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Forum Cinema em Cena

A Origem | Inception (Contém Spoilers)


-felipe-
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Roubando algo que li no CsC e concordo. Existem vários tipos de diretores, diretores roteiristas, diretores montadores, diretores filmadores, etc.

 

O Nolan é um diretor roteirista e eu prefiro diretores filmadores.

 

O DePalma é obviamente um diretor filmador. Vamos pegar o roteiro de Carrie. Idiota, duas linhas e tá fechado. Aí o cara pega isso e transforma em uma obra-prima absoluta, com seus planos geniais, etc. Isso seria algo que o Nolan, pelo que demonstrou até agora, não conseguiria fazer.

 

Voltando ao Spilberg. Câmera focaliza a lateral do carro, com o sol batendo diretamente sobre ela. Algo é jogado no chão fora do quadro. É uma pessoa de chapéu. Ela começa a se levantar e a sombra do chapéu se fixa sobre a lateral do carro, trilha baixinha. Pronto, uma cena do caralho feita por um diretor foda.

 

O Nolan tem lampejos disso quando termina Prestige (seu melhor) com o Caine finalizando SPOILERS a explicação com a frase "Because making something disappear isn't enough; you have to bring it back" e o Bale aparecendo ou quando termina esse com o pião titubeando, cortando no momento perfeito(e que fique claro que eu to cagando pra saber se o pião para ou não). Por outro lado, acho ele fraquíssimo como filmador, em suas cenas geralmente o "o que" importa mais do que o "como".

 

 

 

 

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O Nolan é baita diretor' date=' a cena da Ellen Page no quarto do suicídio, a cena do corredor, etc... são sensacionais. E isso não é apenas trabalho de roteiro, muito pelo contrário.[/quote']

 

Ué, por que? Tudo o que torna essas cenas especiais é o que está escrito no roteiro e as atuações. A direção dele, quando muito, apenas não atrapalha.


wtf? então se no roteiro está escrito (não li, e imagino que tu também não):

Juno entra na salinha do suicidio, o quarto está revirado, ela pisa em uma taça quebrada, som disso, etc, Mal aparece louca chapadona surtadona querendo enfiar um caco de vidro na jugular da vadia e etc.

e o Nolan consegue passar essa sensação, então o mérito é exclusivamente do roteiro, e não da direção? por favor... E atuações também são méritos de diretores. E aliás, o Nolan ta se mostrando também um excelente diretor de atores.   

 

Eu expliquei em seguida que quis dizer que ele não é o responsável direto por isso. Não digo que ele não tem mérito como diretor, mas dizer que por essas cenas ele é um baita diretor é incompreensível para mim, porque pouco do que é bom no filme provém DIRETAMENTE de sua direção e sim de outras partes, como o compositor (e repito, o fato da música tocar durante quase todo o filme já diz muita coisa), o editor e o elenco.

Diretor tem mérito em atuações, mas não sei se o Nolan tem muito, porque, em seus outros filmes, as atuações vistas eram absolutamente horrorosas (Christian Bale, Robin Williams, Aaron Eckhart, etc.) ou então apenas corretas (qualquer coadjuvante). Exceções são Al Pacino, Heath Ledger, Rebecca Hall, Carrie Ann-Moss e Guy Pearce. Mas há a chance dele ter mudado ao fazer este filme.
Lumière2010-08-17 16:36:42
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Parece até que o trabalho do diretor é só filmar. A cadência da cena' date=' a luz, as ATUAÇÕES... tudo isso está sob supervisão do Nolan. Uma boa cena não surge do nada...[/quote']

 

A cadência da cena é dada pela edição ágil e pela trilha (não é à toa que ela toca o tempo inteiro), a luz pelo fotógrafo, as atuações...

 

Que ele supervisiona, todo mundo sabe (ninguém sabe se ele tem voz final, porém), o que eu estou querendo dizer é que ele não é o responsável direto por isso.

 

Mas serei justo. Ele é o responsável por unir tudo isso. Há filmes que separadamente possuem todas essas qualidades, mas o conjunto não agrada. Como A estrada.
 

 

Mas vamos substituir o Nolan aí pelo seu diretor preferido, acho que você não sustentaria esse mesmo discurso...

 

As cenas de ações do Nolan são boas, (a ação do terceiro sonho poderia ter sido mais impactante) mas talvez tinha potencial de ser ainda melhor na mão de outro diretor, no resto ele é absurdo... falando em roteiro... "TDK", "The Prestige" e "Inception"são sensacionais...(Não sei se "TDK" é assinado só por ele...enfim...)

 

PS: Lumi, você sumiu do tuiti...08

 

Se é meu diretor preferido, é claro que eu não vou sustentar esse discurso.06

 

Sai, mas já já retorno.
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O Nolan é baita diretor' date=' a cena da Ellen Page no quarto do suicídio, a cena do corredor, etc... são sensacionais. E isso não é apenas trabalho de roteiro, muito pelo contrário.[/quote']

 

 

 

Ué, por que? Tudo o que torna essas cenas especiais é o que está escrito no roteiro e as atuações. A direção dele, quando muito, apenas não atrapalha.
wtf? então se no roteiro está escrito (não li, e imagino que tu também não): Juno entra na salinha do suicidio, o quarto está revirado, ela pisa em uma taça quebrada, som disso, etc, Mal aparece louca chapadona surtadona querendo enfiar um caco de vidro na jugular da vadia e etc. e o Nolan consegue passar essa sensação, então o mérito é exclusivamente do roteiro, e não da direção? por favor... E atuações também são méritos de diretores. E aliás, o Nolan ta se mostrando também um excelente diretor de atores.   

 

 

 

Eu expliquei em seguida que quis dizer que ele não é o responsável direto por isso. Não digo que ele não tem mérito como diretor, mas dizer que por essas cenas ele é um baita diretor é incompreensível para mim, porque pouco do que é bom no filme provém DIRETAMENTE de sua direção e sim de outras partes, como o compositor (e repito, o fato da música tocar durante quase todo o filme já diz muita coisa), o editor e o elenco.

 

 

Diretor tem mérito em atuações, mas não sei se o Nolan tem muito, porque, em seus outros filmes, as atuações vistas eram absolutamente horrorosas (Christian Bale, Robin Williams, Aaron Eckhart, etc.) ou então apenas corretas (qualquer coadjuvante). Exceções são Al Pacino, Heath Ledger, Rebecca Hall, Carrie Ann-Moss e Guy Pearce. Mas há a chance dele ter mudado ao fazer este filme.

 

 

 

Sim, quando a cena não é boa a culpa é dele, e quando é, daí os méritos ficam principalmente pra outros fatores, como fotografo, trilha, atores, etc. Aham, nada conveniente.

 

 

 

E sim, as exceções são o que tu falou, não o contrário.

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Eu gosto do Robbin Williams em Insonia. Acredito que seja uma das poucas atuações realmente boas dele. Pacino tá bem naquele também. Também acho o Nolan um bom diretor de atores, em Inception estão todos bem, em especial Dicaprio, Marion e o Cillian Murphy.

 

Nos outros filmes, gosto bastante do Jackman em The Prestige (career best, imo), do Pearce e da Ann-Moss em Amnésia, etc.

 

O Bale parecia bem promissor na época de Psicopata Americano, Laurel Canyon, mas de lá pra cá não anda cumprindo muito não. Terminator Salvation foi o ápice da canastrice...
Beckin2010-08-17 17:23:52
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O Nolan é baita diretor' date=' a cena da Ellen Page no quarto do suicídio, a cena do corredor, etc... são sensacionais. E isso não é apenas trabalho de roteiro, muito pelo contrário.[/quote']

 

Ué, por que? Tudo o que torna essas cenas especiais é o que está escrito no roteiro e as atuações. A direção dele, quando muito, apenas não atrapalha.
wtf? então se no roteiro está escrito (não li, e imagino que tu também não): Juno entra na salinha do suicidio, o quarto está revirado, ela pisa em uma taça quebrada, som disso, etc, Mal aparece louca chapadona surtadona querendo enfiar um caco de vidro na jugular da vadia e etc. e o Nolan consegue passar essa sensação, então o mérito é exclusivamente do roteiro, e não da direção? por favor... E atuações também são méritos de diretores. E aliás, o Nolan ta se mostrando também um excelente diretor de atores.   

 

Eu expliquei em seguida que quis dizer que ele não é o responsável direto por isso. Não digo que ele não tem mérito como diretor, mas dizer que por essas cenas ele é um baita diretor é incompreensível para mim, porque pouco do que é bom no filme provém DIRETAMENTE de sua direção e sim de outras partes, como o compositor (e repito, o fato da música tocar durante quase todo o filme já diz muita coisa), o editor e o elenco.


Diretor tem mérito em atuações, mas não sei se o Nolan tem muito, porque, em seus outros filmes, as atuações vistas eram absolutamente horrorosas (Christian Bale, Robin Williams, Aaron Eckhart, etc.) ou então apenas corretas (qualquer coadjuvante). Exceções são Al Pacino, Heath Ledger, Rebecca Hall, Carrie Ann-Moss e Guy Pearce. Mas há a chance dele ter mudado ao fazer este filme.


Sim, quando a cena não é boa a culpa é dele, e quando é, daí os méritos ficam principalmente pra outros fatores, como fotografo, trilha, atores, etc. Aham, nada conveniente.

E sim, as exceções são o que tu falou, não o contrário.

 

Eu disse isso? Atenha-se ao que o post diz. Não fui eu que falei mal das cenas de ação aqui.

 

Ah, tá...
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Eu gosto do Robbin Williams em Insonia. Acredito que seja uma das poucas atuações realmente boas dele. Pacino tá bem naquele também. Também acho o Nolan um bom diretor de atores' date=' em Inception estão todos bem, em especial Dicaprio, Marion e o Cillian Murphy.

 

Nos outros filmes, gosto bastante do Jackman em The Prestige (career best, imo), do Pearce e da Ann-Moss em Amnésia, etc.

 

O Bale parecia bem promissor na época de Psicopata Americano, Laurel Canyon, mas de lá pra cá não anda cumprindo muito não. Terminator Salvation foi o ápice da canastrice...
[/quote']

 

Eu acho que em Inception estão todos muito bem. Não há uma nota falsa, todos se destacam positivamente.
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Bem... galera, assisti o filme de novo e agora, definitivamente se confirmou minha suspeita (e de muita gente que gosta de sismar).

Como já disseram aqui, o filme é inteiramente expositivo, legal, mas daí, fiquei pensando... qual é o grande segredo? E tem, talvez, interpretações, podem assim dizer, pense em pontos chaves, inexplicáveis, digamos "a olho visto":

 

_  Por que Ariadne aceita tão facilmente aquele emprego? É no mínimo estranho. Tá,  vão dizer, pela beleza e "poder" de criar o que quiser no mundo dos sonhos.

-  Por que ela utiliza-se de espelhos para mostrar o reflexo de Cobb? Ela queria mostrar algo a ele...

-  Saito, tão poderoso, muito cooperativo, insiste em ir junto na jornada... e qual o significado daquela frase dita por ele: "Você quer se tornar um homem velho, cheio de arrependimento, esperando pra morrer sozinho?".

 

Assim, como a construção de uma história, indo a fundo na mente de Fischer, para propiciar a inserção pretendida, alí, também,  estava em curso uma idéia, uma inserção, um plano brilhante, onde o próprio paciente buscava a cura, mesmo sem saber, para se libertar do trauma de sua vida: remorso, culpa, desnorteamento...  e a quem foi designada tal tarefa? A ariadne, a única a se interessar "estranhamente" em ajudar Cobb a se livrar dos traumas do passado, para isso ela o seguiu em sonhos, foi para o limbo com ele, e olha que nem era pra ela  estar presente nos sonhos... mas deu um jeitinho, de mansinho.

 

No final o que vemos? A catarse de Cobb, a libertação... aqueles rostos de satisfação exibidos pelos colegas, mostram que  ambos os planos deram certo. No entanto, Nolan quer instigar uma dúvida final, fazendo o corte obrupto no momento em que o pião fica a girar, mas quem precisa de "totem" quando já esta ciente da sua realidade, quem preferir, pode continuar a sonhar, a escolha é sua.

 

Roteiro brilhante, tudo escancarado... será?!!

 

E aí,  alguém adivinhou quem foi o mentor desse plano?03

 

 

 
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A cadência da cena é dada pela edição ágil e pela trilha (não é à toa que ela toca o tempo inteiro)' date=' a luz pelo fotógrafo, as atuações...

 

Que ele supervisiona, todo mundo sabe (ninguém sabe se ele tem voz final, porém), o que eu estou querendo dizer é que ele não é o responsável direto por isso.

 

Mas serei justo. Ele é o responsável por unir tudo isso. Há filmes que separadamente possuem todas essas qualidades, mas o conjunto não agrada. Como A estrada.[/quote']

 

Pois é. Acontece que para mim isso é "só" o mais importante. Tudo isso separado não é cinema...
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Eu já discordo um pouco disso. Essas grandes produções de estúdio contam com muitas coisas' date=' imagine só os prazos e orçamentos que devem ser respeitados. Pra mim rola muita vista grossa, se é que você me entende. Talvez até tenham excessões (dizem que o Frank Darabont é um mala perfeccionista que refilma até conseguir o efeitinho desejado), mas na minha opinião são poucos os que conseguem manter um aspecto autoral em filmes como A Origem.

 

Por outro lado, pra compensar esse revés do diretor, os estúdios contam com profissionais de ponta em cada área, o que justifica os figurinos fodas, maquiagem, efeitos, etc...[/quote']

 

Naturalmente, temos de levar em conta que estamos falando de Hollywood, de uma major como a Warner, etc... Mas Nolan já tem um cinema identificável (até para o mal... como o comentário de alguns colegas deixa claro), dá pra ver a sua assinatura, detalhes que o destacam de um operário-padrão. Não posso garantir... mas são aspectos que me dão uma ideia maior liberdade no seu caso. O que seria bem razoável para quem deu ao estúdio uma mina de ouro chamada The Dark Knight...

 
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Bom' date=' como essa parte se dirigiu em parte ao que eu disse, vou responder.
1) Sobre o lance dos quadrinhos. O que eu quis dizer (e qualquer idiota entenderia) é que o Nolan virou o amado dos fãs de quadrinhos e que qualquer merda que ele faça será venerada e hypada por isso. Isso é um fato comprovado pelas piadinhas estúpidas e hironias equinas aqui postadas. Eles tratam o Nolan como um time de futebol e isso é ridículo.

2) Sobre a parte dos diretores da geração 90 e 80, é claro que você se referiu ao meu comentário de que o Spilba faria este filme melhor (pode negar). Bom, pelo que eu saiba, o filme que eu citei de contra-exemplo é de 2005 (War of the Worlds) e o Spielberg não morreu. Agora, eu posso citar uns 10 diretores novatos que eu considero melhor que o Nolan, sem me esforçar.

Mas se você se ofende quando eu digo que o filme ficaria melhor se dirigido pelo Spilberg, tudo bem, não precisa chorar. Vou mudar. O filme ficaria melhor nas mãos de um diretor melhor.

E Thiago, algo pra você pensar. Dei um pulinho no tópico do Nolan onde estão os Tops e, como eu esperava, percebi que Insônia é o filme dele que tu menos gostou. Se quiser, tente entender qual característica esse filme tem de diferente dos demais. Dica: é algo que já venho falando sobre ele.

[/quote']

 

1) Estou pouco me lixando para os fãs de quadrinhos e para o hype que eles criaram com relação aos filmes do Nolan, porém não se trata de uma condição apenas dessa categoria. Trata-se de um público que sempre vai existir, seja qual for o "fenômeno": o exagero do fanatismo e da idolatração exacerbada;

 

2) Com relação ao Spielberg, existe uma série de filmes dele que eu gosto e outros que não, ou seja, ele poderia fazer "A Origem" melhor. Ou não. Gosto da maneira que foi feito pelo Nolan. Existem muitos diretores que são melhores que o Nolan. Spielberg, tecnicamente, pode ser considerado um deles, mas esta condição não é determinante para afirmar que seria um filme melhor. Spielberg, nem diretor algum, por melhor que seja, oferece garantia de filme infalível. Além do que, exercícios de suposição são descartáveis.

 

"Insônia" é um bom filme, gosto dele, mas Nolan já fez filmes melhores. A presença dele não garante que um filme seja infalível.
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Roubando algo que li no CsC e concordo. Existem vários tipos de diretores' date=' diretores roteiristas, diretores montadores, diretores filmadores, etc.

O Nolan é um diretor roteirista e eu prefiro diretores filmadores.

O DePalma é obviamente um diretor filmador. Vamos pegar o roteiro de Carrie. Idiota, duas linhas e tá fechado. Aí o cara pega isso e transforma em uma obra-prima absoluta, com seus planos geniais, etc. Isso seria algo que o Nolan, pelo que demonstrou até agora, não conseguiria fazer.

Voltando ao Spilberg. Câmera focaliza a lateral do carro, com o sol batendo diretamente sobre ela. Algo é jogado no chão fora do quadro. É uma pessoa de chapéu. Ela começa a se levantar e a sombra do chapéu se fixa sobre a lateral do carro, trilha baixinha. Pronto, uma cena do caralho feita por um diretor foda.

O Nolan tem lampejos disso quando termina Prestige (seu melhor) com o Caine finalizando SPOILERS a explicação com a frase "Because making something disappear isn't enough; you have to bring it back" e o Bale aparecendo ou quando termina esse com o pião titubeando, cortando no momento perfeito(e que fique claro que eu to cagando pra saber se o pião para ou não). Por outro lado, acho ele fraquíssimo como filmador, em suas cenas geralmente o "o que" importa mais do que o "como".

[/quote']

 

Existem diferentes diretores e estilos. A preferência por um ou por outro é uma questão subjetiva. Nolan, De Palma, Spielberg, Paul Thomas Anderson, Os Coen são ótimos diretores cada qual no seu quadrado. Algo que não necessariamente irá se refletir em um filme de forma positiva.
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Passam os anos, os usuários e esse fórum continua o mesmo.06.gif

 

 

 

Que discussãozinha mais deja vu.

 

No mais, concordo com o Thiago Lúcio, não vejo porque enfiar Spielberg e outros em um tópico sobre Nolan e seu filme. Não há garantia de que Inception teria sido melhor nas mãos do Spielberg ou de outro diretor.

 

Sei lá...reclama-se dos fãzóides, mas os trolls continuam sendo alimentados. Acho tão chato quem paga pau para o diretor quanto quem insiste em tecer sempre as mesmas críticas contra ele. Scarlet Rose2010-08-17 21:17:07

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 Primeiro' date=' pq a assinatura estaar no roteiro e assuntos tratados é um problema?

 

 Segundo, pq estamos falando dessas "assinaturas" como sinonimo d qualidade?
[/quote']

 

Porque cinema não é só roteiro e assuntos tratados...
Ok, dai vc me conta uma novidade.~É claro e obvio que não é SÓ, mas é TAMBEM.

 Falemos d outra coisa então, foto por exemplo. A foto d todos os filmes do Nolan, (excetuando talvez AMNÉSIA) é muito semelhante uma a outra. Não é uma assinatura visual forte como um Burton ou Tarantino, mas é alguma coisa.

 

 E d um fã d Carpenter para outro DOOK, fora o fato d filmar em anamorfico quase sempre, não é justamente no roteiro e tematica q esta sua assinatura?
Questão2010-08-17 21:38:27
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A Origem

Crítica por: Georgenor de S. Franco Neto



Já vou avisando, logo mais, vou contar o final do filme. Esta crítica é essencialmente para aqueles que viram o filme.
Mas, para quem ainda não assistiu, vou começar com um aperitivo.



origem_13.jpg



Neste filme Christopher Nolan, Leonardo Dicaprio é Dom Cobb,
especialista em roubar segredos dos sonhos das pessoas. Ele recebe
proposta para introduzir uma ideia na mente de um grande empresário.
Além dos riscos comuns ao universo etéreo dos sonhos, Cobb é perseguido
pelas lembranças de sua mulher, que busca frustrar suas missões.



Até perto do final, podemos pensar o filme tanto como um excelente filme
de ação/suspense, quanto como uma alusão à manipulação que podemos
sofrer. Enquanto o grupo de Cobb arma o ataque à mente de Fisher
(personagem de Cillian Murphy), descrevem-se as dificuldades de se
inserir uma ideia na cabeça de alguém. É obvio pensar o filme como
alegoria da brutalidade das ideologias em nossas vidas.



origem_14.jpg


Para entrar na mente de uma pessoa, é preciso que alguém construa o
espaço do sonho, o qual será povoado pelo inconsciente da vítima. É
quando Ariadne (Ellen Page) entra no enquadramento como a arquiteta
responsável por construir os sonhos. Depois de Cobb apresentar as
(im)possibilidades dos sonhos, Ariadne inicialmente se recusa, para logo
voltar dizendo que, nos sonhos, a criatividade pura! Seria uma alusão
às tentações que a arte pode provocar?



Daí o filme toma a forma de clássicos filmes de assalto:
treinamento/planejamento seguido da execução com os devidos imprevistos.
Tudo acompanhado de excelentes sequências de ação e cenários de encher
os olhos.



Nolan consegue, com a premissa dos sonhos dentro de sonhos, fazer um
filme de assalto difícil de imaginar um final e que justifica as cenas
de ação. Uma das mais empolgantes é a de Arthur (Joseph Gordon-Levitt),
em gravidade zero, tentando reunir os dorminhocos. As lutas enquanto o
cenário gira são espetaculares. E um parêntese: Levitt está ótimo,
deixando sua marca com uma interpretação contida.

Agora tirem as crianças e os que não assistiram ao filme da sala. Vou
contra o final para demonstrar o porquê o filme vale a pena!



Já? Só os maiores e os que já foram ao cinema?!



origem_15.jpg


Cobb é perseguido, em todos os sonhos, pelas lembranças da esposa Mal
(Marion Cotillard). Ela quer acabar com suas ações. Ao poucos, vamos
descobrindo que ambos foram fundo nos sonhos. Construíram um mundo onde
eles teriam vividos 50 anos. Porém, quando acordaram, depois de algumas
horas, talvez um dia, Mal caiu em depressão e continuou a pensar que
estava em um sonho, e se matou.



Por isso, Cobb se tornou perseguido nos EUA. Mas, ele deseja rever os
filhos. A última lembrança é eles de costas brincando no jardim.



Próximo ao final, ele consegue voltar aos Estados Unidos. Já em casa,
enquanto aguarda seus filhos, ele roda um peão. Este é seu totem. Os
totens são uma referência para a pessoa saber se está sonhando ou não.
Sempre quando o gira e ele não cai, Cobb sabe que está dormindo.



A última imagem é do peão rodando. Ele não cai. Logo pensamos: que
bomba de filme, ele estava sonhando o tempo todo. Realmente, todas as
pistas deixadas ao longo da projeção fazem concluir que Cobb estava
dentro de vários sonhos. São como aquelas bonecas russas, uma dentro da
outra.



O peão aparentemente não caiu. Nas mãos de um inexperiente, esse detalhe
faria tudo desmoronar. Nolan consegue, com esse detalhe, fornecer uma
chave para interpretarmos o filme de maneiras não sonhadas durante sua
projeção. Já assisti muitos filmes que, perto do fim, joga-se tudo pro
alto com uma reviravolta só para garantir um “fecho surpreendente”.
Outros gostam de deixar a dúvida se o que vimos foi realidade ou não.



“A Origem” evita o clichê ao abrir possibilidades interpretativas. Esse
peão que não vemos cair permite pensarmos que Cobb estava não apenas
sonhando, mas tentando implantar a ideia de que regressara para sua casa
e viveria feliz para sempre. E isso era tão complexo: ele precisou
passar por milhares de camadas do inconsciente, pensando mesmo que
estava acordado. Afinal, não era apenas uma ideia, mas a superação de um
trauma.



O que diferencia este trabalho de Nolan de outros medíocres é podermos
olhar para o filme e percebê-lo de maneira diferente. O que era antes um
original filme de roubo, com algumas das mais vistosas cenas de ação
dos últimos tempos, passa a ser uma alegoria do que um sujeito é capaz
para superar um trauma. Você aceitaria se prender em um eterno sono para
superar um trauma? Aceitaria viver eternamente um sonho para poder
sentir a sensação de estar com as pessoas que ama?



Não é só o peão. Dando uma geral, percebemos outros elementos desse
sonho: Cobb é perseguido em Mumbasa sem explicação; seus filhos matem a
mesma idade/aparência; a sequência de abertura reaparece no fim. Outros
podem ser encontramos em uma repeteco.



E se o leitor ainda não se convenceu das qualidades de “A Origem”,
podemos dar uma leitura metalinguística. Qual a maior fábrica de sonhos
conhecida? O cinema!



Nolan não faz como Shyamalan no subestimado “A Dama da Água”, no qual
nos ensinou a criar um filme. Prefere questionar a confiança que
depositamos no narrador do filme. Porém, faz uma pergunta diferente:
você aceita tão fácil qualquer coisa que colocam na tela?



origem_18.jpg


Toda obra de arte busca incutir algo em nossos discos rígidos. E
discursos políticos, professores, pais, amigos... todos tentam colocar
algo na nossa mente. E nem sempre notamos a manipulação. Quando vamos ao
cinema, sabemos disso. Em outros casos não. E Cobb sabia e queria. E
Você, quer ser invadido? Aceitaria trocar sua realidade por um sonho.



Antes de acabar queria falar mais duas coisas. Primeiro, Nolan está de
parabéns. Enquanto as regras desse universo são expostas, consegue
prender o expectador, sempre interessado em compreendê-las. Somos
apresentados para um mundo imaginário de primeira! Ele construiu uma
mitologia peculiar, do nível de “Matrix” e “Brilho Eterno de Uma Mente
Sem Lembranças.” Apesar de não considera sua melhor obra (“Batman – O
Cavaleiro das Trevas” e “Amnésia” ainda são os melhores), “A Origem” é
ouro!



A segunda coisa: desconfiem quando falarem que a narrativa é difícil.
Acho que essas pessoas dormiram na sessão e perderam esse sonho tão
claro de Nolan. Ele consegue levar a trama com tranquilidade, sem deixar
ninguém pelo meio do labirinto. No final, aí sim, ele nos larga no
abismo!



Nota: 5/5 (maxima)



fonte: CinePop

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Não sei porque essa implicância com a direção do Nolan, alguns flashes de Begins (o pequeno Bruce com o pai usando estetoscópio) e Inception (quando o Cobb lembra da Mal, por exemplo) me lembram um pouco de Malick... Agora, teve uma cena em Inception que eu fiquei 'incomodado': Eames joga um explosivo na mão do cara e e passa por ele, detonando todo mundo ali. Achei bem 'deslocado' de toda a estética do filme...

 

Foi meio que isso aqui:

 

Bicyclist_close_crash.gif

 

 

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Que discussãozinha mais deja vu.

 

No mais' date=' concordo com o Thiago Lúcio, não vejo porque enfiar Spielberg e outros em um tópico sobre Nolan e seu filme. Não há garantia de que Inception teria sido melhor nas mãos do Spielberg ou de outro diretor.

 

Sei lá...reclama-se dos fãzóides, mas os trolls continuam sendo alimentados. Acho tão chato quem paga pau para o diretor quanto quem insiste em tecer sempre as mesmas críticas contra ele. [/quote']

 

E o que vc sugere? Que todo mundo diga que o filme é perfeito sem achar? Já pensou na possibilidade de acharmos que o Nolan sempre comete os mesmos erros?

 

Anyway, brasileiro é uma merda mesmo, se incomoda com opiniões contrárias. Não assimila nem ignora, se incomoda.06

 

 

 

 

kakoserrano2010-08-18 06:15:01

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A geração que viveu o cinema das décadas de 80 e início dos anos 90 são muito protetores com os diretores de sua geração. [/quote']

 

Thiago, vc perdeu aquela oportunidade... de novo...

Nossa, perdeu mesmo.

 

Ah, só pude ler agora aquele post genial do Alexei, putz.

 

Scorfa' date=' achei brilhante o debate entre você e o Conan, mas permita-me

discordar de uma coisa, da tal complexidade. Me parece que você tem um

facínio pelo que é complexo, é a sua piramide conceitual mas o cérebro é

tão complexo quanto uma pedra, ou a gravidade, é tão complexo quanto é

complexo a matéria, a não matéria, a vida, a não vida...

 

Só que

essa sensação de complexidade do cérebro se dá, pelo que percebo, devido

ao fato de ainda ser um orgão-fenômeno que ainda não entendemos bem, ou

não entendemos facilmente. É como entender o porque da gravidade, ou o

que é uma pedra, ou o que é vivo e o que é não vivo, nos periodos em que

não havia conceitos sobre isso(até hoje é difícil formar conceitos

sobre o que é vivo e o que não é vivo uieuiuie)!

 

Talvez o cérebro

seja dos objetos mais complexos mesmo, assim como definir o que é vida e

o que é não vida, mas eu digo que essa complexidade se dá mais ao nível

da relação simbólica que damos a eles do que a eles per si.[/quote']

 

Gustavo, desculpe a demora, só vi sua resposta hoje. Sim, eu gosto de filmes "complexos" (especialmente quando dizem respeito a personagens bem construídos), mas gosto MUITO de filmes completamente descompromissados (talvez em alguns casos, tanto quanto os outros). Naturalmente que o que diz sobre a perspectiva é o que o filme se propõe a ser. E nesse caso, as proposições grandiosas mas não correspondem às expectativas.

 

Olha, de certa forma a dificuldade de compreensão lógica da organização onírica está no que não conhecemos, mas isso não tem nada a ver com complexidade. Não é porque todos os elementos podem vir a ser conhecidos que eles deixam de ser complexos, até pelas vinculações estabelecidas nesse universo. A relação simbólica é extremamente interessante (e é lógico que é a cereja do bolo), mas a utilização, por exemplo, de elementos que aparentemente o cérebro excluiria por não serem importantes ou não desempenharem um papel na vida do cara é curiosa e complexa também (digo, o que o cérebro utiliza para formar o sonho)

Ah, e pelo amor de Deus, coloque um avatar, não aguento conversar com um ponto de interrogação. 06

Mr. Scofield2010-08-18 12:29:47

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