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A Vila, de M. Night Shyamalan


Akuma
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 Bad news... Ontem (como de costume) tive insônia. smiley6.gif  Então, ao invés de ficar na cama rolando de um lado para o outro decidi rever “A Vila” para “pegar” algumas coisas que me pareceram soltas e prestar mais atenção à algumas cenas em especial.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Infelizmente, ao rever o filme, ele perdeu alguns pontos comigo. Passou de 4,5 para 4,0. Sendo assim, “Corpo Fechado” volta ao topo do podium, ficando “A Vila” logo atrás. Nos posts seguintes vou comentando aos poucos sobre.

Aviso: meus comentários contém Spoilers!!!   

- Cheguei a triste conclusão de que, ao contrário do que disse ontem, (quando tinha visto o filme só uma vez) Shyamalan foi um pouco indulgente, sim. Pior: subestimou a inteligência do espectador. Explico. Respondam: qual a necessidade de Walker dizer à Ivy que haviam rumores da existência  de criaturas naquela região? Nenhuma!! Por que? Simples: como o pai estava fazendo questão de deixar clara a farsa à Ivy de modo que ela se sentisse o mais confiante possível na missão de atravessar a floresta e NÃO sabia da possibilidade de que alguém ou alguma “coisa” pudesse atacá-la de fato, só temos como explicação que Shyamalan quis (infelizmente) ser burramente didático e criar uma “pretensa” confusão no espectador. Digo “pretensa”, pois já sabemos que se trata de uma farsa! Logo, sabemos de antemão que a criatura que aparece no final NÃO é um ser sobrenatural ou uma aberração da natureza, mas claramente alguém da própria vila. A cena é tensa e bem conduzida, mas a fala do pai mostra-se infeliz, desnecessária e “didática” no pior sentido. Ficaria mil vezes melhor se ocorresse SEM Ivy (e nós, é claro...) saber da “lenda”. A fala faria sentido se fosse dita para alguém DE FORA do contexto da vida da vila a fim de justificar algo, mas para alguém que sempre viveu ali e que precisa de confiança a frase é completamente bizarra e sem sentido. smiley5.gif Quero dizer: qual a diferença para os fundadores da Vila do local possuir uma lenda ou não? Nenhuma!! Eles sabiam que tratava-se de um artifício, logo se havia ou não uma lenda, isso não tinha a menor importância! A idéia “Daqueles de Quem não Falamos” nasceu da própria necessidade de criar nas crianças e futuros adultos da vila o sentimento de medo que os cerceasse de romperem os limites impostos. Pode-se dizer: “Ahh!! Mas o prefeito, no passado, era professor de história e como conhecia a lenda da região, pensou no esquema da Vila usando a própria história das criaturas como meio de evitar a evasão dos futuros jovens moradores (crianças, diga-se de passagem, no início. Nada melhor do que monstros para meter medo...smiley2.gif) e comenta sobre o assunto para Ivy de modo casual, explicativo mesmo, só para dizer de onde surgiu a idéia “Daqueles de Quem não Falamos”.”  Ok. Mas, essa explicação, esse comentário só faria sentido se dito à alguém de FORA, uma explicação de como surgiu à idéia. Agora, cá entre nós: que benefício Walker achou que traria à filha saber disso? Caralho!! A menina é cega! Imagine-se sendo uma pessoa cega, criada durante 20 anos sob a iminência de ser atacado por seres sanguinários que vivem numa floresta ao redor da sua casa e após saber tratar-se de uma mentira, ter que adentrar uma floresta sozinha sabendo de antemão pelo próprio pai que existiam rumores de que seres nefastos REALMENTE perambulavam por ali no passado?!! Fala sério!! Qualquer som me deixaria apavorado!! Aliás, a cena onde vemos Ivy tapando os ouvidos à noite, sozinha e no meio da floresta é prova disso. Com um pai desses eu jamais precisaria de um inimigo...  smiley36.gif smiley7.gif The Deadman2006-7-24 10:38:57
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. Respondam: qual a necessidade de Walker dizer à Ivy que haviam rumores da existência  de criaturas naquela região?

Na verdade ainda restavam os animais massacrados. Eles não sabiam quem fez aquilo, logo era de se supor que PODERIA ter alguma coisa ou alguém na floresta.

 

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Cheguei a triste conclusão de que' date=' ao contrário do que disse ontem, (quando tinha visto o filme só uma vez) Shyamalan foi um pouco indulgente, sim. Pior: subestimou a inteligência do espectador.[/quote']

Incrível... Pq os artifícios utilizados pelo cineasta em O Sexto Sentido para 'manipular' a nossa percepção não são considerados como auto indulgência ou subestimação à nossa capacidade de entendimento?

Explico. Respondam: qual a necessidade de Walker dizer à Ivy que haviam rumores da existência de criaturas naquela região? Nenhuma!! Por que? Simples: como o pai estava fazendo questão de deixar clara a farsa à Ivy de modo que ela se sentisse o mais confiante possível na missão de atravessar a floresta e NÃO sabia da possibilidade de que alguém ou alguma "coisa" pudesse atacá-la de fato' date=' só temos como explicação que Shyamalan quis (infelizmente) ser burramente didático e criar uma "pretensa" confusão no espectador.[/quote']

Nope... Shyamalan quis criar uma confusão na cabeça da personagem... Veja que o pai justifica a criação da farsa em cima de lendas que efetivamente existiram... Se o pai criasse toda a farsa do nada, sem nada que a embasasse, ela seria posta à prova fácil, fácil e não perduraria por, sei lá, 20 e tantos anos...

Durante a cena da perseguição Shyamalan retoma esse diálogo para nos mostrar que a personagem está se lembrando do que o pai havia dito... Eis que surge a dúvida: se os monstros não existem, pq algo me persegue na floresta... a menos que os boatos aos quais meu pai se referiu fossem reais...

Para o expectador fica a questão da farsa, óbvio, mas em alguns casos (o meu, por exemplo), fiquei matutando 'tem coisa aí'...

A cena da perseguição, afinal, serve exatamente para isto: fazer seus nervos ferverem e vc roer os dedos (pq a essa altura unha vc não tem mais). Deu certo para uns, não deu para outros...

Digo "pretensa"' date=' pois já sabemos que se trata de uma farsa! Logo, sabemos de antemão que a criatura que aparece no final NÃO é um ser sobrenatural ou uma aberração da natureza, mas claramente alguém da própria vila.[/quote']

Em nenhum momento é dito ou deixado a entender que as criaturas são sobrenaturais... E desde o início, Shyamalan já mostra que tem alguma coisa de errado com os monstros...

A cena é tensa e bem conduzida' date=' mas a fala do pai mostra-se infeliz, desnecessária e "didática" no pior sentido. Ficaria mil vezes melhor se ocorresse SEM Ivy (e nós, é claro...) saber da "lenda".[/quote']

Se a cena é tensa e bem conduzida, missão cumprida... Ela não possui função narrativa expositiva, servindo apenas para manipular a percepção do expectador...

A fala faria sentido se fosse dita para alguém DE FORA do contexto da vida da vila a fim de justificar algo' date=' mas para alguém que sempre viveu ali e que precisa de confiança a frase é completamente bizarra e sem sentido. Quero dizer: qual a diferença para os fundadores da Vila do local possuir uma lenda ou não? Nenhuma!![/quote']

Para os fundadores não fazia diferença mesmo... A questão é: pq teria que haver diferença para os fundadores da vila?

Eles sabiam que tratava-se de um artifício' date=' logo se havia ou não uma lenda, isso não tinha a menor importância![/quote']

No tocante ao sustentáculo da farsa a lenda torna-se FUNDAMENTAL... Eu te conto sobre o chupa-cabras... Vc vai acreditar no que estou dizendo assim sem mais nem menos?

Agora imagine que estou te contando sobre o chupa-cabras e, em seguida, te mostro fotos de animais que foram supostamente atacados por ele... Vc poderá afirmar com absoluta certeza que tal criatura não existe?

Bottom line: a farsa precisava de um embasamento; este embasamento é a lenda de que existiam criaturas na floresta.  

A idéia "Daqueles de Quem não Falamos" nasceu da própria necessidade de criar nas crianças e futuros adultos da vila o sentimento de medo que os cerceasse de romperem os limites impostos. Pode-se dizer: "Ahh!! Mas o prefeito' date=' no passado, era professor de história e como conhecia a lenda da região, pensou no esquema da Vila usando a própria história das criaturas como meio de evitar a evasão dos futuros jovens moradores (crianças, diga-se de passagem, no início. Nada melhor do que monstros para meter medo...) e comenta sobre o assunto para Ivy de modo casual, explicativo mesmo, só para dizer de onde surgiu a idéia "Daqueles de Quem não Falamos".[/quote']

Exatamente... É isso mesmo. Apenas para justificar à filha de onde ele tirou essa idéia maluca.

Ok. Mas' date=' essa explicação, esse comentário só faria sentido se dito à alguém de FORA, uma explicação de como surgiu à idéia.[/quote']

Não vejo como faria sentido nesse contexto que vc colocou...

Agora' date=' cá entre nós: que benefício Walker achou que traria à filha saber disso? Caralho!! A menina é cega! Imagine-se sendo uma pessoa cega, criada durante 20 anos sob a iminência de ser atacado por seres sanguinários que vivem numa floresta ao redor da sua casa e após saber tratar-se de uma mentira, ter que adentrar uma floresta sozinha sabendo de antemão pelo próprio pai que existiam rumores de que seres nefastos REALMENTE perambulavam por ali no passado?!! Fala sério!! Qualquer som me deixaria apavorado!! Aliás, a cena onde vemos Ivy tapando os ouvidos à noite, sozinha e no meio da floresta é prova disso. Com um pai desses eu jamais precisaria de um inimigo... [/quote']

Pois é... Walker não deve ter visto benefício NENHUM e talvez ele nem quisesse mesmo... Agora além disso que vc citou, tem mais um agravante: a garota foi e voltou e não percebeu o tamanho da paranóia: eles não estão no século XIX...

Sim, o pai dela é um escroto que não poupou nem a filha, contando-lhe somente o que lhe foi conveniente para não sacrificar o futuro daquele vilarejo... Cedo ou tarde ela teria q saber que se tratava de uma farsa... Mas saber que eles estavam em 2004 e não em 1897 NUNCA!! É nessa capacidade nefasta de enganar a própria filha para vê-la segura é que me espanta e faz com que eu admire o filme... Em determinado momento ele diz para a filha 'todos aqui sofreram a ponto de questionarem o próprio sentido da vida e essa é uma escuridão que eu queria que vc jamais conhecesse'

Pergunta: ao 'privar' a filha dessa 'escuridão', ele não a estaria privando de, talvez, ter sua visão restaurada? Isso não seria, a seu modo, uma violência ainda PIOR do que a que ele sofreu com seu pai?

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 Continuando...

 A cena onde Alice conversa com Walker sobre as marcas no estábulo e a não possibilidade de ser um coiote também é desnecessária e didática. É uma cena que poderia ter sido excluída sem o menor problema (pelo menos a cara de perplexidade de Walker não fode a cena de todo e deixa coerente o resultado final...). Pela fala da personagem de Sigourney,  Shyamalan quer mostrar (mais uma vez) didaticamente que as criaturas existem. Mas, notem que até o momento em que essa cena ocorre, JÁ ESTAMOS imersos no mistério que ronda a vila e já acreditamos que eles existem, visto que já havia ocorrido um “ataque” dos mesmos alguns minutos antes (minha esposa que assistia ao meu lado da primeira vez até disse: “Nossa! Não é que os bichos existem mesmo!!”). Parece que Shyamalan aqui se rende a um inexplicável sentimento de modéstia (ou seria indulgência de novo?) num quesito que domina como poucos: o de criar suspense e clima. Ambos já existiam nesse ponto da narrativa. Pra quê a cena, afinal? A explicação que me vem é a seguinte: simplesmente pra causar impacto quando descobrirmos a verdade. Mas, percebam que sem a cena, o impacto não é diminuído em nada! <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

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Acho que vc tava com sono quando reviu o filme Deadman... ou extremamente mal humorado...

A cena em que Sigourney e Hurt conversam na porta do galpão não induz em momento algum que as criaturas existem... Repense a cena após vc saber da verdade. O que temos? Temos que os dirigentes SABIAM que não eram os monstros, mas não sabiam QUEM estava esfolando os animais...

O papo do coiote dito por Sigourney aos habitantes foi meramente para dar uma explicação à população. Eles jamais poderiam dizer que eram os monstros, uma vez que ELES eram os monstros... Entretanto, veio o ataque do Noah na noite do casamento e, desta vez, ele foi visto e então, o papo dos coiotes ficou em risco, afinal, coiotes não fazem marcas na porta, mas aqueles de quem não falamos sim... Como explicar isso aos habitantes? Os dirigentes não poderiam mais se utilizar do expediente dos coiotes para explicar a situação... Daí vem a frase da Sigourney 'coiotes não alcançam tão alto'...

E qual seria o impacto da cena quando descobrimos a verdade?

P.S.: Deadman, big dissapointment... acho que vc anda lendo muito as críticas do Pablo...

smiley36.gif

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<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Incrível... Pq os artifícios utilizados pelo cineasta <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em O Sexto Sentido para 'manipular' a nossa percepção não são considerados como auto indulgência ou subestimação à nossa capacidade de entendimento?

 

Veja bem: em “O Sexto Sentido” ele se utiliza de uma montagem precisa e uma narrativa que te distrai' date=' mas todas as pistas estão lá. Se você rever o filme 1000 vezes, não encontrará no que é mostrado nada que sirva de contraposição ou didático demais à revelação final ou mesmo que seja colocado de modo gratuito para explicar uma determinada cena. Já em “A Vila” isso não ocorre. Pelo menos é a minha visão...

 

Nope... Shyamalan quis criar uma confusão na cabeça da personagem... Veja que o pai justifica a criação da farsa em cima de lendas que efetivamente existiram... Se o pai criasse toda a farsa do nada, sem nada que a embasasse, ela seria posta à prova fácil, fácil e não perduraria por, sei lá, 20 e tantos anos...

 

Dook, os anciãos são os únicos que conhecem a verdade, ok? A lenda poderia ser qualquer uma, ela se justificaria perante quem estivesse de fora do contexto da Vila, uma explicação dada a alguém que questionasse: “Por que você escolheu monstros?”. Mas, note que Ivy NÃO precisava saber disso. Na ocasião em que se encontrava ela precisava de tudo MENOS de dúvidas sobre a existência ou não de “whatever you want” espreitando na floresta. Além do que era cega!! Ou seja: teria que fazer a caminhada sozinha, com medo (de um modo ou outro a idéia é assustadora per se...), com a cabeça a mil pela situação de ter que ter sucesso caso contrário seu amado iria morrer e condicionada a rever toda uma criação baseada na cultura do medo e ainda o pai me vem com essa “explicação” de onde tirou a idéia das criaturas??!! Poha! Dá um tempo!  

 

No tocante ao sustentáculo da farsa a lenda torna-se FUNDAMENTAL... Eu te conto sobre o chupa-cabras... Vc vai acreditar no que estou dizendo assim sem mais nem menos?

Agora imagine que estou te contando sobre o chupa-cabras e' date=' em seguida, te mostro fotos de animais que foram supostamente atacados por ele... Vc poderá afirmar com absoluta certeza que tal criatura não existe?

Bottom line: a farsa precisava de um embasamento; este embasamento é a lenda de que existiam criaturas na floresta.[/quote']

 

Óbvio, Dook. Mas, veja: a cultura do medo imposta aos moradores da vila (exceto os anciãos) NÃO era baseada em uma lenda. Você está confundindo as coisas... Uma lenda só se justifica se você NÃO conhece ou tem certeza sobre a natureza real ou não da mesma. Se tudo era uma farsa o conhecimento da lenda não tem importância alguma a não ser pra explicar de onde veio a idéia de se usar um artifício ao invés de outro! Mas, a priori, não interessa! Não naquele momento! “Eu não quero manter o medo. Eu quero quebrá-lo!” Logo, pra quê mencionar a lenda??! Veja: a cultura do medo na vila não era sustentada por uma lenda, mas por um FATO (farsesco) de existirem criaturas que cercavam a vila! Isso é claro como água. O sustentáculo da farsa eram justamente as situações em que as “criaturas“ eram vistas esporadicamente rondando a vila, a realização de rituais para aplacá-los, a simulação de ataques etc. Fatos! Não lendas. Não misture as coisas...          

 

Pois é... Walker não deve ter visto benefício NENHUM e talvez ele nem quisesse mesmo... Agora além disso que vc citou' date=' tem mais um agravante: a garota foi e voltou e não percebeu o tamanho da paranóia: eles não estão no século XIX...

Sim, o pai dela é um escroto que não poupou nem a filha, contando-lhe somente o que lhe foi conveniente para não sacrificar o futuro daquele vilarejo... Cedo ou tarde ela teria q saber que se tratava de uma farsa... Mas saber que eles estavam em 2004 e não em 1897 NUNCA!! É nessa capacidade nefasta de enganar a própria filha para vê-la segura é que me espanta e faz com que eu admire o filme... Em determinado momento ele diz para a filha 'todos aqui sofreram a ponto de questionarem o próprio sentido da vida e essa é uma escuridão que eu queria que vc jamais conhecesse'

Pergunta: ao 'privar' a filha dessa 'escuridão', ele não a estaria privando de, talvez, ter sua visão restaurada? Isso não seria, a seu modo, uma violência ainda PIOR do que a que ele sofreu com seu pai?[/quote']

 

Ok! Eu captei esse lance e o questionamento moral e ético na escolha dele, a paranóia dos anciãos e até onde eles estavam dispostos a ir pra manter a farsa (lembremos que o filho pequeno de um deles morreu, provavelmente de uma doença que poderia ser evitada caso tivessem uma infra-estrutura melhor, além do final pra lá de revelador nesse sentido: usariam a própria situação a favor deles e pra manter a farsa...).

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Veja bem: em “O Sexto Sentido” ele se utiliza de uma montagem precisa e uma narrativa que te distrai' date=' mas todas as pistas estão lá. Se você rever o filme 1000 vezes, não encontrará no que é mostrado nada que sirva de contraposição ou didático demais à revelação final ou mesmo que seja colocado de modo gratuito para explicar uma determinada cena. Já em “A Vila” isso não ocorre. Pelo menos é a minha visão...

[/quote']

Sim, ocorre e eu já vi O Sexto Sentido umas 1000 vezes e te dou um exemplo aqui, fresquinhos: Não te é estranho que a menina que foi envenenada esperou para morrer para contar ao Cole o que tinha acontecido? Pq ela não desmascarou sua madrasta (ou mãe, sei lá), já que ela tinha a gravação das fitas? Qual a razão de morrer para contatar Cole e este, por sua vez, desmascarar a mulher?

Resposta: para te dar mais uma cena de susto (quando a menina puxa o pé dele no quarto e na cena dela vomitando na cabana) e para te mostrar que os fantasmas queriam conversar com ele. Ou seja, a narrativa andou às custas de um acontecimento completamente sem sentido (a morte da garota de forma passiva, SABENDO que estava sendo envenenada), sendo que Cole já sabia de certa forma que os fantasmas queriam conversar que não necessariamente precisavam ser temidos... a prova? O próprio Malcolm, fantasma, conversou com Cole o filme INTEIRO e em momento algum Cole o temeu como temeu aos outros fantasmas que cruzaram o seu caminho...

Bottom line: se vc procurar falhas em TODOS os filmes de Shyamalan, vc vai encontrar... Portanto, mister se faz que nos atemos ao essencial: pais que sofreram atos violentos se refugiaram para um lugar, isolando-se do mundo lá fora e criando uma farsa para manter seus descendentes debaixo de suas asas... Ao fazerem isto eles submetem seus protegidos a uma violência PIOR do que aquele que eles sofreram...

Dook' date=' os anciãos são os únicos que conhecem a verdade, ok? A lenda poderia ser qualquer uma, ela se justificaria perante quem estivesse de fora do contexto da Vila, uma explicação dada a alguém que questionasse: “Por que você escolheu monstros?”. Mas, note que Ivy NÃO precisava saber disso. Na ocasião em que se encontrava ela precisava de tudo MENOS de dúvidas sobre a existência ou não de “whatever you want” espreitando na floresta. Além do que era cega!! Ou seja: teria que fazer a caminhada sozinha, com medo (de um modo ou outro a idéia é assustadora per se...), com a cabeça a mil pela situação de ter que ter sucesso caso contrário seu amado iria morrer e condicionada a rever toda uma criação baseada na cultura do medo e ainda o pai me vem com essa “explicação” de onde tirou a idéia das criaturas??!! Poha! Dá um tempo!   [/quote']

 

Reforço com o lance dos chupa cabras... Se eu te falo que o bicho existe e não apresento indícios, vc acreditaria?

 

Óbvio' date=' Dook. Mas, veja: a cultura do medo imposta aos moradores da vila (exceto os anciãos) NÃO era baseada em uma lenda.[/quote']

 

Era baseada em quê então?

 

Uma lenda só se justifica se você NÃO conhece ou tem certeza sobre a natureza real ou não da mesma. Se tudo era uma farsa o conhecimento da lenda não tem importância alguma a não ser pra explicar de onde veio a idéia de se usar um artifício ao invés de outro! Mas' date=' a priori, não interessa! Não naquele momento! “Eu não quero manter o medo. Eu quero quebrá-lo!” Logo, pra quê mencionar a lenda??! Veja: a cultura do medo na vila não era sustentada por uma lenda, mas por um FATO (farsesco) de existirem criaturas que cercavam a vila! Isso é claro como água. O sustentáculo da farsa eram justamente as situações em que as “criaturas“ eram vistas esporadicamente rondando a vila, a realização de rituais para aplacá-los, a simulação de ataques etc. Fatos! Não lendas. Não misture as coisas...[/quote']

 

Ok... E...?

 

Ok! Eu captei esse lance e o questionamento moral e ético na escolha dele' date=' a paranóia dos anciãos e até onde eles estavam dispostos a ir pra manter a farsa (lembremos que o filho pequeno de um deles morreu, provavelmente de uma doença que poderia ser evitada caso tivessem uma infra-estrutura melhor, além do final pra lá de revelador nesse sentido: usariam a própria situação a favor deles e pra manter a farsa...). <?:NAMESPACE PREFIX = O />

[/quote']

 

Pois é... pra mim isso é mais importante do que sacar pq o pai dela falou da lenda; qual o motivo da lenda; blablablablabla...

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Veja bem: em “O Sexto Sentido” ele se utiliza de uma montagem precisa e uma narrativa que te distrai' date=' mas todas as pistas estão lá. Se você rever o filme 1000 vezes, não encontrará no que é mostrado nada que sirva de contraposição ou didático demais à revelação final ou mesmo que seja colocado de modo gratuito para explicar uma determinada cena. Já em “A Vila” isso não ocorre. Pelo menos é a minha visão...

[/quote']

Sim, ocorre e eu já vi O Sexto Sentido umas 1000 vezes e te dou um exemplo aqui, fresquinhos: Não te é estranho que a menina que foi envenenada esperou para morrer para contar ao Cole o que tinha acontecido? Pq ela não desmascarou sua madrasta (ou mãe, sei lá), já que ela tinha a gravação das fitas? Qual a razão de morrer para contatar Cole e este, por sua vez, desmascarar a mulher?

Resposta: para te dar mais uma cena de susto (quando a menina puxa o pé dele no quarto e na cena dela vomitando na cabana) e para te mostrar que os fantasmas queriam conversar com ele. Ou seja, a narrativa andou às custas de um acontecimento completamente sem sentido (a morte da garota de forma passiva, SABENDO que estava sendo envenenada), sendo que Cole já sabia de certa forma que os fantasmas queriam conversar que não necessariamente precisavam ser temidos... a prova? O próprio Malcolm, fantasma, conversou com Cole o filme INTEIRO e em momento algum Cole o temeu como temeu aos outros fantasmas que cruzaram o seu caminho...

Vou te confessar uma coisa que me deixou perplexo e até envergonhado: eu já vi "O Sexto Sentido" umas 5 vezes e em nenhuma delas percebi que a menina sabia que estava sendo envenenada!!! smiley9.gif  Pra mim ela ligou (ligava) a câmera pra filmar ela brincando de atriz ou com uma boneca... Logo, pra mim, não se configurava uma "desculpa" narrativa pra justificar cenas de susto e continuar o fio da meada com a faculdade de Cole de intervir na situação...

  

Bottom line: se vc procurar falhas em TODOS os filmes de Shyamalan' date=' vc vai encontrar... Portanto, mister se faz que nos atemos ao essencial: pais que sofreram atos violentos se refugiaram para um lugar, isolando-se do mundo lá fora e criando uma farsa para manter seus descendentes debaixo de suas asas... Ao fazerem isto eles submetem seus protegidos a uma violência PIOR do que aquele que eles sofreram...[/quote']

Ok! Mas isso não é tudo num filme. Mais uma vez peço para se lembrar de "Crash"... smiley36.gif

Dook' date=' os anciãos são os únicos que conhecem a verdade, ok? A lenda poderia ser qualquer uma, ela se justificaria perante quem estivesse de fora do contexto da Vila, uma explicação dada a alguém que questionasse: “Por que você escolheu monstros?”. Mas, note que Ivy NÃO precisava saber disso. Na ocasião em que se encontrava ela precisava de tudo MENOS de dúvidas sobre a existência ou não de “whatever you want” espreitando na floresta. Além do que era cega!! Ou seja: teria que fazer a caminhada sozinha, com medo (de um modo ou outro a idéia é assustadora per se...), com a cabeça a mil pela situação de ter que ter sucesso caso contrário seu amado iria morrer e condicionada a rever toda uma criação baseada na cultura do medo e ainda o pai me vem com essa “explicação” de onde tirou a idéia das criaturas??!! Poha! Dá um tempo!   [/quote']

 

 

Reforço com o lance dos chupa cabras... Se eu te falo que o bicho existe e não apresento indícios' date=' vc acreditaria?[/quote']

 

Claro que não! Seria só uma lenda. Agora, se você fala isso e logo em seguida me leva num lugar onde eu VEJO algo estranho cruzando nosso caminho do jeito que você falou, deixa de ser lenda. Torna-se FATO! Capicce?! smiley2.gif   

 

Óbvio' date=' Dook. Mas, veja: a cultura do medo imposta aos moradores da vila (exceto os anciãos) NÃO era baseada em uma lenda.[/quote']

 

Era baseada em quê então?

 

Uma lenda só se justifica se você NÃO conhece ou tem certeza sobre a natureza real ou não da mesma. Se tudo era uma farsa o conhecimento da lenda não tem importância alguma a não ser pra explicar de onde veio a idéia de se usar um artifício ao invés de outro! Mas' date=' a priori, não interessa! Não naquele momento! “Eu não quero manter o medo. Eu quero quebrá-lo!” Logo, pra quê mencionar a lenda??! Veja: a cultura do medo na vila não era sustentada por uma lenda, mas por um FATO (farsesco) de existirem criaturas que cercavam a vila! Isso é claro como água. O sustentáculo da farsa eram justamente as situações em que as “criaturas“ eram vistas esporadicamente rondando a vila, a realização de rituais para aplacá-los, a simulação de ataques etc. Fatos! Não lendas. Não misture as coisas...[/quote']

 

 

Ok... E...?

 

Releia meu post. A explicação está escrita nele... 

 

Ok! Eu captei esse lance e o questionamento moral e ético na escolha dele' date=' a paranóia dos anciãos e até onde eles estavam dispostos a ir pra manter a farsa (lembremos que o filho pequeno de um deles morreu, provavelmente de uma doença que poderia ser evitada caso tivessem uma infra-estrutura melhor, além do final pra lá de revelador nesse sentido: usariam a própria situação a favor deles e pra manter a farsa...). <?:NAMESPACE PREFIX = O />

[/quote']

 

 

Pois é... pra mim isso é mais importante do que sacar pq o pai dela falou da lenda; qual o motivo da lenda; blablablablabla...

 É só uma divergência entre modos de ver o filme, Dook.

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<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Acho que vc tava com sono quando reviu o filme Deadman... ou extremamente mal humorado...

A cena em que Sigourney e Hurt conversam na porta do galpão não induz em momento algum que as criaturas existem... Repense a cena após vc saber da verdade. O que temos? Temos que os dirigentes SABIAM que não eram os monstros' date=' mas não sabiam QUEM estava esfolando os animais... [/quote']

Como eles sabiam que não eram os monstros? Aliás, em que contexto está usando o termo MONSTROS aqui? Pelo que entendi, no sentido literal (monstros REAIS que estivessem espreitando na floresta). Sim, imagino que a questão era de descobrir QUEM ou O QUÊ estava fazendo aquilo...

O papo do coiote dito por Sigourney aos habitantes foi meramente para dar uma explicação à população. Eles jamais poderiam dizer que eram os monstros' date=' uma vez que ELES eram os monstros... [/quote']

Note que isso faz sentido pra nós espectadores, BEM depois... Até o segunda aparição dos animais esfolados nós NÃO sabemos de poha nenhuma!! Além do que eles (os anciãos) falam de coiotes ou lobos somente até essa segunda vez, na terceira o olhar estupefato de Walker denuncia que existe algo realmente estranho acontecendo... Mas nós ainda NÃO SABEMOS que eles são os monstros. Percebe agora o exagero da cena?

Entretanto' date=' veio o ataque do Noah na noite do casamento e, desta vez, ele foi visto e então, o papo dos coiotes ficou em risco, afinal, coiotes não fazem marcas na porta, mas aqueles de quem não falamos sim... Como explicar isso aos habitantes? Os dirigentes não poderiam mais se utilizar do expediente dos coiotes para explicar a situação... Daí vem a frase da Sigourney 'coiotes não alcançam tão alto'... [/quote']

Explicar o quê, Dook?! O discurso entre eles (anciãos) sobre o que estava acontecendo NÃO É MOSTRADO NUNCA! Apenas o que é dito para os demais habitantes! Muito pelo contrário, como desconheciam a ação de um deles por conta própria ou de outra pessoa com interesses escusos, pensaram que fosse o caso de um lobo ou coiote mesmo. Mas, depois do terceiro “ataque” e das marcas altas, viram que se tratava de algo “diferente”, algo que desconheciam a natureza. Talvez a cena só sirva nesse contexto, mas a fala é desnecessária. Bastava mostrar a cara de espanto de um ou mais anciãos vendo as marcas altas (detalhe: o tipo de marca NÃO é mostrado. Quero dizer: sangue – como eles (anciãos) faziam – ou se eram marcas de garras ou coisa parecida).

E qual seria o impacto da cena quando descobrimos a verdade?

Uai!! De espanto' date=' ora!!

P.S.: Deadman, big dissapointment... acho que vc anda lendo muito as críticas do Pablo...

Menos, Dook! Eu gostei do filme! Só estou colocando aqui os pontos que fizeram ele cair 0,5 na cotação dada ontem...  

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 Continuando...

O fato de trazer alguém da vila como o “vilão” (sendo que o real vilão do filme é a própria idéia da vila e a cegueira dos seus fundadores...) é interessante, mas... O cara tinha que ser retardado?! Qual o motivo dele perseguir Ivy no final do filme? Pra quê? Pode-se argumentar que vemos no filme ser um retardado mental com características sádicas (cena que mostra Noah batendo em alguns garotos com um galho), brincalhão e, à despeito do seu problema, não ser bobo. Mas... Seria ele tão “esperto” a ponto de fazer um joguinho daqueles sem ninguém JAMAIS pegá-lo com a boca na botija?! Além disso, PRA QUÊ faria aquele joguinho dos animais esfolados? Qual a intenção? Nenhuma, pode-se dizer, afinal o cara era um “freak”. Mas me soa meio forçado demais. Particularmente, acho que se Noah NÃO fosse um retardado, mas sim um pretendente do amor de Ivy, um rival de Lucius, mas com características de um jovem agressivo e ciumento, ficaria bem melhor e mais verossímil. Ele simplesmente pegar a roupa da criatura dos pais e sair atrás de Ivy para “assustá-la” ou matá-la não soa razoável. Pode-se dizer: “Ele decidiu fazer assim, pois sabia que se não se fantasiasse, Ivy saberia quem ele era pela “cor” ou o modo de se mover. Logo, se vestiu de criatura para despistá-la e REALMENTE assustá-la antes de lhe fazer mal (talvez até quisesse estuprá-la ou algo parecido antes de matá-la..), mas considerando que estamos tratando de um RETARDADO essa opção me soa improvável e pra ser sincero, uma afronta a minha inteligência dedutiva... Além disso, a vila mostra-se um lugar onde todos eram conhecidos e Noah era figurinha fácil na comunidade. Por que cargas d’água quando algumas crianças encontram os bichos esfolados e dizem ter visto o vulto de uma das criaturas pela vila, ninguém dá pela falta de Noah em momento algum?! Conveniente, não?!  smiley2.gif   <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

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 Um pouco mais de contradições...

 Os sons vindos da floresta são explicáveis (é mostrado nos extras do DVD como são criados. Muito criativo, diga-se de passagem...), mas aquele som vindo da “criatura”... Perái, né?!! Não precisava forçar a amizade tanto. Pode-se argumentar: “ Ao usar a máscara, os grunhidos emitidos pelo farsante poderiam ser distorcidos e abafados pela própria máscara, fazendo-o ficar mais gutural do que emitido normalmente...” Hum, hum... Tá bom, viu!? thumb.gif<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Depois de conseguir chegar na estrada de asfalto e ser abordada por um guarda toda a cena é de uma “forçação de barra” que chega às raias do absurdo! Pare e pense: Você é pago pra vigiar o perímetro de um Reserva Animal fechada. E encontra uma garota cega, toda suja e desesperada dizendo que veio do “outro lado” e faz o que ela pede (analgésicos, inclusive) sem nem ao menos fazer maiores questionamentos? Não oferece de levá-la ao Centro de Apoio pra confirmar a história e a origem da garota?! Você a deixaria sozinha na beira da estrada? Nem ao menos comunicaria com a Central via rádio? Ahhh, sinto muito!! Sem chances! Aliás, considerando ser uma Reserva Animal, que raios uma mulher e outras pessoas estariam fazendo lá? Não sou pago pra resguardar a privacidade e segurança dos animais do outro lado? Esse pessoal que está do “outro lado” estaria ferrado comigo! Mas não: temos aqui o típico exemplar do imbecil de “coração bondoso”. Mas ainda assim, um imbecil... smiley36.gif        
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Vou te confessar uma coisa que me deixou perplexo e até envergonhado: eu já vi "O Sexto Sentido" umas 5 vezes e em nenhuma delas percebi que a menina sabia que estava sendo envenenada!!! smiley9.gif  Pra mim ela ligou (ligava) a câmera pra filmar ela brincando de atriz ou com uma boneca... Logo' date=' pra mim, não se configurava uma "desculpa" narrativa pra justificar cenas de susto e continuar o fio da meada com a faculdade de Cole de intervir na situação...[/quote']

Pois é... prestar atenção, prestar atenção... smiley2.gif

E ainda tem outra: Cole tem medo de todos os fantasmas, menos de Malcolm (ok, compreensível, pq se ele tem medo do protagonista já descobrimos o segredo do filme) e tb de sua avó (!!) com quem ele mantém conversas e isso é revelado no final do filme...

Ora, se ele temia os fantasmas, pq nunca temeu a avó que era um fantasma? Se era pq ela nunca o agrediu será que ele não teria condições de perceber que os outros tb queriam conversar com ele? Precisava do Malcolm para isso??

 Bottom line: se vc procurar falhas em TODOS os filmes de Shyamalan' date=' vc vai encontrar... Portanto, mister se faz que nos atemos ao essencial: pais que sofreram atos violentos se refugiaram para um lugar, isolando-se do mundo lá fora e criando uma farsa para manter seus descendentes debaixo de suas asas... Ao fazerem isto eles submetem seus protegidos a uma violência PIOR do que aquele que eles sofreram...[/quote']

Ok! Mas isso não é tudo num filme. Mais uma vez peço para se lembrar de "Crash"... smiley36.gif

Crash desenvolve porcamente o que propõe... e ainda por cima se vale de recursos questionáveis da linguagem cinematográfica para isso... É um filme que não funciona como obra cinematográfica (parece uma novela) e que falha tb como um filme que quer discutir sobre os diferentes tipos de preconceito, seja pq não foi honesto e ousado com a proposta, seja pq os recursos da linguagem supra citados melecaram toda a obra...

 

 

Reforço com o lance dos chupa cabras... Se eu te falo que o bicho existe e não apresento indícios' date=' vc acreditaria?[/quote']

 

Claro que não! Seria só uma lenda. Agora, se você fala isso e logo em seguida me leva num lugar onde eu VEJO algo estranho cruzando nosso caminho do jeito que você falou, deixa de ser lenda. Torna-se FATO! Capicce?! smiley2.gif   

 

Torna-se fato que vc viu alguma coisa, não que tenha visto que EU te falei que tem lá... Com vc vendo alguma coisa, o que eu falei ganha força de verdade mas em momento algum pode se equiparar a uma.

 

Óbvio' date=' Dook. Mas, veja: a cultura do medo imposta aos moradores da vila (exceto os anciãos) NÃO era baseada em uma lenda.[/quote']

 

Era baseada em quê então?

 

Uma lenda só se justifica se você NÃO conhece ou tem certeza sobre a natureza real ou não da mesma. Se tudo era uma farsa o conhecimento da lenda não tem importância alguma a não ser pra explicar de onde veio a idéia de se usar um artifício ao invés de outro! Mas' date=' a priori, não interessa! Não naquele momento! “Eu não quero manter o medo. Eu quero quebrá-lo!” Logo, pra quê mencionar a lenda??! Veja: a cultura do medo na vila não era sustentada por uma lenda, mas por um FATO (farsesco) de existirem criaturas que cercavam a vila! Isso é claro como água. O sustentáculo da farsa eram justamente as situações em que as “criaturas“ eram vistas esporadicamente rondando a vila, a realização de rituais para aplacá-los, a simulação de ataques etc. Fatos! Não lendas. Não misture as coisas...[/quote']

 

 

Ok... E...?

 

Releia meu post. A explicação está escrita nele... 

 

Eu entendi a explicação, mas quero entender onde ela desmerece o filme.

 

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Como eles sabiam que não eram os monstros? Aliás' date=' em que contexto está usando o termo MONSTROS aqui? Pelo que entendi, no sentido literal (monstros REAIS que estivessem espreitando na floresta). Sim, imagino que a questão era de descobrir QUEM ou O QUÊ estava fazendo aquilo... <?:NAMESPACE PREFIX = O />

[/quote']

Eu devo estar falando klingon...

Deadman, ELES eram os monstros... Eles sabiam que NÃO ERAM ELES que estavam esfolando os animais, logo, se eles falassem que quem esfola os animais eram os MONSTROS, eles perdem o controle da farsa...

Note que isso faz sentido pra nós espectadores' date=' BEM depois... [/quote']

Mas a idéia é essa Deadman... o que vc queria? Saber que os monstros eram uma farsa na noite de casamento da irmã da Ivy? Se bem que quando eles aparecem a PRIMEIRA vez já sobe o sininho: 'opa, tem coisa aí...'

Até o segunda aparição dos animais esfolados nós NÃO sabemos de poha nenhuma!!

E era pra saber? smiley5.gif

Além do que eles (os anciãos) falam de coiotes ou lobos somente até essa segunda vez' date=' na terceira o olhar estupefato de Walker denuncia que existe algo realmente estranho acontecendo... Mas nós ainda NÃO SABEMOS que eles são os monstros. Percebe agora o exagero da cena?[/quote']

Não vi exagero nenhum... e acho que vc tá vendo coisa onde não tem, sinceramente...

Explicar o quê' date=' Dook?! O discurso entre eles (anciãos) sobre o que estava acontecendo NÃO É MOSTRADO NUNCA! Apenas o que é dito para os demais habitantes![/quote']

E era pra ser mostrado?

Muito pelo contrário' date=' como desconheciam a ação de um deles por conta própria ou de outra pessoa com interesses escusos, pensaram que fosse o caso de um lobo ou coiote mesmo. [/quote']

Acho que pensaram que era alguém, um deles... Duvido que pensaram, por um momento sequer, que os esfolamentos eram mesmo de algum coiote por ali... Isso foi o papo jogado para acalmar os habitantes... Até o terceiro ataque quando aparecem as marcas nas portas...

Mas' date=' depois do terceiro “ataque” e das marcas altas, viram que se tratava de algo “diferente”, algo que desconheciam a natureza. Talvez a cena só sirva nesse contexto, mas a fala é desnecessária. Bastava mostrar a cara de espanto de um ou mais anciãos vendo as marcas altas (detalhe: o tipo de marca NÃO é mostrado. Quero dizer: sangue – como eles (anciãos) faziam – ou se eram marcas de garras ou coisa parecida).

[/quote']

Concordo... ficaria ainda mais subentendido e misterioso... Shyamalan optou por mastigar um pouquinho... até aí, ele faz isso em TODOS os seus filmes (inclusive O Sexto Sentido)...

Agora a fala faz sentido dentro do contexto, sim.

 O fato de trazer alguém da vila como o “vilão” (sendo que o real vilão do filme é a própria idéia da vila e a cegueira dos seus fundadores...) é interessante' date=' mas... O cara tinha que ser retardado?! [/quote']

Se vc vê ele como o vilão, bato palmas para a sua visão simplista da coisa... Noah é mais uma vítima e perde a vida por causa da paranóia dos VERDADEIROS vilões...

Qual o motivo dele perseguir Ivy no final do filme? Pra quê? Pode-se argumentar que vemos no filme ser um retardado mental com características sádicas (cena que mostra Noah batendo em alguns garotos com um galho)' date=' brincalhão e, à despeito do seu problema, não ser bobo. Mas... Seria ele tão “esperto” a ponto de fazer um joguinho daqueles sem ninguém JAMAIS pegá-lo com a boca na botija?! Além disso, PRA QUÊ faria aquele joguinho dos animais esfolados? Qual a intenção? Nenhuma, pode-se dizer, afinal o cara era um “freak”. Mas me soa meio forçado demais. Particularmente, acho que se Noah NÃO fosse um retardado, mas sim um pretendente do amor de Ivy, um rival de Lucius, mas com características de um jovem agressivo e ciumento, ficaria bem melhor e mais verossímil. Ele simplesmente pegar a roupa da criatura dos pais e sair atrás de Ivy para “assustá-la” ou matá-la não soa razoável. Pode-se dizer: “Ele decidiu fazer assim, pois sabia que se não se fantasiasse, Ivy saberia quem ele era pela “cor” ou o modo de se mover. Logo, se vestiu de criatura para despistá-la e REALMENTE assustá-la antes de lhe fazer mal (talvez até quisesse estuprá-la ou algo parecido antes de matá-la..), mas considerando que estamos tratando de um RETARDADO essa opção me soa improvável e pra ser sincero, uma afronta a minha inteligência dedutiva... Além disso, a vila mostra-se um lugar onde todos eram conhecidos e Noah era figurinha fácil na comunidade. Por que cargas d’água quando algumas crianças encontram os bichos esfolados e dizem ter visto o vulto de uma das criaturas pela vila, ninguém dá pela falta de Noah em momento algum?! Conveniente, não?!  smiley2.gif   <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

[/quote']

Pois é... pq a menina esperou morrer para contatar Cole; pq Cole temia os fantasmas sendo que ele sempre manteve conversas calorosas com a vovó, tendo inclusive mudado o pingente dela de lugar, atraindo a fúria da mamãe?

Conveniente, não? smiley2.gif

 Os sons vindos da floresta são explicáveis (é mostrado nos extras do DVD como são criados. Muito criativo' date=' diga-se de passagem...), mas aquele som vindo da “criatura”... Perái, né?!! Não precisava forçar a amizade tanto. Pode-se argumentar: “ Ao usar a máscara, os grunhidos emitidos pelo farsante poderiam ser distorcidos e abafados pela própria máscara, fazendo-o ficar mais gutural do que emitido normalmente...” Hum, hum... Tá bom, viu!? thumb.gif<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Depois de conseguir chegar na estrada de asfalto e ser abordada por um guarda toda a cena é de uma “forçação de barra” que chega às raias do absurdo! Pare e pense: Você é pago pra vigiar o perímetro de um Reserva Animal fechada. E encontra uma garota cega, toda suja e desesperada dizendo que veio do “outro lado” e faz o que ela pede (analgésicos, inclusive) sem nem ao menos fazer maiores questionamentos? Não oferece de levá-la ao Centro de Apoio pra confirmar a história e a origem da garota?! Você a deixaria sozinha na beira da estrada? Nem ao menos comunicaria com a Central via rádio? Ahhh, sinto muito!! Sem chances! Aliás, considerando ser uma Reserva Animal, que raios uma mulher e outras pessoas estariam fazendo lá? Não sou pago pra resguardar a privacidade e segurança dos animais do outro lado? Esse pessoal que está do “outro lado” estaria ferrado comigo! Mas não: temos aqui o típico exemplar do imbecil de “coração bondoso”. Mas ainda assim, um imbecil... smiley36.gif      [/quote']

 

Yeah... muito forçado aquela de que 'os mortos só vem o que eles querem'... Como Willis entrou na casa de Cole para a cena em que ele brinca com Cole de verdade ou mentira com a mamãe assistindo? Como Willis nunca percebeu que o seu quartinho sempre ficou trancado? Como ele sempre mexeu em tudo, ouviu fitas de sessões anteriores e até fez anotações sobre os encontros com o menino?

 

E, finalmente, que cara BURRO! Só percebeu que estava MORTO depois que viu que estava sem aliança!!!!! Aliás, vou rever o filme mais uma vez e ver se tem alguma cena que mostra ele morto com aliança...

 

smiley11.gif smiley11.gif

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 Não desmerece' date=' apenas o torna um pouco falho. Só isso. Não vou jogar o filme na lata do lixo (como fiz com "Sinais") por conta disso...   [/quote']

Mas em nenhum momento eu disse que o filme é 100%... Aliás, nenhum filme é... nem O Sexto Sentido. A genialidade de Shyamalan vem das imperfeições de seus filmes...

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 Dook, na boa: eu estava tecendo comentários sobre "A Vila", não sobre "O Sexto Sentido"... smiley2.gif  

 Resumo da Ópera (pra evitarmos mais nhem-nhem-nhem): filme de temática interessantíssima à despeito do marketing picareta e equivocado. Climático e bem conduzido mesmo que exiba durante a narrativa algum traço de indulgência e didatismo desnecessário. Tecnicamente quase perfeito (existe uma cena, por exemplo que tem um erro de continuidade primário...), com destaque para a fotografia e edição. Elenco nota 10.

 Nota Geral (após revisto): 4,0 / 5,0. smiley4.gif

 

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 Depois de conseguir chegar na estrada de asfalto e ser abordada por um guarda toda a cena é de uma “forçação de barra” que chega às raias do absurdo! Pare e pense: Você é pago pra vigiar o perímetro de um Reserva Animal fechada. E encontra uma garota cega' date=' toda suja e desesperada dizendo que veio do “outro lado” e faz o que ela pede (analgésicos, inclusive) sem nem ao menos fazer maiores questionamentos? [/quote']

Sem querer recomeçar a discução..mas lembre-se que o "chefe" dele(aquele que tá na sala lendo jornal) ele começa com aquele discurso de "vc é bem pago","é só vc ficar vigiando por ai","o trabalho é fácil","não começa a se questionar,faça só o seu trabalho" etc...

Quer dizer,o garoto QUERIA falar, e o "chefe" dele percebeu isso e fez aquele discurso(estaria o "chefe" ciente do que acontecia lá?ou o chefe acreditava na lenda e acha que o garoto tinha ouvido os "monstros" da lenda?) para o garoto não se "questionar"...então ele se calou....smiley2.gif

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