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Holocausto Nuclear


Plutão Orco
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Este tópico, eu achei necessário criar. Afinal tenha visto em discussões recentes e anteriores sobre o tema, que ultimamente tem existido uma mentalidade que diria no mínimo idiota no fórum. Afinal, de acordo com muitos existem casos de carta branca para usar armas de destruição em massa. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

E vamos nos centrar nos fatos e não nas teorias convencionais de conspiração nuclear.  Abro o tema para as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Poderia muito bem abrir um tópico sobre Hiroshima e Nagasaki, porém achei interessante debater muito além disto. Até mesmo porque provavelmente vai levar uma discussão além destes eventos, embora sejam de considerável importância aos problemas humanos <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em pauta. Contudo para ir além disto como as ações nucleares e testes feitos no pacífico causando abalos significativos no meio ambiente e no mundo.

 

Achei um ótimo texto sobre os ocorridos em Hiroshima e Nagasaki só para começar.

 

Hiroshima, o maior crime de guerra do mundo

 

Em agosto o mundo relembra com muito pesar os 61 anos do maior crime de guerra já desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

 

Crime do qual jamais seus culpados foram sequer acusados, muito pelo contrário, foram saudados como heróis em todo o mundo simplesmente por terem vencido a guerra e movido uma propaganda capaz de fazer o mundo inteiro se esquecer do horror nuclear.

Mas muitos ainda não se esqueceram do verdadeiro culpado dessa verdadeira história de horror, a maior nação terrorista de todo o planeta, os Estados Unidos da América, e provoca o leitor a conhecer um pouco mais sobre o que a grande mídia mundial insiste em fazer-nos esquecer. Os crimes de Hiroshima e Nagasaki. Aqui você verá um pouco do que realmente ocorreu e que pode ser facilmente comprovado por documentos públicos estadunidenses considerados ultra-secretos e que foram recentemente abertos à população.

150 mil civis inocentes são condenados à morte por Harry Truman. Primeira e única nação do mundo a jogar bombas atômicas sobre civis

Em Agosto de 1945 os Estados Unidos da América entraram para a história mundial por ser a primeira e única nação a despejar o terror atômico sobre enormes populações de civis. Com a II guerra mundial praticamente acabada e sem ter podido justificar o gasto de 2.6 bilhões de dólares no Projeto Manhattan (projeto de construção da bomba atômica), Harry Truman busca oportunidades para jogar uma, ou quem sabe até mais, de suas bombas envenenadas sobre cidades inimigas e demonstrar ao mundo o tamanho do poder que os Estados Unidos detinham na mão.

O povo estadunidense já estava sendo “envenenado” há muito tempo por sua mídia tendenciosa que os fazia crer que a bomba atômica daria fim a uma guerra e salvaria vidas, já que seus filhos voltariam da guerra. De acordo com Peter Scowen, autor do Livro Negro dos Estados Unidos, “para os estadunidenses, a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki foram ações militares realizadas contra uma nação despótica que só podia culpar a si mesmo pelo sofrimento de seu povo. (...) Havia até um fervor religioso no desempenho estadunidense, pelo menos na cabeça de Truman: “... Agradecemos a Deus por [a bomba] ter vindo a nós ao invés de nossos inimigos; e oramos para que Ele nos guie para usa-la a Sua maneira e com Seus propósitos...” . Pior que isso, só mesmo uma reveladora pesquisa que mostra o desejo dos estadunidenses em substituir um genocídio por outro. Ainda de acordo com Scowen, “...Uma pesquisa do Gallup feita em dezembro de 1944 revelou que 13% dos estadunidenses eram a favor da eliminação do povo japonês por meio do genocídio...”

Infelizmente para os planos de Truman, a Alemanha havia assinado rendição incondicional em Maio de 1945 logo após o suicídio de Adolf Hitler. A Itália já havia se rendido anteriormente quando da prisão e assassinato de Mussolini. Naquele momento só restara o Japão. Ao ver-se sem muitas alternativas para concretizar seus planos, Truman se apega na última oportunidade que lhe apareceu ao alegar a não rendição incondicional do Japão, que insistia em manter seu reverenciado imperador. Grandes estrategistas de guerra desaconselharam o presidente a utilizar as armas atômicas, propondo como alternativa um grande bloqueio marítimo, aliado à entrada da Rússia na frente do Pacífico e mais os bombardeios focados em alvos militares.

De acordo com esses especialistas, essas manobras seriam suficientes para acabar com a guerra até Julho de 1945. Mesmo assim, Truman simplesmente ignorou-os e, utilizando o mote da não rendição incondicional, decidiu o destino de duas cidades e centenas de milhares de vidas humanas.

Alvos escolhidos: Hiroshima e Nagasaki
O plano original previa ataques com bombas atômicas a quatro cidades japonesas. O comitê de alvos do projeto Manhattan decidira atacar Hiroshima, pois segundo as minutas das reuniões desse comitê, em razão de seu tamanho e planta, “... grande parte da cidade seria extensamente danificada...”, Nagasaki e Kyoto, pois, ainda de acordo com essas minutas, Kyoto “...era um centro intelectual do Japão e seu povo é mais capaz de avaliar o significado de uma arma assim...” 1

Assim, no fatídico dia 06 de Agosto de 1945, movidos além de tudo por um sentimento indissimulável de vingança pelo ataque japonês à base militar de Pearl Harbor, aviões estadunidenses se aproximaram do primeiro alvo a sofrer os horrores das armas nucleares. Hiroshima, a então sétima maior cidade japonesa, com 350 mil habitantes, foi atacada por Little Boy, que até o fim do ano de 1945, decretou a morte de aproximadamente 150 mil japoneses, dos quais apenas 20 mil eram militares.

Não satisfeitos com tamanha atrocidade e apenas três dias depois do primeiro ataque, como se fosse possível preparar uma declaração total de rendição incondicional em três dias, os estadunidenses atacaram a segunda cidade-alvo no dia 09 de agosto. Nagasaki e seus 175 mil habitantes foram a vítima de Fat Man, segunda e mais poderosa bomba, que vitimou aproximadamente 70 mil seres humanos na contabilidade macabra feita em dezembro de 1945.

Os efeitos nefastos de Little Boy e Fat Man
Se analisarmos brevemente o número de vítimas de little boy e fat man, 40% da população original das cidades de Hiroshima e Nagasaki morreram na contagem feita em dezembro de 1945. Estes números ainda não refletem a realidade do verdadeiro montante de vítimas das bombas, uma vez que milhares de outras pessoas morreram posteriormente em decorrência dos nocivos efeitos da radiação.

Em uma comparação meramente ilustrativa, é como se nos ataques de 11 de Setembro, ao invés de terem morrido três mil pessoas, aproximadamente quatro milhões de nova-iorquinos tivessem perdido sua vida no World Trade Center. E isso não é tudo, pois os efeitos da bomba não são apenas a morte e a destruição imediatas. Até hoje continuam morrendo pessoas vítimas de câncer herdado geneticamente de seus pais e avós, além de ser possível encontrarmos ainda hoje, milhares de pessoas com deformações físicas, câncer congênito, problemas de esterilidade e outras doenças decorrentes da liberação radioativa sobre essas cidades em 1945.

De acordo com estudos realizados nos escombros das cidades, praticamente todas as pessoas que estavam até 1 km do centro da explosão foram mortas instantaneamente (86%). As bombas explodiram nos centros das cidades e pulverizaram escolas, escritórios, prisões, lares, igrejas e hospitais. No centro do ataque, tudo virou pó, não havia cadáveres. Mais longe do ponto zero havia corpos espalhados por toda parte, inclusive de bebês e crianças. De acordo com Peter Scowen, “Yosuke Yamahata foi enviado pelo exército japonês para fotografar Nagasaki no dia seguinte ao bombardeio. Suas fotos mostram uma cidade completamente aplainada, homogeneamente alisada. (...) Ele tirou fotos de uma mãe morrendo de envenenamento radioativo e amamentando seu bebê, também à morte; fotos de fileiras de cadáveres, pais tentando, inutilmente, cuidar das queimaduras no corpinho de seus filhos. Yamahata morreu de câncer em 1966, com 48 anos”. As vítimas da radiação apresentam febre e hemorragias arroxeadas na pele, depois surge a gangrena e o cabelo cai. Esta morte dolorosa, tão parecida com o envenenamento por gás mostarda na tortura lenta que provoca, não era coisa na qual os estadunidenses desejariam que o público se concentrasse após o lançamento das bombas, afinal, os Estados Unidos da América haviam assinado tratados em 1889 e 1907 que baniam o uso de “armas envenenadas” na guerra. Pior que isso, os Estados Unidos haviam concordado com uma resolução de 1938 da Liga das Nações que tornava ilegal o bombardeio intencional a civis. Ou seja, com os ataques de Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos simplesmente ignorou todos os tratados que haviam assinado até então.

Os verdadeiros motivos por trás do bombardeio
Os verdadeiros objetivos por trás dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki ficaram obscuros durante muito tempo. Na época foi alegada a resistência dos japoneses em aceitar rendição incondicional, já que os Estados Unidos exigia a deposição do imperador japonês e eles não aceitavam essa condição. Dwight Eisenhower, general americano que futuramente se tornaria presidente, disse que “O Japão estava buscando alguma forma de render-se com uma perda mínima de aparência (...) não era necessário golpeá-lo com aquela coisa” 2. Com a recente liberação de documentos e diários antes considerados ultra-secretos, hoje já se pode concluir documentalmente que o principal objetivo por trás dos ataques a Hiroshima e Nagasaki foi a necessidade de enviar uma mensagem clara à União Soviética, que vinha se expandindo pelo leste europeu (Polônia, Romênia, Hungria), de que os Estados Unidos tinham em mãos uma arma poderosa e que não hesitariam em utilizá-la caso fosse necessário. Ainda de acordo com Peter Scowen, “... já em 1944 os americanos haviam considerado a arma um trunfo em suas relações com Stalin e Truman acreditava que uma exibição pública da capacidade da bomba iria tornar a URSS mais manejável na Europa...”. Quanto a motivação do ataque, o próprio governo estadunidense acaba por se contradizer na hipótese de que teria sido a não rendição incondicional do Japão. No dia 10 de agosto, apenas um dia após a explosão de Nagasaki, o Japão entrega sua rendição assinada e os Estados Unidos abandonam a idéia da rendição incondicional alegando que se o imperador continuasse no poder isso permitiria uma ocupação mais ordeira pelas tropas estadunidenses.

Ironicamente, ao contrário do que desejavam os estadunidenses liderados por Harry Truman, a demonstração pública do poder da bomba atômica fez os líderes de todas as nações tremerem, mas, ao invés de ficarem sentados esperando que os Estados Unidos deixasse seu poder nuclear nas mãos da ONU, todos queriam ter tal poder nas mãos, especialmente a União Soviética que, liderada por Josef Stálin, deu início a Guerra Fria e a corrida armamentista nuclear, que só iria arrefecer praticamente 45 anos após os bombardeios, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas sob a liderança de Mikail Gorbatchev.

Notas:
1 - Citado por Peter Scowen em O Livro Negro dos Estados Unidos, p. 49
2 - Citado por Peter Scowen em O Livro Negro dos Estados Unidos, p. 51

Leia também:
A bomba atômica e a era do suicídio globalizado - Flávio Calazans

Livros relacionados ou citados no artigo:
• O Livro Negro dos Estados Unidos - PETER SCOWEN
• LIFTON, Robert Jay e MITCHELL, Greg, Hiroshima in America: A Half Century of Denial, Nova York: Avon Books, 1995.
• Revista História Viva, Ed. Duetto - Ano 2, Número 20, Junho de 2005, Pg.24

Artigo de Rogério Beier.

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Coréia do Norte e Irã. Sempre os mesmos. Até concordaria do risco, ma seria injusto na avaliação se não colocasse ai EUA e Israel. Acho estas duas nações muito mais capazes destes atos até mesmo porque a filosofia americana é atire primeiro e vê o que acontece. Também não é diferente da mentalidade de genocídio de Israel.  <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

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Pode ser' date=' mas desde hiroshima e nagazaqui os EUA não lançaram em nenhum pais, e vc me pegou nessa Israel tem armas nucleares?? eu não sabia disso.[/quote']

 

Oh se têm! E muitas é uma potência nuclear.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Adivinha de quem adquiriram esta tecnologia? E outra teve até um escândalo que eles venderam par a África do Sul, mas os EUA não estavam nem ai afinal era o gado deles.

 

 

Israel tem pelo menos 150 armas nucleares, diz Jimmy Carter<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Plantão | Publicada em 26/05/2008 às 15h01m

Reuters/Brasil Online

LONDRES (Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter disse que Israel possui pelo menos 150 armas nucleares, na primeira vez que um presidente norte-americano reconhece publicamente o arsenal atômico do Estado judaico.

Perguntado em uma entrevista coletiva durante festival literário no País de Gales no domingo sobre como um futuro presidente norte-americano deveria lidar com a ameaça nuclear iraniana, Carter colocou o risco em contexto ao listar as armas atômicas possuídas por países do mundo.

"Os Estados Unidos têm mais de 12.000 armas nucleares, a União Soviética (Rússia) tem quase a mesma coisa, A Grã-Bretanha e a França têm centenas, e Israel tem 150 ou mais. Temos uma falange enorme de armamentos, e além disso uma enorme quantidade de foguetes para lançar estes mísseis com uma precisão muito aguçada", disse Carter de acordo com uma transcrição de suas observações.

Enquanto a existência das armas nucleares de Israel é amplamente assumida, autoridades israelenses nunca a admitiram e autoridades dos Estados Unidos sempre seguiram a mesma linha.

Jimmy Carter, ganhador do prêmio Nobel da Paz, disse que Washington deveria falar diretamente com o governo de Teerã para persuadí-lo a abandonar suas ambições nucleares.

Anos de políticas dos Estados Unidos, incluindo sanções e a possibilidade de conflitos militares, não persuadiram o Irã a deixar suas ambições de produção de urânio enriquecido.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, classificou os pedidos por negociações com o presidente do Irã à conciliação com Adolf Hitler antes da Segunda Guerra Mundial.

Carter foi presidente de <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />1977 a 1981. Durante seu mandato, ele ajudou na negociação de um tratado de paz entre Israel e Egito e concluiu um acordo estratégico sobre armamentos com a União Soviética.

Plutão Orco2011-02-15 22:03:58
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A mídia com sua propaganda pró energia atômica (energia limpa) não engana quem tem senso critico. Se a energia é limpa porque eles não usam como supositório só para começar. Este argumento falacioso é irritante e absurdo. Vale lembrar que áreas contaminadas podem ser por longa data e bota longa nisto, levam centenas de anos até mesmo milhares de anos para passar o efeito no caso do URÂNIO. Imaginem isto em grandes áreas quilométricas no Japão que já tem um território pequeno.  Acho um absurdo e um desrespeito à vida humana continuar nesta insistência de defender a energia atômica como se tal energia tivesse benefícios que superam os malefícios. Os malefícios são muito piores que os benefícios a curto e longo, longo, bota longo prazo nisto ai.

 

Wikileaks: Deputado afirmou que governo japonês ocultava informações sobre acidentes nucleares

 

Japão - Reportagens

Quarta, 16 Março 2011 22:42

150311_japao_nuclearÓpera Mundi - Um despacho de 2008 da embaixada dos Estados Unidos em Tóquio revela o descontentamento e preocupação de uma importante figura política japonesa em relação à política nuclear de seu país. No documento, era informado que o governo encobria informações sobre acidentes nucleares, além de ocultar os custos e problemas associados a esse ramo da indústria.


A conversa entre Taro Kono e um grupo diplomático norte-americano teria ocorrido em outubro daquele ano, durante um jantar. O relatório, assinado pelo embaixador Thomas Schieffer, foi obtido pelo site Wikileaks e publicado pelo Guardian.

O deputado Kono, um dos principais líderes do Partido Liberal-Democrata, que governou o país de 1995 a 2009 e, portanto, estava no poder no momento do encontro, mirou suas críticas na atuação do Ministério da Economia, Comércio e Indústria, responsável pelo setor nuclear no país, e nas companhias energéticas japonesas. No documento, ele fazia forte oposição à estratégia energética e nuclear japonesa, especialmente em relação a questões como custos e segurança.

Segundo os documentos, o deputado acusou o ministério de sonegar e selecionar informações do setor a serem repassadas aos parlamentares de acordo com seu próprio interesse. No despacho, Kono também teria demonstrado grande preocupação com os resíduos de energia nuclear coletados pelas empresas, já que o Japão não possui nenhum local de armazenamento permanente dos resíduos de alto nível.

O documento indicava outra grande preocupação do deputado, que relacionou os armazenamentos temporais com a alta atividade sísmica do país, e alertava sobre a possibilidade e do risco dos materiais serem filtrados em águas subterrâneas em caso de terremoto.

O deputado teria relatado que as companhias energéticas japonesas ocultavam diversos problemas. Elas teriam desenvolvido uma técnica de combustível nuclear chamado "Mixed Oxide", usada no reprocessamento de materiais. Kono considerava esse processo extremamente oneroso: "Teria sido mais barato comprar uma montanha de urânio na Austrália".

Esse custo teria sido repassado gradualmente às tarifas dos consumidores, assegurou o deputado, o que explicaria a razão da energia no Japão ser muito mais cara do que em outros países. Perguntado sobre a influência das companhias energéticas no país, Kono assegurou que uma rede de televisão realizou uma entrevista com ele, repleta de críticas ao setor, e que seria apresentada em três partes. Mas, após o primeiro programa, ela se viu obrigada a cancelar a exibição, pois as empresas ameaçaram cancelar o patrocínio à rede.

Outra suposta crítica de Kono em relação ao ministério é que os padrões de radiação do país para importação de produtos alimentícios estão obsoletos, já que são os mesmos adotados logo após o incidente de Chernobyl, em 1986. Outros países possuem normas muito mais rígidas.

O ministério, segundo Kono, fez de tudo para derrubar a legislação que incentivava o implemento de matrizes energéticas alternativas. Ela prevê que as companhias elétricas são obrigadas a comprar eletricidade de fontes alternativas, entretanto, o percentual de compra exigido é muito baixo. As subvenções do ministério para atrair o interesse de grupos estrangeiros interessados em investir nessas fontes também seriam insuficientes.

Apesar das críticas, Kono, segundo o documento, teria dito que, "com o tempo", o Japão teria 100% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis.

 

 

Cartas de Fukushima<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Portugal - Consumo e meio natural

Quarta, 23 Março 2011 11:11

230311_obrigadoA Comuna - [Patric Figueiredo] Explosões, catástrofes e um constante ambiente de medo e de insegurança. São estas as palavras que têm atormentado milhões de japoneses devido a apostas políticas erradas, devido a um fascínio desmedido pela Energia Nuclear. Onde a segurança e o bem-estar das pessoas é atirado para segundo lugar.


Com as desgraças do Japão devemos todos reflectir um bocado.

A produção de energia a partir de centrais nucleares, é obtida através de reacções químicas e físicas entre substâncias pesadas como o plutónio e urânio. O único processo que o ser humano consegue controlar para gerar energia a partir do nuclear é a fissão. Onde átomos pesados são partidos a meio e libertam energia, havendo reacções em cadeia até que se chega ao chamado "lixo radioactivo", quando já não se justifica partir o átomo a meio, porque a energia que ele viria a libertar seria inferior à necessária para o partir. E um dos grandes problemas da produção de energia a partir do nuclear está aqui. Que fazer a este lixo?

Durante anos a aposta era o fundo dos oceanos servir como caixote do lixo. Depois virou moda construir montanhas em cima das centrais nucleares desactivadas e o lixo deixou de ser afogado para ser enterrado. Hoje o mais normal é envia-lo para o espaço. Ninguém sabe ao certo que consequências trarão esta atitude irresponsável de quase todos os países ditos desenvolvidos.

Portugal não produz energia eléctrica a partir do nuclear, simplesmente importa da Espanha, França e Alemanha. E vivemos com uma central nuclear à beira da fronteira.

Para Portugal seria errado investir no nuclear, e isto pelo seguinte: Portugal tem um dos maiores tempos de exposição e de potência de radiação solar da Europa; Tem uma grande costa marítima para investir na produção de energia a partir das ondas; E, mesmo dentro de uma lógica de mercado, tornar-se-ia contraproducente um entrar num mercado monopolizado.

Nós não precisamos e acima de tudo não queremos Nuclear em Portugal.

A extracção do urânio tem efeitos ambientais terríveis. Quando é extraído traz consigo muitas outras substâncias nefastas, que por exemplo contribuem para o efeito de estufa. Na extracção do urânio 99% das substâncias que se tiram da terra são lixo. Tal como já foi afirmado, não se sabe o que fazer com eles.

Outro problema é a segurança dos homens e mulheres que trabalham nessas minas. Não existem materiais 100% protectores de radiação, imagine-se o que é passar uma vida inteira exposto a radiação radioactiva. Ou sujeito a uma inalação constante de poeiras prejudiciais para a saúde, que provocam efeito irreversíveis.

A aposta na Energia Nuclear é injusta socialmente e irresponsável ambientalmente.

A solução para a escassez de energia deve passar pela racionalização do seu consumo e na diversificação das fontes renováveis, não na aposta de querer sempre produzir infinitamente mais e mais, para meramente corresponder às necessidades do mercado.

Tal como há 20 anos os carros gastavam 25 litros gasolina/100km hoje há carros eléctricos que, com o equivalente valor energético dos 25 litros, percorrem uns 500 ou 600 km. E esse deve ser o caminho: reduzir a quantidade de combustível que as "coisas" precisam. Apostar na certificação energética dos edifícios, apostar nos transportes públicos, apostar na reutilização de recursos, deixar o descartável. Investir na ciência e no desenvolvimento. Oferecer mais oportunidades de investigação, pois se não se tratasse de um enorme negócio, já a humanidade teria encontrado alternativas credíveis para este problema.

Porque um país desenvolvido, como um que queremos ser, tem que dizer uma coisa essencial: Nuclear, não obrigado!

Fonte: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=13631:cartas-de-fukushima&catid=48:consumo-e-meio-natural&Itemid=64

 

Quem controla as agências de controle nuclear?

 

Japão - Consumo e meio natural

Quinta, 24 Março 2011 01:00

240311_fukushimaIPS - [stephen Leahy] O setor de energia nuclear tem poucos especialistas independentes, o que coloca em xeque a transparência e a imparcialidade dos órgãos fiscalizadores.


 

Enquanto o Japão enfrenta um acidente nuclear que pode ser o pior da história, parece evidente que qualquer debate sobre a segurança da energia atômica deveria abordar a independência dos órgãos reguladores. No dia 26 de abril de 1986, vários incêndios e explosões na central nuclear ucraniana de Chernobyl liberaram material radioativo que se espalhou sobre a Europa oriental e ocidental, especialmente na própria Ucrânia, Bielorússia e Rússia, que na época eram repúblicas soviéticas.

Após 25 anos, o reator número quatro de Chernobyl continua desprendendo radioatividade apesar de estar sepultado sob uma grossa mas deteriorada cobertura de concreto armado. Estados Unidos e União Europeia tentam conseguir mais de US$ 2 bilhões para construir um sarcófago permanente que contenha a radiação. O desastre de Chernobyl costuma ser atribuído à tecnologia obsoleta e à falta de transparência característica do regime soviético.

O acidente na central japonesa de Fukushima I, operada pela Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), ocorreu em razão dos danos causados pelo terremoto de nove graus na escala Richter e ao imediato tsunami do dia 11. Porém, "a Tepco não tem os melhores antecedentes de segurança ou transparência na informação", disse Mycle Schneider, analista de políticas energéticas e nucleares radicado em Paris que trabalha habitualmente no Japão.

Em 2002, descobriu-se que a Tepco falsificava informação sobre segurança e a empresa foi obrigada a fechar seus 17 reatores, incluídos os de Fukushima I, que fica 240 quilômetros ao norte de Tóquio, Leste do país, no litoral do Pacífico. Executivos dessa empresa admitiram ter apresentado cerca de 200 relatórios técnicos com dados falsos nas duas décadas passadas. A manobra foi descoberta porque um engenheiro norte-americano que trabalhava na Tepco a divulgou, disse Mycle ao Terramérica.

Em 2007, um terremoto de 6,6 graus obrigou a Tepco a fechar os sete reatores da maior central nuclear do mundo, na costa Oeste do Japão. A usina de Kashiwazaki-Kariwa foi fechada por 21 meses para realização de reparos e testes adicionais contra terremotos. Somente quatro de seus reatores voltaram a operar. "Não existe um único lugar do Japão que não seja propenso a terremotos", disse Mycle.

Este país obtém um terço de sua eletricidade de 55 reatores nucleares, o que o coloca em terceiro lugar, depois da França, com 59, e dos Estados Unidos, com cerca de 100. O Japão não tem petróleo, gás natural, nem carvão, e é um grande consumidor de energia. O país planeja construir outros 15 reatores. Em outras instalações atômicas japonesas ocorreram falhas.

Em 2004, um acidente matou cinco trabalhadores. Em 1996, outro provocou uma chuva radioativa que alcançou os subúrbios do nordeste de Tóquio, mas houve pouca repercussão porque o governo proibiu a imprensa de divulgar a informação, disse o jornalista Yoichi Shimatsu, ex-editor do The Japan Times Weekly em um artigo publicado no The 4th Media.

Os ambientalistas japoneses protestam há muito tempo contra regulações inapropriadas e a cultura da indústria nuclear de encobrir seus erros. O problema é que as empresas do setor, como a Tepco, e as agências reguladoras do governo são "essencialmente o mesmo", afirmou ao Terramérica o presidente da não governamental Coalizão Canadense para a Responsabilidade Nuclear, Gordon Edwards. Essa situação se repete no Japão, Canadá, Estados Unidos e em outros países, acrescentou Gordon. "Há poucos especialistas nucleares independentes no mundo. Todos trabalham para a indústria, ou já trabalharam e agora são reguladores", ressaltou.

O Canadá tem uma grande indústria nuclear de propriedade estatal, com 17 reatores que fornecem 15% da eletricidade do país. O governo canadense vendeu reatores Candu a vários países, entre eles Argentina e, mais recentemente, China. As centrais nucleares do Canadá são alvo de múltiplos reparos, todos eles caros, e também de fechamento, principalmente por vazamento. Não há vítimas fatais, mas os custos com reparação chegam a milhares de milhões de dólares.

A indústria e as agências de fiscalização não têm interesse em educar o público ou os governantes, disse Gordon. "Nunca explicam que a radioatividade não é algo que se pode apagar. Não explicam que mesmo quando se fecha um reator este continua gerando enorme quantidade de calor que deve ser eliminado para impedir a fusão do combustível", destacou.

Um claro exemplo é o reator número quatro de Fukushima I, que estava fechado desde dezembro. Entretanto, o combustível já usado imerso nas piscinas de armazenamento começou a esquentar quando o sistema de refrigeração parou de funcionar por causa do terremoto. Para John Luxat, especialista em segurança nuclear da Universidade McMaster, no Canadá, os prédios de Fukushima resistiram bem, mas houve um problema com o gerador elétrico que deveria alimentar o sistema de esfriamento.

O Canadá tem uma importante reguladora, que é a Comissão Canadense de Segurança Nuclear (CNSC), encarregada de fazer cumprir as normas, disse o especialista ao Terramérica. Para dirigi-la, o governo designa especialistas da indústria e de outros setores. Toda nova norma eleva consideravelmente os custos, admitiu John, que trabalhou na indústria nuclear canadense.

"Em 2008, quando a presidente da CNSC Linda Ken tentou colocar as regulamentações canadenses em linha com os padrões internacionais, o governo a destituiu", disse ao Terramérica o analista nuclear do Greenpeace Canadá Shawn-Patrick Stensil. Uma das mudanças que ela promoveu foi ordenar o uso de geradores de apoio alimentados a óleo combustível caso houvesse falha elétrica após um terremoto, acrescentou.

"A independência da Comissão ficou comprometida com a designação de um presidente favorável à indústria nuclear", afirmou. A CNSC e a indústria se negam a divulgar seus estudos sobre segurança para uma avaliação independente, argumentando que é muito perigoso torná-los públicos, declarou Shawn-Patrick.

"A indústria sempre exagera a segurança e os benefícios, e subdeclara os custos e os riscos", disse ao Terramérica Mark Mattson, da organização não governamental Lake Ontario Waterkeeper. "É impossível conseguir que forneçam evidências que sustentem seus argumentos", afirmou.

A maioria dos reatores nucleares do Canadá está na região da Grande Toronto, no leste do país, onde vivem quase seis milhões de pessoas. N final deste mês acontecerão audiências públicas para discutir a construção de mais dois reatores, embora a decisão de construí-los já tenha sido tomada na esfera política, explicou Mark. "Na realidade, não precisamos dessa energia adicional. O único motivo para isto ir adiante é incentivar a indústria", destacou.

* * O autor é correspondente da IPS.

Fonte: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=13656:quem-controla-as-agencias-de-controle-nuclear&catid=95:consumo-e-meio-natural&Itemid=109

 

 

A energia nuclear está de volta
Por por Henrique Cortez 15/06/2006 às 00:32

 

A energia nuclear está voltando com toda a força, apoiada, inclusive, por renomados ambientalistas, a partir do simples argumento de que ela é uma energia limpa. O discurso de que a energia nuclear é "limpa", porque não emite gases estufa, é uma meia verdade e, como toda meia verdade, também é uma meia mentira.

 

 

A energia nuclear está voltando com toda a força, apoiada, inclusive, por renomados ambientalistas, a partir do simples argumento de que ela é uma energia limpa. Será realmente limpa? O discurso de que a energia nuclear é "limpa", porque não emite gases estufa, é uma meia verdade e, como toda meia verdade, também é uma meia mentira. A energia nuclear gera resíduos radioativos significativos. Após o descomissionamento de uma usina nuclear deve-se levar em conta que seus resíduos classificados como altamente radioativos permanecerão ativos por 10 mil anos. Ou seja, por 10 mil anos, estes resíduos altamente radioativos exigirão cuidados, gerenciamento, controle e segurança.

 

Ao longo de nossa história nem civilizações duraram 10 mil anos, quanto mais empresas, governos e, até mesmo, países. No famoso caso alemão, no qual as suas usinas nucleares serão fechadas ao longo de 32 anos, nada mais significa que não construirão novas usinas para substituir as que serão normalmente descomissionadas ao longo destes 32 anos.

 

O "fechamento" das usinas nucleares alemãs também é uma meia-verdade que já se transformou em mito ambientalista. Infelizmente um mito, com muito pouco de verdadeiro. A Alemanha é o maior importador de energia elétrica da França, sendo 78% como de origem nuclear. A França lança os seus rejeitos nucleares em fossas abissais, como se isto fosse uma real solução e isto não incomoda o governo alemão, a população e os verdes alemães. Ou seja, radioatividade no vizinho pode, sem qualquer problema ético ou moral. Este conceito é conhecido como nimby - abreviatura de "not in my backyard" (não no meu quintal), que descreve claramente a atitude dos alemães. No entanto, é surpreendentemente que o apoio à energia nuclear também surja dentre as fileiras ambientalistas, com notório destaque para James Lovelock, o criador da Hipótese Gaia.

 

Seus motivos merecem reparo, mas não podem ser meramente desqualificados. Seu argumento primário está na urgente necessidade de substituição das usinas termelétricas a carvão ou óleo, evidentes vilãs do aquecimento global. A maior fonte de emissão de CO2 nos EUA é a queima de combustíveis fósseis, respondendo por 97% do total, de acordo com US Climate Action Report 2002, publicado pela US Environmental Protection Agency - EPA Em 1999 aproximadamente 84% da energia consumida nos Estados Unidos era proveniente da queima de combustíveis fósseis. De 1990 a 1999 a emissão de CO2, em razão da queima de combustíveis fósseis nos EUA, aumentou à taxa média de 1,4% ao ano. De 1999 até 2005 superou a taxa de 2% ao ano. Em termos de energia elétrica isso fica mais visível se observamos a matriz de geração: Carvão 56,2 % ? Nuclear 21,0% Gás natural 9,6% Hidrelétrica 9,5% Petróleo 3,4% Outras 0,2% A geração de origem termelétrica a carvão, petróleo e gás natural é intensa emissora de CO2, além de dióxido de enxofre e oxido nitroso. Por outro lado, o consumo mundial per capita de energia elétrica, de acordo com dados de 1999, é da ordem de 2700 kWh/ano (no Brasil 1970 kWh/ano) enquanto que nos EUA o consumo per capita é da ordem de 11900 kWh/ano e continua crescendo a taxas superiores a 1% ao ano.

 

Os EUA não podem ser utilizados como modelo ou referência, porque são insustentáveis, equivalendo ao triplo da capacidade de suporte do planeta. Em termos estratégicos é importante destacar que, mantidos os níveis de consumo de 2000, os EUA possuem reservas de carvão para mais 500 anos, com custos de exploração há muito amortizados, o que facilita a compreensão de que a geração termelétrica a carvão equivale a 56,2% em sua matriz de geração. Mesmo se apenas consideramos a questão da energia elétrica e desconsideramos outras fontes de emissão de CO2 (automóveis, indústria, etc.) ainda assim podemos compreender melhor as implicações na redução da emissão.

 

Para reduzir as emissões de CO2 originadas de termelétricas a carvão e gás natural (69,2% de toda a geração) os norte-americanos teriam que reduzir a oferta de energia ou substituir estas fontes de geração, modificando o modelo de sua matriz energética. Reduzir o consumo significa impor grandes modificações culturais e sociais, com relevantes impactos na economia. O atendimento ao aumento de demanda significa aumentar a capacidade de geração, ampliando problema. Por outro lado, reduzir a oferta, racionando a energia disponível para consumo, naturalmente desarticularia a toda a economia, com sérios impactos em emprego e renda, o que traria um custo político incalculável. Substituir a geração termelétrica a carvão por outra também seria complicado.

 

Em primeiro lugar substituir pelo que? A possibilidade de expansão da geração hidrelétrica é limitada e não iria efetivamente repor o volume de geração a ser substituída. As fontes alternativas, tais como eólica e fotovoltaica, no atual estágio tecnológico, ainda não são eficientes a ponto de permitir a substituição. A única alternativa tecnicamente viável seria a intensiva utilização da energia nuclear. É este, em essência, o argumento de Lovelock - a energia nuclear é a única viável para substituir a energia termelétrica a carvão. Os Estados Unidos já operam 104 reatores nucleares, que respondem por 21% da geração. Embora não seja emissora de gases estufa a energia nuclear gera resíduos radioativos extremamente tóxicos e para os quais ainda não existe um processo realmente seguro e eficaz de armazenamento.

 

A posição de Lovelock foca a questão, essencialmente, a partir da ótica dos EUA, Canadá e Austrália, ignorando todos os demais. O criador da Hipótese Gaia esqueceu que o planeta é uno, necessitando de soluções sistêmicas. E este é o primeiro reparo. O segundo argumento é que um acidente nuclear é um risco potencial, enquanto que o aquecimento global é um fato, Este é o segundo reparo. O risco de acidentes nucleares, embora estatisticamente pequeno, não é desprezível, o que aumenta a rejeição por parte da população. E o aquecimento global é um fato amplo consenso na comunidade científica, que uma vez iniciado exigirá imediatas ações, mas, ainda assim, apresentará seus efeitos, mais ou menos severos, ao longo dos próximos dois séculos. Ou seja, não evitaremos o desastre no longo prazo, apenas podemos moderar os seus efeitos. O terceiro argumento é que os resíduos nucleares são um problema diante da atual tecnologia, mas que, no futuro, isto pode ser resolvido, transformando um passivo ambiental em ativo.

 

Pode parecer lógico, mas é apenas um exercício de futurologia, sem qualquer indicativo de que realmente venha a acontecer. Vejam, ao final do artigo, um interessante roteiro do atual estágio do gerenciamento dos resíduos nucleares. Outra questão a ser considerada é utilização militar da energia nuclear, presente desde a "inauguração" da era nuclear em Hiroshima e Nagasaki. Mesmo diante de compromissos de uso pacífico, ainda assim existe indissolúvel ligação entre a geração de energia nuclear e o controle/supervisão militar. Na prática não é possível ser pacifista e defender a energia nuclear ao mesmo tempo. Mais uma vez digo que é muito mais fácil ser ambientalista no Canadá ou na Alemanha do que no Brasil ou na África Subsaariana, principalmente quanto o discurso não precisa ser realizado. O pragmatismo de governar, como os "verdes" demonstraram na Alemanha, dispensa coerência. Nós, ambientalistas do feio, sujo e pobre terceiro mundo, estamos fazendo a nossa parte ao questionar a energia nuclear e ao defender programas sustentáveis de energias limpas e renováveis. E esperamos que os "companheiros" do lado de cima do Equador também façam a deles. Aliás, também esperamos que "companheiros" por aqui mesmo também façam.

 

Não existem soluções simples para problemas complexos e com a energia nuclear não é diferente. A defesa da energia nuclear, por Lovelock e outros, pode ser uma solução simples para conter ou melhor moderar os efeitos do aquecimento global, mas transfere para o futuro e para as futuras gerações o gerenciamento de um imenso estoque de resíduos nucleares. E transferir para o futuro e as próximas gerações a responsabilidade de nossas decisões atuais é um direito que, definitivamente, não possuímos. Henrique Cortez, [email protected] coordenador do EcoDebate www.ecodebate.com.br Lixo na Europa Além da falta de empenho do Governo e do Congresso, o Brasil não encontra uma solução definitiva para o lixo radioativo porque padece, como outros países, do efeito nimby - abreviatura de "not in my backyard", não no meu quintal. Vários estados e municípios, incluindo o Estado do Rio e a cidade de Angra dos Reis, aprovaram leis que proíbem a existência de depósitos de rejeitos nucleares em seu território.

 

O governo alemão pretende fechar as usinas nucleares num período de 32 anos e os problemas com relação ao destino final dos rejeitos radioativos até hoje não teve solução. O acordo significa o fim do uso civil da energia nuclear na Alemanha. Atualmente, a fonte nuclear representa 35% da energia consumida na Alemanha. Há 40 anos os cientistas procuram locais seguros para estocar permanentemente o lixo altamente radioativo e como não acharam é melhor parar de uma vez. A questão é tão difícil que alguns países, como a Itália e a Argentina, concluíram que não terão um local pronto antes do ano 2040. A Alemanha, o país mais otimista neste campo, espera concretizar seus planos lá pelo ano 2008. Um único depósito definitivo, para resíduos de baixa e média atividade, foi construído ainda pelo governo comunista da antiga RDA em Morsleben, Estado da Saxônia Anhalt, mas sua licença de funcionamento termina em 30.06.2000, que deverá ser extendida por mais 5 anos, quando o Ministério do Meio Ambiente tentará encontrar um depósito para os sete cilindros de aço contendo lixo de alta atividade (combustível nuclear usado), que foram depositados ilegalmente em Morsleben pela usina de Greifswald, já fechada, antes da queda do muro de Berlim. Desde outubro de 1990, Morsleben tem sido operada pela Deutsche Gesellschaft zum Bau und Betrieb von Endlagern für Abfallstoffe mbH (DBE), uma companhia que constrói e opera depósitos de rejeitos. O plano de usar uma antiga mina de ferro, o depósito de Konrad, parou na Justiça. Teria capacidade para estocar durante 40 anos. Há 20 anos, o Governo da Alemanha Ocidental encomendou pesquisa sobre um possível depósito definitivo para o lixo radioativo de todas as usinas do país numa antiga mina de sal em Gorleben, Baixa Saxônia, onde nos últimos 20 anos foram gastos 2,2 bilhões de marcos (US$ 1,12 bilhões) no projeto. Mas, depois de assumir, o chanceler Schröder, que como ecologista participou de passeatas contra a instalação do depósito de lixo radioativo no seu estado de origem, o projeto de Gorleben, norte do país, tem recebido rejeitos e nos próximos 10 anos acumulará 120 castores (cilindros fechados) provenientes da França.

 

O Ministério do Meio Ambiente iniciou a busca de um novo depósito, em mina de sal ou granito. O jornal alemão Berliner Zeitung divulgou que a França (que produz, anualmente, 2.500 Kg de lixo radioativo por trabalhador) e Alemanha negociam secretamente com a Rússia o financiamento de um depósito para resíduos de alta intensidade em Krasnoyarsk, na Sibéria. Tal projeto seria aberto ao lixo do mundo inteiro. Mais tarde os alemães recusaram a proposta da Rússia e do Casaquistão. A Rússia processa o seu lixo no combinado industrial de Mayak, nos Urais. Sem Solução Embora o lixo nuclear não esteja sendo jogado no quintal ao lado e nem num aterro sanitário, não há uma solução definitiva sobre o assunto. A questão reside no fato de que um dia haverá um acidente de vazamento e não se sabe como isto poderá comprometer o meio ambiente e as pessoas que venham a ser atingidas por essa probabilidade. As pirâmides do Egito são um bom exemplo de que se pode construir uma estrutura que sobreviva há milênios, por outro lado, não se pode prever por quanto tempo serão invioláveis. Já lançaram muita coisa no mar esperando que fosse dispersado, até que não cause problema. Minas de sal são bastante impermeáveis, mas o material é muito plástico, isto é, não suportam grande peso e alteram sua forma. Minas de granito são resistentes, mas apresentam fissuras por onde penetra a água. Os alemães desenvolveram um recipiente para transporte e armazenamento de material altamente radioativo -o CASTOR (Cask for Storage and Transport of Radioactive Material). O CASTOR tem as extremidades quadradas e o corpo cilíndrico, é fabricado de aço especial com 40 cm de espessura, diâmetro de 2,4 m e comprimento de 5,8 m e tem um sistema de sobretampas, onde o espaço é pressurizado com gás e se houver variação na pressão do gás, perceber-se-á a ocorrência de vazamento. Um CASTOR é submetido a testes rigorosos de integridade. É testado em queda livre de 9 m sobre base de concreto, 30 min sob 800 °C e choque contra um anteparo de concreto à velocidade de 120 km/h. Por fim, são estocados em Gorleben, em túneis a 860 m de profundidade. Os Estados Unidos tem colocado seus rejeitos em Yucca Mountain, após grande discussão, além de ter vários sítios com depósitos. Na Suécia, duas cidades no norte do país, Storuman and Malå, embora tenham taxas altas de desemprego, a população votou pelo banimento de tais atividades.

 

O Projeto Pangea, de um depósito mundial no interior da Austrália, também tem enfrentado críticas e não é do interesse da sociedade. No Japão, o combustível usado é reprocessado na França e no Reino Unido e depois é levado para um depósito em Rokasho, na Província de Aomori. Em 2005 deve entrar em operação outro local. A China se ofereceu ontem para solucionar os problemas que Taiwan enfrenta para depositar seu lixo nuclear, mas apenas se o país aceitar o governo dos chineses. ''Como Taiwan faz parte da China, o combustível gasto de suas usinas nucleares pode ser transferido para o continente para um pós-tratamento... contanto que Taiwan volte a sua pátria'', disse Yang Jike, o vice-presidente do Comitê de Meio Ambiente e Proteção a Recursos do Congresso chinês. A China, que está construindo três depósitos de lixo nuclear, já se negou a guardar o lixo tóxico de outros países. Os chineses têm duas usinas nucleares. Na França, onde 58 reatores produzem 80% da energia consumida, não há local para o despejo. Despejam o seu lixo em fossas abissais do Pacífico sul. Até 2006 espera-se que o Parlamento encontre uma solução para o lixo estocado na fábrica de reprocessamento de La Hague, na Bretanha. No Reino Unido também não há solução. A British Nuclear Fuels (BNFL) opera 19 usinas com seus 41 reatores e reprocessa o combustível em Sellafield. Os ingleses também jogaram lixo no mar dentro de tambores. Outra possibilidade que se apresenta para reduzir o efeito prolongado de armazenamento de resíduos é a utilização da transmutação atômica e a separação de elementos. in http://www.energiatomica.hpg.ig.com.br/lixo.html publicado em EcoDebate.com.br, 12/06/2006

 

Plutão Orco2011-03-24 16:19:42
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Legenda para tópicos do Plutão: "Eu odeio os EUA e vou acreditar em qualquer coisa que digam contra eles e negar qualquer coisa à favor".06

"Aceito até apoiar terrorismo e fundamentalistas religiosos no caminho".06

 

Eu não odeio os EUA como nação e pessoas' date=' mas sim sua política que se faz acima do bem e do mal. Até mesmo porque consumo como todo mundo muito da cultura e produtos de lá, seria até hipocrisia. Em contra partida sua hegemonia não faz deles senhores do mundo, o planeta é muito mais antigo do que EUA e vai estar aqui depois deles, a natureza e nações precisam de um equilíbrio e não de um desestabilizador de harmonias. Assim tem se comportado os EUA por décadas, criando guerras de seu interresse e ao longo prazo gerando futuros problemas não só para ele, mas para o mundo.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

E onde você viu que eu apoio fundamentalistas religiosos? Apenas aponto para o juízo de valores equivocado que em muitos casos, não é a religião o problema de ações extremas e sim um dos fatores. Logo buscar soluções brutais para ações brutais oprimindo ainda mais a população em guetos não vais solucionar o problema e sim criar novos e piores. Será que uma grande parcela de pessoas com boa rendas e empregos e suas famílias bem de vida  ficariam ai querendo destruir o mundo ocidental? Pense! Pense!

 

Para aqueles idiotas que defendem a guerra no mundo feita pelos EUA. Daqui a pouco vão provar urânio um pouco do próprio veneno, tudo graças ao país com os líderes mais peçonhentos do mundo.  Arquitetos da própria destruição, os EUA. Vejam a reportagem a baixo. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

Líbia - Reportagens

Domingo, 27 Março 2011 03:00

270311_uranioStop the War Coalition - [David Wilson, Tradução de Diário Liberdade'] "Os mísseis que levam pontas dotadas de urânio empobrecido se ajustam com perfeição à descrição de bomba suja... Eu diria que é a arma perfeita para assassinar montões de pessoas." Marion Falk, especialista em física química (aposentada), Laboratório Lawrence Livermore, Califórnia, EUA.


 

Nas primeiras 24 horas do ataque contra a Líbia, os B-2 dos EUA despejaram 45 bombas de 2000 libras de peso cada uma [algo menos que 1000 quilos]. Estas enormes bombas, junto com os mísseis Cruise lançados desde aviões e barcos britânicos e franceses, continham ogivas de urânio empobrecido.

O Urânio Empobrecido é o produto de resíduos do processo de enriquecimento de urânio. Utiliza-se nas armas e reatores nucleares. Devido ser uma substância muito pesada, 1,7 mais densa que o chumbo, é muito valorizado no exército por sua capacidade para atravessar veículos blindados e edifícios. Quando uma arma que leva uma ponta de urânio empobrecido golpeia um objeto sólido, como uma parte de um tanque, penetra através dele e depois explode formando uma nuvem candente de vapor. O vapor se assenta como poeira, uma poeira que não só é venenosa, mas também radioativa.

Um míssil com urânio empobrecido quando impacta queima a 10.000ºC. Quando alcança um objetivo, os 30% se fragmenta em estilhaços. Os 70% restantes se evaporam em três óxidos altamente tóxicos, inclusive o óxido de urânio. Esta poeira negra permanece suspensa no ar, e dependendo do vento e do clima, pode viajar sobre grandes distâncias. Se vocês pensam que o Iraque e a Líbia estão muito longe, lembrem-se que a radiação de Chernobyl chegou até o País de Gales no Reino Unido. É muito fácil inalar partículas de menos de 5 mícrons de diâmetro, que podem permanecer nos pulmões ou em outros órgãos durante anos. Esse urânio empobrecido inalado pode causar danos renais, cânceres de pulmão e ossos, transtornos na pele, transtornos neurocognitivos, danos cromossômicos, síndromes de imunodeficiência e estranhas enfermidades renais e intestinais. As mulheres grávidas que forem expostas ao urânio empobrecido podem dar luz a bebês com defeitos genéticos. Uma vez que a poeira se vaporiza, não cabe esperar que o problema possa desaparecer prontamente. Como emissor de partículas alfa, o Urânio Empobrecido tem uma vida média de 4 bilhões e 500 milhões de anos.

No ataque da operação "comoção e pavor" contra o Iraque, foram despejadas, só em Bagdá, 1.500 bombas e mísseis. Seymour Hersh afirmou que só a Terceira Frota de Aviação dos Fuzileiros dos EUA despejou mais de "500 mil toneladas de munição". E tudo isso levava pontas de urânio empobrecido.

Al-Jazeera informou que as forças invasoras estadunidenses dispararam 200 toneladas de material radioativo contra edifícios, casas, ruas e jardins de Bagdá. Um jornalista do Christian Sciente Monitor levou um contador Geiger até zonas da cidade que haviam sofrido uma dura chuva de artilharia das tropas estadunidenses. Encontrou níveis de radiação entre 1.000 a 1.900 vezes acima do normal em zonas residenciais. Com uma população de 26 milhões de habitantes, isso significa que os EUA despejaram uma bomba de uma tonelada para cada 52 cidadãos iraquianos, o que significa dizer, cerca de 20 quilos de explosivo por pessoa.

William Hague [secretário de Estado de Assuntos Externos britânico] disse que iríamos à Líbia "para proteger os civis e as zonas habitadas por civis". Vocês não tem que olhar muito longe para ver a quem e o quê está se "protegendo".

Nas primeiras 24 horas, os "Aliados gastaram" 100 milhões de libras esterlinas em munição dotada de ponta de urânio empobrecido. Um informe sobre controle de armamento realizado na União Europeia afirmava que seus Estados membros concederam em 2009 licenças para a venda de armas e sistemas de armamento à Líbia pelo valor de 333.657 milhões de euro. Grã-Bretanha concedeu licenças às empresas de armamento para a venda de armas à Líbia no valor de 24.700 milhões de euro e o Coronel Kadafi pagou também para que se enviasse às SAS [sigla em inglês para Serviço Especial Aéreo] para treinar sua 32ª Brigada.

Aposto que nos próximos 4 bilhões e 500 milhões de anos William Hague não vai ir de férias ao Norte da África.

 

Traduzido para Rebelión por Sinfo Fernández 

Traduzido para Diário Liberdade por Lucas Morais

 

Plutão Orco2011-03-29 02:31:43
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