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Política/Eleições 2010


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Você são loucos em criticar as cotas. Os negros sofreram e sofrem muito no Brasil e no mundo. Cotas em universidade é pouco para reparar o dano.

 

Ainda que seja só um paliativo é o mínimo que se pode fazer.

Errado' date=' é menos que pouco. É menos que nada. Joga contra na verdade.
[/quote']

 

 O grande problema desse lance de cotas é essa parte em negrito. O regime de cotas é baseado num discurso distorcido e falacioso.
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O grande problema desse lance de cotas é essa parte em negrito. O regime de cotas é baseado num discurso distorcido e falacioso.

 

Sem querer me meter na conversa, mas já me metendo, achei isso interessante... Qual seria o discurso distorcido e falacioso na qual o regime de cotas se baseia?

 

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Você são loucos em criticar as cotas. Os negros sofreram e sofrem muito no Brasil e no mundo. Cotas em universidade é pouco para reparar o dano.

 

Ainda que seja só um paliativo é o mínimo que se pode fazer.

O sofrimento só será diminuído dando-se uma educação digna desde o ensino básico seja a favor dos negros, das mulheres, dos alunos de escolas públicas. Sistema de cotas afeta:

 

1) Pessoas que não se enquadram no benefício e que não têm nada a ver/não tem culpa com a problemática, reduzindo o número de vagas (propagando ódio);

 

2) Não proporciona melhora do ensino e pode conferir vagas a pessoas despreparadas para aquele nível dentro da Universidade, acirrando os preconceitos contra elas mesmas;

 

3) Cria novo círculo de ódio quanto a pessoas que teoricamente teriam "tomado" as vagas das classes abastadas por mérito próprio, como a Scarlet exemplificou.

 

Em tempo: sou negro, estudei em uma escola pavorosa, entrei na faculdade por mérito 3 vezes (Federal, porque não posso pagar por particulares) e vou fazer vestibular esse ano para tentar minha segunda formação acadêmica, pois já sou economista. Jamais utilizaria sistema de cotas para me beneficiar perante ninguém. Esta minha história mostra que, se o sistema de ensino ajudasse, inúmeros negros poderiam ser como eu, uma vez que não são melhores nem piores, são simplesmente iguais a todas as outras pessoas.

 

Paliativos só servem para adiar decisões importantes indefinidamente e acomodar pessoas em suas cadeiras a fim de abrir a boca para falar que no governo delas houve melhoria do número de vagas para tais classes (normalmente usando percentuais estatísticos).

 

 

Mr. Scofield2010-10-15 11:55:45

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Scofa, concordo com praticamente tudo que falou.

 

Mas, o paliativo é sim melhor que nada. Se os governantes usam isso para não resolver a questão em si e ganhar votos e tal já é outro problema.

 

Imagine-se morrendo de câncer com uma dor insuportável. O remédio que te dão não irá lhe curar, mas irá te diminuir a dor. Os governantes serão reeleitos embora não estejam investindo em descobertas da cura da doença. Você prefere não tomar o remédio e ficar com dor?
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 Preguiça' date=' Dook. Faz o seguinte: veja o porquê, a razão, o discurso que justifica a adoção do regime de cotas. Se você acha justo, ótimo. Be happy!

 
[/quote']

 

Eu não vou ver o porquê... eu perguntei pra você, justamente pq o discurso que eu conheço é o da exclusão... Esqueci de alguma coisa?

Dook2010-10-15 12:11:41

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Imagine-se morrendo de câncer com uma dor insuportável. O remédio que te dão não irá lhe curar' date=' mas irá te diminuir a dor. Os governantes serão reeleitos embora não estejam investindo em descobertas da cura da doença. Você prefere não tomar o remédio e ficar com dor?
[/quote']

 

 

 

A questão inclui um nível de complexidade que não entrou na tua metáfora. Imagine que esse remédio que tu vais tomar vai ser tirado de alguém que ainda tem possibilidade de cura. Ou então que ele custa muito caro e vai ser pago pela tua família, que vai passar um bom tempo vivendo com poucos recursos para amenizar a tua dor. Já não se torna tão linear e simples.

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Scofa' date=' concordo com praticamente tudo que falou.

 

Mas, o paliativo é sim melhor que nada. Se os governantes usam isso para não resolver a questão em si e ganhar votos e tal já é outro problema.

 

Imagine-se morrendo de câncer com uma dor insuportável. O remédio que te dão não irá lhe curar, mas irá te diminuir a dor. Os governantes serão reeleitos embora não estejam investindo em descobertas da cura da doença. Você prefere não tomar o remédio e ficar com dor?
[/quote']

A principal diferença é que o remédio não diminui a dor às custas dos que não a possuem. E outra, a pessoa que o contrai não tem possibilidade de, através de suas próprias forças eliminá-lo (ou seja, a ajuda do governo tem que abranger o processo COMPLETO, desde a pesquisa até a efetiva cura do paciente. No caso analisado, a melhoria de ensino é uma medida PARCIAL no processo e portanto, dá às próprias pessoas capacidade de lutar pelos seus próprios destinos em igualdade com todas as outras.

E é justamente do conformismo em marrom que eu me referia. É papel da sociedade lutar por isso ou conviverá perpetuamente com esta situação.

Mr. Scofield2010-10-15 12:19:29

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Bom, não tem como discutir. Eu penso exatamente como vocês na questão de que o governo deveria fazer o serviço completo e tudo mais.

 

Mas não condeno a medida paliativa no caso.

 

Seguindo o enterro. Vamos a um novo textinho que com certeza o Sapo vai ler06

 

 

"Você não votou na Dilma no primeiro turno. Também não pretende votar nela no segundo turno. Não apenas você não vai votar nela, como você tem alertado sobre os perigos de se votar na candidata petista. Você tem suas razões para achar que o voto em Dilma não é o melhor para o Brasil.
Eu não penso como você. Entendo que o melhor voto para o Brasil é o voto em Dilma Roussef, e não em José Serra.
A principal razão que, no meu ponto de vista, justifica o voto em Dilma não é uma única razão. Na verdade, são 53 milhões de razões: entre 2003 e 2008, foram 21 milhões de brasileiros que deixaram a miséria e outros 32 milhões que ascenderam à classe média. Os números dos que chegaram à classe média correspondem mais ou menos ao total de torcedores do Flamengo, e os que saíram da pobreza correspondem aproximadamente à torcida do Corinthians. É isso mesmo: o número de brasileiros que melhoraram de vida na Era Lula é um pouco menor que a  soma das torcidas do Flamengo e do Corinthians. A pobreza extrema no país foi reduzida à metade nos anos Lula. Esse salto não se deveu apenas ao bom momento econômico. Isso é fruto de medidas específicas do Governo Federal, tais como o Bolsa Família e o Bolsa Escola. Você chama esses programas de assistencialistas, de demagogia paternalista. Na sua concepção liberal de “Estado mínimo”, esses programas não têm justificativa. Mas os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Você condena os programas brasileiros, mas, quando vem à Europa, você se embasbaca dizendo que a Suécia ou a Dinamarca é que são países “de verdade”, pois se importam com seus cidadãos. Os programas sociais brasileiros são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental. Por que você etiqueta os programas assistencialistas suecos de “justos” e os brasileiros de “demagógicos”? O número de programas de suporte social de um país como a França é muito superior que o do Brasil. Para você ter uma idéia, aqui eu recebo uma ajuda de moradia, fornecida pelo governo francês a todo estudante que paga aluguel, seja ele francês ou não. Isso custa uma grana preta aos cofres franceses. Certa vez, comentei com um colega no trabalho que recebia essa ajuda. Nunca vou me esquecer do que ele falou: “puxa, nem sabia que isso existia aqui na França. Sou classe média, não preciso desse auxílio, mas fico feliz de saber que os impostos que eu pago servem para ajudar estudantes como você”. Isso é civismo. É impensável ouvir isso da classe média brasileira, notória pelo seu acivismo. O que se ouve deles é que “a classe média é explorada”. Você deveria é ficar feliz de saber que parte de seus impostos são destinados a ajudar os brasileiros que podem menos. Votar em Dilma é votar na continuidade desses programas. É a garantia de que mais compatriotas irão melhorar de vida. Ou você acha que vai manter esses programas um cara cujo vice propôs punir quem dá esmolas e que chamou o Pronasci de “bolsa-bandido”? Um cara cuja esposa chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”? Você acha que esse senhor tem capacidade de diálogo com os mais desprovidos? Um cara que diz não entender os sotaques de goianos, mineiros e pernambucanos? Um cara que, como bem observou Idelber, inventou a favela de plástico? Um cara que diz para uma eleitora na favela “Não posso conversar agora. A senhora não poderia me mandar um fax?”? Esse senhor não demonstra ter canais de comunicação com os pobres. Serra diz que vai manter os programas sociais. Só que eu não confio no que Serra diz. Aliás, não confio sequer no compromisso que ele assume por escrito em cartório.
Foi sob o Governo Lula que a economia brasileira conheceu um período de crescimento expressivo, inclusive durante a crise mundial. Conheço seu argumento: “Lula continuou o que FHC fez”. Só que o próprio FHC reconheceu recentemente que a gestão econômica do PT tem méritos próprios. Insistir na tese de que tudo de bom da economia brasileira não tem sequer uma contribuição da equipe econômica de Lula, mas apenas de FHC e do Plano Real, tem tanto sentido quanto dizer que a pujança da indústria automobilística brasileira nos dias atuais é mérito de apenas um homem: JK.
Não foi apenas na gestão econômica que a gestão Lula foi primorosa. Há que se destacar a revitalização do sistema universitário público. Comparar a gestão Lula com Paulo Renato é como comparar o Barcelona ao Madureira. Foi nos anos FHC que o ensino superior privado conheceu fulgurante expansão – na maior parte das vezes, sem a contrapartida da qualidade – rifando vagas universitárias a megagrupos empresariais. Ao mesmo tempo, as universidades federais entraram em processo de sucateamento: Paulo Renato cortou verbas, restringiu concursos para professores e funcionários, priorizou a expansão do ensino privado, não promoveu uma política de assistência estudantil. Fiz o curso médico na UFMG durante os anos FHC. O descaso governamental provocava greves recorrentes (a de 1998 foi marcante) e provocou inclusive o fechamento do Hospital das Clínicas da UFMG, pelo simples motivo de que a verba federal não era repassada: centenas e centenas de alunos, além de milhares de pacientes carentes, sofreram com o fechamento do hospital. Hoje, o campus da UFMG tem outra cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira. O salto na pesquisa brasileira desde a eleição de Lula é bastante expressivo. Em 2003, os investimentos em ciência e tecnologia foram de 21,4 bilhões de reais; em 2008, já atingiam R$ 43,1 bilhões. Paralelamente, houve notável aumento da produtividade científica brasileira: as publicações em peer-review journals saltaram de 14.237 em 2003 para 30.415 em 2008. Subimos da 17ª posição no ranking da SCImago, em 2000, para a 14ª, em 2008. Passamos países com maior tradição de pesquisa, como a Suíça e a Rússia. A política de pesquisa do Governo Lula foi elogiada inclusive pela Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo (aí, Tio Rei, coloque mais essa na lista do jornalismo chapa-branca). Eu não voto em José Serra porque não quero que a universidade e a pesquisa brasileiras sejam sucateadas novamente. Não merecemos outro Paulo Renato.
Você diz que o governo do PT é anti-democrático, que ele coíbe a liberdade de expressão e que ele ameaça a liberdade de imprensa. Você acha que o PSDB representa uma proposta democrática. Discordo nos dois pontos. Houve declarações atrapalhadas do governo no que diz respeito à imprensa, e não aprovo a atitude de Lula no episódio Larry Rother. Mas daí a dizer que governo do PT é anti-democrático e que cerceia a liberdade de imprensa vai uma distância muito grande. Nem mesmo o FHC sustenta que o Lula é stalinista – só aloprados como Olavão e o Tio Rei é que alimentam besteiras assim. Se, como você diz, o PT censura a imprensa a seu favor e coloca um monte de jornalista chapa-branca nas redações de todo o país, olha, então o PT tem que aprimorar seus métodos. Dê uma olhada nas últimas capas da revista semanal de maior circulação do país, ligue a TV no principal canal, ou visite um dos blogs políticos mais acessados e veja (ops!) se há algum indício de que o PT tolhe quem fala mal dele e quem aponta as lambanças do partido. Aí você diz que, no governo Lula, tentou-se criar o Conselho Nacional de Jornalismo e que isso era uma tentativa ditatorial de controlar a liberdade de imprensa. Se isso é ditadura, sua lista de governos anti-democráticos deve incluir também países em que o Conselho já existe, como a França e a Inglaterra, como bem lembra Jânio de Freitas. Você critica a TV Brasil, dizendo que o governo não tem que manter canal de TV. Diga isso a um francês. Ele vai lhe dizer que na França não existe um canal de TV nacional que seja público. Existem cinco.
Eu também li o editorial do Estadão, dizendo que Dilma é “O mal a evitar”, por representar uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Você achou bonita essa defesa do “Estado de Direito”, né? Por que o Estadão nunca fez um editorial como esse quando o Brasil efetivamente vivia sob uma ditadura, nos anos de chumbo? Por que, dias depois desse editorial, esse mesmo órgão que se põe como baluarte da democracia plural demitiu sumariamente uma colunista que apoiou o Bolsa Família?
E será que o PSDB é tão comprometido assim com a democracia constitucional e com a liberdade de expressão? E os arapongas da Abin na gestão FHC? De qual partido é Eduardo Azeredo, que propôs uma lei de controle da internet que é carinhosamente chamada de AI-5 digital? De qual partido é Yeda Crusius, que mobilizou a PM gaúcha para espionar uma deputada de oposição, inclusive suas crianças (via Idelber)? De qual partido é Beto Richa, que censurou sete pesquisas eleitorais, um blog e até um twitter? E o que dizer do Serra, que telefonou a Gilmar Mendes para que ele tomasse a decisão que o PSDB preferia, no que diz respeito aos documentos necessários à votação: isso é respeito às instituições democráticas?
Você reprova a política externa do Lula, dizendo que ele desonra a democracia brasileira,  privilegiando o diálogo com regimes fechados e ditatoriais. Então me responda: onde estava sua indignação quando FHC condecorou o ditador peruano Alberto Fujimori com a Ordem do Cruzeiro do Sul?
Você vê com maus olhos as alianças políticas do governo Lula e acha que isso é um argumento forte para não votar no PT. Eu também não gosto do Sarney, do Collor, do Calheiros, do Temer, do Hélio Costa. Preferiria que eles estivessem longe do poder. Mas já passamos da idade de acreditar em purismo ideológico, né? Isso é coisa de adolescente que descobre a política. Fazer política é fazer alianças, muitas das quais difíceis de serem engulidas. Vai me dizer que você gostava de ver o sociólogo da Sorbonne de mãos dadas com o  PFL de ACM e cia? Você gostava de ver o Renan Calheiros como Ministro da Justiça do FHC? Bem, talvez você nem sequer goste do Índio da Costa… Bem vindo à real politik, mon ami.
E sim, você vai me falar da corrupção na gestão petista. É verdade. No que diz respeito ao combate à corrupção o governo Lula não foi virtuoso – longe disso. Houve mesmo bastante corrupção. O mensalão existiu, não foi invenção. Mas, será que a oposição é impoluta e pode mesmo posar de moralmente superiora? Lembra-se do Mensalão Mineiro e do Azeredo? Do Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa do alto tucanato, que levou R$ 15 milhões na privatização da Vale? Dos R$ 400.000 a cada deputado que votou a favor da reeleição? E o esquema de corrupção e espionagem, revelado no escândalo dos grampos durante a privatização da Telebrás, envolvendo FHC, o presidente do BNDES (André Lara Resende) e Luiz Carlos Mendonça de Barros (ministro das Comunicações de FHC)? E a farra do Proer? E o favorecimento ilícito da Raytheon na instalação do SIVAM ? E a endinheirada relação entre Chico Lopes (ex-presidente do BC) e o banqueiro Salvatore Cacciola? E Eduardo Jorge, assessor pessoal de FHC, envolvido em diversas negociatas, inclusive em “caixa dois” para a reeleição de FHC? Por favor, não me venha com essa conversa de que o PSDB não compactua com a corrupção.
Eu vou concordar com você que o Brasil precisa de investimento em infra-estrutura: portos, rodovias, aeroportos. Mas será que o governo que impôs à população brasileira o racionamento de energia é mesmo o mais preparado para conduzir esses avanços em infra-estrutura? Acho que não.
Mas talvez nenhuma dessas questões sobre economia, educação e gestão pública importem para você. Talvez o que mais lhe opõe à candidatura de Dilma Roussef sejam questões religiosas. Pode ser, por exemplo, que você se oponha à política petista em defesa dos direitos civis dos homossexuais. Você chama isso de “tentativa de implantação de uma ditadura gay no Brasil”. É engraçado ouvir que existe ditadura gay no Brasil das mulheres fruta, das dançarinas de axé, da erotização infantil, das peladonas do carnaval, das bancas em que pululam revistas masculinas de orientação heterossexual. Fique tranqüilo, essas coisas vão continuar acontecendo e ninguém está propondo instituir o monopólio da G Magazine entre as revistas de entretenimento adulto (fugiremos juntos do Brasil quando isso acontecer, ok?). Estamos falando em estender a uma pequena parcela da população os direitos civis desfrutados pela maioria. Nenhum governo do mundo tem poder para forçar alguém a assumir determinada sexualidade, porque os determinismos neurobiológicos da sexualidade passam ao largo da legislação dos homens – do contrário, eu acharia que os labradores machos lá do sítio da minha família só montam um no outro porque o governo PT apóia a causa homossexual (e eu desconfio que meus labradores não entendem muito bem o que seja o PL122). A questão aqui é apenas garantir que a expressão de determinado comportamento sexual não seja discriminada. Isso não é forçar a população a ser homossexual, nem calar heterossexuais. O prefeito de Paris é gay, assim como o de Berlim e a Primeira Ministra da Islândia. Eu, heterossexual, não sofro por morar em uma cidade governada por um gay.
Aproveitando o tema, permita-me uma pergunta: o que aconteceria se, ao invés de se mobilizarem maciçamente contra o “casamento gay”, os evangélicos se movessem por coisas que importam, como metrôs, ensino público, bons hospitais e punição a corruptos? Por essas e outras, é que indicadores como mortes violentas, saneamento básico e crianças nas escolas são bem melhores em Paris do que em São Gonçalo, cidade do Brasil com maior concentração de evangélicos. A luta contra a miséria e os embates por educação, transporte e hospitais de qualidade não parecem sensibilizar evangélicos – mas se dois marmajos querem juntar escovas de dentes no mesmo copo do banheiro, aí eles entram na briga, né?  Essa miopia política acívica atrasa o país. O Brasil seria bem melhor para todos se os evangélicos batalhassem politicamente por coisas que realmente importam – e isso certamente não inclui ajustar o mundo aos estritos códigos comportamentais que defendem.
Há o aborto também. Você está certo: a Dilma é a favor do direito ao aborto (este vídeo é como batom na cueca, não tem o que discutir). Mas preste atenção: estamos tratando de uma eleição presidencial, não de um plebiscito sobre o aborto. E você sabe: o presidente não tem poder para assinar um papel e legalizar o aborto por conta própria, sem aprovação do Congresso, como se estivesse assinando uma ordem para comprar canetas Bic para escolas públicas. A discussão e a legislação sobre aborto são matéria do Congresso, não do presidente. Não misture as coisas. Não entre na onda dos que estão transformando essa eleição em um plebiscito.
O Brasil melhorou muito sob a égide de Lula. A imprensa mundial, dos veículos mais à esquerda aos mais à direita (‘tá aqui o Figaro que não me deixa mentir) saúda os avanços na Era Lula. Você dirá, com razão, que toda unanimidade é burra. Sim, é verdade. Mas isso não significa que toda forma de discordância seja inteligente. Não é inteligente negar que, nos anos Lula, o Brasil se tornou um país socialmente mais justo e menos desigual. Isso é negar os fatos. E negar os fatos nunca é inteligente.
Você pode até não votar na Dilma, por razões várias. Eu, de minha parte, prefiro apoiar quem tem feito do Brasil um lugar melhor para o maior número possível dos filhos deste solo: os brasileiros."
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O texto original com todas as fontes linkadas estão aqui:

Não li nem metade, é muito grande, realmente.06

Mas do que li, entre concordâncias e discordâncias detestei a ideia dele fazer pressupostos sobre quem está lendo, independente de concordar ou não com ele. O princípio do texto é aceitável, só que à medida em que ele avança, a cadeia de raciocínio é tão ampla (e ele determina TANTO quem lê) que se perde completamente. Parei por aí.

 

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A questão não são os fatos em si, e sim o que se conclui deles - salvo, é claro, nos casos de pessoas que só enxergam qualidades de um lado e só defeitos do outro.

 

 

 

O governo FHC teve seus méritos. Foi uma administração que merece ser elogiada. O governo Lula, a meu ver, também é assim, com vários méritos e digno de elogios. Os "argumentos", na verdade, vêm da relativização entre as partes. Quem vota no Serra maximiza o impacto do que houve nos anos FHC sobre o sucesso do governo atual. Quem apoia a Dilma vê apenas um pequeno valor residual no que foi feito por Fernando Henrique e atribui os resultados concretos à gestão atual.

 

 

 

Sobre o texto, claro que ele diz muitas coisas corretas, mas que, sendo colocadas no contexto, não representam tanto mérito assim nem da Dilma nem do Lula. Apesar de bem escrito, e apesar de eu respeitar a opinião de quem o escreveu - e infelizmente não se identificou, exceto pelo uso de um apelido, a menos que eu não tenha sabido procurar - ele é apenas mais uma manifestação de interpretação direcionada de alguns fatos básicos.

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Scofa' date=' qual o problema do texto ser direcionado a alguém?[/quote']

É que esse "alguém" é estereotipado dentro do texto, que vai delimitando suas características, tenho aversão a esse tipo de comentário. Acho que eles perdem o âmbito universal e se tornam direcionados demais, em excesso.

Não que tudo deva ser jogado no lixo, mas não gosto dessa abordagem. Nem um pouco.

 

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Scofa' date=' qual o problema do texto ser direcionado a alguém?[/quote']

 

 

 

Se o Scofa teve a impressão que eu tive, o que ele quis dizer com "direcionar" não foi escrever o texto para um determinado público, mas sim pressupor que esse determinado público só pode ter aquela meia dúzia de características ou motivos para não apoiar a Dilma.

 

 

 

Isso fica claro na parte em que ele chama quem não vota na Dilma de "liberalista do estado mínimo", por exemplo. O fato é que há muitos motivos para não se votar na Dilma, bem como há muitos motivos para se votar nela. Quando alguém determina que todos que não votam nela se encaixam em um estereótipo, essa pessoa demonstra, tão somente, sua própria limitação intelectual.

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Valeu, renato. Quero destacar isso aqui:

 

"Foi sob o Governo Lula que a economia brasileira conheceu um período de crescimento expressivo, inclusive durante a crise mundial. Conheço seu argumento: “Lula continuou o que FHC fez”. Só que o próprio FHC reconheceu recentemente que a gestão econômica do PT tem méritos próprios. Insistir na tese de que tudo de bom da economia brasileira não tem sequer uma contribuição da equipe econômica de Lula, mas apenas de FHC e do Plano Real, tem tanto sentido quanto dizer que a pujança da indústria automobilística brasileira nos dias atuais é mérito de apenas um homem: JK."

No campo econômico, eu lembro daquela política amalucada e irresponsável das bandas cambiais, que o FHC usou como controle de inflação e também para proteger a credibilidade do Real aos olhos do povo. O que fez FHC à época? Instituiu essas bandas cambiais, que faziam com que o governo vendesse dólares sempre que a moeda norte-americana cruzava um determinado patamar (de R$ 1,21, se não me engano).

 

Alimentando especuladores, o governo FHC destruiu as reservas em moeda estrangeira do Brasil e elevou irresponsavelmente a dívida pública brasileira até a reeleição. Após ter se reeleito, com o país à beira do buraco cambial, ele simplesmente extinguiu as bandas cambiais, e a moeda norte-americana passou a ter câmbio livre. Com isso, o dólar se valorizou absurdamente frente ao real, quebrando empresas que lidavam com matérias-primas importadas (pois não podiam mais fazer face aos custos de produção). À época, eu trabalhava num escritório de advocacia que prestava serviços jurídicos a bancos. Nós recebíamos, semanalmente, dezenas de ações judiciais propostas por pessoas que haviam comprado carros por meio de contratos de leasing - que é um tipo de arrendamento mercantil - e que tiveram suas prestações aumentadas em 40, 50% em poucas semanas.

 

A política econômica do governo Lula foi incomparavelmente melhor àquela adotada pelo FHC, que, após extinguir - ele já estava reeleito mesmo - as bandas cambiais, elevou gritantemente os juros para correr atrás do tempo perdido, aumentando a dívida pública brasileira, que chegou a 60% do PIB.

 

No tempo do FHC, o brasil ia de pires na mão, atrás do FMI. Sua política neo-liberal, de não-intervenção estatal - e pra implementar isso, ele praticou diversos atos de sucateamento da máquina pública -, foi uma desgraça para o Brasil. Após ele deixar o poder - finalmente -, os parâmetros se inverteram de um jeito tal que, nessa crise financeira mundial que começou em 2008, a dos créditos subprime, integrantes do Banco Central inglês vieram a Brasília para visitar seus colegas brasileiros e tentar entender o que o Brasil fez para dar tão certo na blindagem contra a crise de crédito. Os caras vieram simplesmente para ouvir e aprender.

 

FHC e PSDB, por mim, nunca mais.

 
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Scofa' date=' qual o problema do texto ser direcionado a alguém?[/quote']

 

 

 

Se o Scofa teve a impressão que eu tive, o que ele quis dizer com "direcionar" não foi escrever o texto para um determinado público, mas sim pressupor que esse determinado público só pode ter aquela meia dúzia de características ou motivos para não apoiar a Dilma.

 

 

 

Isso fica claro na parte em que ele chama quem não vota na Dilma de "liberalista do estado mínimo", por exemplo. O fato é que há muitos motivos para não se votar na Dilma, bem como há muitos motivos para se votar nela. Quando alguém determina que todos que não votam nela se encaixam em um estereótipo, essa pessoa demonstra, tão somente, sua própria limitação intelectual.

Meu Deus, Marcelo, você tem poderes paranormais? 06

 

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Scofa' date=' qual o problema do texto ser direcionado a alguém?[/quote']

 

 

 

Se o Scofa teve a impressão que eu tive, o que ele quis dizer com "direcionar" não foi escrever o texto para um determinado público, mas sim pressupor que esse determinado público só pode ter aquela meia dúzia de características ou motivos para não apoiar a Dilma.

 

 

 

Isso fica claro na parte em que ele chama quem não vota na Dilma de "liberalista do estado mínimo", por exemplo. O fato é que há muitos motivos para não se votar na Dilma, bem como há muitos motivos para se votar nela. Quando alguém determina que todos que não votam nela se encaixam em um estereótipo, essa pessoa demonstra, tão somente, sua própria limitação intelectual.

<font face="Times New Roman, Times, serif" size="3">Meu Deus, Marcelo, você tem poderes paranormais? 06

 

 

 

Bá, pois é, mandamos dois pares de posts tri parecidos, estamos em sintonia, hein. 08.gif

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