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A Origem | Inception (Contém Spoilers)


-felipe-
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O que a galera não faz pra defender um ídolo. Corrompe até a definição de sonho.

Não vejo como fãzoidismo, creio ser mesmo tentativa de polemizar.
A última frase evidenciou isso ainda mais, foi bem "fera ferida".

[/quote']

 

Se fosse pra polemizar, seria até bom pq geraria, em tese, mais discussão. Não, eu vi apenas uma tentativa desesperada de ter a última palavra, não importa a tolice que fosse proferida.  
Dook2010-09-01 13:46:01
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Putz!! Então você também é da turma do Gustavo?? Como disse o Kako' date=' então seus sonhos devem ser chatos pra carvalho...

 Você nunca sonhou que está voando, que está em vários lugares ao mesmo tempo e é você e ao mesmo tempo outra pessoa, que é algum tipo de animal ou que está num lugar que mais parece um outro planeta? 13

 

[/quote']

 

 

Não... ele precisa de narcóticos pra isso... 3d36

06
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Eu também gostei do filme. Só que tenho ressalvas. Aparentemente isso não é permitido ou aceito. E discutir isso é sacrilégio.

 

 Faço minhas as suas palavras. Aliás, minha nota pro filme foi até alta considerando o que escrevi...Meio contraditório, né?

 

 Mas, acho que dei essa nota por causa do que o Nolan e o Levitt fazem no hotel.  

 

 Foda, foda, foda.

 

 

   
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Hahahahaha' date=' quer dizer que sonhos se baseiam apenas em algo que já experimentou? Seus sonhos devem ser chatos pra carvalho.

[/quote']

 

Sim, TODOS OS SONHOS se baseam em algo na nossa experiência de vida que nos causou alguma impressão, mas jogada de forma aleatória.

 

Voar, dragões, ets, cores, sentimentos, emoções, explosões, trens voando, carros falando.... tudo é uma mistura das impressões que criamos das vivencias que tivemos.

 

E posso explicar o porque de cada sonho que eu me lembre, o problema é que os sonhos que tomo conciência é só uma parte de cada um deles, e nem me lembro todos.

 

Uma vez sonhei que estava em um pantano e tinha visto uma pessoa bendo a água, quando cheguei perto era um monstro que me atacará. Ora, monstros, vampiros, isso tudo tem na literatura e nos diversos filmes,  e era justamente na época em que adorava o perigo de ser atacado por um grande animal, ou um monstro escondido nas penumbras... Adorava os tubarões e várias vezes sonhei com um me atacando, teve um que me atacava na beira de uma o mar, onde as ondas alcançavam um escombro, e lá havia me escondido, mas ai o Tubarão se jogou na areia com a boca escancarada cheia de dentes em minha direção.

 

Lembro até que nessa época havia visto o filme orca, a baleia assassina, e  há um momento que a orca destroi uma casa que ficava no mar. Claramente meu cérebro pegou elementos dessa cena, a lógica empírica dela(destroços) e juntou com aquilo que eu mais me impressionava(Tubarão). Já sonhei até com uma situação que eu vim a passar. Mas aqui

provavelmente foi resultado da minha espectativa, eu havia visto uma

foto do local que viajei, gostava dos meus amigos, e então uma projeção

nos sonhos de alguns amigos no local que queria ir apareceu em algum

sonho meu, anos depois eu tava lá com os amigos.

 

Agora, é óbvio que as regras dos Sonhos são muito mais complexas que isso, já sonhei com muita coisa louca, já sonhei com um amigo meu voando até sumir no céu, do nada... Mas voar não é nada além as minhas impressões, quem quando muleque não sonhou em voar? e quem não sonhou com seus melhores amigos?

 

Diante

das dúvidas/críticas de alguns fica até difícil entender do porquê que

o filme ainda é considerado didático por estes mesmos... 06

 

Se

existem certas regras/convenções no mundo de sonhos promovido por Nolan

é unica e exclusivamente para que seja possível manipulá-lo que,

aliás, é justamente a proposta da premissa.

 

Agora

eu não vou entrar no mérito de que o mundo dos sonhos é assim ou

assado, se podemos controlar ou não o que sonhamos... Totalmente

desnecessário. 3d23

 

[/quote']

 

 

aqui há claramente uma confusão.

 

Dizer que sonhos tem regras não quer dizer que o sonho é assim, assado, quadrado, bola... Existem regras no sonho, agora quais as são os neurologistas estão até hoje tentando descobrir, já descobriram muita coisa, mas nada que explique perguntas básicas do processo do sonho.

 

Os sonhos são com base nas impressões que temos do mundo que vivemos, que presenciamos, recapitulamos tudo de uma forma misturada, jogada, aparentemente, aleatoriamente. Ai é que está, porque esses elementos do nosso inconsciênte surge, o que faz alguns elementos surgirem em junção com outros elementos... E até a crença em espiritos entra ai, se a alma sai do corpo bla bla bla(pseudo-ciência).

 

Mas o filme ser quadrado não quer dizer com relação aos sonhos, e sim ao roteiro, a forma como ele usa alguns assuntos relacionados ao sonho para fazer um filme. É tudo muito explicado e preso a essas explicações, o arquiteto faz o ambiente, mostra pro sujeito que entra no sonho do sonhador... existe uma montagem, uma coisa leva a outra, e ai o sonho fica bem mais explicado do que ele é realmente, mais fechado do que ele é realmente.

 

Não tenho nenhuma dúvida sobre o filme. O dia em que

eu não entender um filme que tu entender vou ficar preocupado.

 

Mas

enfim' date=' poderia manipular de qualquer forma. Vc fala como só se pudesse

manipular algo que pareça real. Aquele (mais um) blablabla de o cara

tem que achar que é real é duhhh.

 

Vcs também estão acreditando nas mesmas regras que o Nolan criou, heheh

 

[/quote']

 

Bem, em sonhos, nós achamos que aquilo é Real. Por mais alucinógico que o sonho parecia ser, eu ainda acreditava que era real, até que um certo momento eu percebo que é sonho e ai acordo.

 

Aqui cabe um adendo, quando era jovem eu imergia mais nos sonhos e demorava para perceber que era sonho e acordar. Hoje quando tenho consciência no sonho, rapidamente percebo que estou num sonho, e fiz até um teste de tentar continuar sonhando para ver aonde o sonho me levaria iueuieuieiu. Mas se eu percebo que estou sonhando porque eu vi algo irreal ou por qual motivo não sei precisar, pois não sei dizer o que me fez ter consciência e em qual momento e qual a natureza do sonho que tive a consciência(ter consciência que aquilo que estou vivendo é um sonho, e não ter consciência das coisas que eu "vejo").

 

Mas isso em nada nega o que o Nolan expressou, pois o Nolan NÃO se aprofundou nos sonhos, ele apenas explorou alguns aspectos da natureza dos sonhos, a sensação de estar vivendo quando estamos sonhando(quer no começo do sonho, quer no meio, ou quer momentos antes de tomar-mos consciência de que é um sonho), e que o mundo que vemos e vivenciamos é projeção de nosso cérebro, e como tal, só temos consciência que estamos acordados porque ao testar pensar em algo estaparfudio, esse algo não acontece. E tanto que há os sinecérgico, que é quando uma pessoa ouve uma nota e ve algumas cores "da nota", o que ocorre na verdade é que nas pessoas sinecérgicas há uma comunicação entre o setor do cérebro responsável para processar as informações da audição eo setor responsável pros dos olhos, ou seja, o que você vê é uma projeção do cérebro, e não as cores voando no ambiente, e ai você sonha a todo momento. 06

 

Mas dai a isso ser explicação do sonho vai muita diferença, o Nolan prendeu os sonhos em regras e limitou-os para explorar do mundo que torna-se consciênte em você, será que o mundo que você tem consciência é apenas uma projeção da mente ou ela é o mundo que está fora da sua cabeça?

 

Não há furos no filme de Nolan, você não consegue ter consciência que está num sonho e assim acordar por conta própria porque você está sedado, o ambiente que você sonha não tem formas inusitadas porque existe um ambiente já todo arquitetado, e você apenas é quem produz as pessoas, as personalidades. Mas e por que não há personalidades grotescas, personagens míticos? bem, o Nolan prendeu dizendo que para as projeções se adequam ao mundo que foi arquitetado pelo arquiteto.

 

Mas realmente, isso foi um erro do Nolan, que poderia explorar muito mais e viajando na exploração da natureza dos Sonhos, forçando os espectadores uma reflexão mais profunda, e não uma informação mastigada. O Nolan expressou que a vida é um "sonho" mas não explicou o que é um sonho.

 

Aliás' date=' a palavra onírica e este filme não combinam.

 

"Onirismo devém da palavra grega que significa "sonho":

é um modo de actividade mental que se instala em síndromas confusionais

e é, especialmente constituído por alucinações visuais, decorrente de

um síndroma de desagregação, de dissolução da consciência, mais ou menos

completa."

 

 

[/quote']

 

Ai é que está, o filme não é onírico, mas o onírico não é a dissolução da consciência, mas sim solução, na verdade. Elementos impressados no inconsciênte é jogado nas projeções mentais sem as leis da natureza fisica. Quando você fecha os olhos, o mundo que você vê se desprende do mundo que seus olhos captam, e ai é só viaaaagem.

 

Putz!! Então você também é da turma do Gustavo?? Como disse o Kako' date=' então seus sonhos devem ser chatos pra carvalho...

 Você nunca sonhou que está voando, que está em vários lugares ao

mesmo tempo e é você e ao mesmo tempo outra pessoa, que é algum tipo de

animal ou que está num lugar que mais parece um outro planeta? 13

 

   [/quote']

Opa, não há nada de outro planeta, aqui está a impressão que você criou na espectativa de ver o mundo com os olhos de outra pessoa, aqui está a impressão que você captou ao ver fotos, imagens, ou elementos(arvores, terra, ar, céu, mar) que construiram essa imagem, e a sua vontade de conhecer ambientes novos...

 

Não há mediunidade alguma no sonho 03

 

 

 

 

Gustavo Adler2010-09-01 15:23:24

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Gustavo, na discussão não importa os elementos constituintes dos sonhos (que, obviamente, dependem das experiências do indivíduo - reais ou fantasiosas), mas como eles se organizam, que não é um processo lógico ou racional em sua totalidade (aliás, nem perto disso). E é por isso que há aparentes aberrações e releituras do inconsciente, porque a porção emocional age intensamente na constituição do que "presenciamos" nele. Assim, aplicar simplesmente a lógica tal como conhecemos ou dizer que o deciframos completamente (e de forma tão simples como a que vimos em Inception) serve a uma saída fácil para algo extremamente mais complicado.

 

Eu adorei o filme, é muito bem feito e a estória é bem desenvolvida, mas acho que com essa matéria prima dá pra fazer MUITO mais.

 

Sem contar que concordo com alguém que falou que os personagens são pobres como portas, só desempenham funções definidas como em um tabuleiro de xadrez.

Mr. Scofield2010-09-01 16:31:16

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Gustavo, na discussão não importa os elementos constituintes dos sonhos (que, obviamente, dependem das experiências do indivíduo - reais ou fantasiosas), mas como eles se organizam, que não é um processo lógico ou racional em sua totalidade (aliás, nem perto disso). E é por isso que há aparentes aberrações e releituras do inconsciente, porque a porção emocional age intensamente na constituição do que "presenciamos" nele. Assim, aplicar simplesmente a lógica tal como conhecemos ou dizer que o deciframos completamente (e de forma tão simples como a que vimos em Inception) serve a uma saída fácil para algo extremamente mais complicado.

 

Eu adorei o filme, é muito bem feito e a estória é bem desenvolvida, mas acho que com essa matéria prima dá pra fazer MUITO mais.

 

Sem contar que concordo com alguém que falou que os personagens são pobres como portas, só desempenham funções definidas como em um tabuleiro de xadrez.

[/quote']

 

Concordo com tudo o que falas do sonho, por isso que dize que são elementos vivenciados por nós e que nos causou alguma impressão que é jogado aparentemente aleatóriamente(falo aparentemente porque ainda não se sabe, ou eu não sei, se as impressões mais recentes tem maior contribuição no reino dos sonhos ou não... não se sabe se É realmente aleatório ou se segue uma regra. Mas o sonho tem regras, agora a construção dos sonhos é que não se sabe quais são elas e se há).

 

Mas sobre o filme, concordo que daria pra fazer muito mais, mas ai é que está, acho que há também uma projeção errada nossa, o Nolan não queria desenvolver os sonhos, queria fazer esse paralelo dos sonhos com o mundo quando estamos acordados. Na verdade, nem acho que o Nolan queria focar nesse interim, ele queria mesmo era fazer uma ação que expressasse o que ele pensa de projeção de sonhos e de realidade.

 

Mas o filme não diz que o sonho é aquilo, o que ele diz basicamente é que os sonhos são projeções da parte inconsciênte do cérebro e que devido a isso os ladrões poderiam forjar um mundo para que o cidadão sonhasse e assim fosse roubado algo do seu inconsciênte, ou seja, Nolan fecha o sonho no ambito que ele pretende. Só que ele põe em duvida o que é consciência de estar disperto, só isso, pois já que ser consciênte de si e do mundo, nada mais é do que projeções que o cérebro faz do mundo que o envolve, viver em um mundo que o inconsciênte constrói torna-se o "mesmo" que viver...(tanto é que vocês conseguem descrever o sentimento, a vivência, tudo o que a sua consciência viveu nos sonhos que vocês tiveram), e o sedativo está no filme JUSTAMENTE para explicitar isso, se você não é capaz de ter consciência por si só que isto é um sonho, como você vai dispertar?

 

O Nolan não explora mas expõe o que ele pensa, de forma muito fechada, sem se permitir invadir na natureza onírica dos sonhos, mas talvez para deixar claro a idéia colocada por ele. O Filme peca um pouco do mal do Benjamin Button, mas ao contrário de deixar de explorar um elemento profundo pra conseguir platéia e estatuetas, o Nolan explora os elementos de forma fechada e raza, caricata, do que realmente é o elemento ou para deixar mais compreensivel o filme para a grande massa(o que não creio, pois a idéia fora dele, será que ele se auto-podaria?) ou porque ele quis exprimir uma determinada característica do elemento e pra tanto precisava "padronizar", fechar, as imensas variáveis e possibilidades de um elemento tão complexo... Acho que foi uma mistura de ambos, junto com o desconhecimento dele do que é o sonho(como um todo, o que origina os sonhos, como os sonhos são formados, o que faz-os ser formados como os são...), mas esse desconhecimento eu também teria 06.

 

Pra falar a verdade, dizer que os sonhos são projeções da mente e que vivemos e sonhamos projeções da mente já é assunto discutido a séculos, o Nolan não disse nenhuma novidade, mas fez um filme autoral utilizando-se dessa velharia 06.

 

Aah, quanto a ser peças de xadrez, bem, tinha que ser assim, eram apenas profissionais querendo assaltar algo, os personagens que não eram para ser peças de xadre era a Mal, o Cobb e a arquiteta. Bem, a arquiteta realmente era um personagem sem alma, o Cobb acho que foi um excelente personagem, e a Mal foi a jóia do filme, pois na verdade se tratava do apego do Cobb com a personagem, a projeção de Cobb pela aquela Mal aprisionada em sua idéia de que o mundo não era real. Ele não conseguia se livrar dela, porque não conseguia se livrar da culpa dela ter ficado daquele jeito. Tudo bem que a relação da projeção com os sonhos como foi posta no filme é pura ficção, mas o personagem em si e a relação do Cobb com a projeção da Mal achei o apice do filme, e as atuações de ambos foram convincentes, o da Cotillard achei excelente.

Gustavo Adler2010-09-01 17:25:46

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Diante das dúvidas/críticas de alguns fica até difícil entender do porquê que o filme ainda é considerado didático por estes mesmos... 06

 

Se existem certas regras/convenções no mundo de sonhos promovido por Nolan é unica e exclusivamente para que seja possível manipulá-lo que, aliás, é justamente a proposta da premissa.

 

Agora eu não vou entrar no mérito de que o mundo dos sonhos é assim ou assado, se podemos controlar ou não o que sonhamos... Totalmente desnecessário. 3d23

 

 
[/quote']
Você pode me explicar uma coisa e eu simplesmente não entender o que quis dizer. Deixou de ser didático por isso?
Outra nota: já que há parâmetros de comparação com a "realidade onírica" espalhados em todo o filme e a adaptação dos elementos centrais que a compõem a fim de facilitar/simplificar a exposição da estória, não vejo porque não podemos criticar. Eu vejo claramente um vazio criativo aí.

 

Você pode criticiar o quanto quiser. Fique à vontade.

 

Eu não vejo vazio criativo nenhum, vejo coerência interna dentro da proposta de "realidade onírica" que o Nolan abordou e não se trata de exposição simplista.
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Gustavo, a partir do momento que temos uma pessoa representado um "Arquiteto dos Sonhos", a análise dos sonhos fica dependente da interpretação consciente daquela pessoa. Por isso é que os sonhos vistos em "A Origem" não são devaneios, não são oníricos. Não é sonho puramente, é uma pessoa controlando o ambiente e dando a entender que deveria ser uma simulação do mundo real, pois a pessoa não poderia perceber que estava sonhando. Tinha que ser "quadrado". A proposta exige isso. E estou analisando o filme pelo que ele é e não pelo o que eu gostaria que ele fosse. Thiago Lucio2010-09-01 20:23:23
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E estou analisando o filme pelo que ele é e não pelo o que eu gostaria que ele fosse. [/quote']

 

Essa frase resume tudo o que foi discutido.....tem pessoas aki criticando o filme....mas por ele não ter sido do jeito que ele gostaria que fosse.

 

os sonhos não são oniricos no filme....por que o roteiro feito pelo Nolan.....não permite que seja.....simples assim.....

 

quem sabe no futuro ele faça outro filme....sobre esse tema....e ai sim tenha um roteiro com os sonhos oniricos que vcs tanto desejam....

 

 

 

 

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Gustavo, a partir do momento que temos uma pessoa representado um "Arquiteto dos Sonhos", a análise dos sonhos fica dependente da interpretação consciente daquela pessoa. Por isso é que os sonhos vistos em "A Origem" não são devaneios, não são oníricos. Não é sonho puramente, é uma pessoa controlando o ambiente e dando a entender que deveria ser uma simulação do mundo real, pois a pessoa não poderia perceber que estava sonhando. Tinha que ser "quadrado". A proposta exige isso. E estou analisando o filme pelo que ele é e não pelo o que eu gostaria que ele fosse. [/quote']

 

1) A proposta não foi imposta ao Nolan.

 

2) Estou analisando o filme pelo que ele é, ou seja, não totalmente bom para mim. Qualquer filme (ou parte de) que eu, você ou o Mané Galinha consideremos ruins, gostaríamos que fosse outra coisa. Talvez bom. Quando tu vê um filme cujas atuações são ruins (por exemplo) e isso te incomoda, tu gostaria que elas fossem diferentes, certo?

 

Parece estúpido ter que explicar isso. Eu acho que deve ser porque é.

 

 

 

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Gustavo, a partir do momento que temos uma pessoa representado um "Arquiteto dos Sonhos", a análise dos sonhos fica dependente da interpretação consciente daquela pessoa. Por isso é que os sonhos vistos em "A Origem" não são devaneios, não são oníricos. Não é sonho puramente, é uma pessoa controlando o ambiente e dando a entender que deveria ser uma simulação do mundo real, pois a pessoa não poderia perceber que estava sonhando. Tinha que ser "quadrado". A proposta exige isso. E estou analisando o filme pelo que ele é e não pelo o que eu gostaria que ele fosse. [/quote']

 

1) A proposta não foi imposta ao Nolan.

 

2) Estou analisando o filme pelo que ele é, ou seja, não totalmente bom para mim. Qualquer filme (ou parte de) que eu, você ou o Mané Galinha consideremos ruins, gostaríamos que fosse outra coisa. Talvez bom. Quando tu vê um filme cujas atuações são ruins (por exemplo) e isso te incomoda, tu gostaria que elas fossem diferentes, certo?

 

Parece estúpido ter que explicar isso. Eu acho que deve ser porque é.

 

 

 

Perfeito.

 

Justamente por ser uma obra feita pelo Nolan e não imposto por alguém ao Nolan, o diretor, pra alguns, perdeu uma GRANDE CHANCE de fazer uma OP. Ele, pra mim, é um grande filme, mas que figura entre os melhores de ficção dos ultimos anos, ou o melhor do ano... Enquadro como uma Grande Obra de ficção científica.

 

Mas ao resumir sua proposta e assim fazendo um filme quadrado, ele está ao mesmo tempo se privando de explorar profundamente um dos assuntos mais simbólicos da nossa natureza. Tudo bem, ele explorou a noção de realidade e de sonho, que e um aprofundamento, é reflexão, mas ele criou muros, e muros logo em relação aos sonhos que é justamente onde nossa consciência perde todos os muros e se torna livre...

 

Ele poderia abordar a mesma proposta sem se privar de explorar a natureza libertina dos sonhos, e poderia fazer com que o espectador embarque nas duvidas e no caos gostoso e enigmático que é a natureza dos sonhos, e pra piorar, fazer essa dialética: Sonho x realidade, muito mais ampla. Ora se a realidade é a projeção que o cérebro faz quando trabalha em função dos estimulos dos orgãos sensitivos, os sonhos se tornam uma realidade enigmática.

 

Sinto que o Nolan é um diretor que exibi o que quer explicando tin tin por tintin, e deixando tudo de tal forma que o que ele quer dizer esteja fechado a ponto de não conter furos ou situações que escapem a compreensão dele e/ou dos espectadores. Não vejo isso como defeito ou qualidade, vejo isso como característica, ele fez grandes obras dessa forma, enquadrando tudo a fim de deixar explicito o que ele quer dizer. Mas isso é uma rua de dois lados, pois com essa característica ele não se permite desenvolver o conteúdo de forma livre, ele não se permite experimentar outros elementos que que não faça parte da idéia que ele quer expressar mas que daria a obra maior criatividade, compreendimento  mais olístico, mais profundo.

 

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Gustavo, ele não se privou a nada. Ele apenas explorou o assunto dessa maneira. Se ele criou muros é porque a proposta do filme era de simular uma realidade dentro do sonho. O sonhador não deveria saber que aquilo era um sonho, ele não deveria achar que aquilo era uma realidade. Não se trata de um filme sobre a natureza libertina dos sonhos, este não é o filme. O interesse da proposta não está na viagem onírica dos sonhos, nos devaneios de um sonhador. A proposta que o Nolan fez foi a de um grupo de ladrões que invade o sonho de uma pessoa, rouba ou implanta uma idéia, não é uma viagem ao labirinto absurdo dos sonhos, é uma adaptação de realidade. Se a proposta se amarra nesse conceito é porque a narrativa se desenvolve através deste conceito. "A Origem" não é o filme que você quis ver.

Thiago Lucio2010-09-02 05:43:05
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Gustavo, a partir do momento que temos uma pessoa representado um "Arquiteto dos Sonhos", a análise dos sonhos fica dependente da interpretação consciente daquela pessoa. Por isso é que os sonhos vistos em "A Origem" não são devaneios, não são oníricos. Não é sonho puramente, é uma pessoa controlando o ambiente e dando a entender que deveria ser uma simulação do mundo real, pois a pessoa não poderia perceber que estava sonhando. Tinha que ser "quadrado". A proposta exige isso. E estou analisando o filme pelo que ele é e não pelo o que eu gostaria que ele fosse. [/quote']

É claro que é dependente da interpretação consciente daquela pessoa. É por isso que eventos como a perturbação proporcionada pela existência de Mal e a distorção da gravidade nos diversos níveis de sonho acontecem...todos fatos amplamente desejados e programados pelos personagens.  Não estaríamos discutindo isso se ele não tocasse em elementos inconscientes. Ele "raspou" na interpretação inconsciente e, portanto, se propôs a fazê-lo - como você mesmo disse - só que só fez o que lhe convinha e estamos criticando isso. Não é possível que, depois de tanta discussão isso não ficou claro.

E depois dessa simplificação assustadora da trama de Nolan acho que o detrator mudou de lado. 06

Não subestime nossa inteligência, todas as críticas supostamente negativas a qualquer coisa têm como referência o que você gostaria que ele fosse. Só que às vezes esse fator não está tão explícito. Por exemplo: os personagens são mal desenvolvidos - leia-se: eu queria que os personagens fossem mais bem desenvolvidos. O filme é monótono e dá sono - leia-se: gostaria de uma trama mais movimentada e assim por diante.

Não acredito que estamos falando sobre isso.

Mr. Scofield2010-09-02 07:29:02

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Caraca' date=' o cara não entende. Ele ainda acha que o diretor tinha que ficar preso à sua própria proposta e ainda acha que quem não gostou do filme é o problemático.

Só pode ser lobotomia.06
[/quote']

 

 Eu me coçando aqui pra escrever sobre esses comentários do Thiago, mas aí vem o kako e se adianta, de forma precisa. Valeu! 03

 Assim, pelo menos, não corro o risco de surtar ou de ficar histérica... 06  

 

 PS: Admita, sapo, que o problema É você. Eu já fiz isso. Assim fica mais fácil as coisas fluirem aqui...
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Scofield, como você foi o único que se propôs a discutir algo, você é que tá simplificando as coisas. Pra vc é assim, se o cara tá falando de sonhos e de inconsciente tinha que ser assim, assim e assado. Nolan fez o que lhe convinha dentro daquilo que ele se propôs. Ele foi o mais coerente possível dentro da sua proposta. Coerência interna, coerência narrativa. Seguindo o seu raciocínio, teríamos que criticar todos os filmes, afinal existem uma série de outras coisas que não são abordadas dentre inúmeros outros assuntos. Eu não sigo uma cartilha sobre temas e quais assuntos precisam ser abordados, mesmo quando apenas "raspa-se" em um deles.

 

Atuações ruins são atuações ruins, roteiro ruins são roteiros ruins. Os personagens são mal desenvolvidos? Pq são mal desenvolvidos? O filme é monótono e dá sono? Pq é monótono e dá sono? Ninguém deveria justificar nenhuma destas questões apenas pela questão de queríamos que fosse de outro jeito. Eu não justifico a metade do copo cheio pela sua outra metade vazia.
Thiago Lucio2010-09-03 05:53:24
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Scofield, como você foi o único que se propôs a discutir algo, você é que tá simplificando as coisas. Pra vc é assim, se o cara tá falando de sonhos e de inconsciente tinha que ser assim, assim e assado. Nolan fez o que lhe convinha dentro daquilo que ele se propôs. Ele foi o mais coerente possível dentro da sua proposta. Coerência interna, coerência narrativa. Seguindo o seu raciocínio, teríamos que criticar todos os filmes, afinal existem uma série de outras coisas que não são abordadas dentre inúmeros outros assuntos. Eu não sigo uma cartilha sobre temas e quais assuntos precisam ser abordados, mesmo quando apenas "raspa-se" em um deles.

 

Atuações ruins são atuações ruins, roteiro ruins são roteiros ruins. Os personagens são mal desenvolvidos? Pq são mal desenvolvidos? O filme é monótono e dá sono? Pq é monótono e dá sono? Ninguém deveria justificar nenhuma destas questões apenas pela questão de queríamos que fosse de outro jeito. Eu não justifico a metade do copo cheio pela sua outra metade vazia.
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Bom, eu vejo assim: para um filme (que, de certa forma, permite uma certa comparação até mesmo com o que o Gustavo falou sobre os sonhos) existe uma remodelagem de uma ideia, intenção transmitida através de um palco de acontecimentos que constitui ou a estória (quando ela existe) ou os símbolos apresentados na projeção. Essa mensagem é codificada de acordo com os elementos constituintes, que normalmente apresentam alguma relação (seja explícita ou indireta, mas decodificável) com o que se quer dizer - obviamente, se assim não fosse a mensagem não seria transmitida.

 

Na maioria dos casos, quando se constrói uma estória, usamos artifícios presentes na realidade palpável. Os limites de seu uso, entretanto, são mensurados e definidos pelos diretores dos filmes ou quem elabora a estória. Todo o resto corresponde ao elemento fantasioso ou recriado, com funções muitas vezes delimitadas por estas mesmas intenções iniciais.

 

Assim, desde quando observamos se os personagens são humanos (e não animais) até a forma de comportamento deles (algumas vezes completamente atípica) constróem uma realidade própria, intimista, que indicam tais limites. Esta percepção confere dicas de até onde devemos pensar na realidade ao analisarmos o filme em si.

Bom, quando Nolan se propõe a construir uma estória de crime dentro do universo complexo dos sonhos, minha questão imediata foi: até onde ele quer ir, já que o cenário escolhido na verdade é bem complicado.

O que ele me mostrou através de algumas observações (como a presença de elementos perturbadores como Mal por exemplo, a expansão da gravidade a níveis diversos de sonho e a habilidade do arquiteto em reverter mesmo os cenários de estrutura lógica e racional) me criou a perspectiva de que a reprodução seria de um nível bastante profundo. E o mais interessante é que ele fez tudo com impressionante maestria, de uma forma que me fez esperar uma assimilação maior do fenômeno, talvez, como o Gustavo falou, uma obra prima do assunto (afinal, na minha opinião, ele conseguiu essa transformação magistral com o Coringa de TDK).

 

No entanto, o que vi me decepcionou um pouco. O filme é ótimo, mas creio que ele se limitou demais a uma safety zone, digamos, aos melindres mais fáceis de uma trama que podia muito mais. É como se ele desse só um gostinho do que o filme poderia ter sido. E porque ele fez isso?Aí vem a parte especulativa. Creio que o didatismo e o não aprofundamento se devem, provavelmente, a uma estratégia para atingir mais público, já que para mim, o Nolan tem uma capacidade brilhante de lidar com a agregação de circunstâncias reais dificilmente reproduzíveis de forma acessível e coerente (como o fez em Memento e TDK) dentro de seu estilo. E isso não necessariamente tornaria o filme Lynchiano como alguns argumentaram.

 

Vale dizer que Nolan não precisa fazer nada, estamos tratando de opiniões. A minha opinião é que ele tinha capacidade de ir mais a fundo e não foi por questões comerciais. O filme poderia ser mais interessante e não é, apesar de muito bom.

 

Quanto ao último parágrafo, basta lê-lo com atenção que verificará facilmente que seus argumentos são subjetivos. Nada é ruim porque é ruim se não as opiniões seriam todas iguais sobre tudo, não há verdades absolutas. Algo é ruim PARA VOCÊ porque VOCÊ acha aquilo ruim. E se acha aquilo ruim é porque você criou um parâmetro do que é bom (o ruim não existe sem o bom). E esse jeito de ser bom é o que VOCÊ ACHA QUE é bom. Portanto, você reafirmou o que eu acabei de dizer.

 

Nossa, tem um tempão que eu não escrevo tanto assim. 06

 

Mr. Scofield2010-09-03 10:55:30

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Puts, Scofield estou sem palavras e quero lhe agradecer pela maneira como você se preocupou em rebater os meus argumentos com argumentos. Em respeito ao que você respondeu e da forma que você respondeu, eu gostaria de ter a capacidade de lhe responder em altura, mas com certeza não conseguirei. Mas em resumo, talvez tenhamos que concordar que a sua perspectiva diante do tema apresentado seja diferente da minha. E diante disso posso especular que temas profundos, complexos, complicados entramos também numa esfera subjetiva. Afinal de contas, por que um filme sobre sonhos precisa ser algo complexo, complicado, profundo? O que eu posso imaginar apenas é que diante do seu vasto conhecimento sobre o assunto (não sei o quão vasto, mas certamente muito maior que o meu sobre o tema) você tenha visto no filme apenas um resumo sobre o tema enquanto, na verdade, esperava uma tese, pois sabe que existe muito mais a ser explorado. E mesmo assim, ainda assim, é algo relativo, afinal entraremos naquela ótica de que um mesmo filme torna-se um filme diferente para cada espectador, afinal trazemos todo o nosso "background" pra junto dele. Sou da opinião que em alguns casos "menos é mais", mas para você no caso do filme esse menos tenha sido pouco. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

E mais uma vez você está de parabéns...

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