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Lula, o Filho do Brasil


Jorge Soto
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Lula, o Filho do Brasil é um filme inspirado na trajetória do atual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Dirigido por Fábio Barreto, cineasta indicado ao Oscar por O Quatrilho, o filme está previsto para estrear em toda América do Sul no início de 2010 [1].

Baseado no livro homônimo escrito pela jornalista Denise Paraná, o filme narrará a história de Lula de seu nascimento até a morte de sua mãe, quando é um líder sindical de 35 anos detido pela polícia política da ditadura militar. O roteiro foi escrito por Paraná, Fábio Barreto e Daniel Tendler, enquanto o escritor Fernando Bonassi está aperfeiçoando-o [2].

O ator João Miguel, conhecido por seu papel em Cinema, Aspirinas e Urubus, foi convidado para interpretar Lula, mas teve de acabar recusando à proposta devido a problemas com sua agenda. Após a desistência de Tay Lopez por problemas de sáude, Barreto escolheu o ator Rui Ricardo Dias para interpretar Lula na fase adulta [3]. Até agora, os outros nomes confirmados no elenco principal são os de Glória e Cléo Pires [2] e Juliana Baroni [1], que devem interpretar a mãe, a primeira esposa de Lula e dona Marisa Letícia, respectivamente.

O filme foi produzido por Luiz Carlos Barreto e Paula Barreto, pai e irmã do diretor, e está previsto para ser o primeiro filme brasileiro a estrear simultaneamente em todo continente sul-americano. A previsão de estréia é para o início de 2010 [1]. O orçamento do filme é relativamente alto para os padrões do cinema brasileiro. Foram cerca de 18 milhões de reais que Barreto planejou obter sem subsídio municipal, estadual ou federal para evitar críticas [2]. O filme começou a ser rodado no final de janeiro de 2009 em Garanhuns, terra natal de Lula [4].

Contexto histórico

A trajetória de vida de Lula coincide com vários aspectos marcantes da história do Brasil, motivo pelo qual Paraná decidiu escrever o livro, que é sua tese de doutorado em História pela Universidade de São Paulo (USP). Durante sua pesquisa para o livro, Paraná entrevistou Lula e várias pessoas ligadas a ele. De acordo com ela, enquanto ouvia os depoimentos de Lula, pensava consigo mesmo se tratar de "um roteiro de filme mal escrito, porque tudo se encaixa" [2].

Dentre os fatos da trajetória de Lula e da história do Brasil que se encaixam, de acordo com Paraná, estão a morte da primeira esposa dele por erro médico no parto na mesma época em que o Brasil detinha um dos maiores índices mundiais de morte no parto, a migração da família de Lula no momento em que o Brasil presencia sua maior onda de migração interna e o alcoolismo que marca o pai de Lula no período de maior incidência deste vício no Nordeste [2].

Patrocinadores

De acordo com a fonte: "Agência do estado", este filme foi patrocinado por diversas empreiteiras, algo extremamente incomum no mercado brasileiro. Ao serem questionadas, as companhias que bancam o filme rejeitaram qualquer motivação política ao financiar o longa. Elas alegam interesse na obra em razão do retorno de imagem para suas marcas.

A agência também trata sobre a distribuição do filme:

"Embora a maior parte dos recursos para a produção do filme já tenha sido captada, para a distribuição serão necessários outros R$ 4 milhões, que ainda estão em negociação. Uma dessas negociações é com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que foi procurado para financiar a distribuição do filme na Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. “(A conversa sobre o assunto) está em banho-maria”, diz a produtora do longa, Paula Barreto." [2].


O Presidente Barack Obama solicitou à produção do longa para que a pré-estreia internacional do filme seja realizada nos EUA, com sessão Première em Washington.[5]

Elenco

Rui Ricardo Diaz - Luiz Inácio Lula da Silva (adulto)

Guilherme Tortólio - Luiz Inácio Lula da Silva (adolescente)

Felipe Falanga - Lula 7 anos

Glória Pires - Eurídice Ferreira de Melo (Dona Lindu)

Lucélia Santos - Professora de Lula [6]

Cléo Pires - Maria de Lurdes da Silva

Juliana Baroni - Marisa Letícia Lula da Silva

Milhem Cortaz - pai de Lula

Clayton Mariano - Lambari

Suzana Costa - parteira [4]

Jones Melo - vendedor [4]

José Ramos - motorista de pau-de-arara [4]

Antônio Pitanga - Sr. Cristóvão

Celso Frateschi - Sr. Álvaro

Marcos Cesana - Cláudio Feitosa

Sóstenes Vidal - Ziza

Antonio Saboia - Vavá

Eduardo Acaiabe - Geraldão

Marat Descartes - Arnaldo

Nei Piacentini - Dr. Miguel

Luccas Papp - Lambari aos 15 anos

Vanessa Bizarro - Lurdes 13 anos

Maicon Gouveia - Jaime

Fernado Alvez Pinto - Jornalista

Rayana Carvalho - Dona Mocinha

Jonas Melo - Tosinho

Mariah Teixeira - Marinete

Fernanda Laranjeira - Tiana

lulaofilhodobrasil_1.jpgsinopse:

1945, sertão de Pernambuco. Menos de um mês após Aristides (Milhem Cortaz) partir para São Paulo com uma mulher bem mais nova, dona Lindu (Glória Pires) dá a luz ao seu sétimo filho: Luiz Inácio da Silva, que logo ganha o apelido de Lula. Sem ter a quem recorrer, Lindu cuida da família sozinha. Três anos depois Aristides retorna, acompanhado de dois garotos que ele diz serem seus filhos. Uma semana depois ele parte mais uma vez, deixando Lindu grávida e levando consigo Jaime, o segundo filho mais velho. Durante a seca de 1952 a família recebe uma carta de Aristides, chamando-a para viver com ele em São Paulo. Lindu vende tudo o que tem e viaja para São Paulo, junto com os filhos. Ao chegar descobre que a carta era falsa. Quem a escreveu foi Jaime, que já não aguentava mais os maus tratos do pai. A família passa a viver em Santos, onde Aristides vivia com outra mulher e trabalhava como estivador. Vivendo em condições precárias, a família ainda precisa lidar com a crescente violência de Aristides.

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Pelo menos não foi feito com dinheiro público. Ao que consta...

 

São 16 milhões de orçamento e esses "amigos" aí dando uma forcinha:

 

AmBev, Camargo Corrêa, Embraer, GDF Suez, Nestlé, OAS, Odebrecht, Oi e Volkswagen. O empresário Eike Batista, do Grupo EBX, também faz parte da lista. Ele fez questão de deixar registrado que o apoio, neste caso, é da pessoa física

 

 
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Qual o problema do dinheiro público para o Cinema?Sendo dentro da lei, sem desvios, acho válido, e precisam aumentar. Essas iniciativas privadas são ótimas, pois desafoga os milhões de projetos que dependem de verba pública para serem finalizados. Por isso uma indústria consolidada no Brasil é muito importante para se produzir cada vez mais, e assim, com as produções maiores se pagando pela bilheteria não precisarão de dinheiro do Estado, este, assim, se destinará apenas para as produções que realmente precisam - mais independentes, de iniciantes. É o que espero.

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Qual o problema do dinheiro público para o Cinema?Sendo dentro da lei' date=' sem desvios, acho válido, e precisam aumentar. Essas iniciativas privadas são ótimas, pois desafoga os milhões de projetos que dependem de verba pública para serem finalizados. Por isso uma indústria consolidada no Brasil é muito importante para se produzir cada vez mais, e assim, com as produções maiores se pagando pela bilheteria não precisarão de dinheiro do Estado, este, assim, se destinará apenas para as produções que realmente precisam - mais independentes, de iniciantes. É o que espero. [/quote']

 

1 - Para começar, as verbas já são limitadas para as coisas mais essenciais como saúde e educação. Cinema, por mais que nós aqui gostemos, é supérfluo. Há coisas mais importantes nas quais investir. O dinheiro que é queimado em bombas como A Mulher Invisível, poderia ser investido em coisas mais urgentes.

 

2 - Quando o filme não rende lucro, nada volta ao Estado diretamente. Quando o filme rende lucro, novamente nada volta ao Estado diretamente. O cineasta faz o filminho dele bancado pelos contribuintes, se enche de dinheiro e não retorna um centavo sequer para a ANCINE.

 

3 - A maioria dos contribuintes nem frequenta os cinemas. Por que o Estado deve gastar com algo que não beneficia a maioria da população? Aumentar investimentos para produzir filmes que ninguem vê?

 

4 - Boa parte dos filmes brasileiros são propaganda política esquerdista disfarçada de arte. Outros não passam de odes ao que há de pior no país (o jeitinho brasileiro, a adoração ao carnaval, a adoração ao futebol, a vitimização de criminosos...). Não acho que esse tipo de coisa mereça investimento público.

 

5 - Não vejo motivos para o governo bancar os cineastas. Nem qualquer outra categoria de artistas. Eles são profissionais como quaisquer outros. Assim como o Estado não sustenta  um arquiteto ou um advogado, não deve sustentar artistas. Quer fazer filminho sobre a vida de uma dupla de caipiras cantores ou sobre a prostituta blogueira carioca? Vá bater na porta dos estúdios de cinema e das empresas privadas.

 

6 - Por fim, um filme sobre o Lula, mostrando-o como herói popular, perto da época das eleições e bancado com verbas públicas seria MUITA canalhice. Esse seria o problema do uso de dinheiro público especificamente nesse filme. 03

 

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esse filme me dá nojo. só não sei como custou 16 milhões. pelo trailer parece tecnicamente raquítico.

 

eu tb tenho essa impressao.. a de se tratar de um filme oportunista, onde nao dá pra nao pensar num caráter eleitoreiro em vista! fica dificil encara-lo como "cinema" propriamente dito.. pelo menos pra mim!
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Qual o problema no filme ter grandes patrocinadores? Isso é ótimo, todos os filmes deveriam buscar recursos assim!

 

Essas leis de incentivo, que num primeiro momento alavancou a produção do cinema nacional que estava no limbo, hoje faz com que os produtores só fiquem atrelados à isso e se acomodem, é péssimo, nenhum outro páis depende tanto de políticas públicas para produzir cinema como o Brasil.

 

Quanto ao filme, achei o trailer bom, é esperar para conferir. Não acho que seja um filme eleitoreiro, pois Lula está no final do mandato, não é candidato e sua história vale sim um filme. Mas por ser uma figura tão controversa - apesar do alto índice de aprovação - as críticas nunca serão imparciais, portanto é preciso assistir para tirar as próprias conclusões.
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esse filme me dá nojo. só não sei como custou 16 milhões. pelo trailer parece tecnicamente raquítico.

 

eu tb tenho essa impressao.. a de se tratar de um filme oportunista' date=' onde nao dá pra nao pensar num caráter eleitoreiro em vista! fica dificil encara-lo como "cinema" propriamente dito.. pelo menos pra mim!
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o problema é que, independente desse caráter panfletário, o filme parece ser ruim pra caralho. ^

 

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Quero um exemplo de um filme completamente bancado pelo Governo sucesso de bilheteria; a GloboFilmes coloca a maioria da verba, mesmo que ainda consiga algum patrocínio.

 

 

 

Não concordo, acho que a arte é tão importante quanto todo o resto; mas claro, a arte, principalmente, poderia ser sustentada por grandes produtoras, estas, independentes de dinheiro do estado abririam braços menores indepentendes, como acontece nos EUA.

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Sobre a qualidade do filme, alguém sequer colocou alguma fé um dia?Eu não; foi só anunciarem que o diretor seria o espetacular Fábio Barreto, e produzido pelo seu pai, Barretão, que já sabia que se tratava de material lixo. Não por causa do Lula, que nem simpatizo, porque qualquer história, independentemente, pode ser muito bem colocada no cinema; neste caso o diretor não ajuda, mesmo. A entrevista dele pro Happy Hour do GNT comprova a mediocridade da família inteira.

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Completamente. Eu me contorcia no sofá ao ver a entrevista dele; raiva. Que idiota' date=' o cara tem um pai famoso como produtor, poderia, assim como o irmão dele, fazer O FILME QUE QUISER, com o nome dos Barreto, consegue dinheiro. E ficam fazendo essas porcarias. [/quote']

 

e agora com essa puxação de saco repleta de confete pro Lula, com a "Lulamania" em alta e a imagem boa q o presidente tem la fora (q nao significa necessariamente um ótimo governo), nao duvido q o filme vise tb o mercado externo. Quem sabe agora com grana facil os Barreto  resolvam fazer tb uma cinebio do Sarney, Tancredo, FHC, etc..

De qq maneira, como ja disseram, parece q o filme so vale mesmo pela Gloria Pires pq a producao nao deve ser mais do q o mesmo. Mas ai é ver pra crer.
Jorge Soto2009-11-30 09:41:40
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Pois é, apesar de gostar dela, mas a acho bem fraca, e seus filmes no cinema, bem, ela deveria ter ficado na televisão. A Boscov falou essa semana na Veja sobre um filme com ela meio independente, teceu maravilhas sobre a produção, inclusive sobre a Pires; quero ver.

 

 

 

Mas sim Soto, também vejo mercado para o filme lá fora, e deve ser o escolhido para o Oscar do ano que vem, será?Seria cômico, mas não duvido. Os últimos filmes indicados foram justamente produções do Barretão - "O Quatrilho" e "O Que É Isso Companheiro?".

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  • 2 weeks later...
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Pois é' date=' apesar de gostar dela, mas a acho bem fraca, e seus filmes no cinema, bem, ela deveria ter ficado na televisão. A Boscov falou essa semana na Veja sobre um filme com ela meio independente, teceu maravilhas sobre a produção, inclusive sobre a Pires; quero ver. 

[/quote']

 

Acho que é esse aqui.

 

e-proibido-fumar-560.jpg

 

Ela chegou a ganhar um prêmio aí pela atuação (acho que foi aqui no Festival de Brasília)
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  • 4 weeks later...
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Reproduzo aqui a crítica que coloquei no tópico O Que Você Anda Vendo e Comentando:

 

 

 

Lula, o Filho do Brasil (Brasil, 2010, Dir.: Fábio Barreto) - 9/10

 

 

 

Antes de ver o filme, a primeira coisa que pensei foi: "você já conhece o filho da p..., agora conheça a mãe dele" 06.gif . Brincadeiras à parte, confesso que, apesar de todos os avisos e teorias da conspiração sobre a obra, praticamente deixei-os de lado no final da sessão.

 

 

 

Baseado no livro homônimo (da autora Denise Paraná), conta a história do presidente a partir do nascimento até a morte da sua mãe, em 1980. Mostra a infância paupérrima em Garanhuns, interior de Pernambuco, o êxodo de sua família para São Paulo, a formação dele como torneiro mecânico e a sua entrada no mundo do sindicalismo, intercalando com as glórias e agonias de sua vida pessoal.

 

 

 

É complicado encontrar palavras para descrever o filme, visto que muita gente propaga aos sete ventos que é pura propaganda eleitoral, mas vou tentar: o filme é, sim, muito bom. A fotografia é ótima, e em algumas cenas você sente pequenos lampejos nela (como o malicioso zoom na boca do pai do Lula enquanto ele bebe, que consegue definir todo o personagem só com isso). A trilha sonora não é lá tão original assim (especialmente no início, que passa aquela impressão de "trilha sonora de filme brasileiro dos anos 90"), mas ganha força da metade pro final, ao ser inserida sabiamente no decorrer das cenas.

 

 

 

E as atuações então, dignas de nota, com destaque para a Glória Pires (que consegue passar uma simpatia ímpar para a "Lindu", a mãe do Lula) e o Rui Ricardo (um Lula jovem que, apesar de em várias cenas falar o sotaque característico do presidente, e em outras cenas abandoná-lo, tem o peso necessário para convencer a platéia na conversão do Lula-trabalhador-comum para o Lula-sindicalista).

 

 

 

O filme acaba se mostrando como uma versão tupiniquim dos filmes americanos que mostram gente pobre que acaba conseguindo "vencer na vida" (mais ou menos como A Procura da Felicidade e filmes semelhantes), e consegue passar maravilhosamente essa transição.

 

 

 

Ora, assim como Avatar é, além de um bom filme, um espetáculo, no sentido de entreter e tocar os corações da platéia, o filme do Barreto também o é, e considero isso algo positivo. Eu ri várias vezes, fiquei triste em várias partes, quase chorei no final do filme e, quando os créditos começaram a aparecer, aplaudi com gosto, junto com toda a platéia.

 

 

 

Termino declarando que, exceto se o ano de 2010 for excepcionalmente bom para o cinema nacional, este já é um dos melhores filmes brasileiros do ano.

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