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A Vila, de M. Night Shyamalan


Akuma
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Ao assistir ao filme' date=' eu e meu amigo descobrimos em 40 minutos o final do filme!
Insisto no final, pois ao longo de toda enorme campanha publicitária do filme, ouvimos o narrador dizer “Não conte o final de desse filme”.
Isso,logicamente, foi uma belíssima sacada para chamar a atenção das pessoas e já avisa-las que haverá um “final surpreendente”.
Mas, se tratando de sustos, o filme esta bem servido, apesar de grande parte deles estarem no trailer.


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Não leve a mal, está ai o seu problema: queria sustos e final pra deixar de boca aberta, e não um filme reflexivo, o que foi apresentado.

O q esperar de um filme do M.Night Syamalan???Um filme reflexivo???

 

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Bem logicamente não li o tópico todo. Não estava acostumado a vir nessas outras sessões. Mais foi basicamente isso que eu vi n'A Vila.

 

Bem, visto que tem gente quase estripando esse filme, gostaria de mostrar porque eu acho que esse filme é um dos melhores do M. Night Shyamalam e porque eu acho que ele é inteiro uma metáfora em relação ao isolacionismo americano.

Bem, eu achei, como disse, uma metáfora gigante sobre isso. Começando pelo vermelho, cor detestada pelos americanos desde sempre, o Império do Mal era vermelho, os comunas, os vermelhos, os comunistas comem criancinhas.

Mas acho que o centro está nos motivos para a criação da vila. Aquelas pessoas estavam com medo das ameaças do mundo e se trancaram em si mesmo e voltaram no tempo. Para que o povo de sua vila aceitasse aquilo eles inventaram uma ameaça (vermelha) externa e fabricavam provas para que o povo acreditasse e achasse que o melhor lugar do mundo era lá.

George W. Bush, durante a Guerra do Afeganistão, muito raramente dizia o nome de Osama Bin Laden, apenas chamava-o "aquele-que-não-devemos-falar" ou algo assim. A Newsweek chegou a compará-lo ás frescuras que tem nos livros do Harry Potter em relação ao Voldemort.

A única pessoa que parecia saber que as criaturas eram falsas era um deficiente mental, ou seja, o diferente, o louco, a aberração, mas, na verdade, o único sensato. O nome dele, Noah, que é Noé em inglês, mostra bem que ele era um cara que sabia algo que muitos não sabiam e que ele poderia salvar os outros.

A cegueira de Ivy é totalmente subjetiva, essa é produto do mundo em que ela foi criada. Ele não poderia fazer um filme inteiro com pessoas cegas, então apenas a pessoa que vai ao mundo exterior é a pessoa cega que deve representar todo o povo americano. Cega não, cegada. Lógico que também tem o negócio de ela ser a única moradora a poder ir ao mundo exterior sem descobrir que estavam em 2004.

Os dirigentes queriam montar um mundo isolado de inocência, um "way of life", como diz o pai de Ivy, que fosse alheio ao resto do mundo. Parece o tipo de merda que George W. Bush fala.

Mesmo sendo dois dos que planejaram a "vila da inocência", longe dos valores superficiais do exterior, os personagens de Sigourney Weaver e William Hurt não conseguem se encontrar. Também acho que isso é uma observação quanto a solidão desenfreada nos EUA.

Ivy quer dizer "hera", literalmente, que é uma planta trepadeira. Achei interessante, já que ela descobre a verdade escalando uma parede.

E então, vocês conseguem ver as metáforas que eu mencionei? Você notou essas idéias no filme?

Outra coisa - a única coisa que me despertou curiosidade em relação à época foi que o médico dizia que o cara estava com uma infecção. E as infecções só foram descobertas na Primeira Guerra Mundial. Mas eu me perguntei, desde o início, de onde vinha a comida do pessoal lá...


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Notei todas essas metáforas que vc mencionou... Claro q coisas como Ivy, Noah e os significados ainda não tinha pêgo...

Mas acredito que com metáfora ou não, o filme sobrevive de forma soberba sem essas correlações com os EUA... a própria história do filme é riquíssima em significados pra si mesma, independentemente de qualquer relação com o nosso mundo...

 

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Aih galera e fãs de plantão, quem está interessado na carreira do Shyamalan, tem uns textos engajados que saíram no site "Contracampo" que analisa os filmes, o conceito, os sons e tudo mais em seus filmes, vale a pena dar uma conferida.

"A Vila, de M. Night Shyamalan, foi um desses – e talvez o mais forte da história da revista. Inicialmente um gosto contido, depois o repúdio, posteriormente a admiração e, enfim, agora, a colocação no patamar de um dos cineastas decisivos do cinema contemporâneo. Nossas edições são um reflexo do que fazemos, e nada mais natural, então, do que retrospectar a breve carreira desse diretor de 34 anos para tentar entender aquilo que nos fascina tanto nesse cineasta que parece perturbar tanta gente e maravilhar muitos outros."

thevillage.jpg

 

Fonte: http://www.contracampo.he.com.br/artigos.htm

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Bem logicamente não li o tópico todo. Não estava acostumado a vir nessas outras sessões. Mais foi basicamente isso que eu vi n'A Vila.

 

Bem' date=' visto que tem gente quase estripando esse filme, gostaria de mostrar porque eu acho que esse filme é um dos melhores do M. Night Shyamalam e porque eu acho que ele é inteiro uma metáfora em relação ao isolacionismo americano.

Bem, eu achei, como disse, uma metáfora gigante sobre isso. Começando pelo vermelho, cor detestada pelos americanos desde sempre, o Império do Mal era vermelho, os comunas, os vermelhos, os comunistas comem criancinhas.

Mas acho que o centro está nos motivos para a criação da vila. Aquelas pessoas estavam com medo das ameaças do mundo e se trancaram em si mesmo e voltaram no tempo. Para que o povo de sua vila aceitasse aquilo eles inventaram uma ameaça (vermelha) externa e fabricavam provas para que o povo acreditasse e achasse que o melhor lugar do mundo era lá.

George W. Bush, durante a Guerra do Afeganistão, muito raramente dizia o nome de Osama Bin Laden, apenas chamava-o "aquele-que-não-devemos-falar" ou algo assim. A Newsweek chegou a compará-lo ás frescuras que tem nos livros do Harry Potter em relação ao Voldemort.

A única pessoa que parecia saber que as criaturas eram falsas era um deficiente mental, ou seja, o diferente, o louco, a aberração, mas, na verdade, o único sensato. O nome dele, Noah, que é Noé em inglês, mostra bem que ele era um cara que sabia algo que muitos não sabiam e que ele poderia salvar os outros.

A cegueira de Ivy é totalmente subjetiva, essa é produto do mundo em que ela foi criada. Ele não poderia fazer um filme inteiro com pessoas cegas, então apenas a pessoa que vai ao mundo exterior é a pessoa cega que deve representar todo o povo americano. Cega não, cegada. Lógico que também tem o negócio de ela ser a única moradora a poder ir ao mundo exterior sem descobrir que estavam em 2004.

Os dirigentes queriam montar um mundo isolado de inocência, um "way of life", como diz o pai de Ivy, que fosse alheio ao resto do mundo. Parece o tipo de merda que George W. Bush fala.

Mesmo sendo dois dos que planejaram a "vila da inocência", longe dos valores superficiais do exterior, os personagens de Sigourney Weaver e William Hurt não conseguem se encontrar. Também acho que isso é uma observação quanto a solidão desenfreada nos EUA.

Ivy quer dizer "hera", literalmente, que é uma planta trepadeira. Achei interessante, já que ela descobre a verdade escalando uma parede.

E então, vocês conseguem ver as metáforas que eu mencionei? Você notou essas idéias no filme?

Outra coisa - a única coisa que me despertou curiosidade em relação à época foi que o médico dizia que o cara estava com uma infecção. E as infecções só foram descobertas na Primeira Guerra Mundial. Mas eu me perguntei, desde o início, de onde vinha a comida do pessoal lá...


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sera que o filme foi feito com este propósito? Sobre a cultura do medo que o bush faz nos U.S.A ? fica aí a pergunta. 

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Não zocca... acho que o final a que ele se referiu é aquele em que descobrimos que nunca existiam monstros' date=' era tudo uma farsa... Esse 'final' realmente dá pra sacar depois de 40 minutos...

 

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isso dá pra sacar quando aparece o primeiro monstro com aquela roupa vermelha... se vc parar de assistir o filme nessa parte vai achar uma porcaria... hehehe smiley36.gifsmiley36.gif

 

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Vi o filme hoje. Que atuação ridícula do Adrien Brody ! O filme é bem fraquinho' date=' não entendi tanta repercussão aqui no fórum. [/quote']

Desenvolva seu descontentamento pra gente discutir...

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O filme é todo calcado nas cenas de suspense, como naquela onde o monstro persegue a protagonista. Ou seja, o importante em "A Vila" não é ter um roteiro bem-amarrado(como vimos no ótimo "O Sexto Sentido") e sim, em ter cenas que prendam o espectador na poltrona e, no fim, fazer aquela crítica ao mundo violento em que nós vivemos. O que poderia ser um grande filme, se o roteiro fosse melhor trabalhado, acaba sendo algo vazio. Nem mesmo a atriz protagonista salva a trama, com um desempenho apenas regular.

cloak.jpg

"A VILA" : O que poderia ser um grande filme, acaba virando algo vazio.

Eduardo38257.1490509259
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CRÍTICA DE PABLO

Vila, A - Village, The, 2004
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Dirigido por M. Night Shyamalan. Com: Joaquin Phoenix, Bryce Dallas Howard, Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver, Brendan Gleeson, Cherry Jones, Celia Weston, Judy Greer, Michael Pitt.

M. Night Shyamalan é um diretor que sabe como criar uma eficaz atmosfera de suspense e, em A Vila, utiliza todos os truques que conhece a fim de mergulhar o espectador em um quase insuportável clima de tensão: sombras que atravessam a tela rapidamente, ruídos que parecem se aproximar por trás da platéia e, é claro, os longos momentos de silêncio que diferenciam seus trabalhos de 90% do lixo que o gênero 'terror' produz atualmente.

Infelizmente, como roteirista, o diretor de origem indiana vem se enfraquecendo a cada novo projeto: preso a uma armadilha que criou para si mesmo (a 'obrigação' de criar 'finais surpreendentes'), Shyamalan transforma A Vila em um filme que simplesmente não sobrevive a uma releitura: se o espectador decidir repassar a história em sua mente depois da projeção, certamente perceberá que, ao contrário do que acontecia em O Sexto Sentido e Corpo Fechado, a trama não faz o menor sentido – e o que é pior: verá que o cineasta insulta nossa inteligência ao acreditar que não iríamos perceber isto.

Porém, antes de me aprofundar na tal 'reviravolta' (não se preocupe; avisarei antes de discuti-la), vamos a uma breve sinopse: ambientada durante o que parece ser o final do século 19 (o ano exato surge em uma inscrição no início do filme, mas não consegui guardá-lo), a história envolve um pequeno vilarejo cercado por uma imensa floresta. De acordo com os líderes da comunidade, criaturas aterrorizantes habitam a mata e só não atacam os humanos em função de um acordo silencioso estabelecido há muitos anos: tudo o que os moradores da vila devem fazer é atirar grandes nacos de carne para as criaturas de tempos em tempos e, é claro, evitar a cor vermelha. No entanto, certo dia a trégua é rompida e os 'monstros' parecem determinados a atacar seus vizinhos – e, depois que um certo personagem é gravemente ferido, outro é obrigado a entrar na floresta a fim de buscar auxílio externo (não posso falar mais do que isso).

Durante a primeira hora de projeção, Shyamalan faz aquilo que se tornou sua especialidade: não só mantém o público na beira da poltrona, como o deixa curioso para saber o que acontecerá em seguida. É claro que, assim como em Sinais, ele cria alguns planos que, apesar de belos, não fazem muito sentido, como aquele em que três personagens conversam enquanto se encontram parados um ao lado do outro, olhando sempre para a frente – mas este é um pecadilho: o resultado estético compensa o absurdo da marcação de cena. Da mesma forma, a seqüência noturna na qual vemos os habitantes caminhando em fila indiana, carregando lampiões, é de tirar o fôlego. Além disso, esta primeira parte da trama inclui cenas que são provas incontestes do talento do diretor: aquela em que a jovem protagonista cega se encontra na varanda de sua casa enquanto as criaturas se aproximam é absolutamente impecável e merece constar de qualquer antologia de 'melhores momentos do ano'.

E é justamente por isso que Shyamalan deveria abandonar a carreira de roteirista e dedicar-se apenas à de diretor: seu talento é grande demais para ser desperdiçado em tramas cada vez piores. Aliás, ele é um cineasta tão competente que quase consegue nos fazer ignorar a fragilidade de seu roteiro – e estou certo de que muitos espectadores vão sair do cinema tão satisfeitos com o 'medo' que sentiram que se tornarão defensores ferrenhos do longa. Ora, há bons elementos em A Vila, é verdade: particularmente, gostei do comportamento contido de Lucius Hunt, vivido com talento por Joaquin Phoenix, e da presença iluminada de Ivy, interpretada pela estreante Bryce Dallas Howard (filha de Ron Howard e grande revelação do projeto). Por outro lado, é impossível ignorar que o suposto envolvimento entre os personagens de William Hurt e Sigourney Weaver é mera encheção de lingüiça (a atriz é desperdiçada pelo filme, já que nada faz de importante) e que as supostas 'reviravoltas' são, além de previsíveis, injustificáveis, já que a própria lógica do roteiro as contradiz.

E é aqui que entro em 'terreno proibido' (portanto, se você ainda não assistiu ao filme, sugiro que interrompa a leitura e só a retome depois que voltar do cinema): o fato é que, ao longo dos 108 minutos de A Vila, há apenas um elemento bem-sucedido que pode ser creditado exclusivamente ao roteiro: a descoberta de que aquele que julgávamos ser o protagonista não o é – uma surpresa digna de Psicose. Este, porém, é um mero detalhe: para Shyamalan, o grande 'segredo' de seu longa ainda está por vir – um 'segredo' que a distribuidora brasileira solicitou aos críticos que não fosse discutido, na esperança de que: a) ao citar o pedido em seus artigos, estes aumentassem a curiosidade dos espectadores; ou B) a imbecilidade da 'reviravolta' não fosse evidenciada pela análise destes profissionais. No entanto, como deixar de lado justamente o ponto mais importante do projeto?

Pois bem: a verdade é que (pare de ler, já avisei!) a trama de A Vila se passa nos dias atuais. Cansados da violência que tomou conta da sociedade moderna, os 'anciões' do lugarejo decidiram se isolar do mundo, criando uma vila de 'faz-de-conta' na qual pudessem viver tranqüilamente – e as tais 'criaturas' são apenas um recurso que estes utilizam para manter os jovens presos na vila (e, conseqüentemente, longe de qualquer elemento que possa destruir a farsa). O conceito, apesar de nada plausível (mas 'homens indestrutíveis' também não são), é até interessante; o problema é que o roteiro de Shyamalan jamais consegue justificá-lo: quem assiste a O Sexto Sentido pela segunda vez, constata que as pistas acerca de seu mistério estavam lá o tempo todo, e o filme sobrevive às análises posteriores. Já em A Vila, a partir do momento em que repensamos a trama, esta desmorona: em primeiro lugar, por que o líder interpretado por William Hurt permite que sua filha entre na floresta em vez de se encarregar da viagem ele mesmo? Se seu objetivo era preservar o segredo, faria bem mais sentido que ele se 'arriscasse' a sair da vila – algo que seria justificado por sua posição de 'prefeito' - e sua 'promessa do passado', um fraco artifício empregado por Shyamalan para obrigar Ivy a partir, nada representaria diante de seus 'cúmplices', que certamente concordariam que seria melhor que ele fosse, em vez de sua filha cega.

E já que mencionei a cegueira de Ivy, qual era o propósito do cineasta ao incluir elementos claramente sobrenaturais no comportamento da garota? Ora, sua capacidade de enxergar a 'aura' das pessoas poderia até fazer sentido em um contexto no qual o sobrenatural imperasse, mas não é isto que acontece em A Vila – e é ridículo vê-la correr com segurança sem o auxílio de um guia durante a maior parte do filme, já que, mais tarde, ela passa a caminhar com dificuldade quando isto se torna importante para os propósitos de Shyamalan. E, afinal de contas, por que os 'anciões' da aldeia tentam convencer os jovens de que as 'criaturas' decidiram romper a trégua? Isto não seria prejudicial aos seus propósitos? Afinal, já que a vila está sob ataque, não resta outra coisa a fazer a não ser enfrentar os monstros, não é mesmo? (E alguém certamente chegaria a esta conclusão mais cedo ou mais tarde.)

Aparentemente, Shyamalan concebeu o 'segredo' antes de ter uma história definida e, assim, dedica-se a surpreender a platéia sem se importar com as conseqüências da 'reviravolta' – o que o obriga a ser desonesto com o espectador, quando, no passado, era apenas nossa perspectiva que se alterava, não a 'realidade' da trama. Qual é a explicação, por exemplo, para a cena em que Hurt e Weaver conversam sobre as marcas vermelhas nas paredes? Lembrem-se de que eles sabem que as criaturas não existem. 'Ah!', poderá dizer alguém, 'Mas eles explicam que um dos veteranos deve ter enlouquecido, já que vem matando vários animais!'. Muito bem: não vou nem discutir a mediocridade deste recurso utilizado por Shyamalan para tapar os buracos de seu próprio roteiro, já que ele próprio parece esquecer este fato (o tal 'veterano' jamais é desmascarado). Porém, reflita sobre aquela conversa entre os dois personagens: não faz o menor sentido, dentro da lógica do filme, que Weaver comente que 'as marcas são altas demais para terem sido feitas por um coiote', como se esta fosse uma hipótese sequer admissível. Naquelas circunstâncias, ela certamente diria algo como 'temos que descobrir quem está fazendo isso' ou 'isto está indo longe demais', mas a 'solução' encontrada pelo cineasta simplesmente não é aceitável. Além disso, já que o propósito das criaturas é assustar os jovens da vila, por que os mais velhos insistem em atribuir os acontecimentos à ação de 'coiotes'?

Mas Shyamalan desta vez não está preocupado com a plausibilidade da história: afinal, por que Edward Walker, ao explicar a situação para a filha, introduz o assunto dizendo 'não ter palavras' para expor a questão? Por que ela a obriga a tocar a 'criatura'? Simples: porque, desta maneira, o cineasta conta com uma desculpa para criar suspense, e só. E o pior é que, segundos depois de revelar que as criaturas eram pura invenção dos anciões, ele ainda tenta nos convencer de que elas realmente existem, o que evidencia não apenas sua imensa arrogância como sua opinião de que somos irremediavelmente tolos. (Aliás, ele comete um erro de edição básico no terceiro ato do filme: o flashback da conversa entre Edward e a filha deveria ter sido incluído depois da perseguição final, e não antes – algo que aumentaria a tensão da seqüência e o impacto da revelação feita pelo prefeito).

É claro que muitos defenderão A Vila em função de suas supostas 'mensagens' sobre a 'cultura do medo' desenvolvida pelo governo Bush e sobre a impossibilidade de fugirmos da violência – algo inerente ao próprio Homem. Porém, confesso que apreciaria mais estas mensagens caso viessem embaladas em um filme melhor, e não em uma produção que poderia perfeitamente ter se transformado em um episódio de Scooby-Doo (em certo momento, pensei que Ivy fosse tirar a máscara de uma das criaturas e gritar: 'Vejam! É o velho Smith, zelador do parque de diversões!').

Com A Vila, M. Night Shyamalan continua a cair em meu conceito: depois das 5 estrelas de O Sexto Sentido, vieram as 4 estrelas do ótimo Corpo Fechado e as 3 de Sinais. Pelo jeito, o próximo filme do diretor será um desastre monumental.

Espero que - com o perdão do trocadilho - ele me surpreenda.
http://ofcs.rottentomatoes.com/ofcs.gifhttp://ofcs.rottentomatoes.com/

03 de Setembro de 2004

 

A mesma crítica numa versão mais simplificada:

M.Night Shyamalan não é mais o mesmo!



"Morto? Ele estava morto o filme inteiro?" – disse minha mãe ao terminar de assistir "O Sexto Sentido".
"Só consegui dormi com um copo de água na mão" – disse minha irmã na noite em que assistiu "Sinais".
Exagero? Não!
M.Night Shyamalan consegue,como poucos, criar uma atmosfera de suspense quase insuportável e sustos inesperados na platéia.
Mas, no seu quarto filme, Shyamalan parece ter esquecido como se cria essa atmosfera.
No filme "A Villa (The Village, EUA, 2004)", o diretor conta a história de um vilarejo isolado ambientado no século XIX.
Os moradores da vila têm um acordo com certas "criaturas" que habitam a floresta que cerca a vila.Os moradores não ultrapassam a floresta e nem os monstros invadem a vila.
Certo dia, um dos personagens é ferido e é preciso ultrapassar a floresta para conseguir medicamentos.
M.Night Shyamalan criou uma própria sina: criar finais surpreendestes.
Isso funcionou magistralmente em "O Sexto Sentido", pois se o espectador assistir novamente o filme, verá que a revelação final tem lógica e condiz com tudo que o filme pregou em toda a projeção.
Isso não acontece em "A Vila".Se o espectador tentar achar uma lógica para o final, verá que não existe a mínima e conclui que o final é patético e ridículo.
Ao assistir ao filme, eu e meu amigo descobrimos em 40 minutos o final do filme!
Insisto no final, pois ao longo de toda enorme campanha publicitária do filme, ouvimos o narrador dizer "Não conte o final de desse filme".
Isso,logicamente, foi uma belíssima sacada para chamar a atenção das pessoas e já avisa-las que haverá um "final surpreendente".
Mas, se tratando de sustos, o filme esta bem servido, apesar de grande parte deles estarem no trailer.
Mas o diretor cometeu um erro grave no filme: o fato de mostrar a criatura inteira já na sua primeira aparição.Em "Sinais", o diretor preferiu mostrar o pé e a mão do extraterrestre, antes de mostrá-lo inteiro(o que acaba causando um impacto muitíssimo maior quando vimos ele inteiro no vídeo que se passa no Brasil).
Ao assistir o filme fiquei lembrando do pavoroso "A Bruxa de Blair 2".O filme comete o mesmo erro: durante o filme surgem várias perguntas, imagens estranhas e insinuações que nos faz acreditar que serão explicadas no final, mas , o diretor não ligar para estas dúvias e as ignora.
Talvez, Shyamalan, devesse parar com sua carreira de escritor e se dedicar apenas a dirigir.
O talento do diretor é tão grande que em alguns momentos os enormes furos do roteiro de seus filmes quase passam despercebidos (eu disse quase) tamanha é a qualidade do diretor.
Mas nesse filme, o diretor não consegue nem uma coisa nem outra.
Com um começo muito bom com o "A Sexto Sentido" e o assustador "Sinais" ele faz um filme fraco, ilógico e totalmente infundado ao seu final.
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O filme é todo calcado nas cenas de suspense, como naquela onde o monstro persegue a protagonista. Ou seja, o importante em "A Vila" não é ter um roteiro bem-amarrado(como vimos no ótimo "O Sexto Sentido") e sim, em ter cenas que prendam o espectador na poltrona e, no fim, fazer aquela crítica ao mundo violento em que nós vivemos. O que poderia ser um grande filme, se o roteiro fosse melhor trabalhado, acaba sendo algo vazio. Nem mesmo a atriz protagonista salva a trama, com um desempenho apenas regular.

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"A VILA" : O que poderia ser um grande filme, acaba virando algo vazio.

Como vc faria o filme funcionar?

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"A VILA" : O que poderia ser um grande filme, acaba virando algo vazio.

 

tem certeza que assistiu o filme? vazio....? só se for a sua cabeça........

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Vi em pelo menos duas críticas que "A Vila" eh a resposta do Shyamalan à "Dogville". Curiosamente a atriz que interpreta Bryce Dallas, irá participar da continução de Dogville.

Na verdade, não há monstros lá fora, nem na floresta, nem na cidade, o que Bryce Dallas encontra eh a bondade e a ajuda de um desconhecido, um estranho, "tem gentileza na sua voz" ela diz ou algo parecido. Aquele guarda representa tb o mundo de fora, o bem fora da Vila, que a comunidade tanto queria evitar, o guarda encontra Bryce, indefesa, com trajes antigos, um cena insólita e então decide não interfeir no seu destino, no final o relógio dela fica no retrovisor do carro do guarda, um presente.

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"A VILA" : O que poderia ser um grande filme, acaba virando algo vazio.

 

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O filme é vazio sim, aliás é um lixo, uma decepção feita pelo Shyamalan...

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"A VILA" : O que poderia ser um grande filme, acaba virando algo vazio.

 

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O filme é vazio sim, aliás é um lixo, uma decepção feita pelo Shyamalan...

Pq esta mágoa no seu coraçãozinho ??? Um filme que rende tantas páginas de discussão assim, uns amam, outros odeiam, mereçe uma análise mais ponderada do que um simples "lixo". Shyamalan está longe da decadência, eh um cineasta brilhante que nos brindam com obras idem, que nos fazem apreciar, pensar, e ouvir o que de melhor há no cinema. "Entendidos de plantão" que ficam detonando um cineasta reconhecidamente talentoso, me fazem rir, eh tão irônico as pessoas se acharem entendidos em roteiros (há furos, há furos eles dizem), em planos, contraplanos, interpretação, edição, fotografia e tudo mais. Eu não estudo cinema, procuro ver muito filme e ler bastte, da Vila por exemplo li dezenas de críticas e textos, além de acompnhar os colegas aki no Fórum. Só não acho justo um filme assim ser classificado como "lixo", não eh justo, mas vc está no direito e dever de expressar sua opinião, eh uma pena que ela seja tão ruim.

Agora, se sua inteção eh filme-pipoca, fast food, tudo bem, um filme diverte e depois esqueça-o, não gostei e pronto, há espaço pra todos, tb gosto de filme-pipoca. Mas se vc gosta de cinema e quer ir com o filme na cabeça além do caixa do estacionamento, procure ler bastte e assista muitos filmes, inclusive os do Shyamalan, antes de vir com argumentos que só refletem sua raiva. Vamos debater idéias.

 

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Raiva? É só uma opinião meu caro.

Eu acho o Shyamalan muito talentoso, ele consegue criar tramas que prendem a atenção do espectador com inteligência, sem apelar para violência gratuita ou sustos fáceis.

Agora eu disse e reafirmo, A Vila é um lixo, muito abaixo dos outros 3 filmes do Shyamalan, e nada mais.

É um filme que não prende a atenção, que tem um enredo banal e simplório e absolutamente óbvio, só isso.

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Raiva? É só uma opinião meu caro.

Eu acho o Shyamalan muito talentoso' date=' ele consegue criar tramas que prendem a atenção do espectador com inteligência, sem apelar para violência gratuita ou sustos fáceis.

Agora eu disse e reafirmo, A Vila é um lixo, muito abaixo dos outros 3 filmes do Shyamalan, e nada mais.

É um filme que não prende a atenção, que tem um enredo banal e simplório e absolutamente óbvio, só isso.

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Levanta bem mais questões que o Poderoso Chefãosmiley36.gif

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