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Blood Festival


Nacka
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Sim. Acho que será tranquilo são só três filmes e muitos já têm o seu top pronto... só não esqueçam da resenha e se quiser caprichar na apresentação do top, tipo trazer informações sobre os filmes, fiquem à vontade...

 

 
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Meu top fica assim:

 

 

1 - Nosferatu (Herzog)

 

 

nosferatu79_shot7l.jpg

 

 

 

 "Todos os meus filmes se inspiram na dor. Esta é a fonte. É daí que eles vêm. Não do prazer" diz Herzog. Quando ele fez Nosferatu, O Vampiro da Noite já havia outro Nosferatu, o de Murnau; mas o diretor alemão só teve contato com o filme de Murnau lá pelo ano 1972 quando filmava Aguirre a Cólera dos Deuses e segundo ele, este aqui é uma retomada do cinema expressionista alemão, um resgaste da forma de filmar de gente como o próprio Murnau, Fritz Lang e G. W. Pabst.  

 

O filme de Herzog traz um Klaus Kinski se equilibrando na linha tênue que separa o personagem do ator, cada fala, modulando a voz cavernosa que não consegue esconder a tristeza ou gesto com as longas unhas onde dedos descarnados e quase translúcidos se sobressaem em uma lingagem desesperada o ator parece reforçar a idéia do diretor, apagar a fronteira entre a ficção e a realidade, ancorado por Isabelle Adjani e Bruno Ganz como Lucy e Jonathan, o resultado é magnífico.

 

A história é conhecida, adaptado livremente do livro de Bram Stoker,  narra o encontro entre o corretor de imóveis Jonathan Harker com o futuro comprador de uma propriedade, Conde Drácula. Simples não?

 

Jonathan  precisa ir até à propriedade do comprador para dar detalhes do que ele vai comprar e claro, fechar a venda. Lá chegando precisa pernoitar no local e é aí onde sua vida e a do morador nunca mais serão as mesmas. Convidado para um jantar onde só ele irá comer e observado de perto e avidamente pelo dono da casa, Jonathan mal pode imaginar o espiral de horror em que está prestes a se meter.

 

Naquela mesma noite, com um corte no dedo e uma foto de sua esposa, seu destino estava selado.

 

 

nosferatu-8.jpg

 

 

Herzog humaniza Drácula no que talvez seja a grande diferença entre seu filme e o de Murnau. O Nosferatu é a encarnação do mal mas sem uma noção completa daquilo que é e se o mal não deve sair impune para a necessária manutenção da ordem, como fazer se ele não se se reconhece como tal? Aqui ele tem perfeita consciência de que não pode vencer seu instinto e isto o aproxima do espectador. Sentimos a sua dor diante da impossiblidade de amar ou de ter o mesmo tipo de vida que Jonathan leva.

 

A música do filme de Herzog é sublime, cria, eleva e sucumbe, segue os personagens de perto como um observador atento que não se furta de participar quando quer e principalmente estabelece o clima de absoluta tristeza que dá o tom à narrativa. Todos os elementos de outros filmes clássicos sobre vampiros estão aqui mas elevados de forma incomparáveis tornaram essa revisitada um grande prazer.

 

 

2 - Fome de Viver (Tony Scott)

 

 

fome-de-viver-poster01.jpg

 

 

The Hunger - (Fome de Viver) Direção de Tony Scott - Estilo e horror se misturam neste clássico de Tony Scott. Um triângulo amoroso pertubador (a ceninha com Deneuve e Sarandon é coisa pra não esquecer) com trilha sonora que é quase um retrato dos anos 80. A mortalidade, solidão e a decrepitude do corpo são coisas sérias e nem precisa ser vampiro para saber.

 

 

3 - Near Dark (Kathryn Bigelow)

 

 

near-dark-3.jpg

 

 

Near Dark (Quando Chega a Escuridão) - Direção de Kathryn Bigelow é de 1987, feito em ritmo frenético e com pulso de ferro pela diretora de Guerra ao Terror (The Hurt Locker) esse road movie sangrente é curtinho (tem só 94 minutos) e é uma atualização dos filmes de vampiro, embora esta palavra não seja proferida uma única vez durante todo o filme. Narra o drama de um rapaz interiorano Caleb Colton (Adrian Pasdar) que, após ser atacado por uma forasteira sedutora, começa a sentir necessidade de sangue humano. Obrigado a abandonar sua família e sem suportar a luz do sol, ele irá acompanhar a jovem e sua turma de vampiros numa sangrenta jornada pelas estradas da América.

 

Não lançado em dvd no brasil este filme é pra se perguntar como as porcarias atuais do gênero fazem tanto sucesso.  

 

 

 

É isso aí, com meu top dos sanguessugas começamos o Blood Festival, à partir de hoje cada um dos convidados da lista posta o seu a cada dia, próximo: Mr. Scofield e é só seguir a lista...

 

 

 
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não vi o do Bigelow. adoro o do Herzog (mas não entra no meu) e acho o do Scott bem mais ou menos. mas dou um desconto por ser "tiééti" do camaleão mais genial do mundo.

 

mas fiquei bem curioso com o da Bigelow, arranjarei.

bat2010-06-10 14:11:43

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esse da Bigelow parece muito tri, hein? Vai ser o próximo pra baixar.

 

 

 

Mas não vi nenhum da tua lista. O do Scott me interessou também, vou tentar assistir antes do prazo, e o do Herzog é praticamente obrigação eu assistir pra montar minha lista.

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Boas menções as do Nacka. Quando Chega a Escuridão possivelmente entrará nas minhas três indicações também, é um grande filme. Já Fome de Viver funciona comigo mais como um retrato da geração "Bela Lugosi is Dead". Que eu curto, aliás. Filmes podem ser belos instantâneos do contexto político-social, e nesse caso em particular eu gosto mais dessa conotação do que do resultado do filme em si.

E tem Nosferatu. Filmão!
Alexei2010-06-10 15:44:27
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 Infelizmente, ainda não consegui conferir "Near Dark"... 04 Sou fã de filmes de terror e também do ator Lance Henrikssen (me parece que ele é o lider dos vampiros, certo?), mas esse realmente ainda não assisti.

 

 Dessa lista do Nacka é muito provável que "Nosferatu" (de Murnau) ou "Fome de Viver" também entre no meu Top 3... Com tendência muito grande pro último. Como mencionou o Nacka essa cena do beijo lésbico entre Sarandon e Deneuve é simplesmente antológica!!

 

 Pra mim, o beijo mais erótico do cinema ever!!        
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No filme de Herzog, acho que a mocinha é mais assustadora que o vampiro. É mórbida e parece um fantasma. Não fui muito longe assistindo. Não sei dizer o que deu errado, mas ainda quero tentar de novo, apesar de já ter tentado duas vezes. Eu vejo tanto potencial no filme, que quero gostar dele.

 

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Nosferatu do Herzog 16. Uma das coisas que mais me fascina é a tristeza do personagem mencionada ali no post pelo Nacka. A melancolia na figura do Kinsky dentro daquele cenário. Demais.

Já providenciei o Fome de Viver pra assistir.
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A próxima lista é do Mr. Scofield e ele já me avisou que está com uns probleminhas e deve postar a dele só bem mais tarde ou talvez amanhã pela manhã, portanto tenham paciência... 06

 

 

 
Nacka2010-06-11 11:46:20
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Optei aqui no festival, por minha lista ser idêntica à do Nacka, exceto pelo filme original Nosferatu de Murnau por postar outros filmes e não necessariamente meus favoritos. Não falarei muito sobre eles porque estou extremamente cansado essa semana, mas vai lá:

 

3) Dinner With a Vampire (1988, Lamberto Bava)

dinnerwithvampire4.jpg

 

É razoável supor que os filmes do filho do grande Mario Bava apresentam qualidade oscilante. Banquete com um Vampiro é um filme divertido, cuja lembrança aqui se justifica por divulgar algo diferente que poucos conhecem e que dificilmente você encontra quem viu.

O enfoque da obra do diretor do excelente Demons é um vampiro decadente, cansado, obstinado e desejoso da morte. Famoso diretor de filmes de horror, ele convida um grupo de jovens estudantes para um jantar em sua casa a fim de contribuir com suas carreiras.

Repleto de referências intertextuais, humor voluntário (e involuntário), atuações ruins e um tom trash, Banquete é uma grande brincadeira com a figura do vampiro e suas relações com os filmes de horror. Não é um grande filme, mas é sempre interessante ver uma abordagem diferenciada sob um ângulo debochado e irônico, mesmo que corramos riscos. Banquete com um Vampiro é na verdade um episódio da série Brivido Giallo produzido para a tv e foi lançado em VHS no Brasil como uma obra independente.

Vale dizer para não se enganar com a imagem de gore acima. O filme apresenta um tom bem humorístico (o que chega a ser bastante irritante), mas a escolhi pelos conhecedores de Lamberto, que remeterão diretamente ao seu estilo.

 

2 The Lost Boys

 

thelostboys.jpg

 

 

 

 

 

 

 

Um elenco de futuros astros e um ótimo roteiro faz de The Lost Boys um

dos melhores filmes de vampiros de todos os tempos.

Contos de

personagens clássicos adaptados à modernidade normalmente trazem uma

releitura de seus papéis, que normalmente tendem a reconstruir/atualizar

o mito, povoando a curiosidade e instigando a mente do público para

suas alegorias e objetivos implícitos no contexto social em que são

inseridos.

 

Em uma análise comparativa dos hábitos sombrios e degradantes

da criatura amaldiçoada das estórias de horror com os dos jovens

adolescentes da década de 80 (e, que se reproduz atualmente com a

liberdade das gerações posteriores), Schumacher propõe uma viagem

aterrorizante contemplando tanto o universo da fantasia com suas

múltiplas interpretações quanto a realidade de hábitos cada vez mais

noturnos, rebeldes e particulares de uma boa parte dos jovens da geração

dos anos 80 (mas que permanece atual).

 

Abusando de sua habilidade

cinematográfica  e da potencialidade da estória, Joel consagra The Lost

Boys como um dos (inúmeros) filmes símbolo da década.

Mr. Scofield2010-06-12 17:51:16

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Eu vi Garotos perdidos há alguns dias e não gostei não. Esses filminhos oitentistas sempre me parecem retrô. São feitos especificamente para o povo que foi adolescente naquela década.

 

Dei umas risadinhas com aqueles os irmãos Frog, mas o bando do Kiefer Sutherland não é nada ameaçador.
[/quote']

Postarei o primeiro lugar amanhã porque estou o revisitando, mas a parte em azul me chama um bocado a atenção. Eu era uma criança na década de 80 e gosto muito mais de tudo dessa época do que a dos anos 90 na qual eu era adolescente.

 

Acho natural esse tipo de comparação. Estamos em uma época em que é exatamente a geração da qual fiz parte que hoje é adulta e foi obrigada a se adaptar à revolução tecnológica que presenciamos (computacional, fluxo de informações, etc).

 

Nunca imaginamos ser possível algum dia encontrar pessoas pelo Brasil ou mundo inteiro que fossem capazes de apreciar o que presenciávamos por vezes isolados em nossos microambientes. Talvez as gerações setecentista e  oitocentista tenham dentre todas a maior consciência da influência de tais transformações em suas vidas, pois são hoje a força motriz criativa e madura do mercado de trabalho. Elas foram construídas nesse perfil. As gerações seguintes já cresceram em um ambiente per si onde a tecnologia já mostrava seus traços fortes e revolucionários. E esta tendência foi se aprimorando com o tempo.

 

Talvez por isso encontremos tanto material antigo na internet dessa época. Não há sentimento igual a uma mudança de perspectiva abrupta como essa. Encontrar alguém do outro lado do mundo que conhece aquela música que você escutava na infância?

 

E, nesse caso, Luizz, creio que você esteja correto, ao menos parcialmente, em suas afirmações. Mas creio que devo dizer que tal correspondência apresenta uma relação agradabilíssima para quem fez parte do grupo. Os filmes eram indicadores de tendência muito mais fortes, era forma muito mais expressiva na formação cultural da sociedade (porque eram menos os canais). Portanto, é maravilhoso, para mim, contemplar os filmes que proporcionam lembranças de alguns aspectos da década.

 

Mas, abstraindo esse fator, Lost Boys continua sendo um belo filme, porque eu vejo quanto às colocações de Schumacher para aquela geração, somente um aprofundamento das tendências e ampliação dos valores a faixas etárias mais baixas atualmente. A "rebeldia" de determinados grupos (e o termo aqui está entre aspas porque pretende designar o que não é moralmente correto), além de encontrar novos canais de expansão, conquistou espaços de proteção ancorados pela psicologia, ideias anti-preconceito (exemplo: forma de se vestir) e mudanças naturais do pensamento global da sociedade. Assim, o filme permanece atual em certo aspecto, talvez dotado de uma ingenuidade que não é peculiar às gerações seguintes (muito mais antenadas com o mundo) mas genial em sua concepção.

 

Mr. Scofield2010-06-13 00:39:17

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  • Members

Concordo plenamente com quase tudo (menos com a parte do filme ser genial em concepção... não gostei mesmo), principalmente com o quinto parágrafo. Uma das principais razões que me fazem não gostar de Garotos perdidos é que ele é um filme de adolescentes em uma época em que eu jamais tive contato. Logo, pelo menos metade de seu apelo não surte efeito em mim. O mesmo vale para a grande maioria dos filmes da sessão da tarde, que eu odeio, mas entendo quem goste.

 

A sensação é de estar vendo uma cápsula do tempo, que ao ser redescoberta, encantará aqueles que participaram da brincadeira e deixaram seus objetos por lá. Os outros, que nada tem a ver, permanecem impassíveis e pode até achar aqueles objetos cafonas ou ultrapassados.

 

Imagino que daqui a alguns anos, certos filmes podem provocar o mesmo efeito em outras pessoas. Os indies (como Juno) ou as comédias da trupe do Apatow e do Sandler são possíveis.
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Imagino que daqui a alguns anos' date=' certos filmes podem provocar o mesmo efeito em outras pessoas. Os indies (como Juno) ou as comédias da trupe do Apatow e do Sandler são possíveis.
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Aí é que está o ponto. A princípio tendo a concordar contigo, mas depois paro para pensar um pouco e concluo que não sou capaz de chutar uma resposta.

 

Com a acessibilidade crescente das vias de comunicação, a documentação das épocas é hoje muito mais presente. Creio que, desse ponto de vista, é muito mais fácil ter acesso ao que a geração anterior idolatrava e, em muitos casos, até compartilhar de muitos elementos dela. Hoje o fluxo de informação é agregado.  Acho que a tendência é que as futuras gerações tenham plena consciência do que as anteriores contemplaram e participem desse universo também.

 

Em segundo lugar, o efeito psicológico da "mudança tecnológica abrupta" é peculiar a essas gerações citadas. Eu não tinha acesso à nada, de repente e rapidamente tenho acesso a tudo. Se não acontecer nenhuma outra super revolução como a internet (que hoje, provavelmente nem imaginamos) capaz de provocar um rompimento desse tipo, a nostalgia pode existir (e fatalmente existirá), mas não teria o mesmo efeito/significado.

 

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Lost Boys é a parte brega da década de 80. Não acho ruim mas nunca entraria em um top onde eu tivesse que escolher apenas 3 filmes...

 

E pra mim tem um pecado mortal: Não mete medo, em hora nenhuma. Um filme que envolve adolescência e que tranquilamente eu colocaria no lugar dele seria A Hora do Espanto.

 

O primeiro filme (que seria o número 3) eu não conheço...

 

 

 

 

 
Nacka2010-06-13 01:42:21
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A Hora do Espanto também poderia entrar, mas preferi escolher esse, já que tinha que pegar três e me lembro mais de Lost Boys.

Como disse, não coloquei os filmes que prefiro por opção. Ou a lista seria idêntica à sua, exceto por Nosferatu (aliás, os dois melhores filmes de vampiro são os dois Nosferatus).

 

 

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1) Nosferatu (1922 – F. Murnau)

nosferatu1.jpg?w=450&h=325

 

 

 

 

Uma das maiores dádivas do homem consiste na capacidade

criativa infinita e na consciência de tal característica. Este, talvez,

seja o

maior motivo pela qual consideramos o cinema como inesgotável, repleto

de

variáveis que se modificam de acordo com o perfil e a experiência de

quem o

constrói.  É por isso que, mesmo os

recursos tecnológicos limitados de determinada faixa de tempo

proporcionam

possibilidades de manipulação infinitas. Nelas, se destacam gênios que

mesmo

utilizando de escassos elementos elevam às alturas o potencial que lhes

fazem

diferenciados.

 

Em Nosferatu, uma adaptação espetacular da novela de

Bram

Stoker (Drácula) por Murnau, todas estas idéias ganham substância,

surpreendendo o espectador atual com sua peculiar riqueza

cinematográfica,

poucas vezes reproduzida na história.

 

Nosferatu é um filme de horror em essência. E como em

todo

filme desta vertente, a expressividade se torna fundamental para nutrir a

assimilação dos objetivos da trama. Partindo de tal problemática, em um

filme mudo

e preto e branco, se torna ainda mais sensacional a atmosfera apavorante

e

mórbida desenvolvida pelo alemão. O tom teatralizado desempenha, pois, o

papel

da dolorosa cruzada do herói e da impetuosidade de seus inimigos.

 

Através de inquietantes jogos de sombras refletindo o

poderoso e assustador Conde que dissemina a terrível praga, a figura se

mostra

grandiosa, imponente e influente em todos os âmbitos, como se fosse

responsável

por todos os rumos da humanidade (dentro do universo do filme) diante da

pequenez da cidade de Bremen.

 

E há o compromisso de fazer concreto o não dito, uma

vez que

o recurso das palavras não é utilizado ou somente disposto em pequenos

textos.

Mas frases escritas não têm vida e, portanto, sozinhas não dialogam com o

espectador. E então há o triunfo criativo. As cenas falando por si. As

figuras

estranhas, complexas e nitidamente comprometidas com o eixo malévolo da

estória

se mostram abomináveis, cultuadoras da estranheza, do medo e do horror.

Por

outro lado, a pureza dos protagonistas se exprime em suas expressões

alegres, nos

trajes e na apresentação dos sentimentos. As imagens são o veículo de

determinação do caráter do indivíduo, é como se você fitasse

visualmente o

coração de cada um dos personagens.

 

Mas Murnau não se conforma em apenas apresentar o

caráter

negativo consolidado pelos eixos: ele procura consubstanciar as bases do

pensamento das vertentes, e, portanto, Nosferatu é um filme ainda mais

perturbador. Com demonstrações científicas do “vampirismo” na natureza,

sugere-se que, em determinado ponto de vista, que esta anomalia seria na

verdade, simplesmente natural, forma de controle imposta por forças

externas ao

domínio do homem.

 

Com este pensamento, podemos concluir de forma

aterradora

que o Conde não apresenta caráter, ele apenas sobrevive à sua maneira e

todos

os seus métodos visam sua permanência entre os vivos. Não há, portanto,

intenção

de formar um exército de vampiros sugadores de sangue, mas a

conseqüência inevitável

de perpetuação de uma praga que mata os que estão à sua volta

independentemente

de sua vontade real. Vale dizer que o vampiro mata para sobreviver, mas a

maior

parte das mortes decorre de sua presença, como se ele fosse um dos

portadores

da destruição do mundo, simplesmente por existir.

 

Nosferatu é tétrico, complexo tanto em sua estrutura

quanto

em sua execução e belíssimo na arte de reprodução de uma ideia. Sem

paralelos

na história do cinema, é dele o top 1 desse apavorante subgênero do

horror.

 

 

 

 

Mr. Scofield2010-06-13 16:08:25

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Fiquei muito curiosa pelo da Bigelow e por Nosferatu. Esse Lost Boys minha mãe comprou o DVD há séculos e até hoje não tive a curiosidade assistir. Quem sabe um dia...

Existem duas versões de Nosferatu. Ambas são excelentes. A de 1922 é de domínio público e está disponível na internet.

 

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Não assisti ao do Bava citado na lista do Scofa mas gosto bastante dos outros dois. Garotos perdidos é bem divertido, embora eu goste menos cada vez que assisto de novo. Se for pra comparar os dois Nosferatu fico com o do Herzog. Gosto mais ainda.

 

Já posto minha lista, já que é hoje... rapidinho mesmo, nada muito elaborado.
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