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The Human Centipede


Jorge Soto
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The Human Centipede

A coprodução entre Holanda e Reino Unido, escrita e dirigida por Tom Six, acompanha um cientista que captura cobaias - de preferência, turistas desavisadas - para um experimento singular: interligar seus sistemas digestivos para criar a centopeia humana do título.06

O filme pode ser o primeiro de uma trilogia ou uma série (daí seu título oficial, The Human Centipede (First Sequence)) e estreou no dia 30 de abril nos EUA, tanto em cinemas em Nova York quanto em vídeo on demand. Depois disso, vai para o mercado de filmes no Festival de Cannes a partir de 12 de maio, onde pode ser negociado com mais territórios.

trailer

 

06

 

the-human-centipede-300x168.jpg

"Produto" final da experiência do Dr. Josef Heiter

Um soco no estômago podia ser uma boa frase para resumir este filme. Domingo à noite no Pequeno Auditório do Rivoli que encheu para ver The Human Centipede e onde se voltaram a ver pessoas a abandonar a sala a meio do filme. Não sem antes terem visto três curtas portuguesas: Close, Anestesia e Gnosis.

No circuito internacional fala-se deste filme como um dos filmes de terror/ horror com mais impacto nos públicos. Uma coisa é garantida ou se gosta e se consegue dar umas gargalhadas ou se odeia e a nossa visão sobre algumas coisas nunca mais será a mesma.

Acabando com o mistério mas sem fazer um spoiler aqui fica o que se pode dizer sobre este filme. Dr. Josef Heiter tem uma doentia visão sobre a humanidade. O filme começa com um sarcástico humor recorrendo a clichés do terror/ horror. Amacia o público para o que se segue. Um cirurgião alemão especializado em separar irmãos siameses resolve unir humanos numa espécie de centopeia. Duas amigas americanas turistas e um japonês são aprisionados e vão acabar unidos pelo seu sistema digestivo (completo)… removendo as rótulas para que os humanos tenham que andar de quatro e então cirurgicamente costurá-los bocas com ânus.

Imagens dificilmente inesquecíveis, actores e papéis muito bem trabalhados num argumento complexo bem realizado, pela qualidade da montagem e da fotografia, pelos momentos de cortar a respiração e pelo cuidado nos pormenores clínicos. Sadismo escatológico, condição humana e animal e resistência.

The Human Centipede" é um filme de terror chocante que conta a historia de um cientista alemão que resolve fazer uma experiência macabra, juntando três pessoas, uma com a boca no ânus da outra, ligando assim seus sistemas gástricos. Sua premissa além de ser doentia é, como os produtores alegam, medicamente precisa. Talvez esse seja o verdadeiro terror.
Este filme independente tem dividido críticos de todo o mundo, contudo tem ganho diversos prémios em festivais de cinema de terror.

 

AVISO SPOILERS
Numa das cenas mais nojentas e chocantes do argumento e, provavelmente do filme, uma das personagens é obrigada a (e desculpem a expressão) cagar, enquanto outra personagem tem a boca colocada no seu ânus.

 

Se depois disto estiverem mesmo com vontade… arrisquem! Se forem capazes!0614

 

 

the-human-centipede-poster.jpg

 

the-human-centipede-01.jpg
Jorge Soto2010-05-27 17:34:11
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É melhor e tem bem menos sangue do que eu imaginava. A atuação do doutor maluco ajuda muito. Ele é de uma frieza bizarra, que não chega a ser caricatural, e quando em contato com outras pessoas, nem se dá ao trabalho de fingir que é normal. O filme não é movido a sangue. O que o torna assustador é a visão perturbadora de seres humanos numa situação inumana e absolutamente humilhante, permanecendo vivos e conscientes, mas sem exercer vontade própria e sem domínio sobre o próprio corpo. É a prisão mais cruel que eu já vi um filme mostrar. Faz o espectador jogar de lado sua convicção de que a vida é o bem mais precioso e deve ser preservado a qualquer custo. Ao se colocar no lugar daquelas pessoas, é impossível não achar que a morte seria um verdadeiro prêmio.

 

Lucy in the Sky2010-05-27 18:43:14

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[falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido] 

 

A única coisa que esse experimento aí faz é colocar um pra comer o cocô do outro. Nada mais que isso. Se o tal Doutor louco quizer criar uma "nova criatura" em cima disso (que eu acho que era a intenção dele)  teria que fazer outras coisas, como ligar a espinha um de outro (pro primeiro da fila sentir o que o segundo/terceiro está fazendo ou sentindo e vice versa), colar membros e tals.

 

[/falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido]

 

Enfim, repulsivo.

 

E espero que isso não chegue em DVD por aqui, porque vou acabar assistindo...06
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O médico ignora o fato de que as duas partes de trás não receberiam os nutrientes necessários e não poderiam beber água. E eu não sei como eles conseguiram andar de quatro pouco tempo depois de uma cirurgia no joelho. Mas não é nada que prejudique o filme.

 

Um dos momentos mais angustiantes é quando o médico explica o procedimento para as vítimas. Outro é quando elas acordam e descobrem que o impensável aconteceu. O japonês chora e repete "faça isso parar", como se aquela situação pudesse desaparecer igual a um sonho ruim. O final é tão cruel que eu mal pude acreditar que o diretor teve coragem de fazer aquilo. Não que houvesse motivo para duvidar, considerando

tudo o que eu tinha acabado de ver...

 

O filme está aí para download. Eu encontrei numa busca no FilesTube e baixei pelo Rapidshare. Tem legendas em português no Legentas.TV. Vamos lá, criem coragem. 01

 

 

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[falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido] 

 

A única coisa que esse experimento aí faz é colocar um pra comer o cocô do outro. Nada mais que isso. Se o tal Doutor louco quizer criar uma "nova criatura" em cima disso (que eu acho que era a intenção dele)  teria que fazer outras coisas' date=' como ligar a espinha um de outro (pro primeiro da fila sentir o que o segundo/terceiro está fazendo ou sentindo e vice versa), colar membros e tals.

 

[/falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido']

 

Enfim, repulsivo.

 

E espero que isso não chegue em DVD por aqui, porque vou acabar assistindo...06

O médico chama sua criatura de human centipede, mas o que ele queria mesmo era criar trigêmeos siameses, e não uma centopéia humana. Ele só chama assim pela semelhança do trio com uma centopéia. Ele é especializado em separação de gêmeos siameses, e depois de tanto separar, resolveu juntar.

 

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[falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido] 

 

A única coisa que esse experimento aí faz é colocar um pra comer o cocô do outro. Nada mais que isso. Se o tal Doutor louco quizer criar uma "nova criatura" em cima disso (que eu acho que era a intenção dele)  teria que fazer outras coisas' date=' como ligar a espinha um de outro (pro primeiro da fila sentir o que o segundo/terceiro está fazendo ou sentindo e vice versa), colar membros e tals.

 

[/falando como alguém que quer que o filme faça o mínimo sentido']

 

Enfim, repulsivo.

 

E espero que isso não chegue em DVD por aqui, porque vou acabar assistindo...06

 

nao seja por isso, Jail.. o diretor ja pensa numa trilogia onde quer colar 12 pessoas... e sonha em dirigir uma refilmagem americana..06

 

em tempo, o bocadoinferno ja deu seu parecer..

 

 

The Human Centipede: First Sequence

O que prometia ser um horror asqueroso se revela sério e convencional

por , dia 11/05/10 em Sem categoria

No estranho mundo do cinema, nem sempre você precisa de milhões de dólares ou de astros famosos para chamar a atenção. Às vezes, basta uma idéia escrota e um título bizarro para conseguir o que os grandes estúdios de Hollywood não conseguem mesmo quando torram toneladas de dinheiro em marketing.

Em 2009, por exemplo, blogs do mundo inteiro começaram a divulgar as primeiras informações sobre uma esquisitice chamada THE HUMAN CENTIPEDE (em bom português, “A Centopéia Humana”; mas vai saber que título ele vai ganhar quando, e se, chegar ao Brasil). Parecia até piada de mau gosto, mas era para valer: um sujeito estava realmente fazendo um filme sobre um cientista louco cujo sonho (ou pesadelo?) era criar uma nova forma de vida ligando três pessoas para gerar uma única criatura!

Com base nestas esparsas primeiras informações, divulgadas de forma maciça também no Brasil, eu já imaginava que THE HUMAN CENTIPEDE seria um daqueles filmes de horror extremos produzidos por diretores orientais malucos, no estilo da franquia “Guinnea Pig”, com toneladas de nojeira, sangue e escatologia. Enfim, aquele tipo de produção sem história, calcada apenas no sadismo, uma coisa que não me atrai.

thc4Mas à medida que novos dados iam sendo divulgados, e um primeiro trailer ganhava a rede, todo mundo percebeu que por trás dessa loucura não estava um oriental demente, como imaginávamos, e sim um ocidental demente – um holandês chamado Tom Six (algumas fontes indicam que é alemão), cineasta desconhecido que entre 2004 e 2008 dirigiu três longas na Holanda, todos de pouca ou nenhuma expressão.

Aos poucos, aquela obra que inicialmente prometia ser um asqueroso horror extremo logo se revelava um terror sério e convencional – e sem apelar, como fariam certos cineastas lá da terra do Sol Nascente…

Fato é que se falou tanto em THE HUMAN CENTIPEDE nos meses que antecederam o seu lançamento que ele se tornou aquele filme que todo mundo estava louco para ver. Ninguém parecia saber muito bem o que esperar, mas o argumento era tão maluco que já valia por si só. Tanto que a obra foi carinhosamente apelidada de “THC”, as iniciais do título, mas também a sigla de Tetrahydrocannabinol, a substância química presente na maconha – porque somente alguém sob efeito de drogas filmaria uma idéia dessas!

thc18

Com sua fama alicerçada pela boataria, pelo título bizarro e pela idéia escrota, qualquer porcaria que chegasse aos festivais de cinema (ou você acha que um filme chamado “A Centopéia Humana” ganharia lançamento comercial?) provavelmente já satisfaria a legião de curiosos. Desde que o título não fosse aquele caso clássico de propaganda enganosa, é claro!

Nos meses que antecederam a estréia, era até engraçado acompanhar os desesperados apelos de usuários de comunidades sobre horror no Orkut por links onde pudessem baixar o filme ANTES mesmo que ele fosse oficialmente lançado! Só para dar uma idéia de como a “centopéia humana” estava conhecida na web.

thc12Agora, THE HUMAN CENTIPEDE finalmente chegou ao mundo dos torrents e da pirataria internética. E o resultado faz aquele estilo “ver para crer”, que já está dividindo opiniões entre os que adoraram e entre os que ficaram frustrados pela enorme expectativa alimentada por aquela boataria maciça. Mas uma coisa é certa: o título, pelo menos, não é propaganda enganosa.

Afora a “centopéia humana”, única idéia realmente original do filme de Tom Mix, THE HUMAN CENTIPEDE é exatamente igual a dezenas, talvez centenas de outras obras do gênero. Principalmente aquelas histórias sobre cientistas loucos tentando dar vida a novas criaturas. Lembra daqueles velhos filmes sobre médicos malucos que aprisionavam vítimas indefesas para tentar fazer transplante de cérebro ou de cabeça (tipo “O Monstro de Duas Cabeças”, de 1972)? Pois THE HUMAN CENTIPEDE não foge desse estilo, e muito menos dos maiores clichês do gênero.

Sua originalidade está justamente no título e na “criatura”. Se você é daqueles alienígenas que nunca leu nada sobre THE HUMAN CENTIPEDE, apesar do bombardeio de informações via internet, segue uma explicação sobre a proposta do vilão do filme. Ele pretende criar uma “centopéia humana” a partir de três seres humanos, seguindo esta ordem lógica:

Operar os tendões dos joelhos das vítimas para que elas nunca mais possam andar sobre duas pernas, forçando-as a se locomover de quatro.

Arrancar os dentes e os lábios da segunda pessoa e costurar o que restar da sua boca ao ânus (!!!) da primeira pessoa da fila. A mesma operação será realizada na terceira vítima, cuja boca será costurada no fiofó da segunda.

Conectar os intestinos e órgãos digestivos das três vítimas para que as duas partes inferiores da “centopéia”, com suas bocas ligadas ao ânus, sejam alimentadas pelas fezes da primeira parte da criatura!

E se isso parece revoltante no papel, imagine até ver a “centopéia humana” no filme, certamente uma das coisas mais doentias já mostradas pelo cinema fantástico desde a invenção do cinematógrafo lá no século 19!

O diretor-roteirista Tom Six conta que a idéia bizarra surgiu de uma piada de humor negro que ele fez certa vez com os amigos, defendendo que certos criminosos, como os pedófilos e assassinos de crianças, deveriam ser condenados a ter a boca costurada no fiofó de um caminhoneiro gordão. Eis que a piada marcou tanto o cineasta que ele resolveu transformá-la em filme sério.

Dizem as lendas que circulam pela internet que um médico “de verdade” teria orientado o desenvolvimento do argumento, e que a operação para criar a “centopéia humana” seria 100% verossímil – se é que algum médico maluco realmente queira testar isso na prática…

Agora, quando você tem um filme chamado THE HUMAN CENTIPEDE, o maior problema que irá enfrentar é justamente as expectativas criadas pelo título (e pela proposta). É como “Serpentes a Bordo”: o sujeito que for ver ao cinema ou a locadora sabe exatamente o que quer e espera ver baseado no título, e você corre o risco de ser acusado de propaganda enganosa caso não cumpra com o prometido.

A partir de agora, este artigo trará alguns pequenos SPOILERS, nada de muito grave, e algumas informações já são apresentadas até no trailer do filme. Mesmo assim, continue por sua conta e risco!)

thc3

E essa expectativa que cria no público é justamente o grande problema da obra de Tom Six: é um filme de uma idéia só, que demora a deslanchar. Os primeiros 45 minutos, por exemplo, são de pura enrolação, corre-corre e um suspense amador e repleto de clichês. Eu imaginava estar diante de mais um caso de propaganda enganosa até que a “centopéia” se concretiza, e o filme finalmente vai se tornando mais doentio e tenso.

Isso poderá chatear muitos espectadores dependendo do que eles estão esperando, pois a primeira metade de THE HUMAN CENTIPEDE dedica-se unicamente a apresentar o vilão e seu experimento. Aliás, que vilão! Podem colocar o Dr. Heiter, interpretado por Dieter Lasser, na galeria dos grandes caras malvados do cinema moderno. Ele já é sinistro por si só: com um rosto quadrado e um queixo enorme, Lasser parece até irmão do Robert Z’Dar, o grandalhão da série “Maniac Cop”. Apenas com o olhar e a voz grossa, e mantendo uma atitude calma e serena na maior parte do tempo, o ator consegue criar aquele tipo de vilão manipulador e cruel que você fica louco para pular na tela e esganar.

O Dr. Heiter é um médico especialista na separação de gêmeos siameses, mas também um sociopata que vive sozinho num casarão no meio do bosque, e que criou uma cirurgia revolucionária para unir os seres humanos ao invés de separá-los. Ele já a testou com sucesso unindo três cães para criar sua bizarra “centopéia”, e, quando o filme começa, sonha fazer o mesmo com gente, seqüestrando vítimas inocentes para se tornarem seus “pacientes”.

Seguindo as convenções dos filmes de terror, duas turistas nova-iorquinas, Lindsay (Ashley C. Williams) e Jenny (Ashlynn Yennie), se perdem a caminho de uma noitada, têm problemas no carro (pneu furado) e descobrem estar numa daquelas raras regiões sem cobertura de celular (óbvio). Acabam na casa do médico-psicopata e transformam-se em candidatas em potencial para duas partes da centopéia; a terceira parte é um jovem turista japonês, Katsuro (Akihiro Kitamura).

Assim, os primeiros 45 minutos de THE HUMAN CENTIPEDE resumem-se a isso: o aprisionamento e as sucessivas tentativas de fuga dos três candidatos a virar “centopéia”. Mas é um suspense vazio e estúpido: primeiro porque o roteiro dá mais destaque ao vilão do que às vítimas mal-desenvolvidas (com quem o espectador não simpatiza e nem se importa); segundo porque é o chamado “suspense-enrolação”, já que todo mundo desconfia desde o início que aquelas três vítimas não têm nenhuma chance de escapar, caso contrário o título do filme seria uma enganação.

thc17Por isso, o tempo excessivo dado às tentativas de fuga e ao corre-corre no interior da casa do Dr. Heiter soa como embromação e tempo perdido – a não ser que você seja muito ingênuo e realmente pense que alguém tem a menor chance de escapar do experimento…

É na segunda metade que o filme realmente mostra a que veio e justifica seu título. O diretor não abusa do gore nem da nojeira explícita, elementos que prefere usar em doses homeopáticas. Six investe no clima de horror psicológico e na insanidade da idéia para revoltar o estômago do espectador, concebendo algo na linha do “body horror” ou “biological horror” (filmes sobre mutações e/ou experiências médicas) produzido por cineastas respeitados como David Cronenberg e Shinya Tsukamoto (da série “Tetsuo”). E é bem diferente do que se esperaria caso o mesmo roteiro fosse filmado por um cineasta demente como Takashi Miike, por exemplo.

Na prática, a “centopéia humana” deve gerar emoções conflitantes no espectador. À noite, depois de ver o filme e esperando o sono vir, eu pensava ora na idiotice da proposta (convenhamos, uma centopéia humana?), ora no sadismo e na crueldade da coisa, ao lembrar das duas partes inferiores da criatura, com suas bocas costuradas nos ânus das outras pessoas e sendo alimentadas à força com as fezes da primeira… Argh! O cara realmente tem que ser doente para ter uma idéia dessas – e me refiro tanto ao Dr. Heiter quanto ao diretor-roteirista Tom Six!

Só por isso, creio que THE HUMAN CENTIPEDE já cumpre o que promete: revolta o espectador e brinca com suas expectativas, mesmo que isso aconteça apenas na metade final, quando a coisa realmente entra no terreno da crueldade, e a tensão atinge um nível quase insuportável. Ressalto: sem abusar da violência nem da escatologia, embora ambas também sejam utilizadas no filme. Qualquer seqüência da série “Jogos Mortais” é mais sangrenta e escatológica, embora não consiga afetar o público da mesma forma.

thc15

E mesmo que, como eu, você comece a pensar na idiotice da coisa toda, é inegável que a idéia bizarra da “centopéia humana” afeta o espectador. Antes dessa criatura maluca, o último filme que tinha me feito pensar tanto no lado doentio da humanidade foi o francês “Martyrs”.

THE HUMAN CENTIPEDE não chega aos pés de “Martyrs”, creio eu, mas atinge sua proposta como filme de terror: choca e revolta. Mesmo quando você quer achar graça do bicho pela estupidez da proposta, é inevitável pensar no triste destino daquelas pobres vítimas e ficar de estômago embrulhado… (Não por acaso, o asqueroso “Saló – Os 120 Dias em Sodoma”, de Pier Paolo Pasolini, é um dos filmes preferidos do diretor Six!)

Uma curiosidade que vale a pena destacar: além da sua piada de humor negro sobre os pedófilos e o fiofó dos caminhoneiros, Tom Six declarou que o roteiro do filme também foi baseado nos tétricos experimentos médicos feitos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. E vamos concordar que uma “centopéia humana” realmente parece coisa do célebre Dr. Josef Mengele, carniceiro da vida real que executou algumas cirurgias tão bizarras quanto.

thc11Não por acaso, o médico louco do filme é alemão, e a nacionalidade das vítimas envolvidas no nascimento da centopéia (duas norte-americanas e um japonês) “homenageiam” outros dois países envolvidos na Segunda Guerra Mundial.

Também é interessante registrar a dificuldade de Six para conseguir tirar do papel o seu mirabolante projeto. Afinal, o que você responderia a um sujeito desconhecido que vai te pedir dinheiro para produzir um filme sobre pessoas que têm a boca costurada no ânus das outras? Depois de ouvir algumas negativas, ele resolveu esconder os “detalhes” mais, digamos, delicados do roteiro, tanto na hora de procurar financiadores quanto ao escalar o elenco – aposto que os agentes dos atores que se transformam em partes da centopéia iriam a-do-rar a proposta. As pobres Ashley e Ashlynn, estreantes como atrizes em longa-metragem, só descobriram os pormenores do que iria acontecer às suas personagens depois de assinar o contrato!

De um modo ou de outro, Tom Six conseguiu o que queria: ganhou seus 15 minutos (ou mais) de fama só com a idéia mirabolante do filme. Após a estréia de THE HUMAN CENTIPEDE em festivais ao redor do mundo, as opiniões igualmente se dividiram.

Aqueles que foram com muita sede ao pote reclamaram justamente que ele não tem apresenta nada de novo além da criatura (e é EXATAMENTE isso!), enfocando pela milésima vez aqueles clichês como garotas perdidas sem sinal de celular, médicos loucos e policiais idiotas. Quem, como eu, já sabia mais ou menos o que esperar acabou gostando da maneira séria e discreta como o diretor estreante narrou sua história. E o melhor: sem a insuportável câmera epilética ou os nauseantes cortes rápidos que lamentavelmente caracterizam os novos filmes do gênero.

Mesmo com a polêmica e as opiniões divergentes, THE HUMAN CENTIPEDE levou para casa vários prêmios de Melhor Filme em festivais conceituados, como o Screamfest Horror Film Festival, de Los Angeles, ou o Fantastic Fest, realizado no Texas. Também teve participação celebrada em eventos concorridos, como o London FrightFest Film Festival, na Inglaterra, e o tradicionalíssimo Festival de Sitges, na Espanha.

Curioso é que o filme está chegando aos cinemas (lá fora, claro) com um esquisito subtítulo entre parênteses, “First Sequence” (Primeira Sequência). Isso porque o diretor-roteirista Six anunciou que já está produzindo uma continuação para lançamento em 2011, chamada “The Human Centipede (Full Sequence)”, ou seja, “Sequência Completa”, que trará uma nova centopéia humana, desta vez ligando 12 pessoas (!!!).

É possível que esta “sequência” na verdade seja mais um remake do original do que propriamente uma continuação. O próprio Six confirmou que o primeiro filme foi feito para mostrar aos fãs de horror qual era o seu estilo e a sua proposta, mas que não poderia fazer algo mais elaborado com os recursos e o orçamento reduzido que tinha.

Logo, podem esperar por uma variação da mesma história em 2011, caso esta tal “Full Sequence” realmente seja produzida. Enquanto escrevo este artigo, as últimas informações (de abril/2010) são de que o diretor pretende transformar THE HUMAN CENTIPEDE em trilogia, embora eu realmente duvide do potencial da história ALÉM do que já foi mostrado neste primeiro filme.

De qualquer jeito, com novas e maiores centopéias por vir ou não, o que importa é que este (até então) desconhecido e demente diretor já conseguiu pelo menos uma façanha digna de nota: a de transformar uma absurda e amalucada idéia original em fenômeno de “marketing internético”, criando uma legião de fãs entusiasmados muitos meses antes de o filme estrear, seguindo os passos de outros sucessos independentes criados pela internet, mas muito mais convencionais – como “Serpentes a Bordo”, “A Bruxa de Blair” e “Atividade Paranormal”.

thc13

Ainda que THE HUMAN CENTIPEDE caia em uma série de armadilhas provocadas pela própria super-exposição antecipada do filme e da proposta (algo que também aconteceu recentemente com “Hostel / O Albergue”, de Eli Roth), o resultado é digno de nota e deve movimentar os fóruns de discussão por um bom tempo, tanto com elogios apaixonados quanto com críticas furiosas.

Mas uma coisa é certa: por mais inverossímil (e idiota) que pareça a idéia original de Tom Six, você vai ficar pensando na imagem da tenebrosa “centopéia humana” por um bom tempo depois de ver o filme – e por isso mesmo eu deixei para colocar uma única imagem da bicha aqui, na conclusão do artigo. Bons pesadelos!

thc20

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THE HUMAN CENTIPEDE não chega aos pés de “Martyrs”, creio eu, mas

atinge sua proposta como filme de terror: choca e revolta. Mesmo quando

você quer achar graça do bicho pela estupidez da proposta, é inevitável

pensar no triste destino daquelas pobres vítimas e ficar de estômago

embrulhado… (Não por acaso, o asqueroso “Saló – Os 120 Dias em

Sodoma”, de Pier Paolo Pasolini, é um dos

filmes preferidos do diretor Six!)

Inicialmente eu achei graça. Quando estava assistindo parei de rir.

 

O povo se preocuca com o cocô em The Human Centipede. Imagina se assistisse Saló, que faz a gente ver uma garota comendo um cocô com uma colher e depois mostra um banquete de merda. E o diretor nem se preocupou em disfarçar as cenas.

 

 

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Vou dar uma conferida nesse, eu não sinto muito impacto nesses filmes que querem ser impactantes, ele não deve nem chegar perto de um Pronto socorro de urgências de qualquer cidade grande brasileira num sábado pela madrugada, isso sim é que é escatologia!!

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ta, eu assisti essa merda, e o negócio é louco mesmo.   06.gif ainda não sei o que achei direito, o quanto gostei, mas tem sim coisas bastante interessantes. a principal é a personalidade totalmente surtada do doutor, pode-se dizer que é um dos psicopatas mais doentios do cinema, e que transparece isso de forma assustadora mesmo. mas depois penso melhor o que achei, mas é nojento, é angustiante, é tenso e uma porção de coisas mais, o que de certa forma faz valer a assistida.

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O médico chama sua criatura de human centipede' date=' mas o que ele queria mesmo era criar trigêmeos siameses, e não uma centopéia humana. Ele só chama assim pela semelhança do trio com uma centopéia. Ele é especializado em separação de gêmeos siameses, e depois de tanto separar, resolveu juntar.
[/quote']

 

Ok. Tava achando que ele uma espécie de novo Dr. Frankestein querendo uma formar uma criatura nova e tals. Mas, no caso, ele só queria colar um no outro. Bizarro...
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o filme é tenso.....mas ao mesmo tempo um lixo, não é trash, incomoda claro, so que essa bosta quer ser levada a sério demais, aí não desce....lembra os primórdios de Rugero Deodato lá no fim da década de 70.....mas aqueles tempos eram outros e a internet estraga tudo....

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