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Envelhecer


Rodrigo AS
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Eis um assunto complicado, difícil...

Falar sobre isso é o que menos me agrada, o que acontece com muita gente. Talvez por isso eu tenha criado este tópico, para desafiar esse receio de envelhecer e encontrar um meio de lidar com as consequências de todas as nossas decisões na vida. Todas as pessoas estão fadadas ao mesmo destino e cada minuto, cada segundo que passa mais próximos estamos do fim. Para alguns, a idéia da morte não pesa tanto, pois há o conforto espiritual, a fé na eternidade da alma. Para outros, a vida começa e termina aqui mesmo na Terra, e depois da morte, cairemos no sono eterno, sem ressurreição para o “paraíso” ou para o “inferno” na qual acreditam as religiões cristã, judaica e islâmica; ou sem reencarnação na qual acreditam o hinduísmo, budismo e espiritismo...

De qualquer forma, em cada fase da vida reagimos diferente diante da idéia da morte. Quando somos criança, nem sequer temos noção do que é a vida. Na adolescência, ainda nem paramos para refletir construtivamente, e raramente acontecem as crises existenciais relacionadas com a idéia da brevidade da vida; não percebemos nessa fase que a vida é realmente muito curta, porque os dias parecem durar mais. Quando saímos da adolescência, chegamos aos 20, depois aos 25 anos e daí em diante (tenho 26), notamos claramente que a vida é extremamente curta e passa rápido demais. Quando a gente passa por muita coisa na vida, começa a buscar sentido para ela.

Talvez não seja o caso de entender o porquê de existirmos (aliás, o que é a existência?), ou o porquê de querermos viver cada vez mais, com os avanços da medicina, ignorando muitas vezes a possibilidade de que alguma coisa há além do físico, químico e biológico do corpo após a sua finitude?. São coisas complexas, e sequer imaginar que um dia iremos eufemisticamente passar desta para melhor (ou para pior), é um tabu para a grande maioria das pessoas. Não seria o modo pelo qual somos educados, influenciados por uma cultura, digamos, materialista demais ( daí o apego excessivo à vida) que faz com que encaremos esse assunto de uma forma deveras melancólica? Outras culturas, onde o espiritual é parte essencial da vida cotidiana das pessoas, como a cultura árabe, a indiana e mesmo a japonesa, parecem nunca sofrer de crises desse tipo...

De repente, estamos em algum lugar e começamos a sentir alguma diferença de ânimo, de “pique” ou algo assim, por talvez refletir as alterações biológicas que o nosso corpo vai sofrendo com o passar dos anos. Logo vêm os primeiros cabelos brancos, rugas, etc. Segundo cientistas, o auge de uma pessoa biologicamente falando acontece exatamente aos 25 anos, e a partir daí tem-se o declínio progressivo de 1% de nossas capacidades, a cada ano que passa.

Esse assunto é escassamente refletivo e encarado. Se pensássemos mais nisso, poderíamos mudar algo em nós mesmos com relação aos valores que damos a pequenas coisas que deixamos passar e que, lá no fim da vida, lamentaríamos profundamente.. Nem sempre sabemos exatamente como dialogar em situações conflituosas, resolver impasses...dizer o que incomoda ou não em alguma coisa ou pessoa, e isso acaba fazendo da vida algo um pouco mais pesado do que poderia ser. Geralmente queremos impor nossa visão de mundo, se não consciente, inconscientemente, esquecendo que todas as pessoas têm suas visões únicas de mundo, reagindo de uma forma diferente que, às vezes, para nós, é errado. Chegamos ao fim da vida e dizemos que fizemos o possível ou que a culpa foi da outra pessoa, etc. Acho que saber envelhecer é também saber notar os próprios defeitos e injustiças cometidas na vida, fazendo disso um crescimento compartilhado com aqueles que nos cercam e nos são próximos. Também implica em saber tolerar mais os erros próprios e dos outros, as diferenças de idéias, gostos, credos, valores...já que na morte tudo se iguala.

Para vocês, qual a melhor forma de encarar “o fim” e o que se aprende quando a idade vai chegando?

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  • 2 weeks later...
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Para vocês, qual a melhor forma de encarar “o fim” e o que se aprende quando a idade vai chegando?[/quote']

 

Quando eu envelhecer, vou pensar mais nisso 06

 

Uns aproveitam a velhice pra mandar bala, outros pra se arrependerem de não seguir este conselho.

 

Mas, basicamente, se a pessoa não faz muita bobagem durante sua vida, consegue ter uma velhice tranqüila. Talvez seja por isso que nunca fizeram um filme do 007 idoso!

 

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Eu não tenho medo da velhice...

Eu tenho medo só da dependência que ela traz. Depender dos outros para as atividades mais corriqueiras: A memória que vem com seus lapsos, a vista que já não alcança longas distâncias, as pernas que já não caminham com a mesma desenvoltura, as mãos que não suportam tanto peso. Fazer outras atividades prazeirosas (na cama ou fora dela). Mas isto é um tema que, apesar dos meus cinquenta anos, ainda não fazem parte do meu dia-a-dia... E Tudo tem seu tempo e ainda está longe para que eu me sinta uma pessoa a pedir auxílio nesta jornada.

 

Até porque, não são os números do meu R.G que me dirão que está na hora de ser apenas um espectador sentado em uma cadeira a olhar pela janela um horizonte e relembrar o passado...
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Essa história de "o que vale é a idade mental" é papo furado, é claro que na velhica há limitações. Físicas, inclusive (não somente). Por isso sou completamente a favor da idéia de se viver intensamnte cada fase da vida, enquato dá, porque há fases em que não se pode aproveitar tanto, pelas limitações que são inevitáveis, a não ser que vc seja uma Dercy Gonçalves da vida (mas até ela tem suas limitações, óbvio).

 

Tô entrando nos 30 ano que vem, e me sinto ótimo, porém não tão ótimo como quando tinha 20, é claro. As dores no corpo começam a durar mais tempo, por exemplo. Enfim... Vejo a vida como uma versão mais lenta da transformação do protagonista de "A Mosca", depois da experiencia que passou com a máquina de teletransporte. Espero que a fase final demore a chegar, mas estou ciente de que chegará e de que será uma MERDA. 1206 Enxak2008-07-14 18:01:14
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Ah é, muito bom, todos contando os dias para que vc morra e eles fiquem com a casa que vc suou para comprar... 180606

 

E para isso acontecer (não da forma como eu falei acima 06) você tem que antes constituir uma família bem estruturada e tal, e não ficar nessa boemia aí que vc vive, passou dos 25 (considerado o "auge") tem que casar, ou vc corre o risco de se tornar um solteirão inútil e vazio que mal consegue cuidar de si próprio. Eu fiz isso tarde até, com 27. 06
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Essa história de "o que vale é a idade mental" é papo furado' date=' é claro que na velhica há limitações. Físicas, inclusive (não somente). Por isso sou completamente a favor da idéia de se viver intensamnte cada fase da vida, enquato dá, porque há fases em que não se pode aproveitar tanto, pelas limitações que são inevitáveis, a não ser que vc seja uma Dercy Gonçalves da vida (mas até ela tem suas limitações, óbvio).

 

Tô entrando nos 30 ano que vem, e me sinto ótimo, porém não tão ótimo como quando tinha 20, é claro. As dores no corpo começam a durar mais tempo, por exemplo. Enfim... Vejo a vida como uma versão mais lenta da transformação do protagonista de "A Mosca", depois da experiencia que passou com a máquina de teletransporte. Espero que a fase final demore a chegar, mas estou ciente de que chegará e de que será uma MERDA. 1206 [/quote']

 

 

Eu sou totalmente o oposto... Tem um pessoal amigo meu que me apelidaram de "velho". Eu sou ranzinza, azedo, meio sedentário, é difícil achar alguém da minha idade com esse perfil. E eu penso demais tb, sou daqueles que pensa 10 vezes antes de fazer alguma coisa...06 Pelo menos me alimento bem.

 

Não sou daqueles que tem medo de chegar lá na frente e estar insatisfeito (pelo menos eu acho que não tenho esse medo), pra mim é possível fazer uma vida inteira valer a pena em poucos anos. Aliás tem gente que acha que ser cinéfilo é pura perda de tempo, pra vc ver como isso é relativo.

 

Só espero que antes de morrer eu tenha feito ao menos uma viagem pela Europa (o ideal seria morar lá, mas enfim...).

 

 
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Tem um pessoal amigo meu que me apelidaram de "velho". Eu sou ranzinza' date=' azedo, meio sedentário, é difícil achar alguém da minha idade com esse perfil. E eu penso demais tb, sou daqueles que pensa 10 vezes antes de fazer alguma coisa...06 Pelo menos me alimento bem. [/quote']

 

Que nada, eu sou assim também.

 

Quem diria hein, logo eu que você tanto ama. 06
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Só espero que antes de morrer eu tenha feito ao menos uma viagem pela Europa (o ideal seria morar lá' date=' mas enfim...).

 

 
[/quote']

 

Quer um conselho ? Se acha que isso é que te faria feliz , chuta o balde e vai .

Tenho um irmão que a muito tempo fez isso e se mandou para os USA . E nada de mordomia . Foi para entregar pizza , ser garçon etc.....

Hoje ele nem pensa em visitar o Brasil mais . Quem quiser vê-lo que vá lá .
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Não considero envelhecer uma experiência ruim. Na minha concepção pessoal, envelhecer seria simplesmente mudar. O difícil, creio eu, é quando todas as mudanças já aconteceram, faltando então a última das mudanças - a morte.

 

 

 

Por isso creio que a terceira idade deva ser muito triste. Se não souber contornar, pensar no hoje, sorrir sempre, etc, a depressão pré-morte invade sem bater a porta.

 

 

 

Mas é interessante sentir que, aquilo que antes era legal, hoje não é mais. O que antes parecia ser a melhor coisa do mundo, se torna tão vazia....

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Eu também não vejo envelhecer com maus olhos, não, antes pelo contrário envelhecer é sinónimo que vivemos, e as rugas são a prova que sorrimos, choramos nos emocionamos, as nossas mudanças tanto fisicas como psicologicas são a maior prova que existimos e temos vivências.  Eu tenho 33 e me sinto muito bem, não tenho medo de morrer e gosto de envelhecer, estou a adorar a experiencia, mas tal como o autor do post assinalou, só comecei mais a dar por isso aos vinte e tal, até lá tudo era rápido demais. Lembra-me que com 26 anos andava a sofrer de dores nas costas e a minha médica disse-me isso mesmo: até aos 25 é uma coisa, a partir daí é tudo a degenerar e estamos a envelhecer cada dia que passa. Eu pensei, que tolice, se tu soubesses o que eu faço para ter estas dores de costas... Ela me garantiu que ficariam para a vida, o que é certo é que passaram até hoje e, continuo a fazer os mesmos excessos... Gosto de envelhecer, olho para trás e vejo a minha vida e como passou rápido. Vejo o que aprendi, o que ignorei, o que fui feliz, infeliz não posso dizer que fui, mas obviamente tive momentos menos felizes como todos, e se tivesse de morrrer agora, lógico que tinha pena mas ía de consciencia tranquila, porque VIVI!

Acima de tudo, o que a vida me tem demonstrado, é para não ter pressa de viver, e não a tenho, que a seu tempo tudo o que mais desejamos e lutamos acaba por se realizar.

 

Penso que o nosso conceito de «velhice» também muda ao longo dos anos, pelo menos para mim mudou, ou seja eu lembro-me da minha avó quando eu era criança, e achava que era velha... Hoje vejo a minha mãe com a idade dela na altura e não a acho velha. Lógicamente que não a acho uma menina, pois é mãe e tem idade para isso, mas a minha avó para mim sempre foi velha, hoje então já avisei que anda a roubar uns aninhos a alguém, pois tem 85, mas garanto que passa bem pelos 70 mas continua velha...

Da minha experiencia de envelhecimento, ainda não tenho nenhum cabelo branco, (ás vezes questiono-me qual vai ser a minha reacção quando aparecer) felizmente sou saudável até a data, tenho a mesma genica que tinha aos vinte, contudo sou muito mais reservada. Se há algo que me incomodava, era achar que começaram a surgir alguns sintomas na face, como as primeiras rugas. Contactei um especialista que me chamou louca, disse que eram apenas rugas de expressão tipicas da idade(é verdade eu expresso-me muito facialmente a falar, e falo bastante) mas o que é certo é que anteriormente elas estavam cá mas não as notava tanto. Mas superei, pensei mal de mim se não as chegasse a ter, é sinal que existo e passo pelo processo natural da vida.

Se chegar a velha e não tiver autonomia, isso talvez vá mexer mais comigo... Mas tenho planos, vou poupar para se esse dia chegar poder estar onde e como quero sem chatear ninguém, e caso não me dê bem com as limitações entra o plano B.

Uma coisa vos garanto, a partir dos meus 65, se estiver bem vou fingir ser senil para fazer o que me der na gana sem ninguém me apoquentar (filhos) e dizer-me que já não tenho idade. Também tenho um plano para isso, para o caso de me quererem internar! Acima de tudo penso que para envelhecer bem é preciso gostar de viver a aperciar tudo o que a vida nos dá, seja ele bom ou menos bom. Ás vezes encaro a vida como um jogo, onde tenho missões e que as tenho de superar para passar ao nivel seguinte. Se não passar de nivel, começo outra vez pois há-de estar salvo em algum lugar, se não estiver salvo... GAME OVER, foi divertido enquanto durou.

 
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Eu tenho muito medo de envelhecer. Aliás, no meu caso é quase uma paranóia pois quando eu tinha 21 anos já me achava uma velha (acredite quem quiser). Hoje, tenho 25 e acho que estou velha, que não fiz as coisas que tinha que fazer, que agora não dá mais, que minha época já passou...  e ainda penso que era idiota pois com 21 anos eu era jovem e tinha mais possibilidades.

 

Eu tenho que me tratar em relação a isso...

 

Só espero que antes de morrer eu tenha feito ao menos uma viagem pela Europa (o ideal seria morar lá' date=' mas enfim...).[/quote']

 

Um grande sonho que eu também preciso realizar...
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Ow coroa,

Não fez e não dá mais com 25 anos? É o q q vc queria fazer? usar calcinha de babadinhos na bunda e camisetinha na praia?

 

Aí pra vc!

“Pensando em fazer, pensando em fazer, se passaram 20 anos
Não consegui, não consegui, se passaram 20 anos
Ai, por que não fiz?, ai, por que não fiz?, se passaram 20 anos
Assim, se passaram 60 anos
Essa é a biografia de uma vida vazia."
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  Ás vezes encaro a vida como um jogo' date=' onde tenho missões e que as tenho de superar para passar ao nivel seguinte. Se não passar de nivel, começo outra vez pois há-de estar salvo em algum lugar, se não estiver salvo... GAME OVER, foi divertido enquanto durou.

 
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Às vezes,penso assim também...e já tenho 30 anos.

Não penso muito na morte. Muitas vezes pensam que eu tenho 25 ou menos.
Mr. Ibanez2008-07-21 01:26:01
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Ás vezes encaro a vida como um jogo' date=' onde tenho missões e que as tenho de superar para passar ao nivel seguinte. Se não passar de nivel, começo outra vez pois há-de estar salvo em algum lugar, se não estiver salvo... GAME OVER, foi divertido enquanto durou. [/quote']

 

 

 

Interessante, Nica, mas dois raios nunca atingem o mesmo lugar. Por mais que você tente voltar aonde salvou, jamais será a mesma coisa. Infelizmente... 12.gif

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