Members Nostromo Posted October 1, 2010 Members Report Share Posted October 1, 2010 Carlos Baccelli e suas psicografias Sempre me espantou como as mensagens psicografadas de vários médiuns atuantes em Uberaba – o falecido Chico Xavier, os ainda vivos e ativos Celso de Almeida Afonso e Carlos Baccelli, por exemplo – vinham com tantas informações sobre o falecido. No livro “Por Trás do Véu de Ísis”, de Marcel Souto Maior, encontrei uma possível resposta para esta pergunta. E a resposta é… o médium simplesmente pergunta tudo para a família do morto, obtendo todas as informações necessárias. Eis um trecho de um capítulo do livro que esclarece a questão, referente ao médium Carlos Baccelli: Pais e mães vindos de todo o país esperam a vez de conversar com Baccelli, antes da sessão, numa saleta miúda localizada ao lado do hall de entrada. É ali, atrás de uma mesa de madeira, que Baccelli atende os candidatos a receber uma mensagem do além. Estes encontros se sucedem a partir das cinco da manhã, uma hora e meia antes do início da psicografia. Durante as conversas, quase sempre ligeiras, Baccelli pede mais detalhes aos visitantes sobre seus entes queridos e as circunstâncias da morte. Informações como nomes de avôs e avós são anotadas por ele, muitas vezes, em pequenos pedaços de papel, levados mais tarde até a mesa do salão principal, o palco da psicografia. Quem organiza a fila é um carteiro aposentado de Uberaba, o seu Paulo, sempre simpático e dedicado. Ele se posiciona em frente à porta da saleta, que se fecha assim que cada visitante entra. Neste sábado, ele está preocupado com a família que veio de carro de Florianópolis em busca de uma mensagem do filho morto. Foram dezenove horas de viagem. O pai do jovem está na fila e recebe instruções solidárias do seu Paulo: — Capricha, hein? Conta tudo pro médium pra você receber sua mensagem. O pai entra sozinho na saleta e, para alívio do seu Paulo, fica quase três minutos lá dentro. — Este deve receber a cartinha — prevê o ex-carteiro, agora encarregado da correspondência entre vivos e mortos. O seu Paulo quase nunca erra. [...] Uma das cartas chama atenção especial pela crise de choro provocada na platéia. Um choro profundo, desesperado, que começa com lágrimas e soluços e termina com berros, gritos de dor e de saudade. Querido papai Manoel João, querida mamãe Maria Therezinha, Esqueçamos o acidente de que fui vítima. Imaturidade aos 23 anos de idade… Os avós são citados, com nomes e sobrenomes, entre detalhes sobre as circunstâncias da morte: um acidente de carro. Quando a sessão termina, aproximo-me da mãe, ainda aos prantos, ao lado do marido contido e tenso. Demoro a reconhecê-lo. É o pai de Florianópolis, instruído pelo solidário seu Paulo. Dona Maria Therezinha não tem nenhuma dúvida: o filho dela está vivo. O seu Manoel João responde antes que eu tenha tempo de perguntar: — Tudo o que está na mensagem eu contei para o médium lá na sala — ele diz. Depois disso, Marcel Souto Maior entrevista Baccelli: — Por que o senhor… digamos… “entrevista”, antes da sessão, os visitantes que vêm aqui em busca de mensagens? Por que são necessárias tantas informações? Baccelli tem uma resposta pronta: — O trabalho de psicografia não é só dos espíritos. É do médium também. O médium é parte integrante da equipe espiritual e deve ser o guardião da autenticidade de cada mensagem. A coleta de informações antes da sessão teria, segundo o médium, as seguintes funções: facilitar a sintonia com os espíritos e preservar o trabalho de qualquer “fraude maledicente”. — Este, Baccelli, é um cenário de dor, fé, esperança e de desconfiança também. Muitos pais duvidam da autenticidade das mensagens quando encontram, nas cartas destinadas a eles, dados já revelados ao senhor — argumento. Baccelli reage com calma: — Este não é um problema meu. Não cabe ao médium duvidar. As pessoas duvidam até da existência de Deus, apesar de estarem diante da maior evidência de todas: a criação do mundo. A resposta se prolonga: — Normalmente as pessoas não querem apenas uma simples mensagem. Elas estão aqui porque querem o filho de volta, e isto as mensagens não conseguem fazer. Cada mensagem é de conforto, de esclarecimento, mas não é de convicção para aquele que não quer crer. A fé é uma conquista individual. Nós não nascemos com fé. A fé, como a paciência, como tudo, é uma conquista. A mensagem é um material de reflexão. A conversa se encerra com uma citação de Paulo de Tarso: — A profecia não é para os que duvidam, é para os que crêem — diz Baccelli. Conclusão A menos que Baccelli se submeta a testes controlados, que impeçam o vazamento de informações, não vejo motivo algum para considerar sua mediunidade autêntica. Seu ato de fazer várias perguntas aos familiares sobre o morto e o uso de um assistente (um ex-carteiro) que incentiva as pessoas a passarem informações, são altamente sugestivos de fraude. Os demais médiuns de Uberaba ainda vivos deveriam se submeter a testes controlados também, até mesmo para saber o quão confiável é sua mediunidade. Uma pena que não haja ninguém atualmente fazendo pesquisas em laboratório com tais médiuns. Espero que este artigo chame a atenção para que crentes e céticos se unam no ideal de fazer uma pesquisa que elucide o que se passa em Uberaba: se uma fraude ou um fenômeno genuíno. Bibliografia Por Trás do Véu de Ísis – Uma investigação sobre a comunicação entre vivos e mortos (2004), de Marcel Souto Maior Fonte: http://obraspsicografadas.haaan.com/ Nostromo2010-10-01 04:49:02 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members LEospider Posted October 1, 2010 Members Report Share Posted October 1, 2010 Eu acho que esse artigo ai ta mais pro topico religião não??? Mas de qualquer forma, eu não poderia opinar, nunca fui a uma seção espírita... Mas eu tenho uma teoria pra discutir, se esses caras perguntam tanto deve ser pra ver se a pessoa que vai lá ta falando a verdade, além de obter informações é claro. Ta parei, to vendo muito The Mentalist. LEospider2010-10-01 16:14:18 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Nostromo Posted October 1, 2010 Members Report Share Posted October 1, 2010 Eu acho que esse artigo ai ta mais pro topico religião não??? Mas de qualquer forma' date=' eu não poderia opinar, nunca fui a uma seção espírita... Mas eu tenho uma teoria pra discutir, se esses caras perguntam tanto deve ser pra ver se a pessoa que vai lá ta falando a verdade, além de obter informações é claro. Ta parei, to vendo muito The Mentalist. [/quote'] Não porque psicografia é um suposto fenômeno paranormal não ligado a uma prática religiosa específica. Psicografia é praticada por ocultistas, feiticeiros, espíritas, curiosos... Como a brincadeira do copo. Eu já acho que eles perguntam muito para obter informações que lhe permitam traçar um perfil do falecido. Assim eles podem fingir escrever como o falecido de maneira convincente para os familiares ingênuos. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Nostromo Posted October 2, 2010 Members Report Share Posted October 2, 2010 Pseudociência: Grafologia Em sua última entrevista para um emprego, tudo correu bem, você tinha certeza que o cargo seria seu, mas estranhamente não retornaram a ligação. Talvez você nem suspeite, no entanto seus garranchos, isto mesmo, sua letra talvez o tenha eliminado. Apesar de não haver comprovação científica sobre a validade da análise da escrita para determinar personalidade ou desempenho profissional, a grafologia é utilizada por mais de um terço das empresas no Brasil para contratação de pessoal e avaliação interna de funcionários. [...] Apesar da roupagem pretensamente científica que toda pseudociência possui, a grafologia se baseia no mesmo princípio do mais primitivo (e do mais atual) pensamento mágico: o princípio da similaridade. Encontramos o princípio da similaridade desde a homeopatia até às práticas de vodu, nas quais uma imagem de uma determinada pessoa é utilizada para influenciá-la positiva ou negativamente. Também é encontrado na astrologia, onde, por exemplo, pessoas do signo de Touro possuiriam as características deste animal, como a teimosia. Assim, na grafologia, para citar alguns exemplos, letras de pessoas raivosas apresentariam grande pressão e linhas retas, ao passo que amor é expresso através de letras curvilíneas e com leve pressão. A tristeza ou pessimismo seriam traduzidos por linhas descendentes, assim como otimismo por linhas ascendentes. Um punho inconstante com letras sendo desenhadas de forma diferente todo o tempo representaria pessoas "inconstantes". Aparentemente, características físicas como um gingado ao caminhar também aparece em uma escrita "gingada" (The Complete Idiot's Guide to Handwriting Analysis, por Sheila R. Lowe). [...] Os grafólogos também alegam poder diagnosticar doenças como hipocondria, paranóia, esquizofrenia e depressão, mas não há estudos científicos publicados em revistas de renome, que suportem tais alegações. No entanto é possível encontrar anúncios de cursos de grafologia que dizem explicitamente que após a conclusão o aluno será capaz de realizar a "detecção de casos de hipocondria, depressão, pressão arterial, cleptomania e doenças de fins neurológicos". E que tal a seguinte descoberta de Maurício Xandró, apresentada em seu livro "Grafologia para Todos"? Ele afirma ser possível afirmar pela observação do seu D maiúsculo, se uma pessoa é crente ou atéia. Ele deixa claro que isto só é possível para aquelas em cuja língua mãe deus é iniciado pela letra D. [...] A grande maioria dos trabalhos cientificamente rigorosos não corrobora a tese dos grafologistas, que, no entanto, se agarram a estudos antigos do início e metade do século passado. Muitos destes não apresentam grupos de controle (exemplo: pessoas leigas também realizando as análises) e outros utilizavam como fato validante da análise grafológica o autoreconhecimento das pessoas no perfil traçado. Uma lista razoável de referências sobre pesquisas científicas sobre grafologia podem ser encontradas no site Graphic Insight, porém ao contrário do que se poderia supor, muitas das referências citadas apresentam resultados contrários à grafologia. [...] Conclusão Se não há fundamento científico de que a grafologia seja capaz de predizer a personalidade de uma pessoa, porque é tão utilizada? O problema é que ela "soa verdadeira", pois seus princípios são baseados em metáforas e associações livres facilmente compreendidas por qualquer um. Por exemplo, pessoas espiritualizadas e bem educadas possuem pensamentos elevados, logo os pingos altos nos i's são uma indicação destas qualidades; assim como uma pessoa deprimida fica para "baixo", a escrita descendente indica depressão. Além disso, muitas informações sobre uma pessoa podem ser tirados do texto em si e apesar de os grafólogos negarem que utilizam tais pistas, em uma entrevista para emprego geralmente é pedida para análise uma carta de apresentação de próprio punho e para consultas individuais geralmente são utilizadas cartas pessoais. A análise grafológica é mais barata, simples e rápida do que conduzir entrevistas, aplicar testes cognitivos ou outros mecanismos para previsão e avaliação de desempenho. Junte a isso o já mencionado fato de que os gerentes e avaliadores nunca poderão saber se as pessoas dispensadas teriam um desempenho melhor do que aqueles "selecionados" pela grafologia. Existe um círculo vicioso: pessoas que deixam de se contratadas com base na análise da escrita ao descobrir a razão do "fracasso" procuram grafologistas para ajustar a letra às premissas da grafologia (obviamente pagando caro por isso) e passam nos testes de grafologia que a empresa aplica, após ter pagado caro pela consultoria grafológica também. Nos EUA já se começa a especular que seria possível processar as empresas que usam grafologia para contratações e avaliações por difamação, "afirmar coisas sobre alguém sem ter base sólida para tal", com base nas leis contra discriminação existentes por lá. Realmente não há base científica sólida e também pode ser considerado discriminação deixar de contratar ou promover alguém por falta de habilidade motora para produzir uma letra agradável ao olhar dos grafologistas. Texto completo, incluindo referências e links, aqui: http://www.projetoockham.org/pseudo_grafologia_1.html Nostromo2010-10-02 04:55:18 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
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