Members pantalaimon Posted April 27, 2011 Members Report Share Posted April 27, 2011 Cadê a principal?;~~~~~! Quote Link to comment
Members CACO/CAMPOS Posted May 18, 2011 Author Members Report Share Posted May 18, 2011 16/05/2011 É meia noite na Paris de Woody Allen: onde estão seus desejos? É uma boa coisa que Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, Woody Allen, 2011) tenha sido escolhido para abrir o Festival de Cannes, semana passada: poucos filmes que eu me lembre realizam tão bem a visão do encontro entre cinemão e cineminha, entre Estados Unidos e França. É delicioso, leve, altamente digerível mas bem acabado, bem articulado, bem resolvido _ coisa que nem sempre os últimos trabalhos de Woody Allen tem sido, especialmente quando ele se deixa possuir por rancor, amargura e cinismo. Estamos bem longe disso nesta meia noite numa Paris da imaginação. O clima é A Rosa Púrpura do Cairo e não Celebridade: um bombom, talvez um suspiro, e não uma poção de arsênico. Pena que, para presevar a delícia do filme, eu não possa dizer quase nada sobre ele _ é um desses que quanto menos se sabe antes de sentar na cadeira, melhor. O que posso dizer: um escritor frustrado (Owen Wilson, escolha mais que certa para o papel) vai com sua noiva (Rachel McAdams, ótima) e a familia dela para Paris. O pretexto é uma viagem de negócios do futuro sogrão (Kurt Fuller) _ republicano roxo, produto típico da era Bush . A viagem deveria ser também uma excursão de compras para a nova casa dos noivinhos (que ainda não existe) guiada pela futura sogra ,o tipo de pessoa que acha uma cadeira de dezenas de milhares de euros “uma pechincha”. No meio do caminho haverá o encontro com o ex-namorado da moça (Michael Sheen) um sujeito pomposo que gosta de dar palestras espontâneas sobre qualquer assunto, de vinhos a história da arte, mesmo que ninguém queira ouvir. Gil, o escritor, é um roteirista de sucesso mas intui, como muitos antes dele, que ser apenas “super procurado pelos estúdios “ (palavras da noiva) não é o suficiente para saciar sua fome de algo mais, a busca de uma felicidade sem nome que ele, talvez por falta de opções, coloca no passado, na Paris dos anos 1920, onde modernismo, cubismo e surrealismo estavam sendo criados e uma geração de autores e artistas norte-americanos, alegremente auto-exilados, se reinventava. “Nostalgia é medo do futuro”, pontifica o ex-namorado, e ele tem mais que um pouco de razão (o que não o torna menos irritante.) E então, numa bela noite, Gil tem uma epifania mágica… Como em tantos outros de seus filmes, Gil é um alter–ego de Allen. Ou melhor, uma faceta de sua alma, aquela que, no outono da vida, reavalia uma carreira de sucesso e pensa se isso é ou não o bastante. A decisão de abordar esse dilema com generosidade e lirismo – e não com ressentimento e sarcasmo – é o que faz Meia Noite em Paris a delícia que é, indo além dos dez minutos de cartão postal da abertura para uma visão gloriosa da Paris dos sonhos, das possibilidades, repositório das aspirações de gente criativa e contra a corrente de todas as épocas. Allen está no topo de sua forma como dialoguista e desenhista de personagens _ em poucos traços, sabemos exatamente quem são esses americanos exilados em Paris e o que cada um espera da Cidade Luz (que, na visão de Woody, retribui exatamente na medida do desejo de cada um, cidade-fada-madrinha dos sonhos alheios). A escolha do elenco é perfeita, a fotografia é linda e o gosto de Allen pelo jazz dos Roaring Twenties casa-se perfeitamente com o clima do filme. por Ana Maria Bahiana às 17:05 Quote Link to comment
Administrators Big One Posted May 25, 2011 Administrators Report Share Posted May 25, 2011 Roger Ebert adorou o filme... ebertchicago Roger Ebert Woody's new film is a magical whimsy. Owen Wilson is pitch-perfect. My review of "Midnight in Paris." http://dld.bz/abqqB Quote Link to comment
Members CACO/CAMPOS Posted June 17, 2011 Author Members Report Share Posted June 17, 2011 Meia-Noite em Paris | Crítica Woody Allen volta ao realismo fantástico para, de novo, desmistificar a arte Pseudointelectual é uma palavra muito mal utilizada hoje em dia - qualquer discussão sobre cultura termina nessa ofensa, como uma Lei de Godwin dos ignorantes orgulhosos - mas, quando a usa em Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris), Woody Allen o faz com propriedade. Owen Wilson interpreta Gil, roteirista de Hollywood que está passando férias em Paris com a família da noiva, Inez (Rachel McAdams). Gil adora voltar à Cidade Luz. É lá que se reconecta com a "grande arte", longe do dia a dia de enlatados encomendados de Los Angeles. Seu sonho era viver nos anos 1920, quando F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso circulavam por ateliês e cafés da cidade. Certa noite, Gil misteriosamente realiza esse sonho. Allen adere ao realismo fantástico para discutir uma imagem de Paris que, amargamente, os americanos engoliram ao longo do século 20: é a cidade que prestigia os mestre, um lugar onde artistas sem crédito nos EUA podem se refugiar para ter seu valor reconhecido. Uma cidade-museu. Não deixa de ser irônico: o cineasta que não conseguia financiamento para rodar em Nova York e partiu para uma bem-sucedida turnê de filmes europeus, ao chegar em Paris, debate essa própria acolhida. A questão é que Allen (que já fez piada com ostracismo parisiense no final de Dirigindo no Escuro) não acredita na arte como museologia. Daí a provocação de Gil contra o erudito amigo (Michael Sheen) de Inez, que leva todo mundo pra conhecer as estátuas de Rodin, os jardins de Versalhes, e derrama seus conhecimentos. "É um pseudointelectual", diz Gil. O cara está tentando pegar a noiva dele, então dá pra entender a raiva. Em todo caso, Allen defende aqui que a arte não deve ser ostentada, mas experimentada. É uma noção presente em muitos filmes do diretor, essa valorização do "consumível" (ou cultura popular, se preferir, afinal Cole Porter também é pop) versus o intelectualismo de pedestal - cuja imagem fundamental talvez seja a presença de Marshall McLuhan na fila do cinema em Annie Hall. Em Tiros na Broadway, John Cusack aprende que até mesmo os gângsteres podem ser dramaturgos. Em Manhattan, assim como em Meia-Noite em Paris, Allen abre o filme com imagens da cidade em movimento, o cartão-postal em transformação. É o anti-museu. O parentesco mais imediato de Meia-Noite em Paris, claro, mesmo por conta do realismo fantástico, é com A Rosa Púrpura do Cairo. Além da repetição dos "Gils" (Gil Shepherd no filme de 1985, Gil Pendler agora), há as referências a Buñuel: os personagens grã-finos de Rosa Púrpura congelam como a aristocracia de O Anjo Exterminador, e em Meia-Noite em Paris aprendemos - é uma das melhores piadas do filme - como o cineasta espanhol teve aquela ideia surreal. Mais importante, tanto A Rosa Púrpura do Cairo quanto Meia-Noite em Paris defendem com humor e melancolia que não se deve abdicar da vida em nome da arte - afinal, a arte mais elevada é aquela que nos ajuda a entender a vida. Já está em cartaz. Quote Link to comment
Members CACO/CAMPOS Posted August 18, 2011 Author Members Report Share Posted August 18, 2011 De olho no Oscar, filme de Woody Allen será relançado nos cinemas - 18/08/2011 14:47 por Virgílio Souza A 84ª cerimônia de entrega das estatuetas douradas do Oscar só acontecerá no dia 26 de fevereiro do próximo ano, mas os preparativos dos grandes estúdios já começaram há algum tempo - e começam a se intensificar agora. De olho nos troféus da Academia, a Sony Pictures Classics decidiu relançar Meia-Noite em Paris nos cinemas norte-americanos, como primeiro passo de uma campanha que se estenderá até o início de 2012. Após a ótima recepção da crítica no Festival de Cannes e a boa arrecadação nas bilheterias norte-americanas (até o momento, 50 milhões de dólares), o longa de Woody Allen (foto) tem sua reestreia marcada para 26 de agosto. Atualmente exibido em 400 salas nos Estados Unidos, o filme ocupará mais 500 (podendo chegar a 600) a partir dessa data. Seu recorde anterior de exibições simultâneas era de 944 cinemas. O retorno às telonas coincide com as estreias da ação Colombiana, o terror Don’t Be Afraid of the Dark e a comédia Our Idiot Brother - nenhum deles direcionado ao público usual de Meia-Noite em Paris. A estratégia também envolve uma nova campanha televisiva, que encoraja o público a revisitar Meia-Noite em Paris - a chamada, voltada para aqueles que já apreciaram a produção, é “leve um amigo a Paris”. Especula-se que o longa possui suas maiores chances de indicação na categoria de Melhor Roteiro Original, em que Woody Allen já foi nomeado outras quatorze vezes, tendo vencido duas (Hannah e Suas Irmãs e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa). Quote Link to comment
Members Jack Ryan Posted August 18, 2011 Members Report Share Posted August 18, 2011 Uma indicação a roteiro é amplamente justificada. Mas não sei se conseguirá ir além disso. Quote Link to comment
Members Jack Ryan Posted September 5, 2011 Members Report Share Posted September 5, 2011 Mas olhem só, encontrei esse tópico perdido no Cinenews enquanto conferia os tópicos mais antigos. Já que acho que mal comentei o filme aqui no fórum, vou aproveitar. Achei excelente (bom, antes de eu ver A Árvore da Vida, estava em primeiro do meu top 2011), um filme engraçado, divertido, mas permeado por uma sutil análise da relação das pessoas com seu tempo, e do artista com a arte. Algo que pode não parecer profundo, mas que reflete muito do ser humano. Allen explora a paisagem parisiense com maestria, começando já pelo prólogo maravilhoso, de Paris à chuva. Adorei totalmente Meia-Noite em Paris. Mas deixem eu ir lá que o jogo do Brasil começou, hehehe. Quote Link to comment
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