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Onde Vivem os Monstros, de Spike Jonze


Beckin
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Funcionou consideravelmente bem comigo, no sentido de que sempre gosto da

idéia de ver o fantasioso e o psicológico infantil conjugados de modo

que a criança consiga enxergar a porta do estágio de amadurecimento distante de lições de moral. Nesse sentido, é mais inteligente do que eu imaginei que fosse, e a riqueza das relações entre o lúdico e o real são simplesmente maravilhosas, revelando um universo e personagens cujas relações e constituições próprias são mais palpáveis e profundas que de muito ser humano que a gente costuma encontrar no cinema por aí.

 

Deve ser o melhor filme que vi nesse ano, até agora.

 

Gago2010-03-01 11:32:41

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Achei lindo. A sensibilidade particular do Jonze adequou-se perfeitamente ao material infantil, transformando o filme em algo absolutamente diferente do que eu já vi no que diz respeito à retratação do universo infantil. Mas não é um filme infantil; é adulto, maduro. É também muito triste, não pela narrativa, mas pelo comportamento dos personagens.

O final é uma jóinha. Jonze compreende perfeitamente o quão profundo e poderoso é um olhar e nada mais é necessário ser dito. Se Catherine Keener fosse indicada ao Oscar, eu ficaria felicíssimo.

 

A trilha é uma delícia, como o filme. E ele é cheio de diálogos ótimos:

 

Judith: Do you have those little bird bones who wil cut my mouth?

Max: I don't have bird bones.

Judith: You better not. You better no be difficult to eat. Did you even think of that? God, you're selfish! I hope you don't taste as selfish as you look!

 

Hahahahahaha.
Lumière2010-03-01 02:26:36
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A beleza inegável do filme, juntamente com o resto técnico - trilha, efeitos, vozes, direção - já rendem, acho, motivos para ser visto e reconhecido; sobre a história eu gostei, digo, a forma como ele conduziu a coisa, os diálogos, não achei chato, como alguns amigos, comigo funcionou, também.

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Bom, vou postar o que postei no filmes em geral:

 

Tenho enorme dificuldade em acatar filmes com temáticas infantis ou

destinados (mesmo que em parte) à públicos infantis. Esse aqui fica num

limbo pois é um filme pensado por uma criança (sem crítica aqui) e

executado para adultos. Isso me fez gostar menos do que o filme merecia.

Mas enfim, os bonecos são fantásticos e o filme merecia qualquer prêmio

por efeitos especiais e o Jonze filma muuuito bem, ele faz alguma

mágica pra te botar no meio das cenas dele, não é possível. Mas o

parágrafo derradeiro tem que ser sobre a trilha, que é uma palhaçada de

linda, divina, eleva demais o filme, sendo intrusiva ou não. Aliás, como

o material em si não me atraí tanto, achei até boa a intrusão.

 

 

 

 

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a trilha é legal, mas nem metade do que pintam, eu particularmente não sou tão chegado em som indie, mas ao menos as bandas que o Jonze escolheu, em sua maioria são boas, não tão enlatadas como a regra. e tem Arcade Fire, que é uma das minhas favoritas no "gênero". sobre o filme em si, acho que ele vive mais de boa intenção do que de resultados, a maior parte do tempo aonde vivem os selvagens eu achei bem xarope, mesmo que ali existisse bons personagens, mas cansa. gostei mesmo do prólogo e do final-final, por coincidência, a parte que não é fantasiosa.a edição de videoclipe tbm incomoda vez ou outra, volta e meia tem alguem correndo com a câmera treme-treme.

bat2010-03-01 14:31:22

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Eu não me preocupo com a trilha analisando-a separadamente do filme. Explico: pra mim não importa muito se eu gosto da banda ou ritmo escolhido. O que importa basicamente é se o casamento imagem/som funciona. Aqui eu acho que as escolhas foram ótimas, elevando o que estava na tela. Eu nunca ouviria estas músicas de viado no meu som, hehehe. Prefiro Mariah Carey, que é de macho.

 

Sobre a parte da fantasia, eu acho que ela caiu naquele limbo que eu destaquei. Aquilo era a imaginação de uma criança, como a (falta de) lógica de uma criança, desconexo e tals. O problema é que o Jonze filma pra adultos. Achei que ele terminou fazendo algo que não agrada completamente nem a crianças nem a adultos.

 

 

 

 

 

 

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não consigo filtrar tão matematicamente assim as músicas, exceto quando o filme passa por cima, completamente, como Linkin Park em Miami Vice. mas aí o filme não é tão calcado em trilha, esse do Jonze é, fica clara a adoração dele por esses sonzinhos.

 

e apesar do moleque ser bem criativo e tal, boa parte do que se passa lá na terrinha é meio maduro demais pra cabecinha dele, não combina tão bem com o espírito. acho que foi o Jonny que disse que parecia fantasia enlatada, e eu concordo por isso, por não ter a pureza, ou não me transmitir a tal pureza que o Jonze tencionou. mas não é um filme ruim, não, só que fiquei com a nítida sensação que tinha tudo pra ser bem maior do que foi.

 

 

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boa parte do que

se passa lá na terrinha é meio maduro demais pra cabecinha dele' date=' não

combina tão bem com o espírito[/quote']

 

Eu não acho que seja maduro demais para ele, pelo contrário, penso que essa maturidade só vem mesmo depois do contato que ele tem com o imaginário, até porque todo o universo fantasioso é calcado nas impressões que o menino tem do mundo real, incluindo os perfis psicológicos dos monstros (remissivos a ele mesmo e a seus familiares) e os equivalentes (guerra de neve, iglu, castelo, etc.). E é justamente daí, da relação que ele experimenta com essa fantasia, que brota a maturidade nele. E como o lúdico é produto da mente dele próprio, o filme revela ser um enorme auto-exercício, por parte de Max, em busca dessa sublimidade.

 

É um negócio muito bacana de se ver, sensível e inteligente como poucas coisas hoje em dia são. Gostei muito desse filme, de verdade. Quanto mais penso a seu respeito, mais eu o admiro.

 

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é, talvez fosse esse o alvo do Jonze, mas eu não fui atingido dessa forma, os conflitos criados lá, do que conheço de crianças, não combina com o max. mas isso é o que menos me incomoda, meu problema maior é com o Jonze diretor.

 

 

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Também não consegui me envolver com quase nada desse filme. O que é uma pena pois toda a temática é muito bonita e poderia ter saído um grande filme dali - das pessoas que eu conheço, até as que gostaram parecem concordar que poderia ter sido algo maior.

 

O que me surpreendeu negativamente foi o trabalho do Jonze mesmo. Pra mim ele ainda não calibrou muito bem o seu talento dentro do cinema, mas claramente é o tipo do cara que tem o refinamento visual e a sensibilidade pra fazer esse material ganhar vida. No primeiro aspecto não dá pra dizer nada, um primor; só que ele me pareceu mais cheio de maneirismos ainda. Existia um grande vazio narrativo dentro da história - por ser um conto fabulesco - e ele, ao invés de tentar dar consistência, preencheu com as canções, deixando tudo com aquele formato de videoclipe gigante. Daí eu ter ficado com o gosto de artificialidade e de inocência enlatada na boca.

 

Mas enfim, não achei exatamente ruim, até pq aqueles últimos minutos são belíssimos e o filme tem a melhor fala do ano (o moleque sobe na mesa e ordena: Feed me, woman!).06
Jonny Greenwood2010-03-01 19:09:46
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Eu gosto bastante do Jonze, principalmente porque, na minha opinião, há bastante conteúdo por baixo de suas estripulias visuais e narrativas (que no geral me divertem), diferentemente da maior parte dos cineastas indies. Pra falar a verdade, eu nem manjo desse rótulo em si (na minha pobre cabecinha, engloba obras como Pequena miss sunshine, Juno, Distante nós vamos, 500 dias com ela e afins), mas o pouco que eu sei me faz pensar que este filme é, salvo engano muito forte, o primeiro indie americano que eu gostei pra valer.

 

Mas eu só não entendi o trecho em que você fala que os conflitos criados no outro mundo, a partir do que você conhece de crianças, não combinam com Max. É porque você acha que crianças de nove anos não são assim? Ou porque não condiz com o personagem do filme mesmo? Eu não pesquei. De todo modo, fiquei satisfeitíssimo com o filme tanto como o mapeamento psicológico de um menino dessa faixa etária quanto do Max personagem mesmo, uma vez que comigo funcionou bem a idéia de projeção no mundo fantasioso - e com um tom meio ingênuo mesmo, como a idéia do castelo/fortaleza ser o modo que ele encontrou de unir sua família junto de si, ou a guerra de neve ter um equivalente com os monstros, acabando mal do mesmo jeito.
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eu não me expressei bem, mesmo. eu acho que parte dos diálogos e situações não condizem tanto com essa faixa etária como com o próprio Max. no entanto, não deixo de ver que em outros momentos há sim verdade no que é transmitido, o castelo sintetiza bem isso. agora, eu tenho a sensação que depois daquele início e daquela parte - realmente tocante e sensível - da neve, o filme fosse me arrebatar, aí entrou na fantasia, me perdi, desinteressei em grande parte, e fui chamado ao final, novamente, daí esse gosto meio amargo e essa sensação incômoda de que poderia ter visto algo maior - mesmo soando chato dizer isso toda hora, é a pura verdade, haha.

 

e sobre o Jonze, eu não tenho nada contra ele em si, mas NESSE filme a mão dele me incomodou. eu simplesmente adoro Adaptation.

bat2010-03-01 21:42:40

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boa parte do que

se passa lá na terrinha é meio maduro demais pra cabecinha dele' date=' não

combina tão bem com o espírito[/quote']

 

Eu não acho que seja maduro demais para ele, pelo contrário, penso que essa maturidade só vem mesmo depois do contato que ele tem com o imaginário, até porque todo o universo fantasioso é calcado nas impressões que o menino tem do mundo real, incluindo os perfis psicológicos dos monstros (remissivos a ele mesmo e a seus familiares) e os equivalentes (guerra de neve, iglu, castelo, etc.). E é justamente daí, da relação que ele experimenta com essa fantasia, que brota a maturidade nele. E como o lúdico é produto da mente dele próprio, o filme revela ser um enorme auto-exercício, por parte de Max, em busca dessa sublimidade.

 

É um negócio muito bacana de se ver, sensível e inteligente como poucas coisas hoje em dia são. Gostei muito desse filme, de verdade. Quanto mais penso a seu respeito, mais eu o admiro.

 

exato. Ali são todas as impressões do menino em sua vida. Fora a experiência de vida que ele teve que fez-no imaginar aquelas criaturas, talvez ele nem tivesse consciência, só adquirindo há, justamente como disse, na relação com a fantasia que ele ganha a consciência do que vinha experimentando.

 

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Bem, comigo funcionou perfeitamente. A todo o momento eu via nos monstros as experiências e as características das pessoas que cercavam a vida do garoto, e foi interessante como essas características foram tendo consciência apartir do momento que agente começa a caminhar na história e conhecer e conviver mais com os monstros, assim como a criança.

 

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  • 1 month later...
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Não vou nem comentar a técnica perfeita do filme (o que inclui

fotografia, trilha, efeitos... até o caráter "videoclíptico").

A

história é muito sensível. Os psicólogos e psicopedagogos devem adorar

esse filme e passar nas aulas da faculdade para seus alunos.

 

Toda

essa coisa da criança fantasiando com os próprios monstros que vivem

dentro de si e criando uma história cheia de referências de sua vida

real (mãe, irmã, pessoas de fora que estragam tudo, sua própria

violência, com a qual ele não sabe lidar... vontade de criar um forte

para manter as pessoas de que ele gosta juntas, quando ele mesmo sente vontade

de quebrar esse forte...) é muito lindo, verdadeiro e tudo

mais.

 

O problema é que muita coisa do que é mostrado ali não tem

a menor necessidade. A narrativa foi cortada demais pelas brincadeiras.

Encheu-se linguiça ali muito mais do que deveria. Gostaria que o filme

tivesse sido mais objetivo.

 

Já postei isso no tópico "O que vc

anda vendo...":

É um Pequeno Príncipe: Complexo demais para as crianças,

besta demais para os adultos. Vagou no limbo. Não é de se espantar a

baixa bilheteria. Você não conquista crianças com aquela linguagem

(visual e o teor complexo demais da narrativa), nem consegue prender um

adulto mostrando o óbvio por 2 horas.

 

Tudo que se tem pra ver

ali, poderia ser resumido a poucos minutos.

Se ele tivesse sido

editado para 30-45min teria sido perfeito.

 

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  • 2 weeks later...

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