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Forum Cinema em Cena

I Love You Phillip Morris (2009)


CACO/CAMPOS
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  • 3 months later...
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Crítica: I Love you Phillip Morris

Comédia tenta impedir leituras polarizadas ao sugerir interpretações por conta própria

03/11/2009

Rodrigo Santoro é especialista em papel de doente, Ewan McGregor sempre interpreta bem tipos afetados e Jim Carrey tem predileção por personagens que subvertem a lógica das aparências. Estão os três, enfim, muito à vontade em I Love you Phillip Morris, mas a questão é entender o uso que o filme tenta fazer deles.

A controversa comédia dos roteiristas e diretores Glenn Ficarra e John Requa (roteiristas de Papai Noel às Avessas) se baseia na história real ("e é real mesmo", reafirmam os créditos iniciais) de Steven Russell, ex-oficial de polícia, pai de família, que ficou famoso por escapar da prisão no Texas quatro vezes. A especialidade de Russell era forjar identidades - de executivo de finanças, de médico, de advogado - tanto do lado de fora quando para fugir da cadeia.

Seria a típica história do homem que usa mil máscaras porque no fundo não tem rosto, mas o caso é que Steven Russell é gay - "gay, gay, gay", como Carrey diz em cena - e isso abre ao filme uma outra perspectiva. A simples opção por associar a amoralidade glamourizada dos filmes-de-ladrão à reafirmação da homossexualidade dá brecha para interpretações.

Uma possível, e que circula desde que o filme foi exibido no Festival de Cannes, é que teria tendência à homofobia - ou pelo menos a incentivaria. Dentro da prisão, Steven conhece Phillip Morris (McGregor) e faz de tudo para facilitar a vida do namorado, até pagar para que o detento vizinho que berra a noite toda seja espancado. O casal vive, na prática, em um regime de exceção, comendo camarão e chocolate - e o pesadelo de qualquer reacionário, aqui do lado de fora, é imaginar um mundo em que os gays tenham mais direitos do que ele.

Ao mesmo tempo, é possível enxergar a cadeia como o único lugar onde Steven e Phillip foram felizes de verdade. Ali todos são iguais - ainda que "nivelados por baixo", reduzidos a um número no uniforme branco - e não há a necessidade do teatro social que Steven interpreta do lado de fora, jogando golfe com chefes e fingindo ter uma noiva. O catálogo de disfarces do ladrão então ganha outra conotação - a falta de identidade de Steven seria uma contínua ameaça de sair do armário. E sair do armário de verdade, porque ser gay em Miami não conta.

São duas leituras possíveis de um filme que, talvez ciente dessa polarização, começa automaticamente a sabotar aqueles (como os críticos de cinema) que tentam achar em filmes uma unidade. Essa é a grande sacada de Requa e Ficarra, estreantes na direção: impedir uma interpretação ao sugerir várias.

Porque na verdade Steven faz o que faz não por ser gay, mas para suprir a falta de sua mãe. Adotado na infância, ele passou a vida inteira tentando provar aos outros que poderia ser amado e ter "a vida que merece", como diz. Repare que Steven revê a mãe adotiva em delírio, quando está na cama à beira da morte. Mas e se ele não estiver morrendo de fato? E se for outro golpe? Essa reminiscência do passado teria sido um engodo, e o artifício de Requa e Ficarra para nos despistar, desmascarado.

Se bem que Steven vivia no Texas, Estado conservador, e no fim do filme descobrimos que as fugas constantes do malandro eram um embaraço para o então governador, George W. Bush. Se Steven diz que o resto das pessoas são idiotas, ele se refere ao "fuckin' Texas", o que torna I Love you Phillip Morris não uma provocação, com direito a cenas quase explícitas de felação, mas um filme político.

Mas na verdade Steven age para se vingar da carolice da sua ex-esposa, que sempre disse que Jesus tinha um plano maior para ele. O céu aparece o tempo todo em I Love you Phillip Morris, até mesmo pintado no teto do tribunal (acompanhado nessa cena de música lírica), então o que o nosso herói faz, no fundo, é pintar um falo na cara de Deus.

Ou todas as alternativas anteriores.

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  • 5 months later...
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Filme com Rodrigo Santoro e Jim Carrey tem estreia adiada nos EUA

Da Redação

 35760.jpg

Foto: Divulgação

Quem gostaria de ver a atuação do ator brasileiro Rodrigo Santoro (Meu País) ao lado de Jim Carrey (Um Mar de Aventuras) terá de esperar mais um pouco. Ou talvez, bastante. Segundo o jornal Los Angeles Times, a Consolidated Pictures Group alterou novamente a data de estreia do filme O Golpista do Ano, infelizmente, para indefinida.

O filme, que estreou no Festival de Sundance em 2009 e foi anunciado na Quinzena dos Realizadores em Cannes, em 2009, estava previsto para ser lançado no dia 26 de março deste ano. Mas, cerca de um mês antes dessa data, a empresa atrasou a data de lançamento para 30 de abril. No Brasil, a data de estreia não foi alterada até o momento; ela permanece marcada para o dia 4 de junho de 2010.

No longa, o ex-oficial Steven Russel (Jim Carrey) leva uma vida dupla: ele é pai de família, mas também é homossexual. Após um acidente, ele assume sua verdadeira opção sexual e aparece ao lado do namorado Jimmy (Rodrigo Santoro). Quando se dá conta que está gastando muito, Russel começa a aplicar golpes para ganhar dinheiro. Ao ser preso, ele conhece Philip Morris (Ewan McGregor), colega de cela e se apaixona. Quando este é liberto, o golpista tenta de todas maneiras encontrar Morris fora da prisão e passa por situações inusitadas, como se tornar diretor financeiro de uma companhia.

Com roteiro e direção de Glenn Ficarra e John Requa, o filme será produzido por Andrew Lazar e Luc Besson.

O adiamento do lançamento seria uma reação contra o conteúdo gay do filme? Fica aí a dúvida.

 

Meu deus que preconceito besta, o filme já ta acabado deixar o público ver se e bom ou não.
CACO/CAMPOS2010-04-10 11:43:30
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Não gostei do título nacional. Pelo que foi mostrado até agora, inclusive pelo título original, dá pra ver que o foco do filme é mais o amor dos dois do que o fato de um deles ser um golpista. Por que não uma tradução literal?

 

E por que a dificuldade pra lançar o filme? Eu até pensei que já tinha sido lançado e eu tinha perdido.

 

 

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  • 1 month later...
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Eu morri de rir, hein. 06.gif

 

Jim Carrey atuando decentemente desde...sei lá...Brilho Eterno?

 

Na real, quem me fez rolar de rir mesmo foi o McGregor. O filme tem cenas muito engraçadas (algumas bem exageradas, é verdade), mas o clima entre os dois é fantástico. Estão muito à vontade em seus papéis.

 

Bacanérrimo.

 

 

 

4/5

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Me surpreendi porque apesar da temática propícia a tantas outras coisas, é uma comédia convencional (nada contra!). Mas claro que os grandes estúdios não produziriam um filme sobre homossexualismo.

Enfim, achei correto, até meio esquecível, mas deu pra rir numa quantidade razoável (a montagem dos golpes do Russell e das tentativas dele sair da prisão foram ótimas) e Carrey e McGregor realmente estão ótimos.

 

Spoiler.

 

 

 

 

 

 

 

Eu estava prestes a dizer que o filme caía (muito) com aquele melodrama no final, mas que bom que veio aquela reviravolta pra concertar isso.
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Tambem me surpreendi com o filme. E graças a Deus o Carrey não exagerou nas caras e bocas, eu não suporto isso. 06.gif

Mas que tá bem mesmo é o McGregor que convence muito. E a sequência de fugas do Russel são ótimas mesmo. E eu dispensaria o final típico dessas adaptações de historias reais com textos falando do destino dos personagens, mesmo economizando tempo de tela, parece preguiça...

 

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Tambem me surpreendi com o filme. E graças a Deus o Carrey não exagerou nas caras e bocas' date=' eu não suporto isso. 06.gif

Mas que tá bem mesmo é o McGregor que convence muito. E a sequência de fugas do Russel são ótimas mesmo. E eu dispensaria o final típico dessas adaptações de historias reais com textos falando do destino dos personagens, mesmo economizando tempo de tela, parece preguiça...

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Eu também não. Era o que eu mais temia no filme. Vou acreditar em você e ficar tranquila quanto aos exageros dele.

 

Só não fui ver ainda por causa da semana de provas. Felizmente o filme continua em cartaz. Próxima semana eu vou.

 

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4/5

 

O amor dos dois é bonitinho. Eu torci por cada golpe de Steven, mas também pra ele largar aquela mania que só serve pra estragar tudo. O filme é engraçado, equilibrando bem o drama e a comédia. Ewan Mcgregor convence como bicha meiga. E felizmente Jim Carrey não exibe expressões exageradas. Mostrar o futuro dos personagens como fazem os filmes baseados em histórias reais parece preguiça ou vontade de economizar frames, mas não ficou tão ruim.

 

 

 

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