A Fita Branca, de Michael Haneke.

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Ai é que está a questão' date=' não é pra saber. Faça você as suas especulações [img']smileys/06.gif" align="absmiddle" alt="06" />

 

 

 

 

Aí que está uma importante questão em que nós que gostamos de cinema devemos pensar. Filme bom é aquele que não termina na tela. Que a sua história não se conclui dentro daquelas duas horas em que passamos no cinema. Filme bom é aquele que deixa uma margem para o espectador montar os significados, fazer a real edição final dentro da sua cabeça. Eu, particularmente, exijo isso de um filme para considerá-lo inovador, original. Aí que surge a riqueza da obra: são as diferentes interpretações que o cada um PODE ter já que o filme permite que isso aconteça.

 

Mas, tem um porém. Não é fácil de se fazer isso. Haneke é um pretensioso no melhor dos elogios porque cumpre o que pretende. Torço por sua pretensão a cada filme. Já vi todos seus filmes e isso realmente acontece.

 

Agora, o que tem de diretor que faz o que se diz "cinema autoral" e que na verdade são filmes mal construídos, cheios de lacunas na história, com personagens mal elaborados... Não é pouca coisa.

 

Haneke é o contrário. Aposto que todos lembram dos comportamentos dos personagens dos filmes dele que já viram.

 

Em A Fita Branca, para mim, o choque inicial foi ver um filme com uma estética totalmente diferente dos seus filmes anteriores. Começa daí. Suspense total em saber que é um filme do Haneke daquele jeito, acompanhar a história que deixa o tempo todo o espectador em dúvida do que realmente está acontecendo, num trabalho de direção extremamente rigoroso que segura a tensão constantemente. A cada cena que via me dava uma sensação de "essa cena é importante" e depois "ou não era?". Para no final eu concluir que tudo em A Fita Branca é importante. Do acidente com o cavalo ao fim. Porque está exatamente no sentimento de dúvida a maior riqueza do filme.