O Casamento de Rachel, Jonathan Demme (20

[Beckin]

Já estreiou. Movido

 

Como comentei lá no tópico do oscar há um tempo atrás, achei ótimo. Bem injustiçado sim, e a filha do Lumet já começou muito bem como roteirista. A atuação da Hathaway é uma coisa que eu nunca esperaria dela, até me arrependo por comentários que fiz da mesma no passado.

 

Única coisa que eu não gostei tanto foi a extensão das cenas de festejo pós-casamento, por mais propósito que as mesmas tivessem senti em alguns momentos uma quebra de narrativa ali que me empurrou um pouco pra fora do filme, ora porque se repetiam demais, ora porque começou a ficar chato mesmo... mas logo logo essa sensação passa.

Beckin2009-02-18 23:20:28

[Thico]

Mas sabe que eu acho que essa extensão estranha é algo meio que proposital. O filme é livre em sua própria construção narrativa, num posicionamento de observação sem muitas amarras - e pretensão. Assim, essa liberdade proporcionaria a irregularidade dos planos, tanto em enquadramento, quanto na sua fluidez ou não. O resultado foi, para mim, algo como um não-planejamento de cenas, o que tornou tudo muito mais interessante e palpável (ainda que tenha sido amplamente planejado).

[garbo]

já eu achei isso uma chatice enorme. não só nessas cenas pós casamento, com 500 tipos de danças diferentes que não contribuiam em nada, mas tambem naquele ensaio que tambem parece interminavel. Uma pena, porque gostei muita da historia e do drama dos personagens, mas todos esses momentos só acabam entendiando e te puchando pra fora do filme.

 

[Jorge Soto]

po, ce nao gostou nem qdo o casorio termina, literalmente, em samba???

[jujuba]

Tb gosto de filmes com encontros familiares.

Sempre há uma ovelha negra que é querido por uns e odiados por outros e tolerados por muitos.

 

Daí a ovelga negra provoca um curto circuito,  as máscaras caem e há o inevitável barraco e mágoas enterradas vem a tona... aff!

 

Nesse filme não é diferente.

[pantalaimon]

Também sou fã do gênero "drama familiar", mas confesso que acho difícil fazer algo realmente novo e impactante dentro do segmento família, pois muito já foi explorado. Eu adorei o filme, mas não sei, não foi algo que me pegou de supetão e me embasbacou, me deixou estupefato, de verdade; mas gostei. A Anne está realmente bem, mas o papel ajuda muito, a histérica problemática, ela pode então deitar e rolar, se deixar exagerar, completamente, que tudo estará dentro do aceitável pelo "tipo" de personagem, então fica a dúvida se ela realmente está magnífica; a acho bem, mostra sua capacidade para novos trabalhos. Gostei mesmo foi da personagem Rachel, a irmã, muito boa, contida, muito bem, e todos estão bem. O filme passou rápido, nem senti o tempo, e a melhor coisa de tudo, achei, foi a música, a idéia de colocar músicos no casamento como amigos e sempre ser pego com algo musical de fundo, de boa qualidade. A maneira de filmar também, os cortes, simpatizei bastante, pronto, tá aí, um filme para ser revisto, e apesar de alguns clichês, algumas coisas batidas, vejo frescor ali e algumas cenas, na medida certa, roteiro muito bom, diálogos muito bem escritos, embate de atores na medida, muito bacana, merecia mais destaque, o filme, vale a pena. pantalaimon2009-04-07 13:38:41

[jujuba]

Eu adoro filmes com cenas dos bastidores de casamento... aff!

Aqui, embora tabu, por mais que tentem, por mais que não mencionem, a tragédia paira sobre eles.

 

Algumas coisas são melhor qdnão ditas, pq as consequencias demoram a serem repadas... tipo, trocar tapas na cara com a ppria mama... aff!

Igualzinho a vida real!

 

By the way, tb achei o papel da Hattaway nem tanto p/ se ganhar um Oscar.

Ainda está por vir tal papel.

[Administrator]

Maravilhoso. Além do que falaram, o Demme constantemente te surpreende ao mudar o tom de diversas cenas, como a da brincadeira do lava-louças que começa agradável e termina trágica. As cenas das brigas são muito bem escritas e os atores estão em perfeita sintonia.

[Tonho]

Parece que o cinema não precisa mais de dramas sobre famílias
disfuncionais.Afinal,o que mais precisa acrescentar a um gênero tão
manjado?O novo filme de Jonathan Demme não reinventa o
gênero,mas mesmo assim não deixa de impressionar pela sua excelente
direção,história tocante,e elenco soberbo.O Casamento de Rachel é uma
maravilhosa redenção em família,e uma experiência inesquecível para o
público.

Difícil sintetizar a obra de um diretor tão versátil
quando Jonathan Demme.Foi ele o responsável pelo clássico O Silêncio
Dos Inocentes,filme que permanece como um dos principais filmes de
suspense já feitos.Dirigiu também Filadélfia,outro filme importante.Por
isso é indiscutível que Demme seja um profissional de
gabarito.Ultimamente ele tem se focado mais em documentários,sendo O
Casamento de Rachel o seu primeiro filme de ficção em cinco anos.
O
filme gira em torno de um casamento.Isso pode ser motivo para afastar
uma boa parte do público,principalmente o masculino.Mas quem fica para
assistir,percebe que o filme consegue afastar-se dos milhares de dramas
sobre casamento,mostrando uma história envolvente e original,cujos
personagens possuem personalidades únicas.É também um filme
envolvente,que prende o espectador com facilidade.Isso se deve ao ótimo
roteiro,assinado pela estreante Jenny Lumet,filha de Sidney Lumet.
A
história segue Kym,uma jovem recém saída de uma clínica de
reabilitação.Ela fica na casa da irmã,que está atônita com os
preparativos do seu casamento.A chegada da jovem desperta más
lembranças sobre o seu passado como viciada,e ela acaba causando um
maremoto em toda família.
Uma boa parte do filme se passa na casa de
Rachel,uma casa enorme onde todos os convidados estão se preparando
para a cerimônia.O diretor de fotografia Denclan Quinn soube aproveitar
muito bem essa condição.Durante todo filme a câmera é posicionada de
tal forma,que parece que estamos diante de um vídeo familiar,a
afinidade entre os personagens também ajuda a dar essa sensação.
O
Casamento de Rachel também é repleto de cenas ora sublimes,ora
fortes.Cenas que ficam da memória do espectador de forma incrível.A
cena em que Kym briga com sua mãe é uma delas,dotada de extrema
sensibilidade,mas também de muita tenacidade.Outra cena linda,é o
discurso dos convidados durante o jantar,principalmente a parte do
discurso de Kym,em que não sabemos se é Kym ou Ana Hathaway quem está
chorando.
A trilha sonora também chama a atenção.Na verdade não sei
se pode ser chamada de trilha,já que toda ela é executada pelos
próprios convidados,aproveitando a idéia de que o marido de Rachel é
músico.Em certo momento da festa de casamento,uma grupo de samba
brasileiro inexplicavelmente entra e começa a tocar,com mulatas e
tudo.Eu não entendi o porquê,embora a cena seja ótima.
O elenco é um
show a parte.Se o Oscar fosse um prêmio justo,quem levaria melhor atriz
não seria Kate Winslet por seu vexame em O Leitor,seria com certeza
Anna Hathaway.A atriz,ainda em início de carreira,esta soberba no
filme,e provavelmente a Academia dará a ela outra chance no
futuro.Rosemaire DeWitt também interpreta com naturalidade,assim como
todos os coadjuvantes.
O Casamento de Rachel é um grande triunfo de
Jonathan Demme,muito bem sucedido na difícil tarefa de fazer um drama
sobre uma família disfuncional, sem cair nos clichês.Ana Hathaway
também carrega uma parte do filme nas costas,e faz isso
maravilhosamente,a moça realmente merece aplausos.
Um filme recomendado a todos,mesmo para o público que se acha muito macho para ver filmes de casamento.

nota:8,6

[Alexei]

Até agora, disputa com Simplesmente Feliz, cabeça a cabeça, o título de melhor filme do ano nos cinemas. O que me pareceu é que o Jonathan Demme percebeu que tinha um roteiro um pouco chavão, amparado por muletas, e transcendeu seus significados. O filme vem em ondas sucessivas de alegria e de tristeza, alternadamente, e me lembrou o tempo todo como as relações humanas - familiares, principalmente - podem ser amorosas e cruéis ao mesmo tempo. Aliás, as pessoas amam e odeiam simultaneamente, como visto na relação entre Kym e Rachel.

Tem um elenco de primeira e uma multiculturalidade linda, que vai muito além da mera interracialidade.

 

Filmão.