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Carlos Baccelli e suas psicografias

 

 

 

 

Sempre me espantou como as mensagens psicografadas de vários médiuns

atuantes em Uberaba – o falecido Chico Xavier, os ainda vivos e ativos

Celso de Almeida Afonso e Carlos Baccelli, por exemplo – vinham com

tantas informações sobre o falecido. No livro “Por Trás do Véu de

Ísis”, de Marcel Souto Maior, encontrei uma possível resposta para esta

pergunta.

 

 

 

E a resposta é… o médium simplesmente pergunta tudo para a família do morto, obtendo todas as informações necessárias.  

 

 

 

Eis um trecho de um capítulo do livro que esclarece a questão, referente ao médium Carlos Baccelli:

 

 

 

Pais e mães vindos de todo o país esperam a vez de conversar com

Baccelli, antes da sessão, numa saleta miúda localizada ao lado do hall

de entrada.

 

 

É ali, atrás de uma mesa de madeira, que Baccelli atende os candidatos

a receber uma mensagem do além. Estes encontros se sucedem a partir das

cinco da manhã, uma hora e meia antes do início da psicografia.

 

 

Durante as conversas, quase sempre ligeiras, Baccelli pede mais

detalhes aos visitantes sobre seus entes queridos e as circunstâncias

da morte. Informações como nomes de avôs e avós são anotadas por ele,

muitas vezes, em pequenos pedaços de papel, levados mais tarde até a

mesa do salão principal, o palco da psicografia.

 

 

Quem organiza a fila é um carteiro aposentado de Uberaba, o seu Paulo,

sempre simpático e dedicado. Ele se posiciona em frente à porta da

saleta, que se fecha assim que cada visitante entra.

 

 

Neste sábado, ele está preocupado com a família que veio de carro de

Florianópolis em busca de uma mensagem do filho morto. Foram dezenove

horas de viagem.

 

 

O pai do jovem está na fila e recebe instruções solidárias do seu Paulo:

 

 

— Capricha, hein? Conta tudo pro médium pra você receber sua mensagem.

 

 

O pai entra sozinho na saleta e, para alívio do seu Paulo, fica quase três minutos lá dentro.

 

 

— Este deve receber a cartinha — prevê o ex-carteiro, agora encarregado da correspondência entre vivos e mortos.

 

 

O seu Paulo quase nunca erra.

 

 

[...]

 

 

Uma das cartas chama atenção especial pela crise de choro provocada na

platéia. Um choro profundo, desesperado, que começa com lágrimas e

soluços e termina com berros, gritos de dor e de saudade.

 

 

Querido papai Manoel João, querida mamãe Maria Therezinha, Esqueçamos o

acidente de que fui vítima. Imaturidade aos 23 anos de idade…

 

 

Os avós são citados, com nomes e sobrenomes, entre detalhes sobre as circunstâncias da morte: um acidente de carro.

 

 

Quando a sessão termina, aproximo-me da mãe, ainda aos prantos, ao lado do marido contido e tenso.

 

 

Demoro a reconhecê-lo.

 

 

É o pai de Florianópolis, instruído pelo solidário seu Paulo.

 

 

Dona Maria Therezinha não tem nenhuma dúvida: o filho dela está vivo.

 

 

O seu Manoel João responde antes que eu tenha tempo de perguntar:

 

 

— Tudo o que está na mensagem eu contei para o médium lá na sala — ele diz.

 

 

Depois disso, Marcel Souto Maior entrevista Baccelli:

 

 

— Por que o senhor… digamos… “entrevista”, antes da sessão, os

visitantes que vêm aqui em busca de mensagens? Por que são necessárias

tantas informações?

 

 

Baccelli tem uma resposta pronta:

 

 

— O trabalho de psicografia não é só dos espíritos. É do médium também.

O médium é parte integrante da equipe espiritual e deve ser o guardião

da autenticidade de cada mensagem.

 

 

A coleta de informações antes da sessão teria, segundo o médium, as

seguintes funções: facilitar a sintonia com os espíritos e preservar o

trabalho de qualquer “fraude maledicente”.

 

 

— Este, Baccelli, é um cenário de dor, fé, esperança e de desconfiança

também. Muitos pais duvidam da autenticidade das mensagens quando

encontram, nas cartas destinadas a eles, dados já revelados ao senhor —

argumento. Baccelli reage com calma:

 

 

— Este não é um problema meu. Não cabe ao médium duvidar. As pessoas

duvidam até da existência de Deus, apesar de estarem diante da maior

evidência de todas: a criação do mundo.

 

 

A resposta se prolonga:

 

 

— Normalmente as pessoas não querem apenas uma simples mensagem. Elas

estão aqui porque querem o filho de volta, e isto as mensagens não

conseguem fazer. Cada mensagem é de conforto, de esclarecimento, mas

não é de convicção para aquele que não quer crer. A fé é uma conquista

individual. Nós não nascemos com fé. A fé, como a paciência, como tudo,

é uma conquista. A mensagem é um material de reflexão.

 

 

A conversa se encerra com uma citação de Paulo de Tarso:

 

 

— A profecia não é para os que duvidam, é para os que crêem — diz Baccelli.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclusão

 

 

 

A menos que Baccelli se submeta a testes controlados, que impeçam o

vazamento de informações, não vejo motivo algum para considerar sua

mediunidade autêntica. Seu ato de fazer várias perguntas aos familiares

sobre o morto e o uso de um assistente (um ex-carteiro) que incentiva

as pessoas a passarem informações, são altamente sugestivos de fraude.

 

 

 

Os demais médiuns de Uberaba ainda vivos deveriam se submeter a testes

controlados também, até mesmo para saber o quão confiável é sua

mediunidade. Uma pena que não haja ninguém atualmente fazendo pesquisas

em laboratório com tais médiuns.  Espero que este artigo chame a

atenção para que crentes e céticos se unam no ideal de fazer uma

pesquisa que elucide o que se passa em Uberaba: se uma fraude ou um

fenômeno genuíno.

 

 

 

 

Bibliografia

 

 

 

Por Trás do Véu de Ísis – Uma investigação sobre a comunicação entre vivos e mortos (2004), de Marcel Souto Maior

 

Fonte: http://obraspsicografadas.haaan.com/

 

Nostromo2010-10-01 04:49:02

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Eu acho que esse artigo ai ta mais pro topico religião não???

 

Mas de qualquer forma, eu não poderia opinar, nunca fui a uma seção espírita...

 

Mas eu tenho uma teoria pra discutir, se esses caras perguntam tanto deve ser pra ver se a pessoa que vai lá ta falando a verdade, além de obter informações é claro.03

 

Ta parei, to vendo muito The Mentalist. 06
LEospider2010-10-01 16:14:18
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Eu acho que esse artigo ai ta mais pro topico religião não???

 

Mas de qualquer forma' date=' eu não poderia opinar, nunca fui a uma seção espírita...

 

Mas eu tenho uma teoria pra discutir, se esses caras perguntam tanto deve ser pra ver se a pessoa que vai lá ta falando a verdade, além de obter informações é claro.03

 

Ta parei, to vendo muito The Mentalist. 06
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Não porque psicografia é um suposto fenômeno paranormal não ligado a

uma prática religiosa específica. Psicografia é praticada por

ocultistas, feiticeiros, espíritas, curiosos... Como a brincadeira do copo.

 

Eu já acho que eles perguntam muito para obter informações que lhe permitam traçar um perfil do falecido. Assim eles podem fingir escrever como o falecido de maneira convincente para os familiares ingênuos.

 

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Pseudociência: Grafologia

 

 

 

 

 

Em sua última entrevista para um emprego, tudo correu bem, você tinha

certeza que o cargo seria seu, mas estranhamente não retornaram a

ligação. Talvez você nem suspeite, no entanto seus garranchos, isto

mesmo, sua letra talvez o tenha eliminado. Apesar de não haver

comprovação científica sobre a validade da análise da escrita para

determinar personalidade ou desempenho profissional, a grafologia é

utilizada por mais de um terço das empresas no Brasil para contratação

de pessoal e avaliação interna de funcionários.

 

 

 

[...]

 

 

 

Apesar da roupagem pretensamente científica que toda pseudociência

possui, a grafologia se baseia no mesmo princípio do mais primitivo (e

do mais atual) pensamento mágico: o princípio da similaridade.

Encontramos o princípio da similaridade desde a homeopatia até às

práticas de vodu, nas quais uma imagem de uma determinada pessoa é

utilizada para influenciá-la positiva ou negativamente. Também é

encontrado na astrologia, onde, por exemplo, pessoas do signo de Touro

possuiriam as características deste animal, como a teimosia. Assim, na

grafologia, para citar alguns exemplos, letras de pessoas raivosas

apresentariam grande pressão e linhas retas, ao passo que amor é

expresso através de letras curvilíneas e com leve pressão. A tristeza

ou pessimismo seriam traduzidos por linhas descendentes, assim como

otimismo por linhas ascendentes. Um punho inconstante com letras sendo

desenhadas de forma diferente todo o tempo representaria pessoas

"inconstantes". Aparentemente, características físicas como um gingado

ao caminhar também aparece em uma escrita "gingada" (The Complete

Idiot's Guide to Handwriting Analysis, por Sheila R. Lowe).

 

 

 

[...]

 

 

 

Os grafólogos também alegam poder diagnosticar doenças como

hipocondria, paranóia, esquizofrenia e depressão, mas não há estudos

científicos publicados em revistas de renome, que suportem tais

alegações. No entanto é possível encontrar anúncios de cursos de

grafologia que dizem explicitamente que após a conclusão o aluno será

capaz de realizar a "detecção de casos de hipocondria, depressão,

pressão arterial, cleptomania e doenças de fins neurológicos". E que

tal a seguinte descoberta de Maurício Xandró, apresentada em seu livro

"Grafologia para Todos"? Ele afirma ser possível afirmar pela

observação do seu D maiúsculo, se uma pessoa é crente ou atéia. Ele

deixa claro que isto só é possível para aquelas em cuja língua mãe deus

é iniciado pela letra D.

 

 

 

[...]

 

 

 

A grande maioria dos trabalhos cientificamente rigorosos não corrobora

a tese dos grafologistas, que, no entanto, se agarram a estudos antigos

do início e metade do século passado. Muitos destes não apresentam

grupos de controle (exemplo: pessoas leigas também realizando as

análises) e outros utilizavam como fato validante da análise

grafológica o autoreconhecimento das pessoas no perfil traçado.

 

 

 

Uma lista razoável de referências sobre pesquisas científicas sobre

grafologia podem ser encontradas no site Graphic Insight, porém ao

contrário do que se poderia supor, muitas das referências citadas

apresentam resultados contrários à grafologia.

 

 

 

[...]

 

Conclusão

 

 

 

Se não há fundamento científico de que a grafologia seja capaz de

predizer a personalidade de uma pessoa, porque é tão utilizada? O

problema é que ela "soa verdadeira", pois seus princípios são baseados

em metáforas e associações livres facilmente compreendidas por qualquer

um. Por exemplo, pessoas espiritualizadas e bem educadas possuem

pensamentos elevados, logo os pingos altos nos i's são uma indicação

destas qualidades; assim como uma pessoa deprimida fica para "baixo", a

escrita descendente indica depressão.

 

 

 

Além disso, muitas informações sobre uma pessoa podem ser tirados do

texto em si e apesar de os grafólogos negarem que utilizam tais pistas,

em uma entrevista para emprego geralmente é pedida para análise uma

carta de apresentação de próprio punho e para consultas individuais

geralmente são utilizadas cartas pessoais.

 

 

 

A análise grafológica é mais barata, simples e rápida do que conduzir

entrevistas, aplicar testes cognitivos ou outros mecanismos para

previsão e avaliação de desempenho. Junte a isso o já mencionado fato

de que os gerentes e avaliadores nunca poderão saber se as pessoas

dispensadas teriam um desempenho melhor do que aqueles "selecionados"

pela grafologia. Existe um círculo vicioso: pessoas que deixam de se

contratadas com base na análise da escrita ao descobrir a razão do

"fracasso" procuram grafologistas para ajustar a letra às premissas da

grafologia (obviamente pagando caro por isso) e passam nos testes de

grafologia que a empresa aplica, após ter pagado caro pela consultoria

grafológica também.

 

 

 

Nos EUA já se começa a especular que seria possível processar as

empresas que usam grafologia para contratações e avaliações por

difamação, "afirmar coisas sobre alguém sem ter base sólida para tal",

com base nas leis contra discriminação existentes por lá. Realmente não

há base científica sólida e também pode ser considerado discriminação

deixar de contratar ou promover alguém por falta de habilidade motora

para produzir uma letra agradável ao olhar dos grafologistas.

 

 

Texto completo, incluindo referências e links, aqui: http://www.projetoockham.org/pseudo_grafologia_1.html

 

 

 

 

 

 

Nostromo2010-10-02 04:55:18

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