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Mr. Scofield
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white_10.jpg

 

Cão Branco, de Samuel Fuller (4/4) - REVISTO

é,

não adianta, esse é obra-prima forte mesmo. o Fuller mostra aqui que dá

pra juntar tudo no pacote, clichês, sociologia, trilha sonora,

ENQUADRAMENTOS DO CARALHO, polêmica, etc, sem perder a mão. a questão é

que, ele pega tudo e faz da forma mais direta possível. trata do

racismo sem nenhuma sutileza (e quem disse que sutileza é qualidade,

necessariamente?), entra pela porta dando um bico, esfrega na cara do

público médio americano (e do mundo, course) - muito bem representado pelo velhinho simpático e repugnante, dono do cão - a sua hipocrisia.

 

um povo que está tão evoluído que, prescinde de um Star Wars

(quem viu entenderá a raferência hehe) da vida, sequer soube lidar com

uma questão tão... tão... simples? quanto o racismo. simples do ponto

de vista de que é uma imbecilidade tão óbvia que, bom... enfim. e fora

que ele filma o cão, dando indícios claros de que ele não é o

verdadeiro culpado, não nos faz acusá-lo, mas também não nos faz

aceitá-lo, o que é pior, já que a gente não sabe bem o que quer em

relação a ele. fica aquela coisa de se autopodar. a sequência final é

bem ilustrativa disso, ao passo que, ao que parece, o cão está, de

fato, curado. a câmera vem flutuando, girando, mostra a feição dele,

língua pra fora, simpático... gira, gira, quando fecha os 180º, bom...

ali está: a outra face, a raiva estampada na cara do bicho, essa

dualidade (sem contar que, ali a gente vê, que não só é um racista, mas

um assassino nato e te pergunta: há ressocialização? nah, mete um tiro

nessa praga). o Fuller conseguiu mostrar a dualidade através da imagem

em questão de segundos, e com um giro de câmera excepcional. e nem vou

citar as câmera lenta, esse cara, definitivamente, sabe usá-la (a cena

acima que o diga). dá mais pena ainda daquele vômito que atende pelo

nome de Crash.

batgody2009-10-31 13:03:34

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  • 4 weeks later...
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As 3 Faces do Mal (The Washing Machine / Vortice Mortale - Ruggero Deodato, 1993)

 

 

 

Tem um tom de thriller convencional que vai sendo frame-a-frame ‘estragado’ e sugado pra uma atmosfera erótico-hermético-onírico-wtf quase como uma representação do plot policial comum quando absorvido pelo horror (no caso, o italiano [no caso, o de Deodato **no caso, o do cara que fez Cannibal Holocaust**] – dois gêneros que se combinam pra parir uma aberração de muito mau gosto da ‘genética’ cinematográfica – ou qualquer merda nesse sentido).

 

 

 

A estrutura copia o conceito do “Vortice Mortale” (título original), ou seja, segue em ciclos se perdendo e submergindo num espiral de acontecimentos e bizarrices, quando aquela linha espessa entre o sóbrio e o lunático vai se decompondo até que o nosso herói não passe de uma bola de vôlei jogada de um lado pro outro pelas tais “3 faces do mal” do título nacional, três das mulheres mais fantasticamente vagabundas-filhas-da-mãe já representadas num filme (uma delas literalmente o estupra, a outra mantém uma relação lésbico-pedófila com uma garota cega, e a outra quase dá pra ele em um museu diante de dezenas de deficientes visuais – isso pra ficar nos fatos mais notórios).

 

 

 

Não que seja mais um italiano totalmente doido e desorientado, pelo contrário, a elegância da narração do Deodato e o ritmo todo habilidoso com que ele vai te cercando e te trazendo pra o que mentia ser um suspense ordinário e que na verdade é puro delírio são troços que, por mais que travistam o filme em uma aura de anarquia e porralouquice “e ok, derramei chá de coca no roteiro, vâmo filmar essa porra de qualquer jeito”, trazem lá dentro girando uma em torno da outra a mais absoluta loucura coexistindo com a mais transparente consciência, ou seja, sabia que o sabiá sabia assobiá.

 

 

 

4/4

 

 

 

screenshots:

 

 

 

Se alguém entendeu alguma coisa de toda essa merda que eu vomitei aí, beleza, pra todos os outros, vejam The Washing Machine; vai ficar claro feito água:

 

 

 

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42295468.jpgForasteiro2009-11-28 18:29:36

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  • 3 weeks later...
  • 13 years later...
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On 9/23/2009 at 1:23 PM, Administrator said:

Opa. Mas aí você já estaria predisposto a não apreciar o filme, claro.

 

Certos filmes são obrigatórios. Entretanto, deve partir de nosso interesse assistir.

 

Por exemplo.. Um dos meus maiores pecados cinematográficos é O Poderoso Chefão. Não assisti. Reconheço: é uma trilogia obrigatória. Todavia, não me desperta interesse, mesmo sabendo que é obrigatório. Um dia, quando a vontade bater, vou assistir.

 

 

Mas será que esse interesse não já existe? A maior prova é que você disse "quando" ao invés de "se". Tipo assim, existem vários filmes que as pessoas têm relativo interesse em assistir, mas é tanto filme que a gente simplesmente não sabe por onde começar. Então o que a gente faz? Simples, a gente cria uma lista de filmes que tem interesse em assistir, e assiste somente os que estiverem nela. Somente quando ela acabar é que você cria uma nova lista, dessa vez com novos filmes. Então a pessoa se engana, achando que não tem interesse nesse filme, quando na verdade tem sim, só não tem interesse em assistir AGORA.

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