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Os Rumos de Hollywood


Kurt
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Estava assistindo no Jornal da Globo ontem uma reportagem do Nelson Motta a cerca da carreira de Francis Ford Copolla e de seus contemporaneos, Steven Spielberg, Martin Scorcese e George Lucas. Na matéria, falava-se que esses quatro lideraram uma revolução no cinema americano, nos anos 70, quebrando o velho "esquemão" (gostaria que alguém me explicasse melhor do que se trata esse tal "esquemão"), e trazendo sangue novo para as telonas, com filmes audaciosos e autorais, como Apocalypse Now, Star Wars, Contatos Imediatos e Taxi Driver, entre outros.

 

Na mesma matéria, eles indicam que Spielberg e George Lucas seguiram a trilha do sucesso com seus bluckbusters, sempre acompanhando as novas tendências tecnológicas dos efeitos especiais. Já Martin Scorsese e Copolla, depois de alguns altos e baixos, continuam tentando seguir a trilha que abriram, há 30 anos, porém atentos a novas tendências, não necessariamente tecnológicas (O novo filme de Copolla é independente, e se não estou enganado é filmado em P&B e bastante autoral, fugindo do estilo blockbuster). Os quatro foram citados, na matéria, pelo Nelson Motta, como os novos donos do tal "esquemão" nos EUA.

 

O que vocês acham disso? Será que está na hora de haver outra sacudida no mercado cinematográfico americano? Ou isso já está ocorrendo/ocorreu? Quais são os rumos do cinema hollywoodiano, para os próximos anos?
Kurt2009-05-30 18:09:37
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Excelente tópico. 10

 

Acho que precisa de um 'sacudida' sim, em tempos onde os filmes mais criativos são os remakes. A nova tendência no momento são os filmes independentes (o gênero que o Copolla está usando).

 

Mas precisa aparecer algum diretor de qualidade, que apresente um material novo e criativo. Os 4 excelentes diretores citados (e mais alguns, é claro) não vão viver pra sempre... Felizmente ainda temos novos roteiristas de qualidade como Justin Theroux que estreou com o excelente roteiro de Trovão Tropical e promete muito no segundo Homem de Ferro. Mas bons e novos diretores estão faltando e se continuar assim, esta nova crise criativa de Hollywood vai se agravar muito.

 

 
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O que vocês acham disso? Será que está na hora de haver outra sacudida no mercado cinematográfico americano?

 

Já passou da hora. Agora o público americano (influenciado por uma mídia inócua e superficialista) já se acostumou com os Bays da vida. E gostam' date=' então fazer o que? Michael Bay neles!

 

Ou isso já está ocorrendo/ocorreu?

 

Sem chance. Ainda mais em tempo de crise financeira.

 

Quais são os rumos do cinema hollywoodiano' date=' para os próximos anos?
[/quote']

 

Cada vez mais explosões, trilhas sonoras estridentes, estereótipos, e claro, muito Michael Bay.
BrnoSoares2009-05-30 18:36:38
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Não sei ao certo o que quiseram dizer com “esquemão”.

 

O que eu sei é o seguinte:

 

Não estou familiarizada com os filmes da década de 60. Assisti alguns, não o suficiente pra fazer uma análise por mim mesma. O que eu sei daquela época é o que eu li a respeito. Que os velhotes chefões dos estúdios, insatisfeitos com a revolucionária década de 60, não permitiam que a realidade fosse retratada pelos filmes (naquela época os estúdios dominavam Hollywood), forçando o cinema a mostrar um mundo que eles consideravam ideal. Consequentemente, as pessoas foram perdendo a vontade de ir ao cinema, pois não se viam retratadas nos filmes. Hollywood começou a ruir, os estúdios estavam em crise. Na década de 70 (ou talvez seja mais correto dizer que foi no final da década de 60), surgiram cineastas que começaram a tal revolução e arrancaram Hollywood da decadência.

 

Lembro de ter visto Scorsese dizer (isso foi em extras de DVD ou quando ele ganhou o Oscar) algo mais ou menos assim: hoje não é mais como na época em que a gente tinha liberdade pra fazer tudo.

 

Eu queria uma nova década de 70, e que durasse mais do que uma década. Mas não tenho esperança de que aconteça.

 

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Hollywood (assim como vários outras coisas) vai onde o público vai, e o ideal deveria ser o contrário. O cinema sem "fórmulas" ou esquemas é o cinema autoral (mas por exemplo, o estilo autoral do James Cameron é a megalomania cheia de efeitos - e funciona, logo não é uma questão pseudo-intelectualóide).

 

E é justamente isso que ocorreu nos anos 60-70, apesar de que um John Cassavetes da vida sempre esteve ali, só não foi tão mainstream quanto esses 4. Mike Nichols, Arthur Penn, John Schlesinger, eentre MUITOS outros,  já estavam quebrando esquemas (que acredito serem os musicais e épicos como "O Canhoeiro de Yan-Tsé", e "Alô, Dolly!", filmes que são bons mas não correspondiam àquele período conturbado de troca de valores políticos, sociais, culturais e familiares.

 

Edit: Nossa, fiquei até com vergonha de não ter citado talvez o maior nome dessa época, o Robert Altman, que sempre odious esquemas.
Stradivarius2009-05-30 19:00:17
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Eu não acho que o cinema americano vive uma fase "fraca"; os Bays da vida que o Bruno citou sempre existiram; não sou pessimista. A questão é: não dá para criar algo completamente novo e inovador - a tendência é recriar coisas já utilizadas, mesclar com outras, para dar um ar novo aos filmes. O cinema comercial sempre foi pautado, em sua maioria, nas produções "médias", são poucos os filmes realmente bons. Talvez com a crise Hollywood repense suas atitudes e tenha que, com menos dinheiro, fazer coisas mais originais.

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Compartilho da opinião do Pantalaimon. Sempre houve o cinema de massa em Hollywood' date=' e mesmo assim sempre apareceram obras excelentes no meio desse cinema.  [/quote']

 

 

Deixando a ironia de lado, concordo com ambos, até pq muitos dos meus filmes prediletos foram lançados da metade da década de passada pra cá (alguns deles se encaixando no "genero" blockbuster, inclusive). Mas o que me parece evidente é que o medo que a indústria tem de ousar vem crescendo de uns anos pra cá. Algo que vem se refletindo nas sucessivas falancias de estúdios independentes, avidamente incorporados aos maiores.
BrnoSoares2009-05-30 20:21:22
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Hoje tudo é mais fragmentado em termos de estilos e produções. Tem gente de todo tipo fazendo todo tipo de filme. Sem contar o acesso maior á produção de todas as partes do mundo. A tal da globalização, tão ideologicamente criticada, nós traz muita variedade no aspecto cultural.

E isso tumultua ainda mais positivamente, no meu modo de ver, o atual esquema de produção.

 

Por isso não dá mais para colocar o cinema americano apenas como "a velha Hollywood".

Existem muitas "Hollywoods" no cinema americano. Para cada Michael Bay e discípulos existe um bocado de diretores mais "discretos"  fazendo bons filmes.

Entre eles diretores de renome como os 4 mestres citados.

Mas também tem gente nova no pedaço.

 

Claro que não dá mais para surgir uma mudança drástica como a causada por Scorsese e sua turma nos anos 70. Naquele tempo Holywood era mais compacta, uniforme, padronizada em termos de temas e abordagens. Isso deu maior destaque ás obras daqueles então inovadores.

 

Hoje nada mais causa impacto pois tudo já foi experimentado.

O que não quer dizer que o bom cinema não possa continuar existindo.

Ele existe e continua tão vivo quanto antes.

E os "blockbusters" não atrapalham esse tipo de cinema. 

Grandes filmes também tem a sua função. Arrecadam grana e mantém vivos os estúdios. E na maioria das vezes divertem também.

Não sejamos excessivamente críticos. Ou ingratos.

Afinal, criticamos esses pesos pesados de bilheteria mas corremos prá conferir assim que são lançados, certo?03

 

Essas teorias pessimistas sempre estão na moda. E muitas vezes embarcamos nelas pois saudosismo é foda.

Se perguntarmos para alguém que viveu  nas décadas de 50 ou 60 dos século XX  sobre o panorama daqueles tempos ele vai dizer que foi ali que Hollywood acabou.

Sem contar que prá muitos ela acabou com o cinema falado. Ou com o advento da cor.03
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Afinal' date=' criticamos esses pesos pesados de bilheteria mas corremos prá conferir assim que são lançados, certo?03[/quote']
Critricamos? 09
Fale por si mesmo. A gente não vive criticando o cinema comercial gratuitamente e depois assistindo hipocritamente.



 

 

Depende do filme, oras. Se for uma trilogia Bourne da vida eu vou correndo MESMO. Agora, se for um Wolverine - Origem não sei das quantas...

 

E tem muito "filme de arte" por aí que que me dá nojo tb.
BrnoSoares2009-05-30 22:08:27
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Não quis dizer que a gente não corre pra ver filmes

comerciais. Quis dizer que a gente não corre hipocritamente.

 

Quem vive discutindo cinema aqui, pelo que eu vejo, não vive menosprezando os filmes comerciais (critica ou elogia do mesmo jeito que faz com o cinema de arte). Mas de vez em quando chega alguém aqui pensando que somos um bando de esnobes, que só sabemos rejeitar o cinema comercial e adorar o cinema de arte.

 

Lucy in the Sky2009-05-30 22:13:45

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Afinal' date=' criticamos esses pesos pesados de bilheteria mas corremos prá conferir assim que são lançados, certo?03[/quote']
Critricamos? 09
Fale por si mesmo. A gente não vive criticando o cinema comercial gratuitamente e depois assistindo hipocritamente.



 

 

Depende do filme, oras. Se for uma trilogia Bourne da vida eu vou correndo MESMO. Agora, se for um Wolverine - Origem não sei das quantas...

 

E tem muito "filme de arte" por aí que que me dá nojo tb.

 

Exatamente, Soares. Foi o que quis dizer em relação aos blockbusters.

 

Pô, Lucy, não vamos começar a discutir de novo como no tópico da Jovovich, o.k.? . Não se pode fazer uma pequena ironia que você leva à sério?

Usei o pronome "nós" de maneira leve. Não serve nem prá mim pois nele não me encaixo. É apenas uma forma de expressão, baby.

Se não serve também prá você, beleza. Mas conheço uma pá de gente que fala, fala, reclama e tal mas depois tá lá, em primeiro lugar na fila do ingresso.03
MacQueen2009-05-30 22:27:05
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Não é que tudo esteja ruim e não existam bons filmes atualmente, é lógico que existem! Mas a indústria poderia ganhar uma sacudida. Uma nova revolução positiva (não simplesmente uma volta ao passado, não pra ser exatamente igual ao passado). Foi isso que eu quis dizer no final do meu primeiro post (final que talvez chegue a ser diretamente criticado por certas pessoas).

 

Quem precisa muito de uma mudança é a animação. O público não quer filmes de animação sérios e complexos, nem sequer com um estilo adulto comercial. Por causa disso, o cinema de animação ficou cimentado no mundo dos filmes família (que muita gente classifica como infantil). Como eu sempre digo, a animação pode ser usada pra contar qualquer tipo de história, mas infelizmente não é.

Lucy in the Sky2009-05-30 22:30:26

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Vc já viu Waltz With Bashir, Lucy? Aquela animação de guerra? Tô louco pra ver.

 

Sim, existe esse carma de ter que ser feito pra toda a família pra o genero. Mas, em compensação, se existe um sinonimo pra qualidade hoje em Hollywood, é a Pixar.
BrnoSoares2009-05-30 22:41:07
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De fato, a Pixar é referência em termos de qualidade. Como já foi dito muitas vezes, hoje os desenhos são feitos também para adultos enquanto o cinema tradicionalmente "adulto" sofre de uma infantilização nunca antes vista.

 

O cinema inovador dos anos 70 tinha todos os grandes nomes já citados e tinha público. Um Sidney Lumet, por exemplo, dava bilheteria com "Um Dia de Cão" ou "Sérpico".  Ou seja, era também comercial.

 

Hoje a infantilização é quase generalizada. Os "blockbusters" normalmente tem roteiros horríveis e simplificações inacreditáveis, como se a platéia fosse incapaz de entender uma sequência ou trama mais complexa.

Não é pequena a lista de filmes que têm um argumento bacana mas que se perdem na tentativa de atingir um público maior para dar lucro. O pior é que se desperdiçam boas idéias e nem sempre conseguem o retorno  esperado. Difícil negar que a grande maioria do que chega aos nossos cinemas vindo de Hollywood é, infelizmente, de péssima qualidade.

 

Já com a animação é diferente. Raras são as que apelam para simplificações e o infantilismo.

Essa inversão "desenhos adultos / filmes infantis"" não deixa de ser bastante curiosa.

 

A pergunta é: dá pra se fazer filmes caros e de bilheteria com qualidade? Ou, por que se tem de baixar tanto o nível?

Se a animação consegue unir qualidade e grana por que o "cinema tradicional" tem essa dificuldade?

 

Dizer que o público americano é alienado ou burro é tolice. Não é por aí. Porque o que vende lá normalmente vende em todo lugar. E

se o público fosse tão desprovido de inteligência como críticas apressadas querem supôr a Pixar, por exemplo, já teria falido.

 

P.S. Espero que a maioria dos que leram o que escrevi até o momento não tenha me interpretado equivocadamente. Jamais tive ou tenho a intenção de fazer críticas pessoais ou a quem quer que seja.  Num fórum colocamos nossas opiniões porque é legal debater aquilo que gostamos. E que as discordâncias ocorram nas argumentações, o que é o correto. Se me expressei mal em algum instante, não foi por querer. O.k.?
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Odeio preconceitos infundados com os filmes; eu sempre dou chance a todos; quase todos, vai. Não irei ver Hannah Montana nunca, mas porque é evidente, enfim. Eu odeio filme comercial ruim; mas quando um blockbuster consegue ser bom, aí é uma coisa mesmo. E sempre temos um exemplo no ano pelo menos. Em 2005 foi King Kong, ano passado Batman. Esse ano o comercil bonzão é o Trek?

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Hoje a infantilização é quase generalizada. Os "blockbusters" normalmente tem roteiros horríveis e simplificações inacreditáveis' date=' como se a platéia fosse incapaz de entender uma sequência ou trama mais complexa.

Não é pequena a lista de filmes que têm um argumento bacana mas que se perdem na tentativa de atingir um público maior para dar lucro. O pior é que se desperdiçam boas idéias e nem sempre conseguem o retorno  esperado. Difícil negar que a grande maioria do que chega aos nossos cinemas vindo de Hollywood é, infelizmente, de péssima qualidade.

 
[/quote']

 

Eu já acho que em outros aspectos é justamente o contrário: vemos a valorização da trama aonde ela poderia ser simples. Raro hoje em dia personagens que não enfrentam dilemas ou passem por problemas pessoais ou sociais. Aliás, esta dramatização das personagens é vista como positiva por si mesma, e os filmes que não complexifica os protagonistas são taxados como filmes rasos (e diga-se de passagem que boa parte da complexificação é delimitada nas dúvidas pessoais).

Comparemos o Batman e o Super-Homem de hoje com os anteriores. Nada mais emblemático.Passe por Homem-Aranha e x-men...

O próprio Halloween é outro exemplo! O original mostra o vilão movido por um desejo macabro e só. Como falado no próprio filme, é o mal em pessoa. A história não explica e nem dá satisfação à quem assiste do porquê o menino matar a irmã...Agora, na refilmagem é essencial mostrar o trauma pelo qual passou Myers para justificar os assassinatos.

Dificilmente o público de hoje aceitaria a caracterização dos filmes anteriores sem achar que banalizam os personagens.

Não tem mais espaço para Indiana Jones atualmente. E quando ele voltou, ele teve que trazer junto um dilema pessoal, uma relação ambígua com a realidade.

Além disso, as tramas valorizam, além da dramatização dos protagonistas, a complexificação do desenvolvimento narrativo, gerando rupturas ao longo da história como se as próprias reviravoltas fossem o mérito em si...

 

Bem e Mal bem delimitados? Nunca! Filme com finais felizes? Infantil! Filmes sem reviravoltas mirabolantes? Filmes medíocres...
Conan o bárbaro2009-05-31 08:17:37
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Compartilho da opinião do Pantalaimon. Sempre houve o cinema de massa em Hollywood' date=' e mesmo assim sempre apareceram obras excelentes no meio desse cinema.  [/quote']

 

 

Deixando a ironia de lado, concordo com ambos, até pq muitos dos meus filmes prediletos foram lançados da metade da década de passada pra cá (alguns deles se encaixando no "genero" blockbuster, inclusive). Mas o que me parece evidente é que o medo que a indústria tem de ousar vem crescendo de uns anos pra cá. Algo que vem se refletindo nas sucessivas falancias de estúdios independentes, avidamente incorporados aos maiores.

 

Tu diz ironia da minha parte? Tudo que eu falei no meu post é o que eu penso, não teve duplo sentido nenhum.

 

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Eu já acho que em outros aspectos é justamente o contrário: vemos

a valorização da trama aonde ela poderia ser simples. Raro hoje em dia

personagens que não enfrentam dilemas ou passem por problemas pessoais

ou sociais. Aliás' date=' esta dramatização das personagens é vista como

positiva por si mesma, e os filmes que não complexifica os

protagonistas são taxados como filmes rasos (e diga-se de passagem que

boa parte da complexificação é delimitada nas dúvidas pessoais).

Comparemos o Batman e o Super-Homem de hoje com os anteriores. Nada mais emblemático.Passe por Homem-Aranha e x-men...

O próprio Halloween é outro exemplo! O original mostra o vilão

movido por um desejo macabro e só. Como falado no próprio filme, é o

mal em pessoa. A história não explica e nem dá satisfação à quem

assiste do porquê o menino matar a irmã...Agora, na refilmagem é

essencial mostrar o trauma pelo qual passou Myers para justificar os

assassinatos.

Dificilmente o público de hoje aceitaria a caracterização dos filmes anteriores sem achar que banalizam os personagens.

Não tem mais espaço para Indiana Jones atualmente. E quando ele

voltou, ele teve que trazer junto um dilema pessoal, uma relação

ambígua com a realidade.

Além disso, as tramas valorizam, além da dramatização dos

protagonistas, a complexificação do desenvolvimento narrativo, gerando

rupturas ao longo da história como se as próprias reviravoltas fossem o

mérito em si...

 

Bem e Mal bem delimitados? Nunca! Filme com finais felizes? Infantil! Filmes sem reviravoltas mirabolantes? Filmes medíocres...
[/quote']

 

 

 

Outro bom exemplo é o James Bond. Esse reinício da franquia faz todo um

estudo de como ele surgiu. E deu muito certo, mas isso não é regra.

Essa necessidade de explicar tem potencial pra ser destruídora, vide o

exemplo de Halloween.

 

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Concordo que os filmes citados realmente fizeram uma tentativa de dar densidade à trama e seus personagens. E isto funcionou. Mas não seriam exceções que fogem à regra?

Sobre o Indiana novo, acho que ele erra justamente por tentar criar um drama pessoal pro personagem. Deveria ter sido como antes, livre, leve e solto. Sem firulas. Aventura pura.

 

Ser aventura pura não significa necessariamente ser ruim ou desprovido de qualidades.

E colocar dramas pessoais ou supostamente complexos não aumenta a qualidade de um filme.

Tudo depende de como a coisa é feita , nê?

Nem todo filme consegue ser "O Cavaleiro das Trevas".

 

Mas em relação á questão que deu início ao tópico, as previsões pessimistas sobre Hollywood são antigas. Sempre existirá quem não goste do rumo das coisas. Mas no balanço geral o cinema americano sobrevive bem com filmes grandes bons e ruins. E também com filmes "menores" de qualidade acima da média e outros nem tanto.

 

Agora, o cinema comercial é bem menos ousado. Percebemos isso analisando a questão dos ídolos. Poucos atores se arriscam em personagens e tramas que fujam do convencional. Tem sempre a questão da "imagem". Os roteiros sempre aliviam a barra dos personagens, como se isso pudesse desagradar aos fãs dos atores. Isso no cinema dito comercial, que fique claro.

 

E sobre roteiros, quantos finais amargos ou realistas vemos no cinema de hoje? "Um Dia de Cão" refilmado terminaria daquele jeito? Ou "Taxi Driver"? " Ou "O Touro Indomável"? Quantos filmes têm a ousadia de "Straw Dogs", "Wild Bunch" ou qualquer outro de Sam Peckinpah?

 

O cinema comercial dos anos 70, década que o Kurt citou no início do tópico, era feito para um público adulto. O de hoje visa primeiramente ao jovem entre 14 e 20 anos. A todo momento lemos notas sobre decisões de estúdios editando suas obras para poderem ser vistas por menores de 13 ou 17 anos.

Isso faz uma grande diferença no resultado final. Tudo bem que depois vem a "versão do diretor" no DVD. Mas não é a mesma coisa, nê?
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Agora' date=' o cinema comercial é bem menos ousado. Percebemos isso analisando a questão dos ídolos. Poucos atores se arriscam em personagens e tramas que fujam do convencional. Tem sempre a questão da "imagem". Os roteiros sempre aliviam a barra dos personagens, como se isso pudesse desagradar aos fãs dos atores. Isso no cinema dito comercial, que fique claro.

 

E sobre roteiros, quantos finais amargos ou realistas vemos no cinema de hoje? "Um Dia de Cão" refilmado terminaria daquele jeito? Ou "Taxi Driver"? " Ou "O Touro Indomável"? Quantos filmes têm a ousadia de "Straw Dogs", "Wild Bunch" ou qualquer outro de Sam Peckinpah?

 

O cinema comercial dos anos 70, década que o Kurt citou no início do tópico, era feito para um público adulto. O de hoje visa primeiramente ao jovem entre 14 e 20 anos. A todo momento lemos notas sobre decisões de estúdios editando suas obras para poderem ser vistas por menores de 13 ou 17 anos.

Isso faz uma grande diferença no resultado final. Tudo bem que depois vem a "versão do diretor" no DVD. Mas não é a mesma coisa, nê?
[/quote']

Concordo completamente.

 

Hollywood é um cinema comercial... Seus filmes não são ousados exatamente por isso, eles tem que agradar a qualquer custo, ou seja: inovação zero. Mas o problema é que essa fórmula cansou, e ninguém sabe mais o que fazer. Vejam só as excelentes idéias do chamado cinema arte... Se pegassem tais idéias e as levassem para esse cinema comercial, seria a nova 'revolução cinematográfica', mas como já dito, inovar que é bom nada.
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Vc já viu Waltz With Bashir' date=' Lucy? Aquela animação de guerra? Tô louco pra ver[/quote']

Não. Vou baixar.

 

 

Sim' date=' existe esse carma de ter que ser feito pra toda a família pra o genero. Mas, em compensação, se existe um sinonimo pra qualidade hoje em Hollywood, é a Pixar.[/quote']

É verdade.

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Compartilho da opinião do Pantalaimon. Sempre houve o cinema de massa em Hollywood' date=' e mesmo assim sempre apareceram obras excelentes no meio desse cinema.  [/quote']

 

 

Deixando a ironia de lado, concordo com ambos, até pq muitos dos meus filmes prediletos foram lançados da metade da década de passada pra cá (alguns deles se encaixando no "genero" blockbuster, inclusive). Mas o que me parece evidente é que o medo que a indústria tem de ousar vem crescendo de uns anos pra cá. Algo que vem se refletindo nas sucessivas falancias de estúdios independentes, avidamente incorporados aos maiores.


Tu diz ironia da minha parte?

 

 

Da minha.
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