FILME: O Piano

DIREÇÃO: Jane Campion

ANO: 1993

 
 

"Há um silêncio onde nenhum som se faz ouvir. Há um silêncio onde som algum pode existir. Na sepultura fria' date=' no extremo fundo do mar."

Thomas Hood

Em certo momento de "O Piano", Ada McGrath (Hunter) arranca a tecla de seu piano para se comunicar com o amante. O castigo que recebe quando descoberta é o mais puro lirismo, traçando um paralelo marcante com o instrumento durante toda a projeção. E é essa relação que constrõe toda a atmosfera do filme.

Ada tornou-se muda desde seus 6 anos, sem nenhuma explicação. Ela é enviada com sua filha (Paquin) à selvagem Nova Zelândia por um casamento arranjado com Alisdair (Sam Neill), e faz questão de levar seu precioso piano consigo. Não demora a descobrir que o local é extremamente rústico, e a decepção se torna ainda maior quando Ada é forçada a abandonar na praia a única coisa que a faria feliz naquele lugar. É quando Baines (Harvey Keitel) resolve se apropriar do piano a fim de se aproximar dela, e é a partir daí que Jane Campion desenvolve sua fábula sobre paixão.

Em meio a uma paisagem úmida e cinza, Ada manifesta-se contra os mimos do marido, e não demora a se isolar da comunidade, tendo como companhia somente sua filha Flora. Diante disso, Anna Paquin a retrata com perfeição harmonizando contradições em uma só pessoa. A menina se tornou precoce ao ser a mediadora dos assuntos adultos de sua mãe, por ser a voz dela, e enfrenta um conflito com sua inocência infantil, sofrendo colapsos e distúrbios de personalidade diversas vezes. Não é a toa que por boa parte da narrativa, Flora esteja vestida com uma fantasia de anjo, criando um paradoxo tocante. O figurino do filme aliás é outro atrativo, o vestido de Ada merece menção por enfatizar a desconexão da personagem com sua nova vida, além do escudo protetor que somente expõe a sua face. E o momento em que Baines, ajoelhado vendo-a tocar o piano, descobre um furo em sua meia e delicadamente toca a pele exposta é de uma sensibilidade ímpar. Ele achara uma abertura na dura concha que Ada construiu. Se ele tivesse a agarrado brutalmente, a cena não alcançaria o mesmo poder, e é justamente sob este prisma que o filme inteiro se comunica. E no meio da selva fria nasce uma paixão carnal, deixando o burguês Alisdair totalmente perdido, sem saber como tratar a esposa e seus sentimentos, o que resulta numa psicopatia explosiva.

Em uma das melhores performances do cinema, Holly Hunter enfrenta as dificuldades costumeiras de interpretar alguém mudo, com roupas pesadas de época, e leva o desafio a níveis inimagináveis. Já nas primeiras cenas percebemos uma amargura em Ada apenas com seus olhares, a postura firme exigida na época, mas transmitindo um silêncio aterrador, uma aura de sofrimento que é perceptível mas não se deixa trasnparecer. Sequer é necessário saber de atuações pra se constatar a qualidade do trabalho da atriz, como sua mudança instantânea ao tocar seu piano, uma alegria que vemos não só na face, mas em sua alma. Além disso, ela carrega a imagem da mulher, cujo a diretora tanto preza, transformando O Piano em um verdadeiro microcosmo analítico, de como a paixão pode brotar na mais adversa das situações.    

Enqüanto isso, Michael Nyman dá som à melancolia da história, inserindo sua música de forma totalmente invasiva, mas combinando perfeitamente com o que é mostrado. Criou-se um balé dramático multifacetado, que enfatiza todas as intenções de Jane Campion.

Uma última cena com o piano mostra a evolução de Ada, que desabrocha para uma nova fase de sua vida da qual não imaginava ser possível, deixando oficialmente o silêncio para trás. Apesar de soar enfadonho, a diretora desvia desta sensação dando um aspecto estranho à nova Ada. Estranho, mas muito mais complexo e real, o que a torna genuína e linda.

 

 

À minha mãe [/tacky']

 

Vicking, pesquei por cima que esse filme é um filme forte, com emoções fortes, sentimentos fortes. Acho que você deveria inflamar mais seu discurso. Busque isso dentro de você, veja o filme e se destrua com ele!

 

É essa coisa de tratar o filme como ele merece ser tratado!

 

7,5/10

 

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Resenha de Renato




Análise técnica

Os irmãos Wachwoski são dois nerds obcecados com histórias em quadrinhos' date=' animes e operações de mudança de sexo. Tais características, excetuando-se (creio eu) as operações de mudança de sexo, somadas a alguns milhões de dólares, fizeram com que os irmãos brindassem a humanidade com um excelente filme.

Escolha. Talvez essa seja a palavra que determina o filme. Não só durante os momentos da projeção, mas também antes mesmo do primeiro grito de “ação”. Os Wachowski acertaram em tudo. Desde o argumento inicial até edição, passando pela escalação do elenco, figurino, fotografia, tudo contribui para um resultado espetacular.

O roteiro, inicialmente intrincado, mas muito bem amarrado, parte de uma premissa fascinante. O mundo em que vivemos não é o mundo real. A partir disso ele desenvolve com habilidade a história passando brilhantemente por todos os clichês possíveis e talvez aí resida um grande diferencial. Os clichês não incomodam, ao contrário impulsionam a trama a um nível quase épico. O roteiro ainda explora questões filosóficas interessantes que remetem desde a básica questão “quem somos nós” como ao mito da caverna de Platão.

Keanu Reeves, sempre criticado, faz um bom trabalho como Neo, e sua tão comentada falta de expressão cai como uma luva no personagem. No mesmo sentido Lawrence Fishburn e Carrie-Anne realizam com competência seus papéis. Enquanto o primeiro empresta seu tom de voz e presença imponente para dar vida ao líder rebelde Morpheus, que surge quase sempre em tom professoral, a segunda interpreta Trinity, uma mulher forte, determinada, mas que mostra ternura nos momentos certos.
Mas a grande atuação do filme fica por conta de Hugo Weaving e seu agente Smith. Com falas pausadas que demonstram não só sua frieza como também seu desprezo pela raça humana, o agente Smith acaba por se diferenciar dos demais agentes ao mostrar uma motivação que acaba fugindo das pré-determinadas pelas máquinas. E como se não bastasse um vilão bem construído, ele ainda cria bordão (“Mr. Anderson”).

Os demais aspectos técnicos também funcionam com precisão. A direção dos Wachowski é eficiente e valoriza o filme principalmente nas ótimas cenas de ação, que são amplificadas por uma trilha sonora pesada composta de nomes como Prodigy, Marlyn Manson e Rage Against The Machine. Mas reparem como as músicas pesadas incidem somente nas cenas de tiroteio, optando os diretores por músicas instrumentais grandiosas nos momentos de maior heroísmo, pontuando bem a diferença entre o mundano e o incrível que acontecem dentro da Matrix.

A fotografia é perfeita em retratar as diferenças entre o mundo real e a Matrix. Enquanto o tom azulado e sombrio predomina no mundo real, o tom de verde faz parecer que as imagens vistas dentro da Matrix são saídas de um monitor.

Por fim os efeitos visuais, que mereceriam um capítulo à parte. São empregados de forma realista na mesma proporção em que são inovadores. O que dizer do bullet time? O efeito fez tanto sucesso que foi copiado em diversas outras produções e estabeleceu um novo patamar na área dos efeitos visuais. A cena de Neo desviando das balas no alto de um prédio já faz parte de uma das cenas mais marcantes e influentes da história do cinema.


Conclusão

Matrix é um tiro certeiro. Cenas de ação de tirar o fôlego, efeitos que mudaram os rumos do cinema e ainda por cima uma boa história contada de forma eficiente e marcante. Enfim, assista Matrix. Divirta-se, deguste, aproveite e depois discuta sobre o filme, que é sem dúvida um marco da história cinematográfica.

[/quote']

Primeiro de tudo, descartei a sinopse e os Spoilers, nem li!1206

Renato, não se atenha a análise técnica, não é isso que o público que não viu o filçme quer saber, muito menos descobrir o que o filme traz com spoilers. Busque o que vc sentiu no filme, o que ele passa e que sentido ele faz, Ele é forte? Ele te deixou com raiva? Com dúvidas? Com paixão? Excitado? Explore os personagens, veja se são bem construidos, se fazem sentido na trama. Enfim ...

5,5/10

06
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SPEED RACER

2008

(*****)

 

Uma cotação inferior para o novo dos irmãos Wachowski seria pura hipocrisia. “Speed Racer” me fez vibrar no cinema e sem dúvidas alcançou todos os pontos de decidiu trabalhar no espectador.

A arte visual do longa é um primor' date=' belíssimo. A caleidoscopía que acompanha toda a projeção deixa-nos vidrado. Os efeitos especiais estão impecáveis em cada milímetro: das cenas de corrida e suas pistas-montanha-russa, até a poeira que o carro levanta em uma pista no deserto. A direção de arte conseguiu criar um longa mais expressionista e colorido que “A Fantástica Fábrica de Chocolates” de Tim Burton.

Repare também no detalhe quase imperceptível do genial trabalho de maquiagem, que trabalha para o aumento no tamanho dos olhos dos atores, marca registrada dos animes, onde nasceu o desenho “Speed Racer”.

O detalhismo é tanto que em certo momento, por pura (e boa) estética exibicionista, vemos colocadas imagens sequenciadas de uma zebra no canto da pista, que ganha movimento durante a corrida como em um desenho animado. Uma considerável referência, já que o desenho original se dedobrava para manifestar velocidade.

Outro ponto exemplar do filme é sua edição, que sempre tenta ser a mais dinâmica possível, correndo com Speed (e jamais levem isso como algo ruim). A montagem (também responsável por “Pearl Harbor” para se ter um contraponto) é, ao lado da direção, principal responsável por duas das melhores cenas e criações dos Wachowski.

Em uma vemos Speed Racer em uma corrida pela primeira vez, e dessa, valhe a pena não contar muito. Em outra - que é exemplo do que ocorre na montagem durante todo o longa -, durante um quase-plano-seqüencia, onde o presidente de uma grande corporação acaba com a ilusão do herói, os rostos em close dos personagens são o ponto de alternância para cenas do futuro de toda a família Racer. Dirigida muito bem, a cena com certeza enxugou vários minutos da fita, além de criar uma cena e narração genial.

O longa funciona para Speed Racer “ir”. E é apenas isso. É como se todos os outros personagens fossem engrenagens que impulsionam o personagem no enredo. Então, embalado pela excelente e incessante trilha sonora - de um rock, que levemente lembra o roncar dos motores antes de uma corrida, pela sensação conquistada - é como se tudo que gira em torno do personagem dissesse “Speed Racer Go!”

Levado pelas cores, pelas corridas que nos são apresentadas, é difícil crer que tamanha parte dos cinéfilos levou “Speed Racer” tão a sério. O longa é adaptação de um anime ds anos 60 infantil e traz um macaco com diversas funções de comicidade (mais incrível é que alcança o esperado) para se ter uma noção.

E esperar que todos os filmes de fantasia sejam tão sérios (e quanto a isso também discordo, como direi mais tarde) quanto o hit do ano, “Homem de Ferro” é basicamente extinguir parte de uma fantasia que cada vez mais é desacreditada. “Speed Racer” não subestima seu espectador, logo, “cerebrar” mais o longa seria mau necessário também em “Ratatouille”, “Roger Rabbit” ou “Big”/”Quero Ser Grande”.

 

Outro ponto para enfatizar ainda mais a fantasia e a suma e única importância de Speed no longa é seu elenco de personagens coadjuvantes, sempre super-estereótipos  caricaturais. Assim como Susan Sarandon, mãe de Speed, que é aquela mãe-babona-coruja que todo filho tem. Seu personagem não exige mais que isto e o longa não precisa de nada que sobreponha a imagem de Speed Racer e que diminua a crença de que o corredor realmente possa fazer todas aquelas proezas. Cristina Ricci, absolutamente adorável, na melhor interpretação do longa, parece uma ilustração viva daquelas garotas nipônicas animes , com seus olhos enormes.

Emile Hirsh não está em sua melhor perfomance, mas dentro do correto. Surpreende pouco mas não decepciona.

E é possível pensar (especialmente se lembrarmos que essas mesmas cabeças nos trouxeram “V de Vingança”) que aquela vibração no fim do Grand Prix, possa ser considerada uma metáfora para a vitória sobre o grande sistema do qual “Speed Racer” versa contra. A vibração pela vitória do personagem é uma vitória pra quem trabalha com as corridas mas só repetem o trabalho devido a manipulação destas. Expanssível, a metáfora pode servir para todas as pessoas que de alguma forma tem seus crescimentos limitados por “forças maiores”.

Os Wachowski adaptaram maravilhosamente bem, sem se manter vidrados no desenho original. O uso de referências da animação são adequadíssimo, mais um daqueles impulsos do longa. É vibrante a primeira vez que ouvimos a releitura do tema de “Speed Racer”, assim como o famoso salto do carro, que ocorre apenas uma vez. Êconomicos, os irmãos fizeram um dos melhores usos de referências que já vi.

A prova viva do completo êxito de “Speed Racer” vem em sua cena final. Após duas horas de filme, o magnetismo conquistado junto aos espectadores fazem de todos que vêem o filme, a mesma torcida que está do outro lado da tela. A camêra dos Wachowski deixa o espectador na melhor poltrona da pista, nos faz prender a respiração até aquele segundo em que de fato ele se torna campeão. Emoção pura. “Go Speed Racer, go Speed Racer. Speed Racer GO!”

[/quote']

 

Gostei! Uma crítica verdadeira e sincera!

 

Muito bem desenvolvida, aguça a curiosidade sobre o filme. Mostra aspectos interessantes da obra sem necessáriamente longas descrições de cena!

 

9/10

 

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Resenha de Vidoni


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O Nevoeiro (The Mist' date=' Frank Darabont - 2007)

Quando vamos nos lembrar dos
melhores diretores atuais, Frank Darabont não é um dos nomes que vem logo a
mente. Com Um Sonho de Liberdade e A Espera de um Milagre, ele já mostrou
que entendia do assunto com que estava mexendo. Os dois filmes podem não ser os
favoritos de muita gente, mas eles possuem cenas que só quem entende do que ta
fazendo podem construir. Ele não é um virtuoso da direção, mas só virtuosismo
não faz nada, viu Cuaron? Porém o que não falta em Darabont é paixão, vontade,
garra e... Coragem. Não é preciso muito mais que isso para se fazer uma obra
prima. Só me dei conta de que este filme tinha atingido esse nível comigo
quando comecei a pensar nele para este texto. E a coragem do diretor que melhor
entende a cabeça de Stephen King, foi fundamental.

O filme debate, como pouquíssimos
filmes fazem, o fanatismo religioso, o comportamento do ser humano, a paranóia
e etc. Mostra o que algo fora dos padrões podem fazer com pessoas normais. Também
te faz mergulhar, junto dos personagens, em um ambiente claustrofóbico que te
deixa incomodado. Te faz acreditar que aquele mundo bizarro é real. Te deixa
abalado e amedrontado. E se isso não fosse o bastante, temos o final. Chocante
e aterrador. De te deixar paralisado enquanto sobem os créditos. É de admirar
que Darabont tenha tido coragem de lançar um filme comercial assim, porém é
ainda mais foda saber que ele só aceitou fazer o longa, se ele terminasse desse
jeito.



O filme começa com uma tempestade
acontecendo durante a noite, forte e com muitos raios e etc. Na manhã seguinte,
muitos estragos e uma estranha névoa vêm da direção das montanhas por sobre o
lago da cidade. Lugar onde os militares fazem alguns testes. Protagonista deixa
sua esposa em casa e parte com o filho e um visinho para o mercado onde
comprarão alguns suprimentos e material para arrumarem as avarias. Pessoal da
energia elétrica, polícia, exército e tudo mais que imaginarem, vão em direção
das montanhas. Em direção do nevoeiro.



Eis que a névoa chega ao local do
mercadinho. Um homem foge dela desesperado e ferido, “algo na névoa”, ele
grita. E é ai que todo o desespero das pessoas presas dentro do local e de nós,
espectadores, começam. O local é trancado, isolado, mas o que tem lá fora? O
que diabos aconteceu? Ninguém sabe e Darabont também nos deixa com essas mesmas
perguntas. E essa foi uma jogada inteligente do diretor. A câmera vai
acompanhando o ambiente como que observando. Nós só sabemos o que o personagem
que está “junto de nós” sabe. Vamos juntando as peças junto deles. E a presença
de quase nenhuma trilha sonora, só ajuda a deixar tudo ainda mais imprevisível.



Acontece o primeiro ataque da
coisa que está lá fora. Uma criatura de tentáculos. Pausa para dizer que os
efeitos dessa parte são fracos, porém eles melhoram depois, mas isso é algo
mínimo que não tira em nada a sensação das cenas. Apenas alguns presenciam tal
ataque e que vêem tal criatura. Dentro do mercado surgem três frentes: Os que
presenciaram tudo, os que não querem acreditar nos primeiros e de que seja algo
“fora do normal” e os religiosos que dizem ser um ato divino.



Abaixo algumas considerações
sobre cada grupo:



- Os que presenciaram: O
protagonista se encontra aqui, ele viu e brigou com a criatura. Ele e os outros
tentam alertar a todos que há algo muito perigoso lá fora e que devem fazer
algo para se defenderem. São numerosos no inicio, mas aos poucos vão perdendo
gente.



- Os que não querem acreditar: Liderado por um advogado forasteiro
que se sente mal recebido pelos locais. Ele acha que estão zoando com a cara
dele. Junta-se a isso todo o medo e desespero que a situação provoca e chegamos
à resposta. Ele começa a acreditar que não há nada lá fora. Mas o que fica
claro é que ele mais não quer concordar com os outros do que acredita em si mesmo.
Ele e seus seguidores acabam saindo pela nevoa para provar que não é nada de
mais e para buscar ajuda. Podemos dizer que essa vertente dura pouco.



- Religiosos: Uma crente, uma mulher ultra religiosa que acredita que
tudo o que está havendo nada mais é que uma punição divina por tudo o que a
humanidade faz. Um castigo de Deus e ninguém escapará. O julgamento final.
Expiação é a palavra da vez. Ela começa tímida e sozinha, mas conforme a
esperança decai, seus seguidores aumentam. Equação interessante essa.



Podem achar que é ai que o filme
fica realmente bom, mas não. Desde seu inicio ele já te perturba. Há uma
brilhante cena, logo após a névoa dominar o local, onde uma mulher quer voltar
para casa para cuidar de seus filhos. Ela desesperada pede para alguém a
acompanhar, a ajudar, todos ficam em silêncio e abaixam suas cabeças com
vergonha, medo e covardia. Ela então desamparada parte em direção de sua casa,
adentrando a neblina, desaparecendo de nossos olhos.



Isso é apenas o inicio, tudo fica
ainda mais perturbador conforme a paranóia vai se instalando e vemos a
degradação psicológica que o isolamento, a incerteza e o desespero provocam no
ser humano. E isso além dos bichinhos que estão lá fora que vão se
diversificando e ficando cada vez mais assustadores. E dito isso, o que dizer
quando chega a um ponto onde o nevoeiro se torna uma melhor alternativa que o
mercadinho?



Poderia ainda destacar a atuação
brilhante de Marcia Gay Harden, que transforma sua personagem ultra religiosa
numa das figuras mais temíveis que apareceram nos cinemas nos últimos tempos.
Ou ainda a cena dos insetos que atacam os vidros da loja e posteriormente
adentram o local provocando o caos. Falei isso tudo e ainda deixei muito de
fora. Se eu não deixei claro até agora: O filme é imperdível e todos que estão
lendo esse texto deveriam dar um jeito de o ver logo.



Antes de acabar o texto, falarei
do fim, sim ele. Deixarei até em branco se não quiserem ler:



O conto de Stephen King acaba
alguns minutos antes do fim do filme de Frank, com o pessoal dentro do carro e
insinuando que Drayton e companhia se matariam. Darabont então escreveu o fim
do filme. Onde mostra ele matando seus companheiros e seu filhinho para eles
não serem comidos pelos monstros, porém tudo isso acaba sendo em vão. O mundo
não havia acabado, foi apenas um evento isolado. O diretor foi tão filha da
puta assim. E então sobem os créditos e estou eu aterrorizado com o que acabei
de ver. E isso não passa logo. Se prepare.



P.S.1 Spoiler: O final do filme foi aprovado por King e este ainda
falou que
era o final que ele gostaria de ter pensado para o conto.



P.S.2: Num primeiro momento, Darabont pensou em fazer o filme em
preto e branco. O DVD duplo possui essa versão do longa.





[/quote']

Pelo amor de Deus, sem spoilers nas resenhas, mesmo em carcteres brancos!

A resenha foi boa. Mas pecou em alguns aspectos.  Vidoni, tente reconstruir algumas frases tiraqndo os achismos ou os "cara, que foda", isso não diz nada, tente descrever melhor o que vc sentiu e viu no filme!

7/10
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Resenha de Kika

Noviça Rebelde




 


O filme retrata a vinda de  Maria (Julie Andrews)  uma noviça meio avessa às regras do convento' date=' que é enviada a  família Vontrapp,  afim de cuidar de sete crianças, que nunca aceitaram uma governanta antes.


 


Sete crianças peraltas e um pai viúvo e  rígido!


 


Maria se assemelha uma nani de espírito meio inquieto.


Ao chegar a enorme casa dos Vontrapp se depara com  um lar sem alegria.


 O capitão era autoritário e em sua residência não entrava música nem divertimento.


 


Às voltas com sete crianças peraltas o Capitão Vontrapp (Christopher Plummer), era um viúvo que dirigia o lar e a os filhos com a disciplina de um exército.


Talvez essa fosse a única maneira que conhecia p/ a lidar com a situação, sem uma  ajuda feminina.


 


Maria não foi bem recebida pelos seus filhos inicialmente, mas  com carinho, paciência e principalmente, com o encanto que só a música possui, consegue trazer alegria e vida a casa dos Vontrapp novamente.


 


Já o capitão também foi conquistado pela música e apesar de estar compromissado com uma Condessa, acabou se apaixonando pela simples e divertida governanta, que queria servir a Deus


 


Talvez ao lidar com crianças,  de espíritos tão rebeldes quanto o seu, Maria tenha aprendido mais sobre si mesma, sobre a vida fora do convento  e também sobre o amor entre um  homem e uma mulher.


 


As cenas com Andrews cantando em campos verdes são magníficas, e nos fazem sentir saudades da infância.


 


Particularmente eu acho esse filme fantástico e o que mais me emocionou foi a Julie Andrews soltando a voz com a criançada.


 





[/quote']

Kikinha, acho que a resenha começa realmente na parte em negrito. O resto é sinopse. Evite sinopse, contar o filme! No parágrafo em negrito você captou o espírito do filme, que você podeeria ter explorado mais. Assista mais vezes o filme e explore isso que vc viu! Fale sobre as músicas  e sobre a cantora e o que elas representam no filme e na história e na vida de todos ali!

4/10
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Estou fazendo um "plebiscito" com os 5 jurados' date=' e eles é quem vão decidir se o formato continua como está ou se mudamos alguma coisa.

 

PS: Cadê a Fram??? 09 Pelo visto não teremos a jurada boazinha esse mês pra livrar a cara do pessoal. 06
[/quote']

 

To aprendendo suspense contigo. Taí Quasímodo!06

 

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TH, você tem que tomar cuidado com a frase “não tem maiores pretensões”, este filme é uma obra adaptada. É preciso saber as pretensões do autor do livro e avaliar se o trabalho de direção alcançou o mesmo primor.

 

Mas 'Eu, Robô' de fato não tem maiores pretensões. Acredito que tomei cuidado ao dizer "maiores pretensões", se eu tivesse dito apenas "não tem pretensões", concordo que soaria estranho.. De qualquer modo no final do meu texto eu quis apenas ressaltar que o filme, apenas sugerido pela obra de Asimov, escolheu tomar liberdades onde o que conta mais é a diversão, priorizando a ação e cenas fantásticas com efeitos especiais. Ah, e muito obrigada pelos comentários e dicas, tenho certeza que me ajudarão também. Assim como os comentários do Dr. Calvin e do Mr. Scofield acrescentaram muito para mim e para o 'Cinéfilos'.

 

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Renato' date=' não se atenha a análise técnica, não é isso que o público que não viu o filçme quer saber, muito menos descobrir o que o filme traz com spoilers.[/quote']

 

Acho que meu texto está bem dividido para o leitor que viu ou que não viu o filme.

 

Afinal, no meu texto eu não quis abordar o que o público não viu. Pensei que tivesse ficado claro, mas só Scofa entendeu...06

 

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Valeu pelos conselhos Fram' date=' na próxima vou colocar mais "paixão" no texto (ou pelo menos tentar).0605

 

E parábens ao Dreyer, pelos meus cálculos ele venceu!10
[/quote']

 

Valeu pelos comentários, até com a pequena discussão com o Bat valeu deveras ( deveras é f... ). Mas acho que venceu não é o termo correto.

Continuando a brincadeira, o selecionado não deveria participar no mês que vem... certo?

 

Renato, li seu texto - não por falta de vontade, mas por falta de tempo acabei lendo ele inteiro só agora ( quatro empregos é f... ). Acho que o que pegou não foi sua análise, que a meu ver é ótima ( até caberiam mais referências por ali ) mas a fluidez do texto. Particularmente, eu leria seu texto se buscasse informações sobre matrix, mas passaria por cima se não tivesse visto o filme e buscasse saber se vale a pena. Espero que não me leve a mal e que eu tenha sido claro...

 

Fui...sono pegou geral.
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Valeu pelos conselhos Fram' date=' na próxima vou colocar mais "paixão" no texto (ou pelo menos tentar).0605

 

E parábens ao Dreyer, pelos meus cálculos ele venceu!10
[/quote']

 

Valeu pelos comentários, até com a pequena discussão com o Bat valeu deveras ( deveras é f... ). Mas acho que venceu não é o termo correto.

Continuando a brincadeira, o selecionado não deveria participar no mês que vem... certo?

 

Renato, li seu texto - não por falta de vontade, mas por falta de tempo acabei lendo ele inteiro só agora ( quatro empregos é f... ). Acho que o que pegou não foi sua análise, que a meu ver é ótima ( até caberiam mais referências por ali ) mas a fluidez do texto. Particularmente, eu leria seu texto se buscasse informações sobre matrix, mas passaria por cima se não tivesse visto o filme e buscasse saber se vale a pena. Espero que não me leve a mal e que eu tenha sido claro...

 

Fui...sono pegou geral.

 

Valeu, Dreyer. Sua análise sobre meu texto provavelmente foi mais relevante do que a feita pela maioria dos jurados.

Não tenho vocação para crítico e tentei fazer um texto basicamente para quem viu o filme mesmo.

 

É óbvio que se a proposta do "jogo" fosse a de fazer críticas em determinado estilo eu teria tentado fazer de forma diferente.

 

Na verdade eu procurei seguir os moldes de algumas resenhas publicadas no Cineclube, como a do Forasteiro em Dogville (sem querer comparar, obviamente, o cara é profissional).

 

Como foi passado para mim, os textos seriam apenas sobre cinema. Obviamente o meu texto visa um leitor que já tenha visto o filme. E isso não deveria ser demérito. Repito, no molde que foi proposto inicialmente.

 

Condenar os spoilers é limitar as resenhas a um outro tipo e não o simples texto livre.

 

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Danilo' date=' você deve construir melhor as frases e deve se ater a resenha crítica, nada de sinopses (repetindo o erro da TH), e evite falar "na minha opinião", cinematograficamente falando", "eu acho que". Você deve fazer a resenha dizendo: Aqui nessa parte você vê "isso" ... blá blá blá.

 

[/quote']

 

EU NAO ESCREVI UMA RESENHA!!!!!!! realmente nao da pra perceber isso???

 

foi so um desabafo, nao precisam responder...

 

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Renato' date=' não se atenha a análise técnica, não é isso que o público que não viu o filçme quer saber, muito menos descobrir o que o filme traz com spoilers.[/quote']

 

Se não é para se ater à análise técnica, só resta falar sobre a história do filme, não? E aí você acaba descrevendo algumas partes da história como base para a crítica. Ou não?
Madame Bovary2008-06-03 08:31:18
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Foi feita a seguinte pergunta aos jurados:

 

Devemos manter o formato de entrega dos textos do "Cinéfilos" como está, ou restringimos a apenas resenhas de filmes?

 

As respostas, começando pelo Mr. Scofield:

 

Mensagem Privada

Avatar 
Enviados: Ontem as 18:19
Enviado por:
Mr. Scofield
Grupos: Diretor de Locação Diretor%20de%20Locação

Olha, minha opinião é aquela que já disse: vou julgar os textos do jeito que vierem e de acordo com minha percepção. Tenho mente aberta para julgar resenhas, críticas, comentários, sinopses, textos de cunho dissertativo, etc. Sinceramente não gosto da idéia de limitações dos candidatos a texto de um ou outro jeito (acho que nós é que estamos com a mente limitada), mas fazer o quê diante da opinião da maioria?
Aceito o que for proposto.

Abraços
Scofield
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Agora a opinião do Jack Bauer:

Mensagem Privada

AvatarTítulo: RE: Plebiscito
Enviados: Ontem as 20:55
Enviado por:
Jack_Bauer
Grupos: Designer de Produção Designer%20de%20Produção

RE: Plebiscito

    Acho q não deve ser limitado nada, cada um escreve o texto q quiser, e fica a critério dos jurados julgar o texto. Muitos falaram da Sinopse, mas perá lá, é pra ser criativo, é pra fazer algo legal, a pessoa contar o fim do filme ou fazer uma capinha do DVD não é ser criativo, essas pessoas q se sentiram prejudicadas na verdade estão enxergando de maneira errada, tiveram notas baixas pq não foram criativas, eu escrever uma bibilia sobre matrix não necessariamente significa ser criativo, por mim fica como tá, livre p cada um escrever o que quiser.
Enxak2008-06-03 09:06:31
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Temos também o parecer do Dook:

 

AvatarTítulo: RE: Plebiscito
Enviados: Ontem as 20:31
Enviado por:
Dr. Calvin
Grupos: Produtor Executivo Produtor%20Executivo

RE: Plebiscito


Cara, o que eu vi foi só resenha/crítica... Texto relacionado a cinema não fica restrito a um filme somente. O Renato não fez um texto relacionado a cinema, ele falou especificamente de UM filme...

 

Particularmente, preferiria que eles escolhessem um filme e falasse sobre ele, do jeito que vem sendo feito. Até pq, os melhores textos irão para o Cineclube e não consigo imaginar um texto no Cineclube falando do incêndio na Universal... e como ninguém ali vai se predispor a falar sobre a Novelle Vague, o Cinema Novo, ou a Retomada, acho que seria melhor restringir a resenha crítica de qualquer filme que seja.

 

Tente aconselhá-los a ver o filme que vão resenhar, antes. Passar pela experiência de novo pode ajudá-los a fazer textos melhores.  

 
Enxak2008-06-03 09:08:23
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E para encerrar, do Batgody:

 

Mensagem Privada

AvatarTítulo: RE: Plebiscito
Enviados: Ontem as 23:06
Enviado por:
batgody
Grupos: Roteirista Roteirista

RE: Plebiscito


ah bem da verdade, depende do que o participante almeja com o que ele postou. eu não gosto de sinopses, não leio contracapa de dvd, e, portanto, não tem como eu avaliar de forma positiva uma. todo caso, pra mim tanto faz. eu só gosto que quem escreve, se posicione na crítica, resenha, whatever...

falou, xaka.
Enxak2008-06-03 09:11:12
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Analisando, portanto, a opinião do juri, temos o seguinte resultado:

 

Scofield = Mantém-se como está;

Jack Bauer = Mantém-se como está;

D. Calvin = Restringir a resenhas;

Tia Fram = Restringir a resenhas;

Batgody = Indefinido.

Pois é, temos um empate. Que legal... 06

Em frente a essa situação sou obrigado a intervir então. No próximo post.

 

 

 

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