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Você Gosta de Filmes "Ruins"? Por quê?


Perucatorta
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Nada a ver a comparação. Um conjunto de papel picado que individualmente não tem valor forma uma flor de papel picado quando manipulado' date=' logo não há incoerência alguma.

 

A questão do todo ser maior que a parte não tem nada a ver, não há porque levar a discussão para esse sentido simplesmente porque o problema não está aí.

 

Um conjunto de merda não pode formar um perfume cheiroso porque é incoerente, foge ao conceito de merda. A não ser que haja um odor bom no meio daquela aparente porcariada.[/quote']

 

 

 

Ok, mas pelo que eu entendi, o que o Amfibio está dizendo que é esses elementos defeituosos, quando concatenados e de forma quase única na obra (ou seja, não são defeitos convencionais e sim extravagâncias), podem formar um conjunto agradável. Agora, daí a avaliar "merda" por cheiro realmente é complicado. Mas como você quer o exemplo, vou tentar destrinchar (argh!): as "merdas" individualmente no meio da rua fedem, mas o Amfibio foi esperando vê-las e sentir "o cheiro do ralo", como os turistas gringos que vão à favela. Ou seja, para o europeu, mendigos e pichações ao redor dele e no seu cotidiano são coisas feias, lamentosas, mas, quando se propõe a visitá-las NO EXTREMO destas, por mera diversão e curiosidade mórbida, agrada.

 

 

 

Claro que aí entramos em outra discussão: a questão de COMO se assistir a um filme.

 

 

 

Olha o que eu falei sobre exemplos.

 

 

 

Eu sou um cara que não consigo ser tão abstrato como vocês. Quando me perguntam: "entendeu ou quer que eu desenhe?"; eu respondo "entendi, mas também quero que você desenhe". Se lembra do "nelson"? 06.gif Só pude compreendê-lo por completo quando soube exatamente do que se tratava visualmente falando. Podem me chamar de burro, mas funciono assim, prefiro individualidades destacadas a generalizações abstratas.ltrhpsm2010-01-15 17:28:57

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Por outro lado' date=' apesar de eu não gostar dos filmes ruins, eles até têm sua importância. O que os bons filmes deveriam fazer para receber essa adjetivação se os ruins simplesmente não existissem? Boa qualidade e má qualidade se definem quase que por exclusão, eu acho.[/quote']

 

 

 

Exatamente. Teve uma fase minha, que também deve ser comum aos cinéfilos, em que eu só pegava "filmaços": Visconti, Bergman, Antonioni, Hitchock, revisão de Kubrick e Scorsese etc. Nem parava para olhar os lançamentos. Realmente, até gostei bastante da maioria, mas cheguei a um ponto em que não sabia distinguir mais se o filme era bom de fato ou "comum", justamente por não ter esse outro peso (filmes ruins) para comparar.ltrhpsm2010-01-15 17:31:36

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Não achei a colocação do Alexei chata' date=' mas não ter guilty pleasures, isso é possível?Tenho aos montes. [/quote']

 

Isso eu acho que é simples de responder, pantalaimon. Não tenho guilty pleasures simplesmente por não me sentir culpado por gostar de um filme. Quando revejo Constantine, por exemplo, ou Reino de Fogo, o prazer que eu tenho é sem culpa alguma. Eu não fico "oh, eu não deveria gostar desse filme porque ele é artisticamente ruim", até porque, se eu gosto, não o acho ruim. Saca?

 

Quanto à suposta chatice, nem esquenta. Secretamente, o Ugarde me ama. Rá!
Alexei2010-01-15 18:41:36
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Mas esse processo meu é muito instintivo' date=' de uma forma tal que, logo após ver um filme, talvez eu até possa dizer se gostei ou não, mas o porquê, a razão do gosto ou do desgosto, eu só consigo perceber depois de alguns dias.[/quote']

 

Eu funciono desse modo também. Lembra de quando assistimos a Senhores do crime? Na saída da sala você virou e disse: "esse filme é tudo o que Os infiltrados deveria ter sido. É sensacional!". Ao passo em que eu me limitei a um simples "é maravilhoso mesmo, o Cronenberg tá abusando de tanto talento". E pronto, né? Excetuando uma piadinha que eu fiz a respeito de um comentário que eu tinha ouvido, não tocamos mais no assunto. Só alguns dias depois, já no fórum.

 

É quase impossível eu me alongar a respeito de um filme assim que terminam os créditos finais. Preciso de tempo para processá-lo, assimilá-lo, compreender os porquês de ter me fascinado ou me repelido. Por isso que também não consigo gostar de um filme que considero ruim, ainda que como por mágica.
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Exatamente. Teve uma fase minha' date=' que também deve ser comum aos cinéfilos, em que eu só pegava "filmaços": Visconti, Bergman, Antonioni, Hitchock, revisão de Kubrick e Scorsese etc. Nem parava para olhar os lançamentos. Realmente, até gostei bastante da maioria, mas cheguei a um ponto em que não sabia distinguir mais se o filme era bom de fato ou "comum", justamente por não ter esse outro peso (filmes ruins) para comparar.[/quote']

 

Há algum tempo, ltr, eu cultivava o pensamento de que há uma subjetividade coletiva que pode, em determinados contextos, ser chamada de objetividade. Partindo desse princípio, achava que filmes genericamente tidos por ruins deveriam ser vistos tanto quanto os (também genericamente tidos por) bons, tal qual uma pessoa faz um curso de vinho provando vinhos bons e ruins, para perceber a diferença. Isso não serviria para excluir o livre arbítrio da pessoa, mas sim para a identificação desses padrões e construção da leitura própria do espectador.

 

Parei de cultivar esse pensamento simplesmente por não ter bagagem nem cacife filosófico para bancar a idéia, caso alguem me perguntasse. Mas sei lá, pode haver um bom fundamento nisso. Taí uma discussão que o Vicking poderia contribuir.

 
Alexei2010-01-15 18:27:12
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Mas esse processo meu é muito instintivo' date=' de uma forma tal que, logo após ver um filme, talvez eu até possa dizer se gostei ou não, mas o porquê, a razão do gosto ou do desgosto, eu só consigo perceber depois de alguns dias.[/quote']

 

Eu funciono desse modo também. Lembra de quando assistimos a Senhores do crime? Na saída da sala você virou e disse: "esse filme é tudo o que Os infiltrados deveria ter sido. É sensacional!". Ao passo em que eu me limitei a um simples "é maravilhoso mesmo, o Cronenberg tá abusando de tanto talento". E pronto, né? Excetuando uma piadinha que eu fiz a respeito de um comentário que eu tinha ouvido, não tocamos mais no assunto. Só alguns dias depois, já no fórum.

 

É quase impossível eu me alongar a respeito de um filme assim que terminam os créditos finais. Preciso de tempo para processá-lo, assimilá-lo, compreender os porquês de ter me fascinado ou me repelido. Por isso que também não consigo gostar de um filme que considero ruim, ainda que como por mágica.

 

Acho que, muitas vezes, a gente não consegue dizer exatamente o porquê de ter gostado - ou desgostado do filme - pelo fato de o espectador, ao final da sessão, ainda ser uma espécie de refém do diretor. Afinal, nós investimos dinheiro e duas horas do nosso precioso tempo naquilo. Logo após a sessão acabar, eu mesmo ainda estou muito imerso na proposta dele, de uma forma que, quando não gosto do filme, depois de alguns dias fico pensando coisas do tipo "mas como é que eu fui embarcar no conto do vigário daquele filme infame?" É bizarro.

 

Sobre a sessão de Senhores do Crime, eu lembro como se fosse hoje. Foi muito legal, nem me fale que dá saudades.

 
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Acredito que está havendo um pouco de confusão aqui para padronizar os filmes "ruins". Gostaria de saber de vocês se concordam comigo quanto às três variáveis que surgiram aqui e quais as reações de vocês frente a elas:

 

 

 

SITUAÇÃO I: um filme bem tosco, produção tipicamente Z, para a qual você vai esperando qualquer bobagem e apenas passar o tempo, diverte-te bem e acaba lhe agradando dentro das perspectivas possíveis. (Exemplo - já que o Forasteiro adora -: o Amfibio com Sorority Row) Minha visão: é o filme "do momento" e "da expectativa". Certamente você não deverá querer tê-lo na coleção, mas, se por algum acaso alguém comentar sobre ele, ainda vai pensar positivamente sobre o mesmo, com cenas na memória e poderá até revê-lo algum dia, se estiver passando na TV a cabo. É o filme sem relevância alguma, cheio dos tais erros, talvez o padrão exato do guilty pleasure.

 

 

 

SITUAÇÃO II: você está assistindo a um filme que sabe que deverá achar um troço ruim, mas lhe assiste justamente para ter tal certeza, e este se revela ainda pior do que o esperado, com cenas bizarras e lamentáveis. Diante disso, você começa a rir das cenas e sacanear bastante com as mesmas. (Ex.: o Questão - acho que é este o nome - com o filme da Carla Perez. Apesar de também ser um filme teoricamente Z, ele viu com outro interesse e, além disso, supostamente o filme tenta ser levado a sério. Ele ri involutariamente com tudo isso. Ex.2: você sai com a galera para assistir a "Lua Nova" ou "A Bússola de Ouro" e zoa com a cara do Robert Pattinson e da Dakota Fanning, faz aquelas caras de "wtf is that?" para os bichinhos falantes) Minha visão: trata-se do filme que você realmente reprova e, diante das circunstâncias, passa a ter uma SESSÃO divertida, mais em conta da sua reação provocada - e não "autêntica" -, principalmente em termos de riso. Vai te entreter pelo que passou, mas certamente você não vai querer passar por isso de novo, a não ser que, outra vez, esteja querendo "identificar falhas" no filme. E se você quer identificar falhas, é porque o filme é ruim e só cai no conceito. Talvez se encaixe no caso de "é tão ruim que vira bom" comentado pelo bat que, pra mim, não existe. Este aqui é o filme ruim, se você acredita que ele é de fato bom tente revê-lo ou procurar emoções (e não só risos) individuais nele.

 

 

 

SITUAÇÃO III: é um filme supostamente "sério" que a crítica em geral desaprovou e o "público entendido" também, mas que você se pega gostando, mesmo entendendo as razões para os outros desaprovarem. O processo é bem incomum aos dois anteriores, quando você passa realmente a destacar coisas positivas à obra muito mais do que aquilo que lhe mostram ser ruim. (Ex.: o carinha que disse gostar de "Cinderella Man" ou "Em Busca da Terra do Nunca" para mim. Afinal, como assim você consegue não só gostar como louvar filmes de Ron Howard e Marc Forster?!?! Só se eu fizesse parte do "povão" que não capta os maniqueísmos e toda a falha de execução e blá-blá-blá da obra. Mas há algo nesses filmes, muito em conta de aspectos pessoais, e que foge bastante aos aspectos conservadores, sendo até difícil de trazer ao verbo, que lhe deixa com uma ótima sensação ao final da obra. Não há necessariamente "opções do diretor" ou "ideias geniais" na obra para lhe fazerem gostar) Esse talvez seja o tipo de filme mais difícil de se assumir gostar num meio cinéfilo. Afinal, o primeiro caso é até compreensível (ah, filme tosco ou que marcou a infância, que você viu "por acaso" e tal realmente pode lhe agradar) para a grande maioria e, tal qual citado entre parênteses, tem justificativas padronizadas e válidas no meio. Já neste terceiro caso, não, afinal, justamente por serem filmes mais debatidos e conhecidos, há um esquadrão pronto para te contra-atacar com argumentos nos quais você até mesmo pode acreditar e usar para outras obras... Mas que miraculosamente não lhe atingiram aqui. Este é o filme que é bom MESMO (existe isso?) e não deve ser tratado como guilty pleasure de forma alguma, apenas porque a maioria tem razões bem válidas (e que fogem à de "filme menor") para desmontá-lo.

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Exatamente. Teve uma fase minha' date=' que também deve ser comum aos cinéfilos, em que eu só pegava "filmaços": Visconti, Bergman, Antonioni, Hitchock, revisão de Kubrick e Scorsese etc. Nem parava para olhar os lançamentos. Realmente, até gostei bastante da maioria, mas cheguei a um ponto em que não sabia distinguir mais se o filme era bom de fato ou "comum", justamente por não ter esse outro peso (filmes ruins) para comparar.[/quote']

 

 

 

Há algum tempo, ltr, eu cultivava o pensamento de que há uma subjetividade coletiva que pode, em determinados contextos, ser chamada de objetividade. Partindo desse princípio, achava que filmes genericamente tidos por ruins deveriam ser vistos tanto quanto os (também genericamente tidos por) bons, tal qual uma pessoa faz um curso de vinho provando vinhos bons e ruins, para perceber a diferença. Isso não serviria para excluir o livre arbítrio da pessoa, mas sim para a identificação desses padrões e construção da leitura própria do espectador.

 

 

 

Parei de cultivar esse pensamento simplesmente por não ter bagagem nem cacife filosófico para bancar a idéia, caso alguem me perguntasse. Mas sei lá, pode haver um bom fundamento nisso. Taí uma discussão que o Vicking poderia contribuir.

 

 

 

Confesso não ter entendido bem o trecho negritado nem a proposta geral da postagem. Quanto ao trecho, você se refere em termos de quantidade - ou seja, que os filmes supostamente ruim devem ser vistos a uma boa proporção aos filmes tidos por bons - ou em termos de qualidade da sessão - isto é, desprovido de qualquer subjetividade coletiva? Ou melhor, sua crítica faz-se tão somente à suposta padronização para construção de um gosto cinéfilo?

 

 

 

Eu acredito que esta subjetividade coletiva - como assim você o chama - é prejudicial quando tomada antes da sessão. A melhor coisa que existe é quando nos "surpreendemos" com um filme, aquele que - é cada vez mais raro - pegamos por acaso na locadora sem saber do que se trata. Antigamente, creio, as discussões e informações eram mais restritas às premiações, críticas e clubes cinéfilos; todavia, com a massificação das discussões e propagandas via Internet, acredito que é praticamente impossível "ir puro" para uma sessão, desprovido da tal objetividade (ou seja, vejo um filme procurando nele aquilo que o Oscar viu de atraente, que o pessoal do CeC viu de bom, que os críticos viram de ruim; e no fim me perco quanto à construção do sentido para mim).

 

 

 

De toda forma, os preconceitos são inevitáveis, fazem parte também da nossa construção. Afinal, mesmo que você não leia nada sobre, mas descubra que o filme ao qual vai assistir é do Michael Bay, lá-se vai a "virgindade" na construção. E eu acho válido termos outros padrões de comparação, desde que individuais em sua grande maioria, e construídos - terminada a sessão - após não só o seu exercício de raciocínio individual, como na leitura de opiniões divergentes (até para fortalecer a sua visão, ou repensá-la, sim). Aliás, como falava na CMJ dia desses, hoje não acredito mesmo em "classificação" de um filme, a minha opinião sobre ele pode variar - mesmo entre o 'bom' e o 'ruim'. Daí preferir me ater à experiência cinematográfica no momento em que a vejo (como foi lembrado, filmes são o que são + o que nós somos) e tentar também revisar as obras, para saber o que de fato consolidou-se para mim como "verdade" (ainda que esta não seja imutável, que fique claro).

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Só pra esclarecer algumas coisas:

 

1) O "ruins" do tópico está entre aspas por alguma razão.

2) Só débeis se sentem culpados por gostar de algum filme.

3) O chato também foi brincadeira. Tinha até um emoticon.06

 

Mas eu acho estranho esse lance de só gostar dos filmes ou não depois de dias. Com isso a pessoa limita um pouco a coisa. O Crank já citado, um Hangover da vida. Não vejo como meditar sobre eles.

 

 

Depois eu leio o resto dos posts. Ainda bem que o tópico está gerando posts.

 

 

 

 

Perucatorta2010-01-15 18:55:56

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Ontem eu me ausentei do fórum, daí não tive como escrever. Não li o tópico inteiro ainda, mas aí vai:

 

é' date=' essa de tão ruim que fica bom, eu discordo tbm, acho que foi o Luizz que disse que O Apanhador de Sonhos de tão ruim fica bom, eu discordo totalmente, nesse caso específico, esse filme, pra meu gosto, é tão ruim, mais tão ruim que, ele é extremamente ruim.

[/quote']

 

Eu não disse isso. Eu disse que DreamCatcher fica divertido, não bom.

 

É o seguinte: o que eu gostei no filme do Kasdan é que ele é uma sucessão de cenas que primam pelo humor involuntário, desde o flashback Conta Comigo até a batalha final com CGI da década de 80, passando por aquela representação da mente de um dos personagens como um sistemas de arquivamento, as várias citações à franquia Alien, a cena do Jason Lee pegando palitos de dente no chão, etc., etc., etc.

 

Mas o filme é ruim no que se propõe, já que não é uma comédia; é uma ficção científica que se leva a sério.

 

Pegando o que eu disse na CMJ e transpondo pra cá: eu gosto de House of Wax, do Jaume Collet-Serra. Sim, é um filme estúpido, com roteiro e atores sofríveis, mas o diretor encontra formas divertidas de assustar, retratando muito bem o medo de se ficar numa cidade isolada, mesmo estando longe de ser uma direção perfeita. A intenção era assustar e, a mim, conseguiu.

 

É isso.
Lumière2010-01-15 19:15:43
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Mas eu acho estranho esse lance de só gostar dos filmes ou não depois de dias. Com isso a pessoa limita um pouco a coisa. O Crank já citado' date=' um Hangover da vida. Não vejo como meditar sobre eles.[/quote']

 

Na realidade, ninguém disse que precisa de dias para gostar ou desgostar de um filme. Isso é algo que eu consigo dizer no fim da sessão (como no exemplo que eu dei, quando deu certo de assistirmos a Senhores do crime na Mostra de São Paulo, em 2007). O tempo, que às vezes engloba dias, é para dizer precisamente os porquês, ou seja, para compreendê-lo melhor, absorvendo com mais calma o impacto do filme. É um processo muito gostoso, do qual não abro mão e que eu penso estar intimamente conectado com o Cinema. Claro que acontece de não se aplicar a alguns filmes, mas é raro, no geral é assim mesmo que funciona. E ainda tem obras como Amantes, Kairo e Onde os fracos não têm vez, que eu faço questão de carregar para fora da sala de cinema. Se estou próximo a amigos, digo na boa o grau da minha satisfação, mas realmente não me julgo capaz de expressar o quanto eu fui realmente atingido pelo filme. Por isso que eu dificilmente encaro maratonas. Evito assisti-los seguidamente.
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Ontem eu me ausentei do fórum' date=' daí não tive como escrever. Não li o tópico inteiro ainda, mas aí vai:

 

é, essa de tão ruim que fica bom, eu discordo tbm, acho que foi o Luizz que disse que O Apanhador de Sonhos de tão ruim fica bom, eu discordo totalmente, nesse caso específico, esse filme, pra meu gosto, é tão ruim, mais tão ruim que, ele é extremamente ruim.

 

 

Eu não disse isso. Eu disse que DreamCatcher fica divertido, não bom.

 

É o seguinte: o que eu gostei no filme do Kasdan é que ele é uma sucessão de cenas que primam pelo humor involuntário, desde o flashback Conta Comigo até a batalha final com CGI da década de 80, passando por aquela representação da mente de um dos personagens como um sistemas de arquivamento, as várias citações à franquia Alien, a cena do Jason Lee pegando palitos de dente no chão, etc., etc., etc.

 

Mas o filme é ruim no que se propõe, já que não é uma comédia; é uma ficção científica que se leva a sério.

 

Pegando o que eu disse na CMJ e transpondo pra cá: eu gosto de House of Wax, do Jaume Collet-Serra. Sim, é um filme estúpido, com roteiro e atores sofríveis, mas o diretor encontra formas divertidas de assustar, retratando muito bem o medo de se ficar numa cidade isolada, mesmo estando longe de ser uma direção perfeita. A intenção era assustar e, a mim, conseguiu.

 

É isso.

 

decerto porque pra mim o divertido = bom (até porque achar um filme divertido e ruim é, no mínimo, contrasenso). eu pequei quanto à semântica da coisa toda, mas o exemplo permanece intacto - apenas com esse adendo.

bat2010-01-15 23:07:28

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Nem sempre divertido pra mim é sinonimo de bom. Filmes de horror em geral  que surtem efeito de comedia (os bons eu conto nos dedos de uma mao) nao consigo em hipoteses alguma catologar isso como bom.

 

Não sei se tinha ficado claro, mas é justamente isso o que eu penso. Só acrescentaria que há exceções (apesar dele ter colocado "em geral", e não "sempre"), como um Scream, que possui um tom camp.
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Nem sempre divertido pra mim é sinonimo de bom. Filmes de horror em geral  que surtem efeito de comedia (os bons eu conto nos dedos de uma mao) nao consigo em hipoteses alguma catologar isso como bom.

 

ok, então tu acha ruim e divertido? ohmy.

 

eu acho Jeepers Creepers divertido, logo acho bom. por que? porque me diverte. o mesmo pra Final Destination, por exemplo.

 

assim como acho Annie Hall chato, logo acho ruim.

bat2010-01-16 01:17:34

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Eu acho que isso na prática vai dar no mesmo, ele só tá classificando de forma diferente. O "catalogar como bom" passa pelos critérios do senso comum, não dele. Se ele for classificar os filmes com base em si mesmo, é impossível que um filme que tenha um saldo positivo acabe ganhando uma classificação negativa. A não ser que ele ignore suas próprias convicções (ou as desconheça) para se apropriar de convicções alheias, o que ao meu ver é falta de vontade/de imaginação/de auto-estima/de um pinto.

 

 

 

Acho que estes são os dois casos possíveis, e muita gente que passou pelo tópico se enquadra no primeiro embora pareça se enquadrar no segundo. Por isso fiz aquela pergunta ao Rike. Se a resposta for "nenhum", tá no 1º grupo.

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Nao é bonus rir com filmes de terror.Acredito que dar risada assistindo um filme de terror é sinonimo de perda de credibilidade.Quando isso acontece diverte mas perde o objetivo enquanto filme de terror.

Pode ser divertido, mas o filme torna-se ruim. Sair de uma sessao de comedia aterrorizado por exemplo torna a comedia no minimo estranha, perde o foco juntamente com a qualidade.

 

Rir assistindo exorcista pelo menos na primeira vez nao é muito saudavel.

 

nesse caso o filme diverte mas enquanto filme para ser bom deve ser catalogado em outro genero...na pratica é um "lixo".
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Nao é bonus rir com filmes de terror.Acredito que dar risada assistindo um filme de terror é sinonimo de perda de credibilidade.Quando isso acontece diverte mas perde o objetivo enquanto filme de terror.

 

Pode ser divertido' date=' mas o filme torna-se ruim. Sair de uma sessao de comedia aterrorizado por exemplo torna a comedia no minimo estranha, perde o foco juntamente com a qualidade.

 

 

 

']Rir assistindo exorcista pelo menos na primeira vez nao é muito saudavel.

 

 

 

nesse caso o filme diverte mas enquanto filme para ser bom deve ser catalogado em outro genero...na pratica é um "lixo".

 

exemplos... ¬¬ Se você gosta de uma comédia apesar de ela tê-lo assustado (wtf), então se trata de um bom filme. A não ser que você o analise com base em quesitos, em regras, do tipo, vejamos, "pertence ao gênero tal, então tem que ter este efeito e não pode de jeito nenhum ter este outro". Mas isso, pra você, depois de já ter visto o filme e já ter se divertido com ele, é meio inútil não?Forasteiro2010-01-16 02:37:06

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E rir de terror que se leva a sério é algo positivo pra vcs?


Não é só rir. É gostar do filme' date=' independente que ele atinja os objetivos traçados pelo diretor. E "bom" é a definição que se dá para uma coisa quando você gosta dela. É lindo de tão simples.[/quote']

 

Mas aí vc está assumindo que a pessoa gostou do filme. Se um filme de terror é ruim a ponto de me fazer rir, eu terminantemente não gostei. Quando eu vejo algo assim, as risadas são quase reflexos de tanta porcaria junta. São meras risadas de chacota. O exercício de rir, por si só, é bom, mas não nesse específico caso; pelo contrário, é uma forma mais do que óbvia de denegrir o filme.

 

E outra: eu não sei se vc falou isso de "objetivos do diretor" pelo "leva-se a sério" que eu coloquei, mas eu disse isso porque dita o tom de cada filme, o que (ao menos para mim) é importante na hora em que eu me adentro neles. DreamCatcher, por exemplo, foi filmado ao pé-da-letra como um genuíno filme de gênero, portanto não conseguiria encará-lo como algo camp ou B. Seria forçá-lo a ser algo que ele terminantemente não é nem pretende ser.
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O terror misturado com humor para mim é, de praxe, horrível, as únicas exceções são alguns RAROS casos em que o filme já era uma comédia com horror e mesmo sabendo disso eu me aventurei a assistir e gostei (como Shaun of the Dead). Um filme que se leva a sério me fazer rir é muito, muito difícil. Mas se isso acontece, eu definitivamente não vou achá-lo bom. A minha associação é simples: quando assisto a um filme de terror que é mais sério eu não quero rir. Eu ODEIO quebra de clímax ou tensão. Pode ser uma padronização, reduzir as emoções, whatever, eu não me importo. Simplesmente não gosto.

Mr. Scofield2010-01-16 09:17:07

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