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Forum Cinema em Cena

Blood Festival


Nacka
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Como são poucos filmes na lista resolvi adotar um critério relativamente diferente pra escolher cada um, mas que não tira a importância de nenhum dos títulos escolhidos. O primeiro sendo o meu favorito do gênero, o segundo sendo aquele que me traz nostalgia e que me empolga até hoje e o terceiro sendo o mais recente dos que eu assisti e apreciei de algum jeito. Acabei não botando alguns que vi há muito tempo e precisaria rever pra falar algo (o do Coppola, por exemplo) e optei por não repetir alguns dos comentados já (The Hunger, que vi essa semana e é bem legal mesmo), sem falar que não vi boa parte mesmo.

A Lista:

1 – Nosferatu – O Vampiro da Noite (Nosferatu: Phantom der Nacht , Werner Herzog, 1979)

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Bom, o Nacka mais ou menos mencionou diversos dos aspectos que fazem essa obra excelente do Herzog ser o meu favorito no que diz respeito ao gênero de “vampiros” e coisa do tipo. Desde a atmosfera incrível que permeia o filme do inicio ao fim a ótima trilha sonora não tem uma coisa sequer que eu desgoste nesse daqui. O Kinski faz uma atuação magistral, permeando pela melancolidade do personagem e aparecendo pela primeira vez em cena com uma presença agonizante, envolto em escuridão. Muito mais do que a maquiagem e as longas unhas o personagem ganha força aqui pelos olhos expressivos e pela linguagem corporal  do ator, em uma das várias parcerias que ele realizou na sua relação conturbada com o diretor. Praticamente todas as passagens (como a parte do navio, representada numa das imagens aí em cima) são não só impactantes como visualmente estonteantes e memoráveis também, em boa parte devido a fotografia feita pelo Jörg Schmidt-Reitwein. O que dizer das cenas entre Drácula e Lucy (interpretada por Isabelle Adjani, talvez a mocinha mais expressiva e menos chata nas obras adaptadas desta fonte) da invasão de ratos na cidade ou da sequência no castelo ? Todas Fantásticas. E bom que o Herzog consegue aliar todo o aspecto tradicional da história com as marcas que fazem os filmes dele serem o que são. Nosferatu é um filme onde a forma tem um peso bem forte, sendo impressionante de se olhar e com aspectos bem diferenciados da obra de Murnau, onde o conjunto todo é bem acima de um simples remake ou de apenas mais uma obra do Herzog. Foi o que me fez correr atrás das outras obras do cara.

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2 – A Hora do Espanto (Fright Night, Tom Holland)

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Pequena pérola da década de 80 que marcou aí uma geração de pessoas. Na verdade eu venho depois dessa geração (pequeno na década de 90, adolescente em 00), mas tive a oportunidade de assistir ainda quando criança e era um dos meus filmes favoritos de se locar na época do “VHS” junto com outros do tipo. Bom é que revendo depois de tanto tempo continua me empolgando bastante, não só pelo fator “nostalgia” como pela boa diversão oferecida pelo filme, que nem ficou datado (ta, dá pra ver bem de que época se é e etc) com o tempo em termos do que espera passar pro espectador ao menos. Ainda cumpre muito bem o que promete. A trama mostra o protagonista (típico boboca adolescente) que observa quando seus novos vizinhos se mudam, trazendo consigo um caixão e várias mudanças interessantes... Uma das coisas que eu acho bacana nesse aqui são as brincadeiras feitas com as tradições envolvendo os vampiros, desde o crucifixo, o espelho até a virada de um determinado personagem em lobo, ta tudinho lá... Como o próprio Peter Vincent exclama em uma fala “exatamente como nos meus filmes”. Aliás, o suposto “exterminador de vampiros” é outro charme do filme, interpretado com reverência e humor pelo Roddy McDowall com suas acovardadas e seus maneirismos. São 100 minutos que passam bem rapidinho, de um entretenimento autêntico, que presta homenagem ao gênero ao mesmo tempo que possui vida própria.   

3 – Drácula (Tod Browning, 1931)

 

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Depois de assistir Ed Wood do Burton eu fiquei com vontade de conferir o filme que imortalizou o Bela Lugosi na pele de um dos mais famosos personagens de sempre, mas acabei me esquecendo com o passar do tempo. Com o anúncio do festival resolvi correr atrás desse pra ver o que me esperava. É uma das famosas produções da universal dos anos trinta, que seguiria no  mesmo ano de 1931 com Frankestein e mais pra frente com outros títulos como The Mummy, The Invisible Man e assim por diante.  É adaptado de uma peça de teatro baseada no livro de Bran Stoker, que seguiu de inspiração pro Nosferatu de 1922 (sendo esse base pro de 31 também) e pra vários outros filmes que vieram depois de ambos. A história é aquela bem tradicional já conhecida por muitos, com direito aos personagens conhecidos como Dr. Van Helsing, Mina, Renfield (provavelmente a versão onde ele foi melhor utilizado, imo) e outros. Achei bem interessante de se assistir, é como ver um pedaço de história em movimento, e é mais agradável e menos datado do que pensei que pudesse ser (pré-conceito). A narrativa e as atuações especialmente são bem teatrais, principalmente a do Lugosi, que gesticula e fala de forma que parece que ta sempre pra anunciar algo, trazendo um aspecto meio cômico as vezes com um sotaque bem carregado mas que combina com o Drácula, dando pra ver porque é tão lembrado até hoje. Gostei da ambientação do castelo no inicio e no final, é onde o filme ganha mais força visualmente e onde se vê as cenas icônicas do vampiro saindo do seu caixão e de suas noivas perambulando por aí. É uma variação da lenda que vale a pena conferir, seja pela curiosidade de se ver a forma de se filmar histórias desse tipo antigamente ou pela própria vontade de observar qual é a dessa versão mesmo. Gosto mais do Nosferatu do Herzog ou até mesmo do Murnau por exemplo, mas isso não faz esse aqui perder seu valor.

 

Vou aproveitar as outras listas pra pegar recomendações de outros que não vi. Fiquei com vontade de ver o tal de The Addiction que citaram aí páginas atrás...

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O Kinski faz uma atuação magistral' date=' permeando pela melancolidade do personagem e aparecendo pela primeira vez em cena com uma presença agonizante, envolto em escuridão. Muito mais do que a maquiagem e as longas unhas o personagem ganha força aqui pelos olhos expressivos e pela linguagem corporal  do ator, em uma das várias parcerias que ele realizou na sua relação conturbada com o diretor.[/quote']

Uma coisa que me chamou a atenção nesse Nosferatu do Kinski (até onde vi, pelo menos, pois não consegui passar de uma hora) é que ele é muito mais triste do que assustador. Seus olhares são tristes, sua fala é calma e sua postura e gestos evocam muito mais melancolia do que medo. Existe uma fala brilhante em que ele diz mais ou menos assim pro Harker: "Perdoe meus modos, imagine passar tantos anos sem entrar em contato com outras pessoas". Acho que o Kinski foi genial em demonstrar isso.
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Pois é, se bem que o Lugosi de Ed Wood é mais memorável Kah, especialmente quando dava as escapadinhas dele no meio das gravações 06. Nosferatu do Murnau passa bastante no telecine cult, não sei se tens aí. O outro tem em dvd também mas não é tão fácil de achar.

 

É isso aí mesmo Luizz. Aliás, não conseguisse passar de uma hora, achou tão ruim assim ? ;(
Beckin2010-06-14 17:41:41
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Quem é chato? Você ou filme Luizz? Arre! Como assim assistiu 50 minutos e não aguentou mais? Meo deos...

 

Gosto demais de A Hora do Espanto, ele quase entra no meu top... e é isso mesmo que o Beckin falou uma espécie de homenagem e ao mesmo tempo algo bem desprentesioso mas que te prende. Fizeram uma continuação que se não tem a qualidade deste aqui não é de todo ruim, funciona...

 

O esquema das postagens, pra ninguém esquecer:

 

 

Nacka
Mr. Scofield
Beckin
Lucy in the Sky
Renato
Alexei
Lumière
Rob
Bat

The Deadman

Jailcante

THX

Fran Pierre

Tensor

 

 
Nacka2010-06-15 00:35:37
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Nosferatu é muito bonito, isso sim. E o texto do Scofa ficou bem legal. "Compromisso de fazer concreto o não dito", trecho inspirado!

Lost Boys eu vi faz uma vida inteira, nem me lembro direito. Mas curto A Hora do Espanto, que é um filme gostosamente B e cafajeste.
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A usuária Lucy in the Sky está fora do festival e não mandará sua lista, portanto o próximo postará a sua. É com você, Renato.

 

Antes que aconteçam outros equívocos e só para esclarecer: Ninguém que tenha se inscrito no Blood Festival é obrigado a fazer "3 resenhas" o trato foi uma resenha de um dos 3 filmes favoritos, o que não quer dizer que se alguém quiser fazer uma monografia sobre o seu filme favorito (ou dos 3), não possa fazê-lo.

 

Detesto ter que desenhar as coisas mas já que para alguns isso é imperativo, taí... só não vou colorir o desenho porque também já é demais. Sigam com o enterro...

 

 

 

 

 

 

 
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Pois é' date=' se bem que o Lugosi de Ed Wood é mais memorável Kah, especialmente quando dava as escapadinhas dele no meio das gravações 06. Nosferatu do Murnau passa bastante no telecine cult, não sei se tens aí. O outro tem em dvd também mas não é tão fácil de achar.[/quote']

 

O Lugosi do Ed Wood é uma figura e tanto, por isso fiquei com a curiosidade atiçada, entendo o que tu quis dizer 06 E não tenho o Telecine Cult não. Pena... Vou ver se um dia na casa do namorado dou a sorte, ele tem. Torcerei.

 

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Atenção, cambada. Agora lhes darei a honra conferir o meu top. Não só é uma honra para vocês poderem conferí-lo como é uma honra aos filmes serem citados por mim.

 

Não me espantarei se receber um e-mail de um dos diretores me agradecendo.

 

Sem mais delongas, do último para o terceiro!!

 

 

 

3 - Deixe Ela Entrar (Tomas Alfredson, 2007)

 

http://www.irishtimes.com/blogs/screenwriter/files/2009/12/let_the_right_one_in1.jpg

 

O filme surgere mais um drama sobre a solidão do jovem casal de protagonistas. Mas a ligação que se cria entre os personagens é comovente, independente dos interesses de cada um.

Sem grandes arroubos, o filme prova que é possível fazer uma história original e conemporânea sobre vampiros sem apelar para histórias mirabolantes e efeitos espetaculares.

 

O próprio título "Deixe Ela Entrar" é uam metáfora linda. É como Oskar se sente em relação a Eli e de como ele a deixa entrar na sua vida de forma arrebatadora e, de quebra, ainda é uma baita homenagem à mitologia dos vampiros.

 

 

2 - Drácula de Bram Stocker (Francis Ford Coppola, 1992)

 

 

http://billsmovieemporium.files.wordpress.com/2009/02/drac4.jpg

 

 

Esse é clássico até o talo. Assim como em A Hora do Espanto é isso que me atrai. O filme de Coppola é fiel ao livro e traz uma performance magnífica de Gary Oldman.

Um dos dos pontos altos do filme é mostrar a motivação do Conde Drácula e sua origem numa cena forte e marcante.

 

Numa primeira vista o filme tenta humanizar o personagem principal da história ao pintá-lo como um sofredor romântico que atravessa os tempos em busca de sua amada. Esse é o drama que move o filme e até pode enganar o espectador.

Mas em contraponto a essa premissa vemos Van Helsing que surge para nos lembrar a verdadeira natureza do monstro e que seu fim não pode ser outro se não a morte, mesmo que pelo amor.

 

 

1 - A Hora Do Espanto (Tom Holland, 1985)

 

 

espanto2.jpg

 

 

"É preciso ter fé para que funcione"

 

Clássico absoluto dos anos 80 A Hora Do Espanto é o maior exemplo de sucesso de filme de gênero. Atira para todos os lados e acerta invariavelmente em quase tudo. Flerta com o suspense e presta homenagem a Janela Indiscreta, possui doses de humor que conferem uma leveza agradável ao filme, momentos de tensão inspirados e ainda se dá ao luxo de inserir uma parte do trecho de Drácula de Bram Stocker. Tudo isso dentro de uma história simples e extremamente bem contada.

 

Chalie Brewster é o cara que está certo que seu vizinho é um vampiro. Ele sabe que vai morrer e recorre a ajuda dos amigos que naturalmente acham que ele está louco.

É aí que entra em cena Peter Vincent, um ator de filmes de terror B descartado por seus produtores e desacreditado em si mesmo, interpretado de forma magnética por Rody Mcdowall.

 

http://img29.imageshack.us/img29/9119/espanto01.jpg

 

 

Simplesmente atenha-se ao que é de conhecimento geral para participar. Aqui vampiros se trasnformam em morcegos, lobos e névoa. Esqueça as parafernalhas para eliminar as criaturas das trevas. É tudo "à moda antiga". Água benta, alhos, crucifixos, estacas de madeira, e esse é o grande charme do filme.

Sem explicações científicas e baboseiras. Um vampiro não reflete no espelho e não entra na sua casa se não for convidado antes. Isso é tudo que você precisa saber.

 

O filme leva os personagens ao caminho do inevitável confronto contra o Vampirão. Cada um possui suas motivações. Charlie precisa matar para não morrer e salvar sua amada. E Mr. Vincent precisa provar para si mesmo seu valor. Por isso, lá pelas tantas, abrimos um sorriso no rosto de satisfação quando vemos o aposentado caçador erguendo seu crucifixo de maneira irresistível.

 

Filmão. Divertimento puro. Recomendadíssimo.

 

 

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Também não vi Deixe ela Entrar. Mas também está na lista, já estava antes, estou bem curiosa para ver. E o Drácula do Coppola é um dos meus filmes favoritos, simplesmente adoro.

 

 

p.s.: O Drácula do Gary Oldman é MUY sexy, jisuis! 0806

Kate B.2010-06-16 13:56:27

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 "Deixe Ela Entrar" é arrebatador. Um filme inquietante e filmado com uma sensibilidade rara (trata a mitolgia com respeito e propicia leituras diferentes ).

 Confira o quanto antes, Nacka. Aposto que vai gostar. 03  
Deadman2010-06-16 14:18:14
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 Sei não, mas tô achando que "A Hora do Espanto" vai despontar como o preferido da galera...

 Realmente é um filme delicioso, um Bezão realizado com competência e muita qualidade. Perdi a conta de quantas vezes vi esse filme. Só no cinema, umas 3 vezes... bigteeth        
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Eu vou procurar em DVD. Se não achar, obterei por outros meios. O ruim dos outros meios é que tenho preguiça demais disso. Enfim, cortemos o papo.

 

Pois é, eu li sobre "A Hora do Espanto" mas não fiquei muito curiosa não. E me espantou um pouco só o Renato ter citado o Drácula do Coppola até agora, que eu acho fantástico. Mas, vamos ver como seguem as listas.

 

 

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