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Forum Cinema em Cena

A Rede Social, de David Fincher


MacGruber
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Ao contrário do pessoal também, acho que o filme passa longe de estudo de personagens. Ele não é deles, eles simplesmente pertencem à dinâmica da estória e parecem intensos em suas atitudes. Servem todos ao propósito de tornar mais real a construção psicológica da rede. Os destinos expostos na tela de forma "desleixada" em comparação com o restante da trama (de cuidado extremo) e o pouco se importar de dar um final excessivamente moralista ou não para o protagonista, enfatizam para mim que pouco importa o que aconteceu com eles, mas o que a rede representa no objetivo de evidenciar a revolução que a tecnologia vem promovendo nas vidas dos indivíduos espalhados no mundo todo.

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Eu penso o contrário. A rede, o Facebook... são o contexto, uma espécie de mcguffin para destacar o comportamento desse grupo de indivíduos. O filme parece mais se preocupar com quem são essas pessoas do que com o que elas fizeram. A tecnologia sendo o reflexo dessa geração, não o contrário.

Eu entendo seu ponto de vista e acho muito interessante ele ter nos despertado a oposição total nesse sentido, Lucas.

 

Não entendo o filme assim por alguns motivos: nada que não se relacione diretamente com a rede ou que não seja importante para compreender sua formação é retratado no filme. Quem são efetivamente aquelas pessoas? Como chegaram lá? Porque Mark e Eduardo viraram tão amigos? Porque agiram daquela forma? Eles não foram, para mim, desenvolvidos na narrativa, eles simplesmente são assim e o diretor não parece se importar em explicar porque. Quem se agrega na narrativa se agrega objetivamente por seu papel na rede.

 

O diálogo o tempo todo reproduz a eficiência da comunicação da internet (sempre frenético como o fluxo de informação), o que dá destaque maior não à compreensão do que é falado, mas à forma na qual é falada em uma apologia clara ao meu modo de ver ao modo de conexão de ideias da rede (no caso, a comunicação em si) e não aos veículos a ela relacionados (os personagens).

 

A estrutura de fluxo temporal também contribui para uma baixa interação entre o espectador e os personagens. O tempo vai e volta, os personagens se intercambiam em situações justapostas e a estória em alguns pontos parte de um ambiente judicial, no caso deste filme, reproduzindo seu teor exclusivamente objetivo e pouco emocional.

 

O final é seco, não há emoção nenhuma em relatar acontecimentos e rumos dos personagens, eles são letras na tela, reproduzidos em textos que definem seus destinos como se fosse só para fechar a narrativa. Eles nem aparecem em uma "grande cena final" individualmente.

 

Enfim, é mais ou menos por aí. Não é minha intenção rebater seu argumento, mas mostrar porque eu não compreendo o filme assim. Mais para debater ideias mesmo.

 

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Sim... a sua visão faz sentido realmente. Mas eu penso que todas essas questões levantadas não são exploradas justamente porque não são definidoras destes personagens, em especial o protagonista. É estas faltas de laços e por incrível que pareça, de comunicação, representam esses caras. O final, em que Zuckerberg tem uma pequena conversa com a assistente jurídica é bem revelador nisso. 

 

O Facebook e as suas polêmicas é o fio condutor do filme, sem dúvida. Mas no veu ver ele se importa mais em tentar desvendar a esfinge do seu criador e da geração que o cerca. Tentar... porque sabiamente o filme não dá respostas definitivas. Seria um erro.
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Sim... a sua visão faz sentido realmente. Mas eu penso que todas essas questões levantadas não são exploradas justamente porque não são definidoras destes personagens' date=' em especial o protagonista. É estas faltas de laços e por incrível que pareça, de comunicação, representam esses caras. O final, em que Zuckerberg tem uma pequena conversa com a assistente jurídica é bem revelador nisso. 

 

O Facebook e as suas polêmicas é o fio condutor do filme, sem dúvida. Mas no veu ver ele se importa mais em tentar desvendar a esfinge do seu criador e da geração que o cerca. Tentar... porque sabiamente o filme não dá respostas definitivas. Seria um erro.
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Nossa, que visão legal. Deixe-me ver se entendi, então a seu ver uma análise mais profunda dos personagens tende a evidenciar a falta de conectividade entre eles e a dificuldade de criar inter relações entre seus anseios e personalidades? Gostaria de ouvir mais, achei muito interessante.

Vale dizer que o mesmo evento pode ser relido de inúmeras formas (às vezes até opostas). É o poder da arte, meu amigo. 01

 

Olha, eu acredito que em ambos os casos (seja dando ênfase à estória e ao poder do facebook como símbolo da revolução internética ou direcionando aos personagens e suas características) não há como deixar de perceber que a geração atual é retratada com seus valores e ideiais. Concordo plenamente com a última alternativa.

 

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Eu penso mais ou menos isso. Logo na primeira cena temos o Zuckerberg levando um fora da namorada e ele nem entende por quê. Assim como nesta cena em vários momentos do filme o vemos provocar verbalmente outros personagens sem sequer se dar conta disso. Acho que nem o caso dele querer passar por cima de todo mundo, ele simplesmente passa e não percebe... preso no seu individualismo. É uma gritante falta de traquejo social... numa história sobre uma rede de relacionamento social.

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Gostei muito do filme. Mais do que eu esperava na real.

 

O clone do Michael Cera é igual a uma porção de nerds que eu conheço. Viver no meio de programadores me fez curtir ainda mais o personagem e a maneira como Fincher desenvolveu esse cara.

 

Concordo com o Lucas. O Zuckerberg é um idiota para a sociedade, mas não para si mesmo. Ele não tem consciência de que suas ações geram uma corrente de consequências negativas para ele e para os outros. O facebook nunca foi uma grande sacada mercadológica para ele, mas uma aventura e um desafio alimentados por seu egocentrismo.Prova disso é quando Parker avisa Eduardo que o cara passou 15 horas programando. Àquela altura, ele já poderia sossegar e deixar a cabo de outros programadores o trabalho duro, mas ele não queria ser um CEO, ele estava satisfeito em programar.

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Entrou pra lista de melhores \o/

 

Revista elege os melhores do ano no cinema

O ano está terminando e, com ele, surgem

as mais variadas listas de melhores sobre o que aconteceu em 2010. Com a

Time não é diferente. A tradicional revista americana revelou sua

famosa lista dos 10 melhores filmes exibidos nos cinemas americanos

neste ano, em sua opinião.

 

 

 

O líder da relação é a animação Toy Story 3 (foto). A escolha

impulsiona a campanha da Pixar por sua indicação e vitória no Oscar de

melhor filme, o que seria um feito inédito na história da premiação. Até

hoje apenas duas animações foram indicadas nesta categoria: A Bela e a Fera e Up Altas Aventuras. Ambos perderam a cobiçada estatueta dourada.

 

 

 

Confira abaixo a relação completa elaborada pela Time.

 

 

 

1º – Toy Story 3

 

2º – Trabalho Interno (Inside Job)

 

3º – Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go)

 

4º – A Vida Durante a Guerra

 

5º – A Rede Social

 

6º – Rabbit Hole

 

7º – Ervas Daninhas

 

8º – Zona Verde

 

9º – Waiting for Superman

 

10º – Four Lions

 

Fonte: Adoro Cinema.

 

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Algo que esqueci de comentar: O Justin Timberlake está muito bem no papel. Aliás' date=' não entendo o por que dessa onde de ceticismo com relação ao cara. Em todos os filmes que vi com ele, as atuações iam de convincentes a muito boas.Puro preconceito infundado e, mais uma vez, injustificado.[/quote']

 

 

 

Eu nunca tinha visto um filme com ele, então da minha parte o ceticismo é por lembrar que ele era um pseudo-cantor canastrão.

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Assisti hoje, gostei muito. O Jesse Eisenberg, hein? Que moleque bão. Boa direção do Fincher, achei muito bacana de se ver mesmo. E não vi problema na atuação do Justin também, e foi o primeiro filme que assisti com ele, nem sabia que ele tinha feito outros 06.gif

 

 

 

1. Clube da Luta - 5/5

2. Se7en - 5/5

3. Rede Social - 5/5

4. O Quarto do Pânico - 5/5

5. Benjamin Button - estou com muito sono para dar uma nota.

 

Kate B.2010-12-15 17:08:14

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Ri aqui com o "fiasco do Botão" do Dook. 06.gif

 

 

 

Tô lendo o livro "Bilionários por uma acaso". E pergunto: O personagem central do filme é Mark mesmo, ou é como no livro em que o personagem principal é Eduardo?

 

 

 

A maioria do filme se passa na faculdade de Harvard ou se concentra mais nas brigas empresariais?

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Também comecei a ler o livro agora e, para falar a verdade, não me empolguei; talvez porque eu não goste de ler há um bom tempo, hehe.

 

 

 

De todo modo, do pouco que eu li, se comparado ao filme, o Aaron Sorkin mudou MUITA coisa e tem bastante mérito nisso. O livro aparentemente serve de base, mas ele alterou datas de falas - todos os fatos retratados no livro devem estar no filme, mas não necessariamente na ordem que o Mezrich os conta.

 

 

 

Quanto à sua questão, enquanto o autor do livro aparenta ter se guiado muito jornalisticamente pelo retratado pelo Eduardo (daí o seu status protagonista), o Fincher preferiu dar muito mais destaque a quem, de fato, faz o grande jogo virar um dos contos mais sensacionais da história da Internet, o Zuckerberg, que representa a própria rede/geração como foi discutido aqui. Além disso, ele fica intercalando os tribunais com a criação do Facebook de um modo ininterrupto e eletrizante, com os atores disparando falas como se estivessem atualizando seus status em F5's alucinantes. A cada dia gosto mais do filme.

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Este fórum não é uma espécie de rede social?06

 

Quantos namoros acabaram com o facebook? quantas garotas usaram o facebook pra sacanear um cara e vice-versa? e se vc tem um irmão adolescente preste atenão no que ele faz' date=' joga Xbox Live, usa o note aberto no facebook, orkut e twitter, vive no celular enviando sms e e-mail e tem uma tremenda dificuldade de conversar pessoalmente, eis o fruto da geração Y, a geração Z.

 

A diferença da fofoca da escadaria e do facebook é que pelo face a mensagem é passada muito mais rápida e isso mudou muita coisa nas gerações futuras.

[/quote']

 

Me desculpe VNCS, mas tudo o que voce falou já existia antes do Facebook. Quantas garotas usavam os corredores da escola para sacanear um cara e vice-versa?

 

O facebook apenas facilitou isso. Facebook é uma ferramenta, não uma criação que reformulou os simbolos e os costumes de uma geração, o hábito de usar a internet já havia sido criado a muito tempo, até mesmo pelo ircs e icqs da vida.

 

Não nego que o criador foi muito inteligente na criação do Facebook, e que isso mudou aspectos na comunicação via internet, mas quem criou novos hábitos foram os criadores da internet, e os N criadores de ferramentas de discussão da internet, fora esse processo que fez o ato de comunicar-se via internet predominante em relação ao face-a-face.

 

A mudança real do Facebook foi materializar o que estava pre-posto, foi criar um "catálogo" virtual apresentando a necessidade de dizer quem é, o que gosta, o que pensa, com que se identifica, como está, como andas,... coisa que já existia mas de maneira informal, indireta. E isso universificou de vez as micro relações, as micro possibilidades de expressão....

 

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  • 2 weeks later...
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Filminho excelente, pra mim o melhor do David Fincher fácil fácil. Bacana a maneira como ele exemplifica o sistema de castas sociais e os processos de inclusão e exclusão, um modelo que o Mark parece ter atração e repulsa ao mesmo tempo. O Jesse Eisenberg está ótimo, mas o filme me parece ser do Andrew Garfield e de seu personagem, que ocupa posição central na estruturação do roteiro do filme. Ambos são cativantes.

E que edição de imagens, hein? Até onde me recordo, a melhor do ano passado, dentre todos os filmes lançados nos cinemas que eu vi.

 
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Ele fez outros dois e nos dois estava bem. Não acho o cara ruim como cantor' date=' só não curto o estilo dele. Não é o tipo de som que gosto de ouvir.[/quote']

 

ele fez outros quatro com resultados bem irregulares..

 

Alpha Dog (bom), Southlad Tales (péssimo14), Edison poder e corrupcao (marromenos) e The Open Road.. q nao assisti.. No entanto, no filme do Fincher ele ta apenas razoavel pois interpreta ele mesmo, ou seja, um canastra cafa..
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Filminho excelente' date=' pra mim o melhor do David Fincher fácil fácil. Bacana a maneira como ele exemplifica o sistema de castas sociais e os processos de inclusão e exclusão, um modelo que o Mark parece ter atração e repulsa ao mesmo tempo. O Jesse Eisenberg está ótimo, mas o filme me parece ser do Andrew Garfield e de seu personagem, que ocupa posição central na estruturação do roteiro do filme. Ambos são cativantes.

E que edição de imagens, hein? Até onde me recordo, a melhor do ano passado, dentre todos os filmes lançados nos cinemas que eu vi.

 
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É, mas o agente do Jesse é melhor e deve coloca-lo fácil no Oscar.

 

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