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Forum Cinema em Cena

Brilho de uma Paixão, de Jane Campion


-felipe-
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Sinopse: Em

1819, o poeta John Keats inicia um romance com Fanny Brawne. O

relacionamento dura apenas três anos, sendo subitamente interrompido

pela morte prematura de Keats, aos 25 anos. Com Abbie Cornish (Stop-Loss) e Ben Whishaw (Perfume).

 

brightstar01.jpg

brightstar03.jpg

brightstar04.jpg

brightstar05.jpg

brightstar06.jpg

 

Vai ser exibido no Festival de Cannes desse ano.

 

-felipe-2009-05-05 23:50:39

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  • 3 weeks later...
  • 1 month later...
  • 1 month later...
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Os tesouros da juventude de Jane Campion

BrightStar_scene_07.jpg

 

Lá pelo meio das loooooongaaaaas duas horas de Bright Star, a "balada romântica" de Jane Campion, começo a pensar que os chiliques e aflições da juventude são os mesmos desde, provavelmente, Édipo, mas, com sorte e a conjunção correta de fatores alguns se tornam Mozarts e, a ver pelo filme, Keats. Outros são simplesmente aqueles vizinhos que não se suporta.

Sucesso em Cannes onde Campion tem carteira de platina no Club Croisette,indo agora para Toronto, com lançamento comercial nos EUA em setembro, Bright Star segue (mais pela intuição que pelo rigor) o brevíssimo e casto romance entre a costureira e pré-fashionista  Fanny Brawe e seu vizinho, o poeta John Keats. Brawne tinha 18 anos e Keats, 24, quando se conheceram. Em outro século que não as décadas românticas do início do 19, ela seria uma designer dessas que dá ataque e faz beicinho e ele, provavelmente, um rockstar emo/shoegazer. Nos dois cenários ele morreria cedo (não é um spoiler, por favor - olhem na sua Wikipedia e verão que o rapaz se foi aos 25 anos, tísico, na Itália) e o trágico amor entre eles assumiria proporções épicas, registradas em obras muitas vezes repetidas - plylists ou volumes de poesia e correspondência.

O que torna o filme de Campion lindo é a mesma coisa que, para mim, o torna irritante - uma estilização tão intensa que me desconecta do aspecto humano desses dois jovens prematuramente lidando com os temas abissais de amor e perda. Quando as pessoas começam a chorar em ângulos estranhos só para captar a luz, eu desconfio...e desligo. Mas a direção de arte e os figurinos - da mesma Janet Patterson - já podem ir para as listas de indicáveis.

Bom ver a aparição de uma possível nova estrela brilhante, a australiana Abbie Cornish, como Fanny; e a evolução muito interessante de Ben Whishaw, que foi o protagnista de Perfume, um dos Bob Dylans de Não Estou Lá e o Keith Richards de Stoned e agora traz uma sensibilidade trágico- rock n roll para seu Keats. Olho nele!

E Bright Star contem, sem dúvida, o Melhor Desempenho de um Felino Num Filme de Época. O nome dele é Topper e não deu para descobrir , pelo sotaque, se é australiano ou ingles. Mas só por uma cenacena, digamos, literária, com Abbie Cornish ele merece uma lata de atum. De ouro,.

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  • 1 month later...
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É diferente dos filmes de época que aparecem por aí. A Campion cria um filme belo e forte, mas sem jamais apelar para trucagens baratas. Exemplo máximo é a cena que se anuncia a morte de Keats: ela poderia ter criado algo meloso e piegas, mas ao invés disso, optou pela discrição e pela elegância. E é assim por todo o filme.

Me lembrou bastante Moça com Brinco de Pérola, do Peter Webber, onde teve gente que confundiu essa discrição com vazio narrativo (que não existe nem aqui nem lá). A intensidade da paixão vista em ambos os filmes é passada de maneira extremamente envolvente, utilizando o amor pela arte como fio condutor. Tem um ritmo lento, mas as horas passam voando.

 

As atuações são realmente muito boas (Cornish, em especial). A trilha, longe do chororô de uma Rachel Portman ou Alexander Desplat, mantém-se fiel a proposta da diretora.

 

Foi uma grata surpresa.
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  • 9 months later...
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Exemplo máximo é a cena que se anuncia a morte de Keats: ela poderia ter criado algo meloso e piegas' date=' mas ao invés disso, optou pela discrição e pela elegância. [/quote']

Muito triste esta cena... aff!!

Qd ela diz "mom... I can't breathe"  chorei.

 

Mas o filme todo é muito bonito. Incrivel como nessa época eles davam tanta importância a literatura!
MariaShy2010-07-02 17:15:26
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  • 5 weeks later...
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Mas que filme bonito. Estética, estrutura de roteiro (atentem para as elipses!), elenco, trilha sonora, tudo é de muito bom gosto e funciona. Tem a argúcia habitual da Jane Campion e umas sacadas geniais sobre gênero e condição social, dessas que só um diretor realmente inteligente sabe fazer sem parecer panfletário.

Esse filme é o mais belo casamento entre a imagem e a palavra que eu vi nos cinemas em muito tempo, e também o melhor filme em cartaz. Não deixem de conferir.

Mas penso que não tem nada a ver com Moça com Brinco de Pérola não. É infinitamente melhor, a propósito. 

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Mas que filme bonito. Estética' date=' estrutura de roteiro (atentem para as elipses!), elenco, trilha sonora, tudo é de muito bom gosto e funciona. Tem a argúcia habitual da Jane Campion e umas sacadas geniais sobre gênero e condição social, dessas que só um diretor realmente inteligente sabe fazer sem parecer panfletário.

Esse filme é o mais belo casamento entre a imagem e a palavra que eu vi nos cinemas em muito tempo, e também o melhor filme em cartaz. Não deixem de conferir.

[/quote']

Nunca vou entender como filmes de época tão caprichados assim não fazem muito sucesso.

 

O enredo é estupendo, ams confesso que o que me arrebatou foi a fotografia.

A foto acima parece um Monet!
MariaShy2010-08-07 13:59:14
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Tem spoilers.

 

Tenho a forte impressão, Shy, de que lá pelo começo do próximo ano, estarei indicando Brilho de uma Paixão em um monte de categorias no Prêmio CeC: Atriz, Fotografia, Trilha Sonora, Direção de Arte, Roteiro, Edição e, muito provavelmente, Filme e Diretor também.

 

Durante boa parte do filme, tive vontade de sacudir Keats e dizer pra ele deixar de ser mané e agarrar a felicidade dele, que estava ali ao lado. Mas é óbvio que, naquela época, os valores eram outros e isso o consumiu, por mais que Fanny tentasse quebrar as convenções (de certa forma, ela até consegue isso, com uma tenacidade admirável). Ambos, Fanny e Keats, são personagens muito bonitos, cada um à sua maneira.

 

Acerca do filme do Peter Webber, eu entendi o que você quis dizer, Lumière. É que eu acho os filmes similares só na casca mesmo, pois esse aqui verticaliza muito mais os temas. Até por ser feito por um diretor (a) muito melhor.

 
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Tem spoilers.

 

Tenho a forte impressão' date=' Shy, de que lá pelo começo do próximo ano, estarei indicando Brilho de uma Paixão em um monte de categorias no Prêmio CeC: Atriz, Fotografia, Trilha Sonora, Direção de Arte, Roteiro, Edição e, muito provavelmente, Filme e Diretor também.

 

Durante boa parte do filme, tive vontade de sacudir Keats e dizer pra ele deixar de ser mané e agarrar a felicidade dele, que estava ali ao lado. Mas é óbvio que, naquela época, os valores eram outros e isso o consumiu, por mais que Fanny tentasse quebrar as convenções (de certa forma, ela até consegue isso, com uma tenacidade admirável). Ambos, Fanny e Keats, são personagens muito bonitos, cada um à sua maneira.

 

 
[/quote']

 

Também devo Alexei, gosto muito desse filme da Campion, diria inclusive que é o meu favorito dela (se bem que só vi uns 3). Uma pena que tenha passado tão despercebido.

 

Fanny e o Keats são provavelmente os personagens com os quais eu me identifiquei mais em um bom tempo em filmes do gênero (o que acontece sem que eu precise apreciar poesia ou algo do tipo), especialmente ela, representada de forma tão bonita pela Abbie Cornish, que tem uma maneira tão dócil de se comunicar com o rosto, e que rosto, sendo possível acompanhar a trajetória da Fanny e entendê-la sem que a mesma necessite soltar uma palavra pra isso (vou sempre me lembrar da cena final). O romance se desenvolve tão naturalmente, e é refrescante ver algo dessa espécie retratado de forma tão pura assim no cinema, sem certos adendos desnecessários.
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