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Forum Cinema em Cena

Religião (#3)


Nacka
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Acho que você não entendeu o que eu quis dizer. No final das contas nós falamos a mesma coisa. O que eu questiono é justamente isso que você colocou. Para que o inerrantismo bíblico não se torne uma tautologia é necessário que haja um método sistematizado para leitura dos livros, - e, até onde eu sei, não há.

 

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Para saber se determinada passagem é simbólica ou não,é necessário um bom conhecimento bíblico,é necessário conheceber bem a bíblia,senão fica difícil saber o que é simbólico,poético,profético,etc....

Sobre a questão dos números,imagino que ninguém parou para pensar que este número de 1 milhão não seja exatamente de soldados,mas do número de pessoas envolvidas.Já que,naquela época como hoje em dia,um exército não é formado apenas de soldados,mas também pode pessoas que os apoiam.

E também têm a questão de que,normalmente em grandes campanhas militares,diversas nações unem forças para lutar.Logo,esse 1 milhão de pessoas pode facilmente ter sido composta por pessoas de outras nações ajudadores ou parceiras.

 

 

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Para saber se determinada passagem é simbólica ou não' date='é necessário um

bom conhecimento bíblico,é necessário conheceber bem a bíblia,senão

fica difícil saber o que é simbólico,poético,profético,etc....[/quote']

 

Mesmo conhecendo bem a bíblia é possível saber de maneira inequívoca se determinada passagem é simbólica ou não? O relato de Zera é literal ou simbólico?

 

Sobre aquele seu outro post: como eu disse e postei refeências se toda a água da terra estivesse em estado líquido o mar não subiria mais que algumas dezenas de metros. O Everest possui uma taxa de soerguimento de 0.4cm/ano(http://www.alpineresearch.ch/alpine/en/presse1.html) portanto há 6 mil anos o pico era aapenas alguns metros menor que hoje, e não bem menor como você disse.

 

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Ainda sobre o êxodo tem essa reportagem que é interessante:
http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL418821-9982,00-MOISES+PODE+NAO+TER+EXISTIDO+SUGERE+PESQUISA+ARQUEOLOGICA.html

[/quote']

 

O texto é de fato interessante, mas contém alguns problemas... Primeiro que toda vez que se refere às Escrituras a expressão "intenções políticas" vem seguindo. O texto parte do pressuposto de uma PRESUNÇÃO, o que complica a seriedade e imparcialidade do mesmo.

 

Segundo que de fato no Sinai, não será nada encontrado que evidencie os 40 anos de peregrinação do povo judeu... A peregrinação ocorreu DEPOIS que eles sairam do Sinai...

 

Outra coisa que quase me arrancou risadas foi a história de que o Mar Vermelho na verdade é um pântano... Então é assim: os 3 milhões de judeus atravessaram o pântano (!!) e os carros do Faraó ficaram "presos" no pântano? É isso mesmo??

 

06

 

Das duas uma: ou a passagem pelo Mar Vermelho se deu como está descrito na Bíblia ou ela nunca ocorreu de fato. Inserir a história de um "pântano" para justificar a aplicação de um termo hebraico traduzido para Mar Vermelho é de matar... Mas enfim...

 

 

A península do Sinai tem 60000km² e a Paraíba 56400km².

 

Bom... a menos que você considere TUDO isto aqui a península do Sinai' date=' não falo mais nada sobre o assunto:

 

arq043.jpg

 

E mesmo que o tamanho correspondesse ao tamanho do estado da Paraíba (que é minúsculo, quase não se vê num mapa, ao passo que esse "braço" que liga o Egito ao Oriente Médio é visto mesmo no mais diminuto mapa-múndi) a questão é que os judeus NÃO se perderam por 40 anos.

 



De acordo com este artigo apenas 30% das terras palestinas são cultiváveis.

 

Mas esse índice é de 1936! Primeiro que poderia representar uma importância para aquela época. Nos anos 30 apenas 30% do solo era cultivável. E mesmo assim quem garante que é correto? 

 

Não entendo muito de agronomia, mas me parece bem razoável que um solo outrora cultivável possa se tornar não cultivável e vice-versa...


Além de morarem num território extremamente pequeno e pouco cultivável' date=' o que é um grande empecilho para o crescimnto populacional os israelitas ainda travaram várias guerras. Não achei nenhuma referência muito precisa mas este artigo da wikipedia estima a população de Israel em 500 mil pessoa perto do século 8a.c.[/quote']

 

Você está deduzindo que era pouco cultivável baseado em um artigo cujos valores representavam um índice de 1936??

 

Aliás, como pode uma nação INTEIRA se estabelecer ali se o local é tão ermo e incapaz de oferecer qualquer coisa para o sustento?

 

Quanto à população de Israel, os números da wiki não me inspiram confiança...
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Moon, conforme o Rafal falou você vai ter que estudar bastante para entender como interpretar os textos sagrados. Terá que fazer uma exegese dos textos sagrados.

 

Já que você quer aprender tudo sobre a Bíblia, comece pelo Antigo Testamento com a Bíblia Hebraica Stuttgartensia.

 

Para o Novo Testamento você vai precisar do Novo Testamento grego. Então procure por Greek New Testament ou Novum Testamentum Graece. Eu também recomendo a Bíblia de Jerusalém que é uma das mais completas que existem, eu tenho essa, é uma Bíblia Católica que também é usada por protestantes. Além de tudo isso você vai precisar da iluminação do Espírito Santo, para encontrar o significa espiritual no texto.

 
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O texto é de fato interessante' date=' mas contém alguns problemas...

Primeiro que toda vez que se refere às Escrituras a expressão

"intenções políticas" vem seguindo. O texto parte do pressuposto de uma

PRESUNÇÃO, o que complica a seriedade e imparcialidade do mesmo.

 

Segundo que de fato no Sinai, não será nada encontrado que

evidencie os 40 anos de peregrinação do povo judeu... A peregrinação

ocorreu DEPOIS que eles sairam do Sinai...

 

Outra coisa que quase me arrancou risadas foi a história de que o

Mar Vermelho na verdade é um pântano... Então é assim: os 3 milhões de

judeus atravessaram o pântano (!!) e os carros do Faraó ficaram

"presos" no pântano? É isso mesmo??

 

06

 

Das duas uma: ou a passagem pelo Mar Vermelho se deu como está

descrito na Bíblia ou ela nunca ocorreu de fato. Inserir a história de

um "pântano" para justificar a aplicação de um termo hebraico traduzido

para Mar Vermelho é de matar... Mas enfim...[/Quote']

 

Também achei o negócio do pântano meio wtf?. Eu acho que o autor em nenhum momento quis ser neutro. Se os livros da bíblia foram alterados para que os eventos parecessem maiores então as intenções políticas e teológicas seriam apenas uma implicação disso. E quando ele fala em Sinai acho que se refere à península toda.

 

E mesmo que o tamanho correspondesse ao tamanho do estado da

Paraíba (que é minúsculo' date=' quase não se vê num mapa, ao passo que esse

"braço" que liga o Egito ao Oriente Médio é visto mesmo no mais

diminuto mapa-múndi) a questão é que os judeus NÃO se perderam por 40

anos.

 [/Quote']

 

Me refiro à tudo que aparece na foto. Se haviam três milhões de pessoas apenas a fila de pessoas teria uns 200km, o que deve ser praticamente a dsitância que separa o Egito de Israel. Enfim... não entendi ainda se você, como a THX, acha que os números são simbólicos ou se você confia neles.

 

Mas esse índice é de 1936! Primeiro que poderia representar uma

importância para aquela época. Nos anos 30 apenas 30% do solo era

cultivável. E mesmo assim quem garante que é correto? 

 

Não entendo muito de agronomia' date=' mas me parece bem razoável que um

solo outrora cultivável possa se tornar não cultivável e vice-versa... [/Quote']

 

O solo é arável dependendo de sua topologia, composição, quantidade de nutrientes, disponibilidade de água, clima favorável, etc. Nenhuma dessas condições mudam significativamente em tres milenios, processos geológicos de grande escala tomam realmente muito tempo.

Você está deduzindo que era pouco cultivável baseado em um artigo cujos valores representavam um índice de 1936??

 

Aliás' date=' como pode uma nação INTEIRA se estabelecer ali se o local é

tão ermo e incapaz de oferecer qualquer coisa para o sustento?

 

Quanto à população de Israel, os números da wiki não me inspiram confiança...[/QUote']

 

As terras eram pouco cultiváveis mas não incultiváveis. Certamente nao levavam uma vida fácil mas a história mostra que alguma coisa os judeus conseguiram tirar dali, e ainda tiram.

 

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Também achei o negócio do pântano meio wtf?. Eu acho que o autor em nenhum momento quis ser neutro. Se os livros da bíblia foram alterados para que os eventos parecessem maiores então as intenções políticas e teológicas seriam apenas uma implicação disso. E quando ele fala em Sinai acho que se refere à península toda.

 

A península não é o "braço" inteiro' date=' é a parte sul apenas.

 

E os manuscritos do Mar Morto já demonstraram que a questão das supostas alterações da Bíblia são conversa pra boi dormir. Se existem exageros nos relatos, tais excessos foram registrados pelos escritores dos livros e não inseridos a posteriori... 

 

Me refiro à tudo que aparece na foto. Se haviam três milhões de pessoas apenas a fila de pessoas teria uns 200km, o que deve ser praticamente a dsitância que separa o Egito de Israel. Enfim... não entendi ainda se você, como a THX, acha que os números são simbólicos ou se você confia neles.

 

Por partes:

 

1) A península é apenas a parte sul do "braço"...

 

2) Os judeus não andavam em fila, era uma turba sem organização que andava pelo deserto tendo Moisés à frente, portanto nem há que se falar que só o contingente formava uma fila de 200km.

 

3) Não estou acompanhando a discussão entre você e a THX... Claro que existem situações onde os números são simbólicos. A Bíblia relata que a quantidade de anjos que caíram com Lúcifer "é 1/3 das estrelas do céu" o que é claro que é simbólico, já que não tem como saber quanto é 1/3 das estrelas do céu. Tal importância matemática é para ilustrar que foi anjo pra caramba que caiu. Quanto aos números do Êxodo, é outra história. Não conheço nenhuma referência ou alusão interna Bíblica que demonstre que os números ali mencionados sejam figurativos ou simbólicos. Portanto, me parece razoável aceitá-los como números efetivos mesmo, neste caso.

 

As terras eram pouco cultiváveis mas não incultiváveis. Certamente nao levavam uma vida fácil mas a história mostra que alguma coisa os judeus conseguiram tirar dali' date=' e ainda tiram.
[/quote']

 

Ok... se eles conseguiram sobreviver em circunstâncias, a priori, impróprias, não é de todo exagerado pressupor que eram numerosos, até pq as famílias judaicas tinham muitos filhos.  
Dr. Calvin2009-01-21 10:16:38
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Calvin, você acha mesmo que aproximadamente 3 milhões de pessoas saíram do Egito e caminharam 40 anos no deserto? 603.550 foi o número apenas de homens com idade para combater. E nos documentos egípcios nada consta sobre isso. Se os números são reais e se de fato aconteceu de forma literal, não seria razoável considerar algum registro para um acontecimento dessa magnitude?

 
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O povo judeu era constituído apenas de "homens para combater"? Haviam mulheres, crianças, idosos e inclusive pessoas que nem eram judeus mas que aproveitaram o ensejo para sair também... A Bíblia fala que eram aproximadamente 3 milhões de pessoas e não existe nada dentro da Bíblia que indique este número é simbólico. Por isso concluo que os números são literais, again, neste caso em específico...

 

É claro que é razoável considerar algum registro externo para isso, mas antes você precisa considerar se tal registro não se perdeu no tempo ou foi destruído. A Bíblia é um relato de conteúdo histórico (e não necessariamente tem o condão de ser precisa historicamente). Portanto, até que se ache algo que explique melhor, ficamos com o que temos. É o mesmo princípio que se aplica à Evolução.
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Estimei um número aproximado de 3 milhões justamente por considerar outras pessoas além dos homens com idade para combater. Mas quando eu pergunto por registros, não estou considerando apenas um específico ao acontecimento em si, mas algum registro que preserve relatos do que aconteceu ao Egito depois disso. Esse é o tipo de coisa para abalar toda a sociedade e economia do Egito. E isso certamente seria registrado de diversas formas. Basta considerar inclusive o número de escravos que eles estariam perdendo.

 

Você tem uma fonte confiável sobre a população do Egito e de Canaã na época do êxodo? Uma das complicações em considerar esse grande número de pessoas saindo do Egito, é que Deus diz várias vezes que em Canaã o número de inimigos dos Hebreus era bem maior.

 
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Moon' date=' conforme o Rafal falou você vai ter que

estudar bastante para entender como interpretar os textos sagrados.

Terá que fazer uma exegese dos textos sagrados.

 

 

 

Já que você quer aprender tudo sobre a Bíblia, comece pelo Antigo Testamento com a Bíblia Hebraica Stuttgartensia.

 

 

 

Para o Novo Testamento você vai precisar do Novo

Testamento grego. Então procure por Greek New Testament ou Novum

Testamentum Graece. Eu também recomendo a Bíblia de Jerusalém que é uma

das mais completas que existem, eu tenho essa, é uma Bíblia Católica

que também é usada por protestantes. Além de tudo isso você vai

precisar da iluminação do Espírito Santo, para encontrar o significa

espiritual no texto.

 

[/Quote']

 

 

 

Isso tudo não invalida nada do que eu falei antes. Na verdade confirma.

Ao transformar a Bíblia em algo tão complexo o que você faz é blindá-la

de qualquer questionamento. Repare que se há um absurdo no texto o

crente sempre poderá afirmar que o trecho em questão é simbólico e que

é necessária a "iluminação do espírito santo" para perceber isso. Como

ninguém pode provar que está sendo iluminado pelo espírito santo ao

analisar um versículo a inerrãncia bíblica continua sendo uma

tautologia.

 

 

 

O que eu acho curioso é que você deposite fé incondicional em um livro que admite ser extremamente difícil de se entender.

 

 

 

Estimei um número aproximado de 3 milhões

justamente por considerar outras pessoas além dos homens com idade para

combater. Mas quando eu pergunto por registros' date=' não estou considerando

apenas um específico ao acontecimento em si, mas algum registro que

preserve relatos do que aconteceu ao Egito depois disso. Esse é o tipo

de coisa para abalar toda a sociedade e economia do Egito. E isso

certamente seria registrado de diversas formas. Basta considerar

inclusive o número de escravos que eles estariam perdendo.

 

Você tem uma fonte confiável sobre a população do

Egito e de Canaã na época do êxodo? Uma das complicações em considerar

esse grande número de pessoas saindo do Egito, é que Deus diz várias

vezes que em Canaã o número de inimigos dos Hebreus era bem maior.

 [/Quote']

 

Se os números do Êxodo fossem razoáveis você também acharia que eles são simbólicos. A impressão que dá é que você afirma que eles são simbólicos apenas porque admite que são absurdos. É estranho porque eu concordo com você mas acho a postura do Calvin muito mais coerente. Enfim...

 

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Isso tudo não invalida nada do que eu falei antes. Na verdade confirma. Ao transformar a Bíblia em algo tão complexo o que você faz é blindá-la de qualquer questionamento. Repare que se há um absurdo no texto o crente sempre poderá afirmar que o trecho em questão é simbólico e que é necessária a "iluminação do espírito santo" para perceber isso. Como ninguém pode provar que está sendo iluminado pelo espírito santo ao analisar um versículo a inerrãncia bíblica continua sendo uma tautologia.

 

O que eu acho curioso é que você deposite fé incondicional em um livro que admite ser extremamente difícil de se entender.

Não estou tentando transformar a bíblia em algo complexo para blindar seus questionamentos' date=' ela é difícil sim de ser compreendia completamente. Principalmente ao tirar determinada linha e sair por ai dizendo que é tudo contradição como muitos ateus fazem. E isso não é exclusividade dos ateus, veja quantas igrejas existem por aí de cristãos que querem interpretar A Bíblia como bem entendem e saem por ai fundando tantas Igrejas. Mas mesmo com tantas Igrejas, todas acreditam que tudo na Bíblia é verdade. Você já tentou ler o livro do Apocalipse? Você acha que tudo narrado nesse livro é literal? Por isso é necessário estudar a Bíblia e tentar entender o contexto, freqüentar a Igreja, ler a Bíblia etc. Além do mais, eu também já falei que existem Bíblias de estudo que explicam essas passagens mais complicadas, eu tenho a Bíblia Católica de Jerusalém e está tudo muito bem explicado.

 


Se os números do Êxodo fossem razoáveis você também acharia que eles são simbólicos. A impressão que dá é que você afirma que eles são simbólicos apenas porque admite que são absurdos. É estranho porque eu concordo com você mas acho a postura do Calvin muito mais coerente. Enfim...

Se os números fossem razoáveis, poderiam ser simbólicos também, mas eu não imagino esse quadro porque todo o significado do texto também poderia ser diferente. De qualquer forma, ao considerarmos Êxodo falando em números reais tipo: 10.550 judeus por exemplo, saindo do Egito, estaria mais de acordo com passagens como essa:

 

Deuteronômio 4:38   para desapossar de diante de ti nações maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir na sua terra e ta dar por herança, como neste dia se vê.

 

Aí Deus diz que eles enfrentariam nações maiores. Será que existiam nações maiores que 3 milhões? Repare que a Bíblia diz que os israelitas eram poucos para combater nessas cidades.

 


Minha fonte confiável sobre a questão populacional dos judeus no êxodo é a Bíblia.
 
Mas se o assunto são evidências que atestam a credibilidade dos relatos bíblicos' date=' eis um link que pode ser interessante:
[/quote']
Bem interessante essa fonte, mas não foi bem isso que eu perguntei.. Eu também considero a Bíblia confiável, por isso comentei sobre a possibilidade de Canaã ter mais inimigos que os Hebreus que saíra do Egito. Veja Deuteronômio 4:38, ou Deuteronômio 7:7.

 

Deuteronômio 7:7   O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo.
-THX-2009-01-22 11:22:22
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Moon,

A bíblia não é díficil.

Sabe porque para alguns é díficil e para outros não?A própria bíblia responde;Ela diz que Deus faria o sábido se tornar estúpido e somente os humildes de coração é que teriam acesso a tal conhecimento.

É por isso que vemos muitas pessoas se formando em teologia e simplesmente não conseguiram entender a bíblia.

 

Quantos ao relato do etíope,sim,acredito ser literal.Como falei,este número pode muito bem cobrir soldados,escravos  e outras pessoas que apoiavam o exército.Além do fato de que alguns exercitos serem formados por diversas nações.

 

Quanto as águas do dilúvio:Nunca saberemos como era o mundo pré-diluviano,fato.

Logo,toda e qualquer estatística,como a que você apresentou,conta apartir do dilúvio para cá.

Por exemplo:Sabendo que o volume de água na Terra era menor,a terra poderia ser bem mais nivelada,sem tantos montes.

 

 

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Quanto ao dilúvio e a origem de tanta água:
no livro de Gênesis é dito que Deus fez uma separação entre a água embaixo dela(Oceanos e etc) e acima dela(Céu) e o relato do dilúvio diz que Deus abriu as comportas dos céus. Logo' date='a água que foi usada no dilúvio era essa água que estava no céu desde a criação da terra.
Aonde está essa água agora?Na Terra
.Todos sabemos que existe mais água que terra neste planeta.
Quanto ao Everest,os montes naquela época eram bem menores que os de hoje,assim como os oceanos eram menores que os de hoje.[/quote']

 

Quanto as águas do dilúvio:Nunca saberemos como era o mundo pré-diluviano' date='fato.
Logo,toda e qualquer estatística,como a que você apresentou,conta apartir do dilúvio para cá.
Por exemplo:Sabendo que o volume de água na Terra era menor,a terra poderia ser bem mais nivelada,sem tantos montes.
[/quote']

 

07

 

Vivemos em planetas diferentes, então. No meu a maior parte da superfície é coberta de água, mas o volume de terra é e sempre será maior.

 

Quanto ao conhecimento do mundo "pré-diluviano", só duas palavras para você: Registros fósseis. Se sabemos aproximadamente como era o mundo na época dos dinossauros, por que não saberíamos sobre o mundo "pré-diluviano" (seja lá quando isso for)? Isso, é claro, considerando que algum dilúvio tenha ocorrido... Alguma prova de inundação global?

 

Rafal precisa urgentemente largar a bíblia um pouco e ir estudar. A geografia de ensino médio ensina sobre relevo, nível dos oceanos e etc.
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Moon' date='
A bíblia não é díficil.
Sabe porque para alguns é díficil e para outros não?A própria bíblia responde;Ela diz que Deus faria o sábido se tornar estúpido e somente os humildes de coração é que teriam acesso a tal conhecimento.
É por isso que vemos muitas pessoas se formando em teologia e simplesmente não conseguiram entender a bíblia.[/quote']

 

Humildade também envolve ouvir e aprender com quem já estudou e conhece a Bíblia (Atos 8 29-31). Não basta apenas abrir o livro e achar que é humilde o suficiente para compreender tudo... O que você falou pode acontecer, mas está muito longe de resolver a questão da dificuldade em compreender alguns dos significados e da profundidade religiosa de alguns textos.

 

Dois fiéis podem se achar humildes o suficiente para dizer que o Senhor iluminou e mostrou o significado de terminado texto. Porém, “mostrou” um significado diferente para cada um. Qual estaria com a verdade? Dizer que um é mais humilde que o outro não resolve...

 
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Seria Barack Obama o anti-cristo???

 

Já existem teorias sobre Obama ser o anticristo' date=' seguem sete fatos "confirmando" isso

 

Fato um: Obama é canhoto. A Bíblia, notadamente, identifica a esquerda com as forças demoníacas, e como culpá-la, se a esquerda é em geral só traz mesmo desgraça? O Diabo é canhoto. Obama também.

 

Fato dois: Segundo o livro do Apocalipse, a Besta "surgirá do meio do mar". Onde nasceu Obama? Nas ilhas do Hawaii, no meio do oceano pacífico.

 

Fato três: O nome de Obama é quase idêntico ao do maior inimigo do mundo livre judaico-cristão, Osama. O S, de Serpente, é trocado pelo B... De Besta. Como sabem os cabalistas, letras e números não são jamais casuais. Nada é coincidência.0606

 

Fato quatro: Disse Jesus (Mateus 7:15-23), ”Cuidado com os falsos profetas que vem em roupa de ovelha, mas por dentro são lobos vorazes. Por seus frutos os reconhecerão." Obama é simpático, cordial, sorridente, calmo. Uma ovelha. Mas, por dentro? Notem ainda que Obama se anuncia a si mesmo como uma espécie de Messias, vejam o que ele disse em discurso recente: "Uma luz brilhará através daquela janela, um raio de luz descerá sobre você... Você experimentará uma epifania... E descobrirá que deve votar em Obama." (7 de janeiro).

 

Fato cinco: Já várias pessoas, especialmente mulheres, desmaiaram em discursos do Obama. Emoção... Ou possessão demoníaca? Quando as frases do Obama durante cada desmaio são escutadas ao contrário, revelam mensagens perturbadoras...06

 

Fato seis: Diz o Apocalipse sobre a Besta que "o dragão lhe deu seu poder e seu trono, e grande autoridade". Obama poderá ser o futuro presidente dos EUA. O dragão talvez seja uma referência à China, indicando que os EUA suplantarão os chineses, e Obama governará não apenas os EUA, como o mundo.

 

Fato sete: os eventos do Apocalipse culminam com a destruição de Jerusalém. A política de Obama e seus assessores parece ser bastante crítica a Israel, e pretendem dividir a Cidade Sagrada, o que certamente resultará em guerra.

 
[/quote']

O pessoal tem criatividade mesmo...

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Estive ausente por uns dias mas acho que não há nada a acrescentar em relação ao que eu já havia falado antes. O post do Rafal exemplifica bem o meu ponto: uma série de Ad Hocs que visam cobrir qualquer possível furo da Bíblia de maneira a sempre mantê-la intacta. O interessante é que ele mesmo parece admitir que o dilúvio é absurdo e para tentar manter a infalibilidade bíblica propõem uma hipótese ainda mais absurda: ".. a terra poderia ser bem mais nivelada, sem tantos montes".

 

Mudando um pouco de assunto...

 

Todas as vertentes cristãs ( ou quase todas, ao menos) sustentam que herdarão o paraíso aqueles que crêem na palvra de deus e no sacrifício de Cristo para salvar a humanidade. Pois bem.. a grande maioria das pessoas tem amigos e familiares- até mesmo pais e irmãos -, que não cumprem os requisitos para serem salvos. É de se imaignar portanto que ao chegarem ao paraíso muitos crentes terão deixado para trás uma série de pessoas importantes para eles. Como um lugar onde podemos ser privados do convívio com entes queridos pode ser chamado de paraíso?

 

Moonsorrow2009-02-05 20:51:09

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Paraíso = lugar onde estou no convívio de todas as pessoas queridas?

Not quite... Fosse assim minha casa seria um paraíso... a igreja seria um paraíso e sabemos que isso está longe da verdade.

 

Moon, é curioso ver você dizendo que o Rafal usa uma série de Ad hocs para tentar cobrir qualquer possível furo da Bíblia, mas veja só... Um ateu, com conhecimento intelectual diferenciado e percepção aguçada, simplificando uma questão de forma incrivelmente infantil para tentar induzir o crente à erro no afã de mostrar a ele o quanto a sua fé é segregadora e inútil... Tsc, tsc, tsc...
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Antiga Bíblia em siríaco é encontrada no Chipre

Autoridades do norte de Chipre acreditam ter encontrado uma antiga versão da Bíblia escrita em siríaco, um dialeto da língua nativa de Jesus.

O manuscrito foi encontrado durante uma batida policial contra supostos contrabandistas de antiguidades. A polícia turco-cipriota afirmou acreditar que o manuscrito possa ter dois mil anos de idade.

O objeto contém trechos da Bíblia escritos em letras douradas sobre velinos atados precariamente, segundo as fotos fornecidas à Reuters. Uma página traz o desenho de uma árvore, e outra oito linhas de escrita em siríaco.

Entretanto, especialistas estão divididos quanto à proveniência do manuscrito e sobre este ser autêntico, o que o tornaria inestimável, ou uma fraude.

Eles dizem que o uso de letras douradas no manuscrito torna provável que tenha menos de dois mil anos.

"Creio ser mais provável que tenha menos de mil anos", disse à Reuters Peter Williams, da Universidade de Cambridge e grande perito no assunto.

Autoridades turco-cipriotas se apossaram da relíquia na semana passada e nove indivíduos estão sob custódia, aguardando maiores investigações. Mais pessoas ligadas ao achado estão sendo procuradas.

As investigações ainda descobriram uma estátua de orações e um entalhe em madeira de Jesus que se acredita pertencer a uma igreja no norte, de domínio turco, assim com dinamite.

A polícia acusou os detidos por contrabando de antiguidades, escavação ilegal e posse de explosivos.

O siríaco é um dialeto do aramaico, a língua nativa de Jesus, outrora falado em boa parte do Oriente Médio e da Ásia Central. Ele é usado por cristãos sírios e continua em uso na Igreja Ortodoxa Síria de Chipre, enquanto o aramaico ainda é utilizado em rituais religiosos de cristão maronitas no Chipre.

"Uma fonte muito provável do manuscrito pode ser a área de Tur-Abdin, na Turquia, onde ainda existe uma comunidade que fala o siríaco", disse à Reuters Charlotte Roueche, professora de Antigos Estudos Latinos e Bizantinos no King's College, de Londres.

Após uma análise mais aprofundada de fotos do manuscrito, JF Coakley, especialista em manuscritos da Universidade de Cambridge e membro do Wolfson College, insinuou que o livro pode ter sido escrito bem mais tarde.

"O texto em siríaco parece estar em linguagem siríaca oriental, com pontos nas vogais, e não se encontram manuscritos assim antes do século 15 aproximadamente."

"Baseado em uma única foto, algumas palavras pelo menos parecem estar em siríaco moderno, uma língua que não foi posta no papel até a metade do século 19", disse ele à Reuters.

 

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Dook,

 

 

 

na verdade nem  fui eu que elaborei essa questão, eu a vi em algum

lugar da internet não faz muito tempo e resolvi trazer pra cá por

achá-la pertinente. Em nenhum momento quis causar qualquer tipo de

animosidade ou ainda "induzir o crente à erro no afã de mostrar a ele o

quanto a sua fé é segregadora e inútil", queria até saber onde foi que

eu sugeri qualquer coisa desse tipo. Aliás eu não quero induzir ninguém

aqui a nada e nem espero que alguém concorde comigo. Eu frequento

bastante esse tópico justamente porque é um dos poucos lugares do fórum

onde é possível efetivamente debater. Em nenhum dos meus posts eu tento imputar aos crentes ( como grupo) qualquer tipo de característica pejorativ, há no máximo provocações comuns em um debate.

 

Repare que na construção da minha pergutna em nenhum momento eu defino paraíso. O que você fez foi apenas criar um espantalho, mas na verdade em nenhum momento você respondeu o que eu de fato queria. Eu não disse que o paraíso é o lugar onde se vive com entes queridos. O que ficou nas entrelinahs é que qualquer concepção de paraíso deveria incluir o contato com pessoas queridas, o que eu considero uma proposição razoável afinal grande parte da felicidade de uma pessoa, na maioria das vezes, deriva desse contato.

 

 

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Moon, em momento algum eu sugeri que o seu comportamento é habitualmente induzir o crente ao erro com perguntas capiciosas. Na verdade, você o faz eventualmente, como naquela situação onde trouxe a lume a lamentável proposição "Deus poderia criar uma pedra que nem Ele pudesse carregar?"

 

O problema de muitos ateus (e tb de muitos crentes) está em racionalizar Deus; em colocar em palavras objetivas um conceito que foge à nossa compreensão.

 

Quanto à pergunta que fez, ela é intrinsecamente tola, pois parte de uma concepção TERRENA do que seja o paraíso. O que Deus promete é um paraíso ESPIRITUAL, que está além de qualquer compreensão material e pessoal que possamos imaginar. A felicidade terrena de uma pessoa deriva do contato com seus entes queridos... A felicidade espiritual de uma pessoa deriva de seu relacionamento com Deus. É dentro deste contexto que a questão envolvendo o "paraíso" deve ser pensada e analisada.
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Essa sua última postagem é um exemplo daquilo que Denett chama de crença na crença.

 

Questões como o paradoxo da pedra pesada, os problemas do mal  e do livre arbítrio, infalibilidade e sufiência bíblica e salvação são problemas teológicos clássicos que não possuem solução definitiva justamente porque parecem contrariar a lógica. Os atributos do deus cristão não possuem coerência interna.

 

A solução para essas questões é colocar a incompreensibilidade divina como um dogma central de qualquer doutrina cristã, colocar deus acima de qualquer tipo lógica. Mas há de fato algum motivo para aceitar a incompreensibilidade divina como uma verdade auto-evidente? Existe alguma razão para abandonarmos tudo o que já foi construído em termos de lógica em favor da hipótese de que há um ser que está acima de tudo isso?

 

Mesmo que deus esteja de fato totalmente fora do nosso alcance surgem ainda outras questões pertinentes: por que eu deveria confiar numa deus que não posso entender?

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Reportagem interessante da Veja dessa semana.

 

Especial

A DARWIN O QUE É DE DARWIN...

 

As

ideias revolucionárias do naturalista inglês, que nasceu há 200 anos,

são os pilares da biologia e da genética e estão presentes em muitas

áreas da ciência moderna. O mistério é por que tanta gente ainda reluta

em aceitar que o homem é o resultado da evolução

 

 

Gabriela Carelli

 

Charles

Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que

seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para

um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a

teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a

biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na

relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto

contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras

nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das

melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados

com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes

diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita

que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro

considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos

aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de

Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que

um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura

enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de

Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de

seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a

persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na

produção científica?

 

Para investigar a razão pela qual as ideias

de Darwin ainda são vistas como perigosas, é preciso recuar no passado.

Quando o naturalista inglês pela primeira vez propôs suas teses sobre a

evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que

a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência, que as maravilhas

da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. A hipótese

mais aceita sobre os fósseis de dinossauros era que se tratava de

criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo

dilúvio bíblico. A publicação de A Origem das Espécies teve o efeito de

um tsunami na Inglaterra vitoriana. Os biólogos se viram desmentidos em

sua certeza de que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa

por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua

semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se

chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e,

ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento,

compreensível contestação científica às novas ideias. Darwin havia

reunido uma quantidade impressionante de provas empíricas – mas ainda

restavam muitas questões sem resposta.

 

O primeiro exemplar a

sair da gráfica foi enviado a sir John Herschel, um dos mais famosos

cientistas ingleses vivos em 1859. Darwin tinha tanta admiração por ele

que o citou no primeiro parágrafo de A Origem das Espécies. Herschel

não gostou do que leu. Ele não podia acreditar, sem provas científicas

tangíveis, que as espécies podiam surgir de variações ao acaso.

Pressionado, Darwin disse que, se alguém lhe apontasse um único ser

vivo que não tivesse um ascendente, sua teoria poderia ser jogada no

lixo. O que se encontrou em profusão foram evidências da correção do

pensamento de Darwin em seus pontos essenciais. Hoje, para entender a

história da evolução, sua narrativa e mecanismo, os modernos

darwinistas não precisam conjeturar sobre o funcionamento da

hereditariedade. Eles simplesmente consultam as estruturas genéticas.

As evidências que sustentam o darwinismo são agora de grande magnitude

– mas, estranhamente, a ansiedade permanece.

 

Outros pilares da

ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não

suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se

sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que

a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade

deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da

irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos

mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível

para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas

maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida

na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao

escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund

Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de

suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi

constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu

quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à

posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da

psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de

compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de

Copérnico e Darwin.

 

O biólogo americano Stephen Jay Gould, um

dos grandes teóricos do evolucionismo no século XX, morto em 2002,

dizia que as teorias de Darwin são tão mal compreendidas não porque

sejam complexas, mas porque muita gente evita compreendê-las. Concordar

com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é

regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do

homem na Terra. Disse a VEJA o biólogo americano David Sloan Wilson, da

Universidade Binghamton: "As grandes ideias e teorias são aceitas ou

rejeitadas popularmente por suas consequências, não pelo seu valor

intrínseco. Infelizmente, a evolução é percebida por muitos como uma

arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos

seres humanos". Uma pesquisa publicada pela revista New Scientist sobre

a aceitação do darwinismo ao redor do mundo mostra que os mais ardentes

defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia. De modo

geral, a crença na evolução é inversamente proporcional à crença em

Deus. Mas a pesquisa encontrou outra configuração interessante: os

habitantes dos países ricos acreditam menos em Deus que aqueles que

vivem em países inseguros. Isso pode significar que a crença em Deus e

a rejeição do evolucionismo são mais intensas nas sociedades sujeitas

às pressões darwinistas, como escreveu a revista Economist.

 

Fotos Latinstock e David Ball/Corbis/Latinstock

Imagem

 

O medo do inferno

Muito

religiosa, Emma, a mulher de Darwin, temia que o marido fosse para o

inferno. Ela dava por certo que iria para o céu e sofria com a ideia de

ficarem separados pela eternidade. À direita, a casa da família, nos

arredores de Londres: nela, Darwin viveu e trabalhou por quarenta anos

 

 

A

teoria da evolução causa mal-estar em muita gente – mas só algumas

confissões evangélicas converteram o darwinismo em um inimigo a ser

combatido a todo custo. Como essas religiões são poderosas nos Estados

Unidos, é lá que se trava o mais renhido combate dessa guerra santa.

Ciência e religião já andaram de mãos dadas pela maior parte da

história da humanidade (veja reportagem). Mas esse nó se desatou há

dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio

amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados.

 

Desde o

ano passado, o bordão entre os criacionistas americanos é "liberdade

acadêmica". A ideia que tentam passar é que o darwinismo é apenas uma

teoria, não um fato, e ainda por cima está cheio de lacunas e é carente

de provas conclusivas. Sendo assim, não há por que Darwin merecer maior

destaque que o criacionismo. O argumento é de evidente má-fé. Em seu

significado comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. A teoria

da evolução de Darwin usa o termo em sua conotação científica. Nesse

caso, a teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado

por hipóteses que foram testadas e comprovadas por leis e fatos

científicos. Ou seja, uma linha de raciocínio confirmada por evidências

e experimentos. Por isso, quando é ensinado numa aula de religião, o

gênesis está em local apropriado. Colocado em qualquer outro contexto,

só serve para confundir os estudantes sobre a natureza da ciência.

 

A

ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por

exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há

13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois

do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas

também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e

alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5

bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses

eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder

enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a

luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua

profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o

mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir

essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar,

renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças

os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural.

 

Manda

o bom senso que não se misturem ciência e religião. A primeira

perscruta os mistérios do mundo físico; a segunda, os do mundo

espiritual. Elas não necessariamente se eliminam. Há cientistas

eminentes que creem em Deus e não veem nisso nenhuma contradição com o

darwinismo. O mais conhecido deles é o biólogo americano Francis

Collins, um dos responsáveis pelo mapeamento do DNA humano. Diz ele:

"Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude

imprópria e equivocada. A Bíblia não é um livro científico. Não deve

ser levado ao pé da letra". A Igreja Católica aceitou há bastante tempo

que sua atribuição é cuidar da alma de seu 1 bilhão de fiéis e que o

mundo físico é mais bem explicado pela ciência. O Vaticano até

organizará em março o simpósio "Evolução biológica: fatos e teorias –

Uma avaliação crítica 150 anos depois de A Origem das Espécies".

 

Em

A Origem das Espécies, num raciocínio que cabe em poucas linhas mas

expressa ideias de alcance gigantesco, Darwin produziu uma revolução

que alteraria para sempre os rumos da ciência. Ele mostrou que todas as

espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e

primitiva. Darwin demonstrou também que, pelo processo que batizou de

seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo

mutações aleatórias que são transmitidas a seus descendentes. Essas

mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua

extinção – dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Uma

década depois da publicação de seu livro seminal, o impacto das ideias

de Darwin se multiplicaria por mil com o lançamento de A Descendência

do Homem, obra em que mostra que o ser humano e os macacos divergiram

de um mesmo ancestral, há 4 milhões de anos.

 

O embate entre

evolucionistas e criacionistas teria causado um desgosto profundo a

Darwin, que era religioso e chegou a se preparar para ser pastor da

Igreja Anglicana. Esse plano foi interrompido pela fantástica aventura

que protagonizou entre 1831 e 1836, em viagem a bordo do Beagle, um

pequeno navio de exploração científica, numa das passagens mais

conhecidas da história da ciência. Aos 22 anos, Darwin embarcou no

Beagle para servir de acompanhante ao capitão do barco, o aristocrata

inglês Robert Fitzroy. Durante a viagem, que se estendeu por quatro

continentes, Darwin deu vazão à curiosidade sobre o mundo natural que o

acompanhava desde a infância. Até a volta à Inglaterra, havia recolhido

1 529 espécies em frascos com álcool e 3 907 espécimes preservados.

Darwin escreveu um diário de 770 páginas, no qual relata suas

experiências nos lugares por onde passou. No Brasil, visitou o Rio de

Janeiro e a Bahia, extasiando-se com a biodiversidade da Mata Atlântica

– mas ficou horrorizado com a escravidão e com a maneira como os

escravos eram tratados.

 

Frans Lanting/Corbis/Latinstock

Imagem

O pescoço da girafa

Anterior

a Darwin, o naturalista francês Lamarck elaborou a primeira teoria da

evolução. Para ele, o pescoço da girafa teria esticado para colher

folhas e frutos no alto das árvores. A seleção natural de Darwin

explica melhor: em grandes períodos de seca, só os animais de pescoço

mais longo conseguiam se alimentar, o que favoreceu a reprodução dos

pescoçudos

 

Durante a viagem, Darwin fez as

principais observações que o levariam a formular a teoria da evolução

pela seleção natural. Grande parte delas teve como cenário as Ilhas

Galápagos, no Oceano Pacífico. Lá, reparou que muitas das espécies eram

semelhantes às que existiam no continente, mas apresentavam pequenas

diferenças de uma ilha para outra. Chamaram sua atenção,

principalmente, os tentilhões, pássaros cujo bico apresentava um

formato em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. A

única explicação para isso seria que as primeiras espécies de animais

chegaram às ilhas vindas do continente. Depois, desenvolveram

características diferentes, de acordo com as condições do ambiente de

cada ilha. Era a prova da evolução. Mais recentemente, ao estudarem os

mesmos tentilhões das Ilhas Galápagos, grupos de biólogos observaram a

evolução ocorrer em tempo real. Os pássaros evoluíam de um ano para

outro, de acordo com as mudanças nas condições climáticas da ilha.

Darwin, que definiu a evolução como um processo invariavelmente longo,

através das eras, ficaria espantado com as novas descobertas em seu

parque de diversões científico.

 

Ao retornar à Inglaterra, após

a viagem do Beagle, Darwin foi amadurecendo a teoria da evolução e

começou a escrever A Origem das Espécies dois anos depois, em 1838. Só

publicou o volume, no entanto, após 21 anos. Ele sabia do potencial

explosivo de suas ideias na ultraconservadora Inglaterra do século XIX

– da qual, ele próprio, era um legítimo representante. Elaborar uma

teoria que ia contra os dogmas da Bíblia era, para Darwin, motivo de

enorme angústia. Não colaboravam em nada os temores de sua mulher,

Emma, de que, por causa de suas ideias, Darwin fosse para o inferno

após a morte, enquanto ela iria para o céu – com isso, eles estariam

condenados a viver separados na vida eterna. Darwin nunca declarou que

a Bíblia estava errada. Manteve a fé religiosa até os últimos anos de

vida, quando se declarou agnóstico – segundo seus biógrafos, sob o

impacto da morte da filha Annie, aos 10 anos de idade.

 

Após o

lançamento de A Origem das Espécies, um best-seller que esgotou

rapidamente cinco edições, os cientistas não demoraram a aceitar a

proposta de que as plantas e os animais evoluem e se modificam ao longo

das eras. Na verdade, essa ideia chegou a ser formulada por outros

cientistas, inclusive pelo avô de Darwin, o filósofo Erasmus Darwin. A

noção de que a evolução das espécies se dá pela seleção natural, no

entanto, é original de Charles Darwin, e só foi aceita integralmente

depois da descoberta da estrutura do DNA, em 1953. Darwin atribuiu a

transmissão de características entre as gerações a células chamadas

gêmulas, que se desprenderiam dos tecidos e viajariam pelo corpo até os

órgãos sexuais. Lá chegando, seriam copiadas e passadas às gerações

seguintes. Os estudos feitos com ervilhas pelo monge austríaco Gregor

Mendel na segunda metade do século XIX, mas aos quais a comunidade

científica só deu importância no início do século XX, estabeleceram a

ideia básica da genética moderna, a de que as características de cada

indivíduo são transmitidas de pais para filhos pelo que ele chamou de

"fatores", e hoje se conhece como genes. Com as ervilhas de Mendel, o

processo concebido por Darwin teve comprovação científica. A descoberta

da dupla hélice do DNA, pelos cientistas James Watson e Francis Crick,

em 1953, finalmente esclareceu o mecanismo por meio do qual a

informação genética é transmitida através das sucessivas gerações.

Hoje, os biólogos se dedicam a responder a questões ainda em aberto no

evolucionismo, como quais são exatamente as mudanças genéticas que

provocam as adaptações produzidas pela seleção natural. É espantoso

que, enquanto continuam a desbravar territórios na ciência, as ideias

de Darwin ainda despertem tanto temor.

 

Com reportagem de Leandro Narloch, Paula Neiva e Renata Moraes

 

http://veja.abril.com.br/110209/p_072.shtml

 

 

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Essa sua última postagem é um exemplo daquilo que Denett chama de crença na crença.

Questões como o paradoxo da pedra pesada' date=' os problemas do mal  e do livre arbítrio, infalibilidade e sufiência bíblica e salvação são problemas teológicos clássicos que não possuem solução definitiva justamente porque parecem contrariar a lógica. Os atributos do deus cristão não possuem coerência interna.[/quote']

 

Errrrr, Deus não possui coerência interna para aqueles que insistem em racionalizá-Lo... Fica difícil você "pensar" um ser quando na largada vc precisa se confrontar com a idéia de que este ser não teve começo, é auto-existente, está acima do tempo e o influencia ao invés de ser influenciado por ele...


A solução para essas questões é colocar a incompreensibilidade divina como um dogma central de qualquer doutrina cristã' date=' colocar deus acima de qualquer tipo lógica. Mas há de fato algum motivo para aceitar a incompreensibilidade divina como uma verdade auto-evidente? Existe alguma razão para abandonarmos tudo o que já foi construído em termos de lógica em favor da hipótese de que há um ser que está acima de tudo isso? [/quote']

 

Está racionalizando de novo. Um homem sábio (incrédulo ou crente) sabe que nem todas as coisas tem explicação. Isto é a prova inequívoca de nossa natureza falha e limitada que ciência alguma vai conseguir explicar (e haja arrogância daquele que acredita que a ciência conseguirá explicar; cairá no mesmo "erro" de que acusa os crentes). Não precisa haver um motivo para tudo. Algumas coisas simplesmente são. Qual o motivo do homem ter que copular na mulher para poder reproduzir-se? O homem não poderia conseguir fazer isso sozinho? Existem fatos que aceitamos racionalmente que não podem ser explicados ou necessitam de um motivo para serem o que são.

 

Há razão em abandonar tudo o que já foi construído em termos de lógica em favor da hipótese de Deus justamente pq a lógica humana não é absoluta. O pensamento humano mudou no decorrer de toda a sua existência e não há razões para crer que, agora, ele será imutável e constituir-se-á algo absoluto.  

 



Mesmo que deus esteja de fato totalmente fora do nosso alcance surgem ainda outras questões pertinentes: por que eu deveria confiar numa deus que não posso entender?

 

Você só confia naquilo que você entende ou consegue entender? Quando criança você só confiava nos seus pais quando você entendia algumas de suas decisões, escolhas e ordens? Ou você confiava, mesmo sem entender, baseado na idéia forte de que eles sabiam o que estavam fazendo?
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A Ciência é uma coisa, estuda o meio fisico-material, a Evolução é um processo real, de fato, todos os animais tem seu parentesco, o que aniquila a ideia de utensílio dos animais e sua função pré-destinada. A função de cada ser é viver e lutar pela sobrevivência, e isso resulta em se adaptar as mudanças do meio, e assim vão surgindo os seres, cuminando no ser humano. Mas por trás desse corpo vivente, há uma alma vivente, em que cada ser tem o seu processo e sua evolução espiritual, e assim, a cada aparição de uma espécie, foi por coencidencia de uma queda do espirito, ou mesmo nosso espirito tem o mesmo "parentesco" mas em estágios diversos, de acordo com o seu campo espiritual!

 

acho que a Ciencia é um conjunto de conhecimentos que se encontra preso em um cubo, no mundo material, onde pode ser testado, experimentoado e verificado. A religião é, também, presa em um espectro onde não se da para averiguar, se testar por meios materiais, restringindo ao campo da fé, da percepção extra-sensorial, a ciencia nunca alcançará a religião e vice-versa, mas elas podem se acompanhar, como fora o caso a tempos atrás.
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