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Forum Cinema em Cena

Religião (#4)


Mr. Scofield
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Haha!

A culpa do fanatismo religioso é dos ateus!!

É cada uma que aparece. Meu senhor quanta baboseira.

 

No mais defendo e muito a religião e a liberdade de cada um ter sua fé. O que eu não concordo é com a religião ser pilar pra organização de uma sociedade, que no caso do Brasil, que se diz laica. Isso não faz sentido, pra mim.

 

Só vi esse post agora.

Nossa... o que uma coisa tem a ver com a outra? Esse post é talvez uma das coisas mais wtf que já li neste fórum...

 

E não, a sociedade não reconhece ainda a celebração do casamento da forma como você postou anteriormente. Apenas alguns setores dela. Esta é a realidade, por ora.

 

E a discussão só existe onde há discordância...

 

É um post wtf, pra quem enxerga a sociedade com setores mesmo.

Não sei por que insisto...hahaha.

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Fanatismo existe para todos os valores e não só para alguns religiosos. Logo alguns ateus são fanáticos sim. O stalinismo, e os crimes de Pol Pot são exemplo disto. Contudo religião também têm seus frutos podres, a inquisição, as cruzadas e claro recentemente o nazismo/fascismo em muito foi pautado não só na política como no fanatismo religioso também. Basta pesquisar sobre os crimes da Ustasha.

 

Não só religião e falta dela como na política e outros valores, que novamente remeto seus extremos o stalinismo (esquerda ateia ou não) nazismo e fascismo (direita religiosa ou não). Fanatismo também no consumismo de hoje. Ou acham normal o consumismo americano em comparação com resto do mundo? Ou imagine o resto do mundo no mesmo esquema? Isto dosado também de um fanatismo de “democracia”, que muitas vezes mascara ser uma forma clara de dominação secular de povos imperialistas como Roma, Bizâncio, Império Macedônico, Império Chinês, Império Britânico, Império Franco, hoje EUA por ai vai todos eles subjugaram povos e ainda subjugam povos ou com claro desprezo ou com subterfúgios de suas culturas tidas como superiores. Tudo isso é argamassa do fanatismo nacionalista, religioso, e de outras ideologias.

 

E antes de dizer que sou parcial. Eu como anarquista reconheço e muito que sim temos anarquistas também radicais. Alias os primeiros anarquistas eram famosos por seus ataques terroristas. Enfim qualquer uma das idéias humanas por mais nobre, que sejam tem seu “lado negro da força”.Capiche?

 

 

Qualquer valor pode ser guiado com facilidade por extremismo se as pessoas se deixarem levar. As idéias são perfeitas no mundo delas, mas não quer dizer que serão aplicáveis na realidade sempre. Cabe a nós perceber isto. Nem sempre o que desejamos é o melhor. Vale lembrar que acima do nosso desejo está o outro.

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O Texto tenta justificar o sujo com o mal lavado.

 

Não tem nem como levar a sério isso. Todo e qualquer radicalismo e extremismo na essência é prejudicial. O cara escrever esse bando de baboseira pra afirmar algo dessa simplicidade é uma perda de tempo.

 

A única coisa que presta é a Conclusão do texto que é MUITO mais importante do que todo o seu conteúdo. E é exatamente o que eu prego e que tento falar nesse tópico.

 

Ênfase nessa parte e é o que eu acredito: "Não se preocupe em desconverter as pessoas, preocupe-se em transmitir os valores que tornam a sociedade melhor: a tolerância, o diálogo, a liberdade individual, a liberdade de expressão."

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Por que eu não sou um neo-ateu

 

 

 

Fonte: http://direitasja.wo...ou-um-neo-ateu/

 

Perfeito todo o texto, mas esse achei mais perfeito ainda:

 

"O pior não é ver alguém militar pelo “evolucionismo”, mas ver que o mesmo sujeito não entende a Teoria da Evolução: diz que “animais passam por mutações” ou que “o homem descende do macaco”. Para piorar, louva este ou aquele cientista e sua teoria como se fossem santos e padroeiros da ciência. Darwin, Newton e Einstein foram importantes, mas fazer desta pessoas e de deturpações de suas teorias uma bandeira de militância é idiota, deturpa a visão das pessoas da ciência, tornando-a cada vez mais impopular entre crentes.

Por fim, o cientificismo. A idéia idiota de derivar padrões morais da ciência. A ciência, assim como a filosofia e a religião, tem um escopo, um campo limitado de atuação. Ciência serve para descobrirmos coisas novas e acumular conhecimento, e não ditar como devemos empregar o conhecimento. Podemos usar energia nuclear para iluminar cidades inteiras ou para fazer armas de destruição em massa. O que determina o que fazer com os avanços científicos depende de um padrão moral extrínseco à ciência: vem de uma doutrina política, filosófica ou religiosa."

 

O Texto tenta justificar o sujo com o mal lavado.

 

Não tem nem como levar a sério isso. Todo e qualquer radicalismo e extremismo na essência é prejudicial. O cara escrever esse bando de baboseira pra afirmar algo dessa simplicidade é uma perda de tempo.

 

A única coisa que presta é a Conclusão do texto que é MUITO mais importante do que todo o seu conteúdo. E é exatamente o que eu prego e que tento falar nesse tópico.

 

Ênfase nessa parte e é o que eu acredito: "Não se preocupe em desconverter as pessoas, preocupe-se em transmitir os valores que tornam a sociedade melhor: a tolerância, o diálogo, a liberdade individual, a liberdade de expressão."

 

Eu discordo. Muito do que ele fala é bem pertinente. Incluso ai a pergunta: Qual o sentido de difamar algo que não existe?

 

Não é pertinente para mim, ou para você, talvez. Mas é pertinente para aqueles que acham que tem o dever moral de transformar todos em descrentes.

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O Texto tenta justificar o sujo com o mal lavado.

 

Não tem nem como levar a sério isso. Todo e qualquer radicalismo e extremismo na essência é prejudicial. O cara escrever esse bando de baboseira pra afirmar algo dessa simplicidade é uma perda de tempo.

 

A única coisa que presta é a Conclusão do texto que é MUITO mais importante do que todo o seu conteúdo. E é exatamente o que eu prego e que tento falar nesse tópico.

 

 

 

Eu fiquei um pouco confuso aqui... Não sei quem o Gust tenta imitar neste post... a eu ou ao Nostromo... :ph34r:

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  • 4 weeks later...
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No stalinismo e outras ditaduras comunistas em especial Pol Pot era proibida todo o tipo de culto religioso e até punível com a morte.

http://pt.wikipedia....iki/Estado_ateu

 

A proibição de culto religioso não precisava ser, necessariamente, motivada pela descrença em Deus. Os religiosos eram vistos como ameaça ao Regime ("parasitas sociais"), e por isso foram perseguidos, mas não foram os únicos.

 

Ademais, o texto da Biblioteca do Congresso explica que as perseguições só se intensificaram após 1975, com a queda de Phnom Pehn. Não li em parte alguma que o alegado "Estado ateu" tinha como princípio exclusivo o extermínio de crentes religiosos e como fundamentação disso o ateísmo. Os textos citados no artigo da Wikipédia não apontam para o ateísmo como razão das mortes.

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Eu não li os outros posts do tópico, mas tenho que me manifestar sobre esse texto maravilhoso que o Dook postou (não sei como ele acha esses comentários tão enriquecedores...muito bom mesmo). Não sou neo-ateísta (aliás, nem ateu, sou agnóstico, como sabem) mas é mais ou menos por aí que penso sobre os efeitos de qualquer crença radical. Não há o que acrescentar.

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Esses crimes tiveram como motivação a descrença?

 

A questão não é bem essa... Culpa-se a crença em Deus por crimes hediondos que são cometidos. Ocorre que crimes tão ou mais hediondos ocorrem do lado dos descrentes também. Logo, não é a crença ou a falta dela o ente motivador de tais delitos, mas simplesmente a falta de caráter de seus autores.

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A questão não é bem essa... Culpa-se a crença em Deus por crimes hediondos que são cometidos. Ocorre que crimes tão ou mais hediondos ocorrem do lado dos descrentes também. Logo, não é a crença ou a falta dela o ente motivador de tais delitos, mas simplesmente a falta de caráter de seus autores.

 

Acho que também a má interpretação, ou julgamento errado dos princípios de um movimento ou outro podem levar a atos abomináveis.

 

Por exemplo, acredito que muitos cristãos tinham as melhores intenções em exterminar o mal e aqueles que estão com o mal. Ou ao fato de matar o corpo dos que estão com o mal, esteja liberando a alma que está sendo atormentada.

 

Por outro lado, os ateístas podem ter as melhores intenções ao caça e ao eliminar as pessoas "que manipulam, controlam e subjugam pra seu enriquecimento" (isso na crença do infeliz) para que evite que pessoas sejam vitimadas por essas manipuladoras...

 

Só que acho que o pior dos julgamentos errados não é o primeiro caso, é o segundo. Ora, o primeiro caso há o fato de realmente ser melhor pro indivíduo a morte como salvação, porque existe um fator além do que aquele que se vê, já no segundo caso, por mais que o objetivo seja para um bem maior, a ação será definitivamente um mal para o indivíduo.

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O texto é válido no sentido de separar ateísmo e neo-ateísmo, mas acho que ele peca em muitos pontos. Por exemplo, no item 2, quando um ateu acha que a religião é um mal e que seria interessante diminuir ao máximo o número de religiosos, ele não toma uma postura radical, ou é um neo-ateu, pelo contrário, é uma postura respeitável e até bastante natural, ainda que possa estar equivocada. Se eu acredito e estou convicto que não há Deus ou entidades sobrenaturais, como espíritos ou karmas, e as religiões em essência defendem a existência dessas entidades, então nada mais natural achar que a religião é um aspecto negativo no mundo, pois leva ao engano. Assim como Galileu decerto reconhecia que os geocentristas fizeram muito no decorrer da história pela Astronomia mas que a existência deles em seu tempo já não era algo desejável. Ou assim como os católicos pensam que a existência de pessoas não católicas é lamentável pois essas pessoas estão fadadas a serem condenadas no apocalipse. E por aí vai. Se eu acho uma coisa e acho que os outros estão errados, nada mais natural desejar que um número cada vez maior de pessoas veja seu erro. Radical seria propor violência para que isso acontecesse. Não vejo nenhum neo-ateu fazendo isso. No final do texto ele diz que o neo-ateísmo é fechado ao debate, desrespeita a liberdade de pensamento, debocha, etc etc. Mas não vejo isso... já foi realizado vários debates entre 'figurões' do neo-ateísmo e pessoas religiosas, e na esmagadora maioria das vezes os religiosos não se sentiram debochados, censurados, etc.

 

Em seguida ele associa o antiteísmo à diversas mortes. Mas há uma diferença crucial: enquanto muitas mortes foram causadas para defender os dogmas católicos, ou para defender valores islâmicos, ou para defender valores protestastes, e por aí vai, não há "dogmas antiteístas", "valores antiteístas", etc a serem defendidos. É algo tão absurdo quando analisar um conflito onde islâmicos mataram muita gente, virar para um católico e dizer "hum, tá vendo, mortes causadas pelo teísmo". Teísmo, ateísmo, antiteísmo são termos amplos demais, embarcam grande número de posturas diferentes entre si, e são vagos demais para ser estofo ideológico de alguma ação política de um determinado grupo de pessoas. Aquelas mortes foram inspiradas sobretudo por ideais comunistas, estes sim bastante nocivos. Mesmo se, aliás, Dawkins, Harris e todo esse pessoal aparecesse em conjunto propagandeando a morte de religiosos, nem isso seria suficiente para que as frases "mortes associadas ao antiteísmo" ou “imundice do passado e presente do antiteísmo” fossem relevantes.

 

Outro ponto é que ele cita que muitos cientistas foram crentes, citando Mendel, Newton, etc. Mas isso é um espantalho, afinal, não que eu concorde com isso, mas quando muitos neo-ateus falam da incompatibilidade, senão lógica ao menos “de espírito”, entre religião e ciência, eles se referem à ciência moderna, da primeira ou até da segunda metade do séc. XX, ninguém nega que antes disso era comum a religiosidade de cientistas. E das imagens que ele colocou ali, os únicos que são do séc. XX são o Lamaitre e o Schrödinger, e este último era um ateu convicto, apesar da imagem sugerir o contrario.

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Outro ponto é que ele cita que muitos cientistas foram crentes, citando Mendel, Newton, etc. Mas isso é um espantalho, afinal, não que eu concorde com isso, mas quando muitos neo-ateus falam da incompatibilidade, senão lógica ao menos “de espírito”, entre religião e ciência, eles se referem à ciência moderna, da primeira ou até da segunda metade do séc. XX, ninguém nega que antes disso era comum a religiosidade de cientistas. E das imagens que ele colocou ali, os únicos que são do séc. XX são o Lamaitre e o Schrödinger, e este último era um ateu convicto, apesar da imagem sugerir o contrario.

 

Você sugere uma dicotomia onde parece não haver nenhuma. Qual a diferença - ou grau de importância/valor - entre a ciência "moderna" e a "antiga"? Qual o momento de "separação" entre uma e outra? O Evolucionismo?

 

E quanto ao Francis Collins, geneticista, diretor do Projeto Genoma Humano, por exemplo? Será que é espantalho também?

 

“Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios”.

 

Collins em entrevista à VEJA

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Aí a resposta depende da pessoa que concorda com a posição, o que não é o meu caso. Para Dawkins, por exemplo, é sim o evolucionismo, ele chega ao absurdo de falar que antes do evolucionismo ele provavelmente não seria ateu (o que é uma bobagem já que supervaloriza o evolucionismo e ignora o fato do ateísmo já ser uma postura bem defendida antes disso). Mas não precisa existir um grande momento de mudança, marco ou separação para a posição fazer sentido. Pelo contrário, pode haver uma mudança gradual entre os dois pólos, um pólo localizado no início da ciência, quando a maioria dos cientistas era religiosa, e a situação atual, onde a maioria dos cientistas não o é.

 

O que se defende é que haja conflitos e contradições na relação ciência-religião e que por questões históricas, sociológicas, no séc. XX esse conflito tenha ficado evidente enquanto nos séculos anteriores não, devido à ciência em si ter se tornado mais complexa, ter oferecido mais material para reflexões de forma que seu modus operandi fosse entendido mais completamente, e devido a discussões filosóficas sobre o tema. O ponto do parágrafo do meu post não é defender esse argumento, mas tentar esclarecê-lo, o argumento não é "não é possível ser cientista e ser religioso" (boa parte dos neo-ateus reconhecem que isso é falso) ou algo do tipo, e sim que há uma contradição entre religião e ciência que pode ter muito bem ter permanecido na mente de bons cientistas, antigos ou não, sem comprometer seu trabalho como cientistas, afinal cientistas não são filósofos e podem viver sem perceber essas contradições. O jeito de rebater isso não é então mencionar as contribuições da Igreja para a universidade ou citar cientistas religiosos, isso não é relevante, e sim discorrer mais detalhadamente a postura da religião e da ciência em relação ao mundo.

 

E não entendi a pergunta sobre o Francis Collins. Quando disse "espantalho", me referia à falácia do espantalho, a atribuir ao opositor argumentos não defendidos por ele, rebater esses argumentos e "sair vitorioso". É evidente que o Collins não usa de espantalhos afinal ele tava falando sobre pensamentos pessoais que tinha na juventude e que abandonou. Se ele atribuísse isso à outros ateus que não tinham esses mesmos pensamentos, aí sim seria um espantalho.

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óbvio que ateísmo não causou grandes genocídios na história, pois ateísmo não é nem sequer uma ideologia! Não tem visão de mundo, agenda política, organização social, fundamentos culturais profundos etc. É só um pensamento que diz que não eixste Deus, mas que não tem potencial social para mover alguma ação social ou política. Mesmo porque uma idéia que se funda na negação de outra idéia, acaba sendo uma construção intelectual fraca e dependente.

 

Não dá para comparar o ateísmo, que é uma idéia simples e relativamente recente, com ideologias historicamente, socialmente e culturalmente mais amplas. O cristianismo, o Islã, o Judaísmo, etc, possuem uma história que não está restrita a alguns princípios básicos. Eles se tornaram elementos da dinâmica social ao longo do tempo. Mas é bom lembrar é que a questão importante é esta: há outras ideologias e movimentos, não religiosos em essência, que fazem e fizeram mais danos. Ideologias nacionalistas "laicas" moveram guerras mundiais e genócídios. O próprio cientificismo deu origem à ideologias que se justificaram a partir de argumentos "racionais" e promoveram brutalidades: Neo-colonialismo, supremacia-racial, apartheid, etc.

 

Mas bom, se o ateísmo é uma idéia de negação de outra, há alguma proposta? Há uma incompatibilidade ou contradição entre ciência e religião? Assim como a "antiga religião das mitologias e superstições" estão ultrapassadas nas sociedades modernas, a idéia de ciência total do Positivismo também. A ciência não é um todo universal que tem algo a dizer para todas as dimensões da vida das pessoas e das relações sociais. Tem coisa que não tem nada a ver com ciência. Neste sentido, não vejo como problemático dizer que podem coexistir ciência e religião, pois cada um pode se ocupar de dimensões distintas.

 

o problema aparece quando um entra em contato com outras idéias em um determinado campo seja ele político, direitos humanos, éticos. Mas também não é um determinismo que vê sempre a vitória da ciência. O fundo cultural e religioso é amplo demais e historicamente antigo para sumir da sociedade num simples ato de vontade. Cabe a cada sociedade lidar com as suas próprias heranças e achar um meio próprio de se modernizar

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Aí a resposta depende da pessoa que concorda com a posição, o que não é o meu caso. Para Dawkins, por exemplo, é sim o evolucionismo, ele chega ao absurdo de falar que antes do evolucionismo ele provavelmente não seria ateu (o que é uma bobagem já que supervaloriza o evolucionismo e ignora o fato do ateísmo já ser uma postura bem defendida antes disso). Mas não precisa existir um grande momento de mudança, marco ou separação para a posição fazer sentido. Pelo contrário, pode haver uma mudança gradual entre os dois pólos, um pólo localizado no início da ciência, quando a maioria dos cientistas era religiosa, e a situação atual, onde a maioria dos cientistas não o é.

 

Continuo não vendo dicotomia alguma aí... E penso q esta não é uma questão subjetiva. A posição não faz sentido objetivo algum... Eu teria que necessariamente inferiorizar o que já foi feito no passado em detrimento do que é feito hoje. Óbvio que os mecanismos de pesquisa se aperfeiçoam, etc, mas não é motivo para se dizer que o que se fazia antes era inferior ao que se faz agora.

 

O que se defende é que haja conflitos e contradições na relação ciência-religião e que por questões históricas, sociológicas, no séc. XX esse conflito tenha ficado evidente enquanto nos séculos anteriores não, devido à ciência em si ter se tornado mais complexa, ter oferecido mais material para reflexões de forma que seu modus operandi fosse entendido mais completamente, e devido a discussões filosóficas sobre o tema. O ponto do parágrafo do meu post não é defender esse argumento, mas tentar esclarecê-lo, o argumento não é "não é possível ser cientista e ser religioso" (boa parte dos neo-ateus reconhecem que isso é falso) ou algo do tipo, e sim que há uma contradição entre religião e ciência que pode ter muito bem ter permanecido na mente de bons cientistas, antigos ou não, sem comprometer seu trabalho como cientistas, afinal cientistas não são filósofos e podem viver sem perceber essas contradições. O jeito de rebater isso não é então mencionar as contribuições da Igreja para a universidade ou citar cientistas religiosos, isso não é relevante, e sim discorrer mais detalhadamente a postura da religião e da ciência em relação ao mundo.

 

Tem algumas coisas aí que não batem... Primeiro que você precisa conhecer um número considerável dos neo-ateus para afirmar que eles reconhecem que é falsa a afirmação - feita por eles, neo-ateus - de que "não é possível ser cientista e religioso". Dawkins afirma isso categoricamente sempre que pode e Harris, Hitchens e outros também o fizeram tacitamente em suas assertivas. As manifestações de neo-ateus, internet afora, dão conta de que na verdade é o contrário do que você acredita que ocorre: a maioria dos neo-ateus REALMENTE acredita que é impossível ser cientista e religioso. Dawkins diz que ou o cientista é um péssimo cientista, ou então que ele não está falando sério sobre a sua fé.

 

Por isso q citei o Collins...

 

Segundo que o "rebate" é apenas uma reação à postura intolerante dos neo-ateus de forma geral àquilo que é diferente do que eles pensam. Neste sentido, como você mesmo disse, é uma reação "natural" e legítima, ora. Não adianta criticar religiosos que explicam que há cientistas religiosos. Critique também aqueles que começaram a baderna afirmando sem base que não é possível ser cientista e crer em Deus.

 

E não entendi a pergunta sobre o Francis Collins. Quando disse "espantalho", me referia à falácia do espantalho, a atribuir ao opositor argumentos não defendidos por ele, rebater esses argumentos e "sair vitorioso". É evidente que o Collins não usa de espantalhos afinal ele tava falando sobre pensamentos pessoais que tinha na juventude e que abandonou. Se ele atribuísse isso à outros ateus que não tinham esses mesmos pensamentos, aí sim seria um espantalho.

 

Sim, eu entendi q vc se referia à falácia do espantalho. Me perguntei se, diante do seu comentário, a falácia se aplicaria ao Collins que é ex-ateu, cristão (ou deísta, há controvérsias) e cientista. Na verdade, são os neo-ateus que cometem espantalho quando afirmam que é impossível ser cientista e religioso.

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O texto é válido no sentido de separar ateísmo e neo-ateísmo, mas acho que ele peca em muitos pontos. Por exemplo, no item 2, quando um ateu acha que a religião é um mal e que seria interessante diminuir ao máximo o número de religiosos, ele não toma uma postura radical, ou é um neo-ateu, pelo contrário, é uma postura respeitável e até bastante natural, ainda que possa estar equivocada. Se eu acredito e estou convicto que não há Deus ou entidades sobrenaturais, como espíritos ou karmas, e as religiões em essência defendem a existência dessas entidades, então nada mais natural achar que a religião é um aspecto negativo no mundo, pois leva ao engano. Assim como Galileu decerto reconhecia que os geocentristas fizeram muito no decorrer da história pela Astronomia mas que a existência deles em seu tempo já não era algo desejável. Ou assim como os católicos pensam que a existência de pessoas não católicas é lamentável pois essas pessoas estão fadadas a serem condenadas no apocalipse. E por aí vai. Se eu acho uma coisa e acho que os outros estão errados, nada mais natural desejar que um número cada vez maior de pessoas veja seu erro. Radical seria propor violência para que isso acontecesse. Não vejo nenhum neo-ateu fazendo isso. No final do texto ele diz que o neo-ateísmo é fechado ao debate, desrespeita a liberdade de pensamento, debocha, etc etc. Mas não vejo isso... já foi realizado vários debates entre 'figurões' do neo-ateísmo e pessoas religiosas, e na esmagadora maioria das vezes os religiosos não se sentiram debochados, censurados, etc.

 

eu não vejo necessidade nenhuma de um ateísta achar negativo a existência da religião.

 

Você vê alguma coisa negativa com o fato de alguém acreditar no papai noel e esperar por ele no final do ano?

 

(não estou comparando os personagens, ou as circunstâncias, mas apenas a naturalidade de por ser uma coisa tem-se que achar que a outra é ruim).

 

Não há nada de negativo em acreditar em um deus e seguir sua crença ou a religião que abrange sua crença. Mesmo que isso tudo não seja verdade, que Deus não exista e tudo o mais.

 

Não é porque sou ateu que vou achar negativo a existência de religiões e da fé, mesmo porque assim sendo estaria eu sendo hipócrita, uma vez que não existe homem sem fé (existe homem sem fé em entidades ou elementos abstratos, mas sem fé não existe. Se bem que "elementos abstratos" é passível a discussão)!

 

 

Aí a resposta depende da pessoa que concorda com a posição, o que não é o meu caso. Para Dawkins, por exemplo, é sim o evolucionismo, ele chega ao absurdo de falar que antes do evolucionismo ele provavelmente não seria ateu (o que é uma bobagem já que supervaloriza o evolucionismo e ignora o fato do ateísmo já ser uma postura bem defendida antes disso). Mas não precisa existir um grande momento de mudança, marco ou separação para a posição fazer sentido. Pelo contrário, pode haver uma mudança gradual entre os dois pólos, um pólo localizado no início da ciência, quando a maioria dos cientistas era religiosa, e a situação atual, onde a maioria dos cientistas não o é.

 

O que se defende é que haja conflitos e contradições na relação ciência-religião e que por questões históricas, sociológicas, no séc. XX esse conflito tenha ficado evidente enquanto nos séculos anteriores não, devido à ciência em si ter se tornado mais complexa, ter oferecido mais material para reflexões de forma que seu modus operandi fosse entendido mais completamente, e devido a discussões filosóficas sobre o tema. O ponto do parágrafo do meu post não é defender esse argumento, mas tentar esclarecê-lo, o argumento não é "não é possível ser cientista e ser religioso" (boa parte dos neo-ateus reconhecem que isso é falso) ou algo do tipo, e sim que há uma contradição entre religião e ciência que pode ter muito bem ter permanecido na mente de bons cientistas, antigos ou não, sem comprometer seu trabalho como cientistas, afinal cientistas não são filósofos e podem viver sem perceber essas contradições. O jeito de rebater isso não é então mencionar as contribuições da Igreja para a universidade ou citar cientistas religiosos, isso não é relevante, e sim discorrer mais detalhadamente a postura da religião e da ciência em relação ao mundo.

 

E não entendi a pergunta sobre o Francis Collins. Quando disse "espantalho", me referia à falácia do espantalho, a atribuir ao opositor argumentos não defendidos por ele, rebater esses argumentos e "sair vitorioso". É evidente que o Collins não usa de espantalhos afinal ele tava falando sobre pensamentos pessoais que tinha na juventude e que abandonou. Se ele atribuísse isso à outros ateus que não tinham esses mesmos pensamentos, aí sim seria um espantalho.

 

 

Mas em nada do que você falou tira a possibilidade de um cientista moderno acreditar em em entidades, religiões, deuses.

 

Há muitos cientistas sim que tem crenças em entidades, e isso não é ilógico. Por mais que a ciência consiga evidências que expliquem todo o universo em cada uma de sua micromilesima parte, fechando as causas e consequências ainda sim não eliminaria a fé, a existência de algo além por trás desse circulo fechado.

 

E você claramente subestima a capacidade do homem de se identificar a uma ideia, formar dela conceitos morais e doutrinários e demonizar os contrários. O fato de até hoje não termos uma sociedade ateísta que tenha cometido genocídios POR CONTA do ateísmo (apesar de sociedades ateias terem cometidos genocídios) não impede das pessoas se basearem nos princípios do ateísmo, na descrença e na racionalização formarem grupos, instituições, normas, obrigações e até formas de conduta..

 

Na verdade conheço muitos ateístas que deliberadamente demonizam os crentes e julgam-nos como uma postura-conduta-crença errada, imoral e até com potencial criminoso. Muitos culpam a religião por diversos males (que na verdade não são males mas má interpretação da pessoa em questão) como a ignorância, a burrice... E que a religião deveria sim ser combatida.

 

Isso, de forma intuitiva, já é acreditar e seguir uma norma de conduta. Só que isso é desnecessário, primeiro que muitos dos ateístas sofrem de um dos piores males da humanidade, o classicismo, o que já o condena a um julgamento errado das pessoas. Segundo que ele justifica esse estado em que ele acha que as pessoas estão ao fato da religião.

 

Por mais que a religião, em certos casos (como por exemplo na ausência de uma educação básica forte e de qualidade), acaba fazendo o papel crucial no desenvolvimento do indivíduo. Isso não quer dizer que a religião per si seja o que faz as pessoas estarem nesse estado de dependência ou marginalidade.

 

É o mesmo caso do Ensino Básico e Educação moral dos filhos. As escolas acabam formando a educação de conduta dos homens em desenvolvimento porque os pais se ausentam nesse aspecto, não ensinam as condutas e respeito a que a pessoa tem que dar com o próximo. Mas dizer que é a existência do Ensino Básico que faz com que os filhos sejam mal educados, desrespeitosos, mimados, é um erro.

 

Pode-se alegar que a forma com que a educação é dada nas escolas, a metodologia, esteja errada (com base no desenvolvimento cognitivo, não nos princípios básicos de moral e respeito ao próximo), assim como pode-se dizer que a forma como é transmitida e aborda determinadas religiões está errada. Mas no caso da religião, só quem pode afirmar que a forma está errada é a própria religião, uma vez que o objetivo da religião em transmitir a sua mensagem é interno a ela, e não nos diz respeito. Já a forma como ensinamos os filhos é um objetivo da sociedade em geral, portanto na educação temos sim a obrigação de nos preocuparmos com a forma que é feita.

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Este papo que cientista entra em contradição com o campo religioso não procede ao meu ver.

É como se a profissão do cara dissesse tudo sobre a pessoa dele. Para além das profissões, as pessoas possuem outros papéis e outras funções sociais que implicam também outras identidades.

 

Ninguém é só cientista. É cientista, filho de tal família, pai de tais filhos, de tal cor, é rico ou pobre, torce para algum time, mora em tal bairro, em tal cidade, em tal estado, em tal país, tem tal visão política, pratica tais atividades físicas, frequenta tais lugares, lê tais livros, tem tais princípios e tais crenças, etc.

 

Definitivamente a ciência não explica tudo da vida dele, NEM BUSCA E NEM CONSEGUE explicar.

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Na minha opinião o ateísmo torna a moral uma coisa relativa, ou seja, cada pessoa define o seu próprio padrão de moral e é claro que essa ideia torna o ateísmo uma filosofia interessante para algumas pessoas.

 

Como se dissessem assim: "Eu não tenho que prestar contas a uma Autoridade Divina."

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