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"Por que as mulheres são tão tristes?"


Dook
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Li essa reportagem da ÉPOCA e achei bastante interessante...

 

16/10/2009 - 23:50 - Atualizado em 19/10/2009 - 12:52

Por que as mulheres são tão tristes?

 

Um estudo americano de 37 anos ilumina um terrível paradoxo: objetivamente, a vida das mulheres jamais foi tão boa. Subjetivamente, nunca foi pior.

 

Martha Mendonça. Colaborou Fernanda Colavitti

 

Stefano%20Martini

CANSADA
A redatora de TV Claudia, em sua casa, no Rio. “A emancipação feminina é um contrato que tem de ser renegociado”

O ano em que a redatora de televisão carioca Claudia Valli nasceu, 1963, foi marcado pelo lançamento de A mística feminina. O livro históricor de Betty Friedan alardeava a frustração feminina por ter apenas os papéis de esposa e mãe e foi um marco no movimento pela emancipação das mulheres. Hoje, prestes a completar 46 anos, Claudia olha sua própria vida e questiona essas conquistas. Ela trabalha oito horas por dia e administra a casa onde mora com os três filhos – um casal de adolescentes, de seu primeiro casamento, e um menino de 9 anos, do segundo. Tem empregada apenas duas vezes por semana e uma ajuda “relativa” dos ex-maridos. Raramente dorme mais que quatro horas por noite, já que muitas vezes precisa adiantar trabalho de madrugada, além de monitorar o caçula, que é diabético. Na mesa de cabeceira da cama, uma pilha de livros comprados e não lidos. Na mente, a preocupação com os quilos a mais e a falta de tempo para fazer qualquer tipo de exercício. Claudia está sozinha desde a última separação, há cinco anos, e diz que um namorado, agora, seria mais um motivo de estresse. “A emancipação feminina é como um contrato que foi assinado sem ter sido lido direito e que agora precisa ser renegociado”, diz ela. “A vida tornou-se um show que não pode parar.” Antes de dar entrevista a ÉPOCA, Claudia passou no supermercado para comprar pão, leite e banana. Depois de feitas as fotografias, preocupou-se em não parecer mais velha do que é: “Dá para melhorar com Photoshop?”.

Longe de ser uma anomalia, a insatisfação de Claudia com a própria vida é a mesma de milhões de outras mulheres mundo afora. Um estudo de Betsey Stevenson e Justin Wolfers, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostra um surpreendente e acentuado declínio da satisfação feminina nas últimas três décadas – período durante o qual cresceram de forma exponencial as oportunidades de trabalho, as possibilidades de educação e, sobretudo, a liberdade da mulher de decidir sobre a própria existência, prática e afetiva. É possível afirmar, sem nenhum traço de dúvida, que as condições objetivas nunca foram tão favoráveis às mulheres desde o início da história humana. Entretanto, entrevistas anuais realizadas com 1.500 pessoas, homens e mulheres, desde 1972, nos Estados Unidos, mostram um cenário de crescente insatisfação subjetiva. A cada ano que passa, menos mulheres se dizem felizes com a própria vida, enquanto um porcentual cada vez maior de homens afirma estar contente. Isso acontece com mulheres casadas e solteiras, com e sem filhos, bem ou mal empregadas, brancas ou negras, pobres e ricas. A insatisfação atinge todos os grupos e se torna pior à medida que as mulheres envelhecem. Quando jovens, elas se dizem mais realizadas que os homens. Pouco depois dos 40, isso já se inverteu. “A tendência é clara, se manifesta em pesquisas realizadas no mundo inteiro, e vai na direção contrária à que nós poderíamos imaginar”, afirma Marcus Buckingham, especialista em pesquisas e autor de diversos livros sobre macrotendências sociais.

As razões dessa melancolia de gênero são difíceis de apontar com precisão. O estudo, assim como Claudia, tende a enxergar no acúmulo de velhas tarefas e novas responsabilidades a causa dos dissabores femininos. “A vida das mulheres ficou mais complexa e sua infelicidade atual reflete a necessidade de realização em mais aspectos da vida, se comparados aos das gerações anteriores”, dizem Stevenson e Wolfers. “As mulheres foram para a rua, mas mantiveram a responsabilidade emocional pela casa e pela família.” É o pesadelo da dupla jornada, física e emocional, que exaure as mulheres e destrói casamentos.

O problema com essa explicação, bastante óbvia, é que ela ignora a realidade estatística: nos países desenvolvidos, homens e mulheres trabalham o mesmo número total de horas diárias, cerca de 7,9. Os homens fazem 5,2 horas de trabalho pago e 2,7 horas de trabalho doméstico, em média. As mulheres fazem 3,4 horas de trabalho externo e 4,5 horas de trabalho doméstico. Uma pesquisa realizada em 25 países sugere que apenas em locais como Benin e África do Sul as mulheres trabalham muito mais horas por dia.

%20Reprodução%20 

Outro fator que não ajuda a tese da sobrecarga é que a divisão das tarefas domésticas melhorou sensivelmente nas últimas décadas. Entre 1975 e 2008, o número de horas dedicadas ao trabalho doméstico pelas mulheres caiu de 21 para 17 por semana, enquanto a participação masculina cresceu de seis horas para 13 horas semanais. A mesma tendência se revela nas horas que pais e mães passam com as crianças. Logo, se a divisão de tarefas não é perfeita, ela vem melhorando ano a ano, ao contrário do estado de espírito das mulheres, que só piora. Diz Buckingham: “A infelicidade não parece ser uma questão de horas de trabalho ou de atitude. E a desigualdade em relação ao trabalho doméstico está desaparecendo. Onde está a explicação?”.

Na tentativa de entender, o estudo americano ressalta a extrema valorização da beleza e da juventude em nosso tempo, que afeta mais as mulheres que os homens. Enquanto elas aumentam seu nível de estresse com cosméticos e tratamentos estéticos e cirúrgicos, os homens muitas vezes ficam atraentes com a maturidade. Aos 50, quando as mulheres já deixaram para trás a possibilidade de reprodução, homens grisalhos começam novas famílias e viram pais. Eles podem ser charmosos à maneira de Sean Connery ou bonitos ao estilo José Mayer. Mas das mulheres se espera que continuem depois dos 40 com a aparência que tinham aos 20 anos. “Não adianta mostrar fotos de Sofia Loren maravilhosa aos 75 anos. O fato é que as mulheres envelhecem mais rápido que os homens, e a maioria de nós se incomoda com isso”, escreveu a articulista Penny Vincenzi, do jornal britânico Daily Mail, comentando as angústias femininas captadas pelo estudo. “Eu sou uma mulher abençoada com uma família grande e feliz, mas, ainda assim, me preocupo diariamente com as pelancas do braço e as rugas do rosto, que se multiplicam à velocidade da luz.”

Sergio%20Zacchi

CONTRADIÇÃO
Olga, terapeuta corporal paulistana, no parque ao lado de sua casa. Casada, queria a carreira. Separada, deseja uma família

O publicitário paulistano Jaime Troiano faz pesquisas periódicas sobre a mulher brasileira e diz não se surpreender com o crescimento da insatisfação. A multiplicação dos papéis que elas encarnam, ele afirma, pode ser vista claramente na propaganda. “Ao longo do tempo, a mulher tem se tornado alvo de mais mercados. Isso quer dizer que ocupa cada vez mais espaços na sociedade”, diz. Um estudo recente de sua empresa de consultoria mostrou o abismo entre a forma como ela se vê e a mulher que ela idealiza ser. “A maioria se diz simpática, confiável, sincera ou carinhosa, mas gostaria de ser informada, decidida, criativa ou corajosa”, afirma. “Elas querem ser poderosas, criam expectativas de todo tipo, mas ainda veem seu eu real ligado a características historicamente femininas. Isso causa angústia.”

Não se trata, aparentemente, de uma crise objetiva, que demande medidas concretas para sua reversão. Parece, antes, uma crise existencial das mulheres. Depois de quatro décadas de mudanças trepidantes, elas talvez precisem resolver que mundo desejam para si mesmas e que papel gostariam de exercer nesse mundo. Enquanto isso não se esclarece, testam, experimentam e, como mostram as pesquisas, sofrem. “O feminismo funciona em ondas”, diz a psicanalista gaúcha Diana Corso, estudiosa do universo feminino e autora do livro A fada no divã. Diana diz que vivemos o “refluxo” da euforia das décadas de 70 e 80, quando as mulheres se libertaram sexualmente e ingressaram com força no mercado de trabalho. “A mulher que emerge desse momento almeja muita coisa: quer ser a melhor mãe, ter uma carreira maravilhosa e um corpo belo e jovem que produza muitos orgasmos”, afirma a psicanalista. “A mulher emancipada ainda é uma novidade social. Como todo novato, exagera na cobrança das realizações. Não se pode estar plenamente satisfeita em tudo.”

A terapeuta corporal paulistana Olga Torres é bom exemplo das ambiguidades do mundo feminino. Aos 35 anos, ela admite que não descobriu os caminhos que a farão feliz. Casou-se aos 20 anos e, por uma década, preferiu cuidar apenas da casa. Com o tempo, sentiu que precisava trabalhar. Arrumou um emprego e voltou a estudar. A mudança na vida a dois acabou minando seu casamento. Agora vive a experiência inversa: realizada no trabalho, sente falta de ter uma família. E filhos. “Sei que eu não me contento com pouco. Não quero um homem qualquer, mas alguém que seja companheiro e, desta vez, entenda que minha carreira é fator de realização”, diz. Ela admite, também, que as mulheres ainda não sabem o que fazer com tantas opções. “A liberdade de escolha traz um peso enorme.”

Os homens sabem disso há muito tempo. A liberdade masculina, através dos séculos, sempre teve como contrapartida uma carga elevada de responsabilidade e angústia. Isso talvez explique por que os homens brasileiros vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres. Ser dono de si, chefe da família, chefe no trabalho ou líder do país são tarefas estressantes – às quais se somam angústias e insatisfações íntimas, que têm de ser relegadas em nome do resto. Essas são contradições e dificuldades que as mulheres começaram a vivenciar apenas nas últimas décadas.

Será que os conservadores, que sempre atacaram o feminismo
como antinatural, teriam razão?

Tema de reportagem do New York Times no dia 20 do mês passado, o paradoxo da infelicidade feminina ficou semanas entre as mais lidas e comentadas da versão on-line do jornal americano. “Será que a emancipação feminina beneficiou mais os homens que as mulheres?”, escreveu a colunista Maureen Dowd, conhecida por suas posições antifeministas. Indo mais longe, se poderia perguntar: será que os conservadores, que sempre denegriram o feminismo como antinatural, teriam razão? Será que as mulheres seriam mais felizes se retornassem ao papel tradicional de mãe e esposa? O assunto dividiu opiniões no blog de ÉPOCA Mulher 7x7. “Estou cansada? Culpada pela pouca atenção aos filhos? Sim. Sempre querendo ser a melhor no trabalho e também cuidar da beleza? Sim. Mas ainda assim prefiro a liberdade”, escreveu a leitora Carolina. Outra leitora, Andréa, pensa diferente: “Ao mesmo tempo que nossos direitos se multiplicaram, como acesso à educação, voto, mercado de trabalho, nossas responsabilidades cresceram exponencialmente. Temos de gerenciar casa, carreira, filhos, marido e ainda ser magras, cultas e sexy. Isso é irreal”.

Outros estudos recentes mostram sob outro ângulo o “cansaço” feminino. Na semana passada, o Centro de Estudos Políticos da Grã-Bretanha apresentou uma pesquisa sobre mulheres e trabalho: apenas 12% das 4.600 entrevistadas disseram querer trabalhar o dia todo; 31% declararam que não gostariam de trabalhar fora; 49% das mulheres com filhos de menos de 5 anos disseram que, se o marido trabalha, elas gostariam de ficar em casa. Essa é apenas mais uma de dezenas de pesquisas que apontam para um desejo de “volta ao lar”. De acordo com o censo americano, a participação de mulheres casadas, com filhos, na força de trabalho do país caiu de 59% em 1998 para 55% em 2004, quando vinha em linha crescente nos 22 anos anteriores. Cerca de 5,6 milhões de mulheres ficaram em casa com seus filhos em 2005 – 1,2 milhão a mais que em 1995.

No livro The feminine mistake (O erro feminino, no original uma alusão a The feminine mystique, de Betty Friedan), a jornalista americana Leslie Bennetts, editora da revista Vanity Fair, conclama as mulheres a fugir do que considera um retrocesso histórico. Apresentando argumentos e pesquisas, além de relatos, ela defende a importância do desenvolvimento da mulher como indivíduo à parte da vida doméstica, algo que só se consegue por meio do trabalho e da independência financeira. “Se as novas gerações não acreditam que as mães que trabalham são bons modelos, devem rever seu julgamento”, afirma. “Ter uma família e trabalhar não dará um resultado perfeito, mas é o melhor que se pode ter.” Equilibrar papéis sociais e expectativas parece ser a chave para que as mulheres possam retornar ao caminho da felicidade. Para isso, no entanto, é preciso aceitar a imperfeição. Da vida e da condição humana.

%20Reprodução%20
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Mulher é um bicho exigente e ambicioso.

Não somso infelizes, não, acho que somos é insatisfetias.

Acho que isso se deve mais a culpa  e menos a insatisfação.

queremos ser muitas coisas e fazer bem tudo.

Não dá.

Se trampamos somos mães quase ausentes, se não trampamos, as vezes a falta de realização profissional tb pode ser uma frustração...sei lá...

 

Homens são simples.

Nós mulheres criamos um ideal que por vezes está longe de se realizar e isso frustra.

 
MariaShy2009-11-06 18:36:09
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Tenho certeza que será confuso, mas lá vai:

A simplicidade dos homens vem de sua objetividade, a ceteza de seu "Sim" e "não" enqto as mulheres se angustiam em "talvez" e "Se".

Queimar sutiãs pode ter sido uma farra.

Concordo com oq ue foi dito acima.

Talvez os resultado disso tenha vindo rápido demais e tivemos que assimilar tudo-ao-mesmo-tempo-agora.

 

Há mulheres que se realizam em suas profissões e há tb as que adoram a vida de cuidar de filhos/casa/marido/cachorro...

Massss depois da queimada do sutiã dificil qquer uma admitir isso, parece submissão e muitas tem até vergonha de serem "do lar"...aff!

 

Desde há muito a mulher é vista como servil.

Acho que isso entranhou no nosso DNA, viu?

A culpa vem desse duelo entre tu ser o que quer e ser o que esperam que tu seja. Daí que ser o"apenas" o que tu consegue ser parece pouco.

 
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Mas aí é que tá... essa idéia de que a mulher dona de casa, mãe tempo integral = submissão é uma falácia... A mulher desempenha com eficiência ímpar essas funções, melhor que o homem, fácil, fácil... Não vejo como ser submissão assumir algo que vc foi feito para fazer...

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Aposto que vc vai ser taxado de machista por esse seu post Dook... Mas, vejo da seguinte forma...

 

A mulher se sentiu sempre subjulgada ao homem, pq cuidar da casa e dos filhos e por aí vai sempre foi visto como uma atividade de pouca importância, principalmente a partir da Revolução Industrial e da valorização do trabalho e o consequente fortalecimento do sistema econômico capitalista... Isso tudo acabou por fazer com que o trabalho feminino em suas residências fosse desvalorizado pela sociedade, uma vez que o mesmo não era remunerado, não possibilitando, dessa forma, que a mulher auxiliasse no andar do motor da economia capitalista... As mulheres, vendo-se desvalorizadas e abandonadas em seus domínios caseiros saíram em busca de afirmação em uma sociedade tão fortemente influenciada pelo pensar de que o trabalho remunerado é que dignifica o indivíduo inserido na sociedade e saiu em busca de sua dignidade...

 

Essa é só uma pequena contribuição minha para o assunto, confesso q li bem por cima a reportagem, depois lerei com mais calma...

 

 

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Bom, se alguém me chamar de machista por causa do meu post acima, então começo a acreditar na estatística do IBGE que diz que aproximadamente 70% da população que sabe ler e escrever é analfabeta funcional...

 

Sua leitura foi ótima, precisa, concordo com absolutamente tudo... Mas eu quero problematizar um pouco... Sim, a sociedade sempre viu o trabalho doméstico e a criação de filhos como um trabalho "inferior". Mas isto corresponde à verdade? É verdade que o trabalho doméstico e a criação de filhos é um trabalho inferior? Tenho certeza que não. Aliás, afirmo que o trabalho doméstico e a criação de filhos é mais importante que todo e qualquer trabalho. A criação de filhos envolve um processo de formação do caráter do ser humano, caráter esse que precisa ser moldado em casa, não é competência da escola ou de terceiros realizar isso. É inconcebível pra mim pensar que o trabalho de um profissional da área financeira, por exemplo, possa ser superior a isso...

 

A gerência do lar, por sua vez, é uma extensão da gerência da própria vida. A mulher que gerencia mal o seu lar (sim, estou considerando também a mulher que trabalha fora, tem carreira profissional, etc.), demonstra que não consegue gerenciar a própria vida. O mesmo se aplica ao homem (para despistar eventuais feministas recalcadas).

 

Ao contrário de alguns, eu acredito em verdades absolutas e tenho como verdade absoluta que o trabalho doméstico e a criação dos filhos são, sim, tarefas importantíssimas e não são inferiores a qualquer outro tipo de trabalho. O problema a meu ver é que as mulheres confundiram valores com verdades. O valor é moldável de acordo com a sociedade e o tempo; a verdade não, já que, se fosse moldável, deixaria de ser verdade. Alguns valores nascem de algumas verdades. Assim, as mulheres abraçaram o valor de que o trabalho doméstico era inferior e lançaram-se na carreira profissional, muitas vezes sendo obrigadas a terceirizarem a educação de seus filhos e o resultado é este que a reportagem mostra.

 

Claro que o homem, consciente ou inconsciente, percebeu isso e aproveitou, sempre que pôde, para subjugar a mulher. Neste sentido, o feminismo contribuiu positivamente para a "libertação" das mulheres. Porém, criou outro monstro, evidenciado pela reportagem. É mais uma demonstração de que o ser humano, de forma geral, é tendente aos extremos, passando longe do equilíbrio.
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Mas aí é que tá... essa idéia de que a mulher dona de casa' date=' mãe tempo integral = submissão é uma falácia... A mulher desempenha com eficiência ímpar essas funções, melhor que o homem, fácil, fácil... Não vejo como ser submissão assumir algo que vc foi feito para fazer... [/quote']

Sério, se uma mulher diz que é do lar e outra diz que é jornalista ou algo assim, sei lá...
A mulher pode desempenhar bem qquer função... inclusive dirigimos melhor que os homens, (sei lá de onde vem esse mito de que somos barbeiras)... afff! 11

Mas há um perfil ideal que todas perseguem e daí que muitas sacrificam seus quereres em prol dele.

 

Anyway,  a palavra "infelicidade" é forte demais no contexto aqui.

As mulheres tem um humor mais variável, só isso.

É da nossa natureza sermos assim e não tem tanto a ver com infelicidade.
MariaShy2009-11-07 11:47:00
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Concordo com o Calvin quanto ao trabalho doméstico ser importante, concordo em tudo que você disse mesmo. Mas não sei se é bobo o que vou dizer, ok?!

 

A mulher trabalhar no lar, cuida da casa e dos filhos, educa, limpa, mantém um ambiente agradável, conversa ... eu observo as vezes que a mulher, dona de casa, que cuida do lar, que é o ELO dentro de casa, ela conversa com os filhos, educa, toma conta das lições, conversa com o marido, ouve os problemas dele do trabalho, conta dos filhos, assim como orienta os filhos de como lidar com seu pai, enfim ... então, ela trabalha e cuida de todos, e isso não deixa tempo pra ela, todos que trabalham precisam de um momento de lazer e pra si, e o trabalho doméstico é um trabalho que consome e não tem um retorno, como um salário por exemplo. Poderia até dizer que é meio ordinário, você limpa e suja novamente, você educa e tudo o que seu filho aprendeu em alguns meses ou até anos com você ele desaprende em alguns dias com más companhias, é um trabalho de ciclos, que tem que ser refeito sempre ...

 

Aí a mulher trabalha, se dedica ... porque toda mulher vai me entender agora, e sabe que não consegue deitar a cabeça no travesseiro sem pensar em todos os problemas de hoje e nos que vão surgir amanhã ... ainda mais relacionados ao lar.

 

Aí, então, ela precisa de um tempo pra si, ela quer comprar uma roupa nova e se sentir bonita [isso é muito importante pra uma mulher, não é seguir os padrões de beleza impostos, é apenas se sentir bem consigo mesma], cuidar da beleza e sair com as amigas, conversar. Como ela vai fazer isso? Com que dinheiro? Vai pedir pro marido?

 

Não gosto de determinismo: mas o que acontece na maioria das vezes [não são todos os casos], o marido julga que ela fica em casa o dia todo, que cuidar da casa e educar não é nada, que ELE trabalha, se estrepa o dia todo pra ela gastar o dinheiro com um vestido novo, manicure e com as amigas? Não só os homens [maridos] mas a sociedade, até mesmo outras mulheres julgam assim. Então essa mulher vai se julgar também, porque por mais que ela ache que merece um tempo pra ela, ela realmente acredita que isso não é certo, que seus filhos precisam só de dela, que seu marido está cansado e que é apenas o seu esforço que conta, afinal é o dinheiro dele que sustenta aquele lar ... E assim a dona de casa, a mãe, a dona do lar se anula, trabalha, serve por uma vida ... dali 30 anos seus filhos casam, seu marido cardíaco está velho e barrigudo mas com uma carreira, mas vida sexual não há mais ... e ela? o que fez esse tempo todo?

 

Tá bom, ela pode olhar pra frente e ver seus filhos muito bem educados e com famílias ... mas e a dona de casa? O que ela é hoje? Ah, agora ela pode morrer em paz, cumpriu sua missão?

 

Sabe, isso não é regra. Mas as mulheres sofrem esse julgamento sempre. Muitas não ligam e cuidam de si mesmo assim, estudam e buscam aprender coisas novas, mas sempre sofrem com essas coisas.

 

Vejo minha sogra, mãe do André. O pai do André, depois de muito tempo que passou a dar algum dinheiro de uns aluguéis pra ela, e ainda briga muito com ela se ela compra uma mobília nova pra casa. Ela tem 57 anos, vive em casa, não sai, cuida dos filhos e não vejo ela fazer nada por ela. Ela voltou a estudar agora com muito esforço por insistência dos filhos. E o Pai do André ainda ri dela dizendo que ela tá terminando o prézinho. E tem outras hisorias ... piores eu diria. Enfim ...

 

É um dilema mesmo, a mulher trabalha fora e tem jornada dupla, é o emprego e o lar. Se estudar é tripla e tem que desempenhar todas muito bem. Minha mãe fez isso e fez muito bem, mas eu percebia o quanto ela ficava cansada, o quanto ela se esgotou com isso.

 

Enfim, é triste ... eu me sinto triste. Um dia eu vou me casar, eu acho, quem saber ter filhos, eu gostaria mesmo. Mas como será? Vou ser dona de casa? Como vou educar meus filhos trabalhando fora? E se eu parar de trabalhar, pra onde vai todos esse anos de educação, Universidade, especializações, sonhos, planos? Eu penso muito nisso ...

 

 

 

 

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Bom' date=' se alguém me chamar de machista por causa do meu post acima, então começo a acreditar na estatística do IBGE que diz que aproximadamente 70% da população que sabe ler e escrever é analfabeta funcional...

 

Sua leitura foi ótima, precisa, concordo com absolutamente tudo... Mas eu quero problematizar um pouco... Sim, a sociedade sempre viu o trabalho doméstico e a criação de filhos como um trabalho "inferior". Mas isto corresponde à verdade? É verdade que o trabalho doméstico e a criação de filhos é um trabalho inferior? Tenho certeza que não. Aliás, afirmo que o trabalho doméstico e a criação de filhos é mais importante que todo e qualquer trabalho. A criação de filhos envolve um processo de formação do caráter do ser humano, caráter esse que precisa ser moldado em casa, não é competência da escola ou de terceiros realizar isso. É inconcebível pra mim pensar que o trabalho de um profissional da área financeira, por exemplo, possa ser superior a isso...

 

A gerência do lar, por sua vez, é uma extensão da gerência da própria vida. A mulher que gerencia mal o seu lar (sim, estou considerando também a mulher que trabalha fora, tem carreira profissional, etc.), demonstra que não consegue gerenciar a própria vida. O mesmo se aplica ao homem (para despistar eventuais feministas recalcadas).

 

Ao contrário de alguns, eu acredito em verdades absolutas e tenho como verdade absoluta que o trabalho doméstico e a criação dos filhos são, sim, tarefas importantíssimas e não são inferiores a qualquer outro tipo de trabalho. O problema a meu ver é que as mulheres confundiram valores com verdades. O valor é moldável de acordo com a sociedade e o tempo; a verdade não, já que, se fosse moldável, deixaria de ser verdade. Alguns valores nascem de algumas verdades. Assim, as mulheres abraçaram o valor de que o trabalho doméstico era inferior e lançaram-se na carreira profissional, muitas vezes sendo obrigadas a terceirizarem a educação de seus filhos e o resultado é este que a reportagem mostra.

 

Claro que o homem, consciente ou inconsciente, percebeu isso e aproveitou, sempre que pôde, para subjugar a mulher. Neste sentido, o feminismo contribuiu positivamente para a "libertação" das mulheres. Porém, criou outro monstro, evidenciado pela reportagem. É mais uma demonstração de que o ser humano, de forma geral, é tendente aos extremos, passando longe do equilíbrio.
[/quote']

 

Este aqui é um sério candidato a post do ano!!!!!10

 

Acho que as idéias do Dook e da Maria Shy se complementam. Eu conheço várias mulheres que gostariam de retomar a vida de "mulher do lar" pq elas se sentem realizadas assim muito mais do que com o cargo ocupado em uma grande compania? O que se pode condenar com relação a isso? Nada. Já tive colegas de trabalho que resolveram deixar a vida profissional de lado (pelo menos um pouco) pra dedicar-se à maternidade, embora essa seja uma tarefa de natureza constante.

 

Não querendo ficar em cima do muro, mas não defendo nenhum dos extremos até porque hoje em dia é muito complicado estabelecer uma vida a dois se ambos não ajudam no financiamento e na construção dessa vida. Será que se a mulher estivesse em casa oferecendo todo o suporte ao homem para que ele estudasse e crescesse profissionalmente compensaria este ganho? Pode ser que sim, não duvido. Não querendo ser machista, mas eu trabalho com RH e com muitas mulheres e constantemente sinto que elas interpretam um papel (coordenadoras, supervisoras, gerentes, diretoras), muitas vezes sustentadas por uma ideologia, mas dá pra notar que aquele trabalho em si não a motiva. O que a motiva é justamente o que ele traz a ela: a possibilidade de sustentar uma família, sozinha ou não, e coisas do gênero.

 

Como o Dook falou é um erro considerar que a mulher que prefere ser do lar é "inferior", por isso vejo muito mais como uma decisão pessoal do que propriamente do sexo. Da mesma forma que citei anteriormente, vejo muitas mulheres que se sentem realizadas profissionalmente, gostam dos desafios do mundo corporativo. Mas é como relata na reportagem (li alguns trechos apenas, por enquanto), não há dedicação sem sacrifício e entra no ponto que a Shy falou. A infelicidade da mulher, creio eu, está muito ligada a essa incapacidade dela em querer ser tudo ao mesmo tempo do que propriamente um "arrependimento" por terem queimado o sutiã.
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Concordo com o Calvin quanto ao trabalho doméstico ser importante' date=' concordo em tudo que você disse mesmo. Mas não sei se é bobo o que vou dizer, ok?!

A mulher trabalhar no lar, cuida da casa e dos filhos, educa, limpa, mantém um ambiente agradável, conversa ... eu observo as vezes que a mulher, dona de casa, que cuida do lar, que é o ELO dentro de casa, ela conversa com os filhos, educa, toma conta das lições, conversa com o marido, ouve os problemas dele do trabalho, conta dos filhos, assim como orienta os filhos de como lidar com seu pai, enfim ... então, ela trabalha e cuida de todos, e isso não deixa tempo pra ela, todos que trabalham precisam de um momento de lazer e pra si, e o trabalho doméstico é um trabalho que consome e não tem um retorno, como um salário por exemplo. Poderia até dizer que é meio ordinário, você limpa e suja novamente, você educa e tudo o que seu filho aprendeu em alguns meses ou até anos com você ele desaprende em alguns dias com más companhias, é um trabalho de ciclos, que tem que ser refeito sempre ...

Aí a mulher trabalha, se dedica ... porque toda mulher vai me entender agora, e sabe que não consegue deitar a cabeça no travesseiro sem pensar em todos os problemas de hoje e nos que vão surgir amanhã ... ainda mais relacionados ao lar.

Aí, então, ela precisa de um tempo pra si, ela quer comprar uma roupa nova e se sentir bonita [isso é muito importante pra uma mulher, não é seguir os padrões de beleza impostos, é apenas se sentir bem consigo mesma'], cuidar da beleza e sair com as amigas, conversar. Como ela vai fazer isso? Com que dinheiro? Vai pedir pro marido?

Não gosto de determinismo: mas o que acontece na maioria das vezes [não são todos os casos], o marido julga que ela fica em casa o dia todo, que cuidar da casa e educar não é nada, que ELE trabalha, se estrepa o dia todo pra ela gastar o dinheiro com um vestido novo, manicure e com as amigas? Não só os homens [maridos] mas a sociedade, até mesmo outras mulheres julgam assim. Então essa mulher vai se julgar também, porque por mais que ela ache que merece um tempo pra ela, ela realmente acredita que isso não é certo, que seus filhos precisam só de dela, que seu marido está cansado e que é apenas o seu esforço que conta, afinal é o dinheiro dele que sustenta aquele lar ... E assim a dona de casa, a mãe, a dona do lar se anula, trabalha, serve por uma vida ... dali 30 anos seus filhos casam, seu marido cardíaco está velho e barrigudo mas com uma carreira, mas vida sexual não há mais ... e ela? o que fez esse tempo todo?

Tá bom, ela pode olhar pra frente e ver seus filhos muito bem educados e com famílias ... mas e a dona de casa? O que ela é hoje? Ah, agora ela pode morrer em paz, cumpriu sua missão?

Sabe, isso não é regra. Mas as mulheres sofrem esse julgamento sempre. Muitas não ligam e cuidam de si mesmo assim, estudam e buscam aprender coisas novas, mas sempre sofrem com essas coisas.

Vejo minha sogra, mãe do André. O pai do André, depois de muito tempo que passou a dar algum dinheiro de uns aluguéis pra ela, e ainda briga muito com ela se ela compra uma mobília nova pra casa. Ela tem 57 anos, vive em casa, não sai, cuida dos filhos e não vejo ela fazer nada por ela. Ela voltou a estudar agora com muito esforço por insistência dos filhos. E o Pai do André ainda ri dela dizendo que ela tá terminando o prézinho. E tem outras hisorias ... piores eu diria. Enfim ...

É um dilema mesmo, a mulher trabalha fora e tem jornada dupla, é o emprego e o lar. Se estudar é tripla e tem que desempenhar todas muito bem. Minha mãe fez isso e fez muito bem, mas eu percebia o quanto ela ficava cansada, o quanto ela se esgotou com isso.

Enfim, é triste ... eu me sinto triste. Um dia eu vou me casar, eu acho, quem saber ter filhos, eu gostaria mesmo. Mas como será? Vou ser dona de casa? Como vou educar meus filhos trabalhando fora? E se eu parar de trabalhar, pra onde vai todos esse anos de educação, Universidade, especializações, sonhos, planos? Eu penso muito nisso ...

 

Caramba... muito bom ler tudo isso, Fran. Você relatou perfeitamente os sentimentos que passam no interior da mulher. É bem tudo isso que você falou. Meu pai sempre trabalhou e minha mãe parou de trabalhar após a gravidez do primeiro filho. Quando ele se aposentou não conseguiu "ficar em casa", parado, retornou ao trabalho. Hoje vejo a minha mãe frustrada, pois a rotina dela se limita aos cuidados da casa, do marido, dos filhos e agora até mesmo dos netos. Existem poucas oportunidades para ela se dedicar a ela.

 

Tudo isso é muito complexo, seremos eternamente insatisfeitos, homens ou mulheres. É um dilema como você mesma disse. O importante é que a pessoa, a mulher no caso, não sinta que está fazendo uma coisa como uma resposta à sociedade e sim por ela mesma. Será que os homens não precisam rever seus papéis também? Eu sempre fui educado de forma que a minha mãe era a responsável pelas atividades domésticas. A minha ajuda era em não sujar mais ou simplesmente não atrapalhar. E isso era cômodo pra mim, mas também era uma "imposição" materna. Hoje, como namorado e futuro marido, nem passa pela minha cabeça deixar tudo no lar sob responsabilidade da minha namorada e futura esposa. Por que somente a mulher desempenha 2, 3 papéis? Eu como homem também vou executar o trabalho de executivo e minhas tarefas como pai. Ser mãe é diferente de ser pai? Sim, mas em termos. Mas eu também quero interpretar esse dois papéis, as responsabilidades precisam ser divididas. Nesse ponto discordo da Shy que os homens são simples. Que nada... 
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Eu acho que a grande culpa da dita "infelicidade" das mulheres vem de nós mesmas.

Certa vez emputeci e citei "homens são todos iguais" e com espanto ouvi como resposta "e quem é que cria os homens?"

Nós mulheres é que construimos essa situação.
A mulher "teve" que se fazer necessária, cuidar de tudo, ceder e até se anular por um pouquinho de poder, sobreviver num mundo que já foi tão machista.
Na verdade é uma espécie de poder submisso/velado.

Poupamos demais os homens, bajulamos demais, talvez esperando um retorno igual.  Somos mães até qd somos esposas... afff!

Massssssssss depois da revolução podemos escolher ser do lar por prazer. Talvez seja uma revolução feminina as avessas giggle.gif.

 

Sabe o que? Acho que essa pesquisa é meio furada, a não ser que tenha sido feita anonimamente.

Mulheres são notoriamente conhecidas por reclamarem (calúnia masculina of course!), daí que elas se abririam mais numa pesquisa assim enqto homem se assumir infeliz poderia ser visto como fraco, "loser".

Acho que muitos não admitiriam, não.

 

By the way, se discutiu muito sobre a suposta causa da infelicidade da mulher... e nada sobre a causa da infelicidade dos homens!

 

 

 
MariaShy2009-11-07 17:04:42
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Concordo com o Calvin quanto ao trabalho doméstico ser importante' date=' concordo em tudo que você disse mesmo. Mas não sei se é bobo o que vou dizer, ok?!

A mulher trabalhar no lar, cuida da casa e dos filhos, educa, limpa, mantém um ambiente agradável, conversa ... eu observo as vezes que a mulher, dona de casa, que cuida do lar, que é o ELO dentro de casa, ela conversa com os filhos, educa, toma conta das lições, conversa com o marido, ouve os problemas dele do trabalho, conta dos filhos, assim como orienta os filhos de como lidar com seu pai, enfim ... então, ela trabalha e cuida de todos, e isso não deixa tempo pra ela, todos que trabalham precisam de um momento de lazer e pra si, e o trabalho doméstico é um trabalho que consome e não tem um retorno, como um salário por exemplo. Poderia até dizer que é meio ordinário, você limpa e suja novamente, você educa e tudo o que seu filho aprendeu em alguns meses ou até anos com você ele desaprende em alguns dias com más companhias, é um trabalho de ciclos, que tem que ser refeito sempre ... [/quote']

 

Veja só, vc desenvolveu a questão do trabalho doméstico melhor do que eu. Como pode um trabalho desses ser considerado "inferior"?


Aí' date=' então, ela precisa de um tempo pra si, ela quer comprar uma roupa nova e se sentir bonita [isso é muito importante pra uma mulher, não é seguir os padrões de beleza impostos, é apenas se sentir bem consigo mesma'], cuidar da beleza e sair com as amigas, conversar. Como ela vai fazer isso? Com que dinheiro? Vai pedir pro marido?

 

Então, se a mulher não tem ganho financeiro (ou seja, um emprego), pode e deve pedir dinheiro ao marido. E vou além: o marido DEVE dar o dinheiro à mulher para ela utilizar consigo mesma, comprar uma roupa nova, se sentir bonita.


Não gosto de determinismo: mas o que acontece na maioria das vezes [não são todos os casos]' date=' o marido julga que ela fica em casa o dia todo, que cuidar da casa e educar não é nada, que ELE trabalha, se estrepa o dia todo pra ela gastar o dinheiro com um vestido novo, manicure e com as amigas? Não só os homens [maridos'] mas a sociedade, até mesmo outras mulheres julgam assim. Então essa mulher vai se julgar também, porque por mais que ela ache que merece um tempo pra ela, ela realmente acredita que isso não é certo, que seus filhos precisam só de dela, que seu marido está cansado e que é apenas o seu esforço que conta, afinal é o dinheiro dele que sustenta aquele lar ... E assim a dona de casa, a mãe, a dona do lar se anula, trabalha, serve por uma vida ... dali 30 anos seus filhos casam, seu marido cardíaco está velho e barrigudo mas com uma carreira, mas vida sexual não há mais ... e ela? o que fez esse tempo todo?

 

Leitura perfeita... a questão que faço e que todos precisamos analisar (e a reportagem sugere de forma bem sutil) é esta: pq a mulher precisa ficar com o que o marido fala sobre o trabalho dela e a sociedade fala e, via de consequência, julgar-se a si mesma? Pq a mulher precisa se apegar ao juízo de valor (que o trabalho doméstico é inferior) e não se apega à verdade (o trabalho doméstico e a criação dos filhos é um trabalho importantíssimo)?

Sabe' date=' isso não é regra. Mas as mulheres sofrem esse julgamento sempre. Muitas não ligam e cuidam de si mesmo assim, estudam e buscam aprender coisas novas, mas sempre sofrem com essas coisas.[/quote']

 

Eu tenho uma explicação do pq a mulher sofre esse julgamento, mas se falasse isso aqui viraria Religião 2 - A Missão então vou me abster disso...

 

Acho que o segredo aí é a mulher parar de se apegar aos juízos de valores dos outros e se apegar às verdades da sua vida, da sua função, do seu propósito...


Enfim' date=' é triste ... eu me sinto triste. Um dia eu vou me casar, eu acho, quem saber ter filhos, eu gostaria mesmo. Mas como será? Vou ser dona de casa? Como vou educar meus filhos trabalhando fora? E se eu parar de trabalhar, pra onde vai todos esse anos de educação, Universidade, especializações, sonhos, planos? Eu penso muito nisso ... [/quote']

 

Bom, não precisa pensar muito... educar os filhos trabalhando fora levará você a terceirizar uma parte desse processo de educação. Não tem jeito. Vc não pode estar em casa durante o dia com as crianças e no trabalho ao mesmo tempo... Por outro lado, tem a carreira profissional. Qual é mais importante? Resta aí o dilema que tem causado esse desgaste nas mulheres...  
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Eu já tinha lido a reportagem e achei interessantíssima.

 

Muitos dos meus pensamentos a respeito disso coincidem com o do Dook. A briga pela "libertação" das mulheres (muito por conta da "desvalorização" do trabalho doméstico pelo simples fato de não ser renumerado) acabou criando esse dilema. E não dá para abraçar as duas funções ao mesmo tempo.

 

Acho que uma das saídas é exatamente o que o Dook falou: as mulheres avaliarem o que seria mais realizador para elas mesmas, e não o que a sociedade acha que é melhor. E, caso ela queira abraçar as duas causas, o melhor que se têm a fazer é se planear para que as perdas sejam mínimas (é importante salientar que sempre haverá uma perda nesse processo). E aí cabe a nós homens a compreensão desse dilema e ajudar no que for possível, inclusive dividindo as tarefas domésticas, por exemplo...

 

E Shy, nós homens não somos nem um pouco simples...

 

 

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Eu acho que a grande culpa da dita "infelicidade" das mulheres vem de nós mesmas.

Certa vez emputeci e citei "homens são todos iguais" e com espanto ouvi como resposta "e quem é que cria os homens?"

Nós mulheres é que construimos essa situação.

A mulher "teve" que se fazer necessária, cuidar de tudo, ceder e até se anular por um pouquinho de poder, sobreviver num mundo que já foi tão machista.

Na verdade é uma espécie de poder submisso/velado.

Poupamos demais os homens, bajulamos demais, talvez esperando um retorno igual.  Somos mães até qd somos esposas... afff!

Massssssssss depois da revolução podemos escolher ser do lar por prazer. Talvez seja uma revolução feminina as avessas giggle.gif.

 

Sabe o que? Acho que essa pesquisa é meio furada, a não ser que tenha sido feita anonimamente.

Mulheres são notoriamente conhecidas por reclamarem (calúnia masculina of course!), daí que elas se abririam mais numa pesquisa assim enqto homem se assumir infeliz poderia ser visto como fraco, "loser".

Acho que muitos não admitiriam, não.

 

By the way, se discutiu muito sobre a suposta causa da infelicidade da mulher... e nada sobre a causa da infelicidade dos homens!

 

 

 
[/quote']

 

 

Muito desse dilema foi causado por essa linha de raciocínio, que o Dook tanto frisou...

 

Eu digo com toda a sinceridade do mundo: Se sou uma pessoa de boa índole, trabalhadora, justa e com boa formação, devo a maior parte disso a minha mãe (que ainda trabalhou durante um período para ajudar nas despesas da minha família). E ela têm total convicção da importância dessa formação...

 

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A maioria das mulheres é infeliz porque só a minoria casa com homens ricos06

 

 

 

Rapaz, a mulher foi ao mercado de trabalho e fez triplicar o desemprego

no país. Se ficassem em casa lavando roupa, a taxa de desemprego seria

muito menor06

 

 

 

E na boa, sério, a pressão que a sociedade exerce em cima dos homens é

infinitamente superior (e diria que 90% dessa pressão é exercida pelas

mulheres).

Renato2009-11-07 18:31:05

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...
E Shy' date=' nós homens não somos nem um pouco simples...
[/quote']

Ah! desculpa, aí.

mas é que alguns de vc mesmos passam essa impressão.

Só acho que vc homens não são criaturas tão complicadas como as mulheres.

É dificilimo ver homens tendo crises existenciais.

 

Sei lá a psique de uma mulher é uma zona alienigena... aff!

E como se fossemos várias habitando o mesmo corpo... sei lá.

 

E  ninguém fala sobre a infelicidade masculina...
MariaShy2009-11-07 18:38:46
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É dificilimo ver homens tendo crises existenciais.

[/quote']

 

Só porque não vê não significa que os homens não as tenha.

Os homens tem crises existencias, claro, mas acho que nós conseguimos levar a coisa toda menos a sério, eu acho.

 

Por exemplo, você não vai ver nenhum cara se matando ou chorando porque a casa está bagunçada06

 

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...
Muito desse dilema foi causado por essa linha de raciocínio' date=' que o Dook tanto frisou...

Eu digo com toda a sinceridade do mundo: Se sou uma pessoa de boa índole, trabalhadora, justa e com boa formação, devo a maior parte disso a minha mãe (que ainda trabalhou durante um período para ajudar nas despesas da minha família). E ela têm total convicção da importância dessa formação...
[/quote']

Exato!

E embora isso a faça feliz é uma realização mais sua que dela.

Como Fran mesmo citou, há uma imensiadão de mulheres que não estudaram, mas fazem de tudo p/ que seus filhos estudem e só vão fazer isso depois de todo mundo.

 

Mas nem acho que isso seja motivo de infelicidade feminina.

 

Talvez receber,  de vez em qd, o tratametno que ela dá, seja a chave.
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É dificilimo ver homens tendo crises existenciais.


[/quote']

Só porque não vê não significa que os homens não as tenha.
Os homens tem crises existencias, claro, mas acho que nós conseguimos levar a coisa toda menos a sério, eu acho.

Por exemplo, você não vai ver nenhum cara se matando ou chorando porque a casa está bagunçada06

tu vai ver só qd se casar! 19.gif

Não se iluda, chorar é (as vezes, só as vezes) uma arma feminina.

 

Credo! Isso me lembrou o gráfico que Dook postou.

 

%20Reprodução%20

 

Se a infelidade da mulher cresce e a do homem só desce, tem alguma coisa errada aí.

Tipo, qto mais infelizes nos tornamos, mais felizes são os homens... aff! 131313

 

Não sei qual seria a leitura correta desse gráfico aí, não think.gif
MariaShy2009-11-07 18:57:58
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Eu li essa reportagem quando saiu. De um modo geral vejo que ela relata a insatisfação das mulheres por estarem cada vez mais fazendo mais coisas e quererem fazer todas essas coisas bem feitas... e nem sempre conseguem. Ou porque não querem fazer tantas coisas, mas sofrem pressão para isso e ficam mal. Além disso tem o fato de que a mulher coloca o ideal num certo patamar, mas não se satisfaz com o ideal. No momento em que ela alcança o ideal, o padrão sobre ainda mais. Então elas ficam sempre mais e mais insatisfeitas.

 

 

 

Tenho algumas coisas a dizer sobre o que eu li aqui no fórum e do que eu ouço falar por aí.

 

 

 

1) Nem todas as mulheres têm um talento natural para cuidar do lar. E isso foi sempre... não é de hoje.

 

 

 

2) Muitas mulheres não trabalham porque são obrigadas pelas sociedade... mas porque realmente querem;

 

 

 

3) Muitas mulheres gostariam de ser simplesmente mães e donas de casa... e serão mesmo. Eu posso lhe dizer hoje uma lista de primas e amigas que estão tendendo para este ramo... e boto minha mão no fogo como acerto quase todas;

 

 

 

4) Muitas mulheres querem trabalhar para ter seu próprio dinheiro e não depender de ninguém;

 

 

 

5) Muitas mulheres trabalham porque querem ter uma carreira profissional... e não só porque simplesmente não querem depender do dinheiro de alguém;

 

 

 

6) Muitas mulheres odeiam trabalhar e gostam mesmo é de "peruar" e ter alguém que pague por isso. E terão;

 

 

 

7) Muitas mulheres foram donas de casa a vida toda e no fim da vida ficam depressivas;

 

 

 

8) Muitas mulheres foram donas de casa a vida toda e não se arrependem nada. Morrerão felizes.

 

 

 

Então, dito isso: nunca generalizem com base em uma única opinião ou na sua visão geral e pessoal sobre as coisas. Ela dificilmente retratará a realidade geral... no máximo, será holística, pouco aprofundada e portanto, imprecisa.

 

 

 

Não estou dizendo isso para ninguém em específico... então não enlouqueçam.

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