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Tensor
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Não é de hoje que os filmes de guerra caíram num lugar-comum, seja pelas exibições de um patriotismo descabido ou pelas épicas contemplações sobre as futilidades da batalha. Recentemente, o controverso “Dunkirk” (de Christopher Nolan) elevou o gênero a um novo patamar de urgência e imersão. E agora, no filme “1917” (2019), o diretor Sam Mendes não apenas se inspira nessa fresca abordagem como a amplifica nos quesitos de intensidade e alma.

A história se passa na Primeira Guerra Mundial, na qual os soldados britânicos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) precisam atravessar o território inimigo para levar um aviso sobre uma armadilha a um enorme grupo de soldados. Aqui, a boa e velha “corrida contra o tempo” ganha um ar de proximidade e perigo iminente graças à acertadíssima opção do diretor em idealizar tudo como um longo e angustiante plano-sequência. Muito além do mero exercício de estilo, o roteiro é hábil, bem construído, e equilibrado entre a ação incansável e os quase sombrios momentos de “respiro”.

Os personagens são realistas e estabelecem uma bela simbiose no meio do caos, sendo possível entende-los com o pouco que nos é apresentado. Os jovens soldados interpretados com competência por MacKay e Chapman se destacam em uma provação que parece ter durado anos e anos... numa narrativa que engloba aproximadamente um exaustivo dia. Já os veteranos Colin Firth, Mark Strong e Benedict Cumberbatch fazem papéis menores que se tornam marcantes no sentido de transmitir nas entrelinhas o cansaço e frieza adquiridos após uma longa experiência com a guerra.

Além da excepcional fotografia e da incisiva trilha sonora, as várias cenas de ação podem nos causar arrepios legítimos. Destaco a tensão claustrofóbica de um momento que se passa num abandonado refúgio subterrâneo, os desdobramentos ocorridos em uma cidade destruída que é quase a representação do inferno, e a já memorável sequência na qual um soldado desarmado precisa correr pelo centro de uma batalha em andamento. Daria um capítulo à parte a análise de elementos e até reviravoltas que ficam de fora do nosso campo de visão...

“1917” não é um filme para quem prefere os velhos padrões grandiosos e melodramáticos dos antigos clássicos de guerra. Essa é uma história de abordagem quase íntima, sobre o que mais importa em uma guerra que não leva a humanidade a lugar algum: a mera sobrevivência do indivíduo e de suas memórias, em meio a um horror que é efêmero e cíclico ao mesmo tempo. Sam Mendes não mediu esforços para entregar uma obra que também possa sobreviver ao teste do tempo, e acertou o tiro em cheio!

Nota: 10

1917-cartaz.jpg

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Forte candidato ao Oscar de  Melhor Curta de Ficção, "Brotherhood" se passa na Tunísia rural, lugar em que muitos homens jovens têm sido recrutados para o exército do ISIS, a contragosto das famílias - já quem o povo da Tunísia nem é tão religioso assim, como no resto do mundo árabe - mas é uma forma fácil de ganhar dinheiro, por meio do mercenarismo.

A diretora Meryam Joobeur, passando de automóvel pela região, se deparou com dois irmãos na estrada, cortando uma ovelha, e pediu para tirar uma foto deles. Que recusaram. Com o rosto marcante dos rapazes - completamente sarapintados - na cabeça, e a temática política muito clara em sua mente,  ela escreveu um roteiro - um drama familiar, que pergunta-se sobre como se dá a volta para casa depois do conflito na Síria -  que vem chamando a atenção no mundo todo. Voltou à região e fez o filme, não só com os dois irmãos mais velhos vistos na estrada, mas com o irmãozinho caçula deles. 

Magistralmente fotografado, muito bem atuado, e uma dose grande de tristeza. Contei o background, pois acho que o contexto faz a admiração pelo filme crescer ainda mais.

Gostei muito.

25 minutos.

Mohamed Grayaâ in Brotherhood (2018)

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Muito cotado na bolsa de apostas para ser um dos 5 finalistas ao Oscar de Curta de Animação, "Sister" narra a chatice que é ter uma irmã caçula sob a ótica de um menino chinês, durante os anos 1990, vale lembrar - ainda na vigência da Política do Filho Único.

O roteiro para mim foi bastante previsível, embora veja comentários manifestando surpresa. Mas a técnica de animação empregada da diretora Siqi Song chama a atenção. É como se os personagens e a maior parte dos objetos fossem feitos de felpo cinza, metaforicamente, uma memória sem cor.

O que impressiona é que, segundo entendi, ela ainda era estudante quando lançou o curta.

8 minutos.

Sister (2018)

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Feita por estudantes franceses, "Hors Piste" conta a história de um resgate em uma pista de esqui desativada. Na contramão dos outros concorrentes à Melhor Curta de Animação, essa é uma animação assumidamente de comédia, uma bobajada deliciosa, no melhor estilo Papa-Léguas. Dei boas risadas.

Além de um visual bastante pop, conta com uma trilha sonora excelente, lembrando um video-game, que dá muita dinamicidade à comédia.

6 minutos.

Adorei.

Hors piste (2019)

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Impulsionado pela leitura da biografia de Susan Sontag, me vi obrigado a assistir a "Flaming Creatures"/ Criaturas Flamejantes, filme experimental de Jack Smith. Ensina o livro de Benjamin Moser que apesar de sua duração de 43 minutos, e orçamento de 300 dólares, o filme criou um verdadeiro alvoroço pelos Estados Unidos de 1963. É que um senador racista e conservador, apoiado por um grupo católico antipornografia chamado curiosamente "Cidadãos em Defesa da Literatura Decente"( Não há erros, né?, passam-se décadas e décadas, mudam-se os países, e os envolvidos são sempre os mesmos. Penso, claro no episódio "Porta dos Fundos"), fez campanha contra a exibição do filme (que acabou proibido em 22 estados norte-americanos, e 4 países).

O crítico Jonas Mekas, "acusado de exibir um filme obscenado", foi preso diversas vezes, toda vez que fazia alguma exibição clandestina. Susan Sontag, no início de 1964, resenhou o filme, conclamando mais ou menos assim: "A única coisa a ser lamentada quanto aos closes de pênis flácidos e seios balançantes, às tomadas de masturbação e sexo oral (...) é que eles tornam difícil simplesmente falar sobre esse filme notável; é preciso defendê-lo". Inclusive em juízo. Sontag foi testemunha, no processo, tendo que discutir o que é ou não pornografia. A história acabou sendo benéfica para a carreira de Smith, para seu lugar na história do cinema, mas acabou sendo triste para outros envolvidos: o crítico Mekas, o projecionista, e mais uma mulher, foram condenados em primeira instância (sempre há um juíz obtuso de plantão, também).

Por que Susan, à época, gostou tanto do filme, a ponto de considerá-lo "um exemplo triunfante de uma concepção estética do mundo"? Por que o filme era o mundo como "camp", o famoso termo que ela criaria em 1964, em seu famossíssimo artigo "Notas sobre o Camp", reunido no livro de ensaios "Contra a Interpretação" (no qual também há um artigo específico sobre o filme). Este filme, em uma frase, é contra a interpretação. O julgamento hierárquico fica solapado pela sensibilidade "camp", que, homenageando Oscar Wilde, celebra a equivalência de todos os objetos, o que, por si só, é um ataque à autoridade crítica, libertando a cultura de ser algo apenas "sério", de irredutível retidão. É fácil entender o conceito pelo contrário: Bolsonaro não é camp. Elke Maravilha é camp. Michel Temmer não é camp. Ângela Rô Rô é camp. "Flaming Creatures" assim se inscreve como marco do cinema underground ( influenciando o cinema de John Waters) como escora do Movimento Hippie, da Psicodelia, como escora da Revolução Sexual. "Flaming Creatures" é camp.

Assimilado o contexto, fui ver o filme. Infelizmente, sua única cópía está muito mal conservada, pois foi filmada com uma câmera antiga já para a época. Não há propriamente um enredo. São apenas travestis, homens, mulheres, dançando, se enfeitando, fazendo caras e bocas narcísicas, passando batom por vários minutos, como também se masturbando, se lambendo, mostrando as axilas cabeludas, até que são - pelo que entendi - atacados por "vampiros", e ocorre um "estupro" coletivo. É mais ou menos isso, desculpe aí se entendi mal, Jack Smith! Tudo isso ao som de jazz, árias dramáticas, música japonesa, e Rock ( A bem dizer, a trilha sonora ajuda na compreensão, pois alguns desses estilos, como o jazz e o rock, também foram marginais), que marcam uma "passagem de tempo". Quando entra a música japonesa, há na tela duas explosões, como se fossem as bombas nucleares, talvez? Enfim, a câmera gira sobre o eixo a todo momento, filmando de cima para baixo, deixando a ação no centro da tela, às vezes cortando para closes de bocas, mamilos, seios, e escrotos murchos. É isso a sua cara. Uma cara representativa do camp. O seu caráter, como diz Susan, é contra a interpretação.

Um filme libertador sobre uma era que estava começando, também ela, a se libertar. 

 

Flaming Creatures (1963)

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voltando de viagem...?

Extra Ordinary é uma simpática e divertida comédia de terror irlandesa que é o que o medonho remake dos Caça Fantasmas quis ser e não foi. É um filme simples com pegada setentista, tanto na estética como no geral, e as interpretações estão corretas. Tem até um gorezinho básico, bem-vindo. A atriz gordinha dá um banho na Melissa Macarthy, em naturalidade e espontaneidade. 9-10

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Mokalik é uma pérola africana que se passa no microuniverso duma oficina mecânica, bem legal, retratando as diferenças sociais nigerianas de forma brutal. Com personagem bizarros porém críveis, os atores (se é que são mesmo) parecem representar eles mesmos dada a naturalidade da performance. Se passar ileso pelos 20 primeiros minutos sacais, o resto é muito bem vindo. 8,5-10

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The Wolf Hour é um thriller dramático que parece complemento (ou spin-off) de O Verão de Sam, do Spike Lee. É um filme de um ambiente só, poucos personagens e claustrofóbico, dada a agorafobia da personagem principal. Aliás, o mistério em questão é bem tocado e a performance da Naomi Watts é show de bola. Com homenagens até a Janela Indiscreta, este filme parece um filme B dos bons. 8,5-10

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The Tale é um bom drama sobre abuso e assédio, tema ja visto trocentas vezes, mas aqui o formato com que tudo é mostrado faz diferença. Não linear e com pistas aleatórias, mescla de ficção e não ficção, além da ótima performance da Laura Dern, é um filme simples que pode ser pesado (e é) nalguns momentos pontuais. Em tempo, eu curti com ressalvas mas minha muié adorouuuu. 8-10

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The White Crow é uma produção britânica interessante sobre a vida do bailarino Nureyev, que desconhecia. Espécie de Cisne Negro e Sol da Meia Noite bem mais politizado, o filme é bem atuado principalmente pelo personagem título e bem feitinho. Tem altos e baixos, mas a meia hora final é emocionante. Pra quem gosta de ballet e pra quem gosta de uma boa história sobre a guerra fria. Raph Fiennes mandando bem na direção.  8,5-10

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On 1/13/2020 at 9:40 AM, Jorge Soto said:

The Tale é um bom drama sobre abuso e assédio, tema ja visto trocentas vezes, mas aqui o formato com que tudo é mostrado faz diferença. Não linear e com pistas aleatórias, mescla de ficção e não ficção, além da ótima performance da Laura Dern, é um filme simples que pode ser pesado (e é) nalguns momentos pontuais. Em tempo, eu curti com ressalvas mas minha muié adorouuuu. 8-10

A cena do banheiro por si só já justificaria as várias indicações que a Laura teve nos prêmios de Tevê, Globo de Ouro e Emmy incluídos. Deem o Oscar pra essa mulher!!!

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Indicado hoje ao Oscar de Melhor Curta de Documentário, "Walk Run Cha-Cha" é, nada mais nada menos, do que uma história de amor. Conta a vida de dois vietnamitas, refugiados nos Estados Unidos, que fugiram da repressão comunista (onde nem festas particulares eram permitidas, e as pessoas dançavam escondido). Eles  tiveram que viver alguns anos separados, e depois se reencontraram na América. A juventude perdida, melhor dizendo, a pausa no amor, é descontada agora na idade madura, e, em especial, eles podem dançar de novo, livremente. O final é meloso, romântico, brega...e...vou dizer...funciona! Funciona muito.

Como documentário, não há nada de mais. Mas o final é encantador.

Indicação promovida pelo lobby do The New York Times.

Laura Nix, diretora, primeira indicação.

20 minutos.

Walk Run Cha-Cha (2019)

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Olha a Netflix aí emplacando mais uma indicação ao Oscar com docs sombrios envolvendo doença. Parece uma fórmula.

Em "Life Overtakes Me", indicado hoje em Curta de Documentário, acompanhamos a espantosa Síndrome de Resignação, que vem acometendo centenas de crianças na Suécia. Precisamente, crianças vindas da Rússia, ou dos Balcãs, de famílias refugiadas, com passado de muito stress psicológico, com vivência de indescritível violência.  Em um belo dia, elas simplesmente adormecem. E não acordam. Meses e meses dormindo.

Como arte de documentário, não me disse nada. Mas entendo que muitas vezes, o recorte subjetivo, é dizer, o "tema" torna-se o grande achado. Daí tudo vira uma questão de "importância". Nos últimos anos, tenho reclamado a mesma coisa das produções de documentário da Netflix: falta informação. Fiquei com inúmeras dúvidas. Todo ano eu escrevo isso. Será que é uma tendência de roteiro deixar o espectador cheio de perguntas? Basta mostrar a vivência, a experiência?

Segunda indicação para a diretora sueca Kristine Samuelson (indicada em 1976) e primeira indicação para o codiretor John Haptas.

Não gostei muito.

39 minutos.

 

Life Overtakes Me (2019)

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  • Administrators

American Factory

O documentário produzido por Michelle e Barak Obama fala a respeito de uma fábrica da GM que fecha as portas deixando milhares de psssoas desempregadas..em contrapartida chega uma empresa chinesa e abre uma fábrica no mesmo lugar da GM..uma fábrica de vidros para carros...o doc mostra o choque cultural entre chineses e americanos...enquanto americanos ficam chocados como os chines não param de trabalhar e são com robôs os chineses reclamam que os americanos são lentos e tem os dedos gordos...nno começo tudo foi promessa de um novo emprego mas passado alguns meses o choque cultural cria algumas dificuldades para os dois lados...muito bom.

220px-American_Factory_poster.jpg

 

 

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Vamos ter que mandar a Petra Costa para a Coreia do Sul. É que nesse Oscar 2020 temos dois casos de documentários registrando impeachments de "injustiçadas" presidentAs!

"In The Absence" é um fortíssimo concorrente a Melhor Curta de Documentário, a respeito de um naufrágio ocorrido na Coreia do Sul em  abril de 2014, quando centenas de estudantes perderam a vida, 304 pra ser exato, por completa inapetência, omissão, desleixo, das autoridades. É revoltante!  Como era de se esperar, os civis fizeram mais do que as autoridades náuticas da Coreia do Sul, que, literalmente, só ficaram vendo o barco afundar. Descobrimos que, enquanto a tragédia acontecia, a então Presidente ficou dor-min-do!

O mini doc mostra imagens inéditas do sinistro, imagens do posterior julgamento dos servidores públicos, depoimentos das famílias dasa vítimas e dos poucos mergulhadores, enfim, é bem completo. Mostra também a população comemorando o resultado da Corte do país decretando a perda do mandato. Mostra, também - achei curioso - algumas defesas - "Ela não sabia"; "se tem outro funcionário  no lugar, ela pode cabular". Enfim, tem sempre alguém pra defender os políticos de merda, e seus mal feitos.

Vamos mandar a Petra Costa pra lá.

Seung Jun-Yi , primeira indicação. Acho que vai ganhar! Só deu Coreia neste ano!

28 minutos.

 

Imagem relacionada

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Lamentavelmente, a categoria de Curta de Animação está dominada pelos grandes estúdios. Como toda a Academia escolhe os vencedores, sem precisar provar que viu todos, os mais "indies" ficam esquecidos. Mas qualquer pessoa que conseguir ver "Mémorable" do diretor francês Bruno Collet, em sua primeira indicação, ficará de queixo caído. É um absurdo de ma- ra-vi-lho-so! 

Feito no sempre fascinante Stop Motion, especialidade do diretor, o doc conta a história de um casal de idosos, um deles, pintor, lutando contra o Alzheimer (um tema que também foi lembrado no ano passado, nessa categoria, com o belo "Late Afternoon"). As confusões mentais típicas da doença são equiparadas a borrões, ou camadas grosseiras de tinta. É comovente ver o personagem espalhando lembretes pela casa, mostrando que um abajour serve para iluminar, por exemplo ( Me lembrou aquela passagem maravilhosa de "Cem anos de Solidão" em que os Buendía, acometidos pela peste do Esquecimento,  colam um lembrete nas vacas e escrevem  "servem para dar leite").

O melhor momento, entretando, é quando tudo se desintegra.

Inesquecível!

12 minutos. Visto em francês, no VIMEO. Infelizmente, ainda sem legendas em inglês ou português.

Mémorable (2019)

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Snatchers é uma divertido scy-fy que parece ter sido feito nos anos 80, dada a sua estética e plot basicão, que nada mais é uma metáfora ao medo da gravidez precoce e critica feroz ao aborto. Com referências a Nasce um Monstro e Invasores de Corpos, o elenco manda bem na sua canastrice sob medida. Bem feitinho, só nos finalmentes decai de ritmo, mas dá pra ver de boa e dar altas risadas. 8,5-10

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Malevolence 3 é o melancólico fecho da trilogia começada pelo razoável Malevolence (2004) e continuada no bem melhor Bereavement (2010). Aqui parece tudo genérico e feito as pressas, e ainda por cima não tem a gostosona da Alexandra Daddario, final girl do anterior. Resumindo, é um slasher fraco até pra quem é fã do gênero pois ainda por cima o gore é comedido. Isso que dá o diretor acumular quase todas as funções técnicas...so faltou interpretar todas as personagens. 6-10

Resultado de imagem para malevolence 3 killer 2018 poster


Jirga é um bom drama de guerra australiano com forte carga emocional e que resumidamente trata de perdão e exorcismo de demônios internos. Em formato de road movie, é visualmente linda mesmo com seu plot (e moral) bem simplório. As interpretações estão ok, dentro do esperado, ainda mais que a maioria do pessoal é afegão nativo...deve ter sido difícil filmar sem levar tiro ou pisar numa mina. 8-10

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"Wild Rose" quase entrou para o Oscar nos 5 de Canção. Mas poderia ter entrado. "Glasgow (No Place like Home)" não é grande coisa, mas é melhor do que algumas ali. Só é executada no final do filme.

A direção é de Tom Harper que fez "The Aeronauts" em 2019. Os dois filmes guardam o mesmo perigo: mais um diretorzinho inglês, sem nada para dizer, sem voz, mas que é abraçado pelo "meio", e recebe uns elogios exagerados. Parace um novo Tom Hooper. Vamos ficar de olho, traçar uma linha de cal em torno desse nome.

Ainda no negativo, "Wild Rose" tem um roteiro canhestro e já visto milhares de vezes, com uma "lição de moral", no mínimo, estranha. 

A atriz Jessie Buckley tem talento, tem uma voz bonita e tudo, mas ser indicada no BAFTA? Achei exagerado também.

Só gostei de rever Sophie Okonedo - Como esquecer dela em "Hotel Ruanda"? Impossível.

 

Jessie Buckley in Wild Rose (2018)

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Não sei se vocês têm problema com aquelas pessoas que quando querem criticar algo falam apenas: "Superestimado". Tenho vontade de dar um cascudo na pessoa e mandar ela pensar! Porque esse julgamento sintético não quer dizer absolutamente nada sobre o objeto, e sim sobre a expectativa do julgador.

Mas, esse "Dcera" (Daughter), indicado ao Oscar em Curta de Animação, me dá vontade de falar apenas essa palavra. É um Stop Motion que ficou tão abaixo das minhas expectativas...As pessoas falam "é maravilhoso", "é isso", "é aquilo"...Só porque é em Stop Motion! Ah, para! 

É a história de um pai e uma filha, em seus momentos de despedidas e últimas lembranças, ou melhores lembranças, ou doídas lembranças. Não há diálogos. Bonito e melancólico, filmado muito perto dos modelos, o que é um pouco óbvio, e chato, e pobre, mas, admito, a diretora theca, Daria Kashcheeva, conseguiu emular bastantes movimentos curiosos, como a subida correndo de uma escada, ou o atravessamento por uma janela.

Mas nada de mais. Puro humanismo sentimental.

15 minutos.

Tendo visto todos, com dor no coração por "Kttbull", mas votaria em "Mémorable".

Dcera (2019)

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"Une Soeur"/A Sister/ Uma irmã. Candidata ao Oscar de Curta Live Action, essa produção francesa fala alto às mulheres. Uma mulher em perigo simula uma conversa com sua irmã, que, na verdade, é uma policial. Fica clara a importância desses números de proteção especializados, creio eu, pois no departamento de ajuda não vemos o clima típico de polícia "in generis". 

Fora o tratamento do tema pelo roteiro (também da diretora), o curta é muitíssimo bem montado, com tensão crescente, de ambos os lados. Além disso, a atriz que faz a polical está tremenda.

Gostei muito. Pode ser passado em diversos países pois a mensagem é poderosa.

Delphine Girard, primeira indicação.

16 minutos.

Visto em francês.

Une soeur (2018)

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Jumanji Next Level é a razoável sequência do simpático reboot de dois anos atrás. Aqui praticamente repetem toda a fórmula e elevam tudo á enéssima potência, entopem com mais personagens e bagunçam a mitologia estabelecida. É legal, mas fiquei com a mesma sensação de Zumbiland 2 ou Kingsman 2, de que faltou algo de original que o primeiro tinha. Resta apreciar o bom reparto técnico e se deliciar em ver os veteranos Danny de Vito e Danny Glover engolir facilmente o elenco principal com suas performances. Tomara que o próximo filme feche com dignidade a franquia. 8-10

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Them That Follow é um bom thriller dramático sobre formação juvenil numa sociedade opressora (religiosa, no caso). O clima deste indie é tenso e tem momentos bem sufocantes, principalmente na moral implícita do simbolismo da cobra. A cena da amputação é bem nervosa.. É um Handmaid Tale mais hardcore, porém bem melhor atuado por atores desconhecidos. Dá pra assistir de boa, a despeito do desfecho meio que previsível. 8-10

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5 Galaxies é mais uma fraca antologia scy-fy, tipo Creepshow ou V/H/S, que aqui no caso o tema é o avanço tecnológico, o medo do futuro, etc. Como qualquer coletânea tem altos e baixos, curtas que destoam do resto. O problema não é a qualidade técnica e sim que boa parte deles termina assim, do nada, sensação de coito interrompido. Creio que os melhorzinhos são aquele protagonizado pela Mantis (de Guardioes da Galaxia) e o Eric Roberts. A intenção é boa, mas isso Black Mirror faz bem melhor.  PS: o filme também esta sendo divulgado com outro nome, A.I. Tales. 7-10

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Dois filmes policiais sobre investigadores obcecados e paranoicos:

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Vicent Cassel está ótimo como delegado decadente. Uma pena que seu antagonista entregue uma performance um tanto caricata demais, mas nada que prejudique muito. A fita tem um final bem bacana. Cotação: Bom. Assistido no Telecine Cult.

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Direção classuda no geral (embora algumas sequencias tenham me incomodado um pouco) e Darin...sendo...Darin (com direito a muitos "closes" nos olhos)...o que eu, particularmente, gosto bastante. Cotação: Bom. Assistido no Canal Brasil.

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7 minutes ago, frossit said:

Dois filmes policiais sobre investigadores obcecados e paranoicos:

Desse naipe assista a trilogia sueca Departamento Q: O Guardião das Causas Perdidas (2013), O Ausente (2014) e Uma Conspiração de Fé (2016), bem legais nesse mesmo esquema de thriller investigativo. A diferença é a pegada européia de dupla policial, no caso, um viking e um árabe. Tem outro, Jornal 64 (2018), que complementa e serve como cereja de bolo.

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"Breakthrough", no Brasil, "Superação: O Milagre da Fé" é um filme religioso, que conta a história real de um adolescente que, brincando com amigos em um lago congelado, teve o azar do gelo se romper logo abaixo dele. Resgatado - milagrosamente, ou habilmente - pelos bombeiros, após 15 minutos sem oxigênio; irá para um hospital no qual será dado como morto. Sua mãe, extremamente religiosa, pede interseção divina e...seu filho dá um pequeno sinal de vida. Seguirá então a luta entre o pessimismo cientíco e o otimismo da fé.

Bom, se tem algo válido na experiência de um ateu assistir a um filme assim (de certo não foi me converter) é conferir mais uma vez a força da sociedade civil americana. Como eles têm um senso de pertencimento social. Escola, família, Igreja, instituições civis, todos colaboram uns com os outros. Formam grupos disso, grupos daquilo; grupos mirim disso; grupo sêniors daquilo, as experiências de vida são trocadas...Acho fascinante. Aqui no Brasil, em geral, todo mundo se detesta; ou desconfia um do outro.

A canção indicada ao Oscar "I`m Standing With You" é a décima primeira indicação da compositora Diane Warren, a terceira seguida, a quinta em 6 anos. Impressionante! Fico mortificado por ela, pois se tem alguém na Academia que deseja ganhar uma estatueta é ela.  A canção é bonita, mas muito feita no automático. Um gospel grandiloquente, interpretado pela protagonista do filme, a atriz Chrissy Metz, nos créditos finais. Já disse aqui que não valorizo muito canções assim; prefiro as que estejam dentro da narrativa.

Diane Warren não mereceria ganhar por esse trabalho, mas, pela carreira, talvez eu pensasse nela. É hora!

Topher Grace, Dennis Haysbert, Josh Lucas, Mike Colter, Chrissy Metz, and Marcel Ruiz in Breakthrough (2019)

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"Saria" concorre ao Oscar na categoria de Melhor Curta de Ficção. Foi dirigido pelo consagrado Bryan Buckley, diretor de comerciais do Super Bowl americano, ganhador de inúmeros prêmios de Propaganda ao redor do mundo, e um prévio indicado ao Oscar (em 2013, pelo lindíssimo "Asad". Agora volta a sê-lo também com um curta intitulado com um nome só). 

Como fato histórico não é Spoiler, posso contar que o curta recria o trágico incêndio em um orfanato superlotado da Guatemala, no ano de 2017. Centrado no relacionamento entre duas irmãs, o filme revela como lá era um local de violência institucionalizada, do qual os residentes tentavam - com maior ou menor êxito - fugir, ou pelo menos protestar contra a situação social.

É muitíssimo bem dirigido. Até o minuto 10 eu não estava gostando, mas já estava admirado pelos enquadramentos, pela Fotografia, pela impecável produção. Do minuto 10 em diante, eu passei a realmente gostar e torcer pelas meninas. 

Sem chance.

Gostei bastante.

23 minutos.

Visto no VIMEO, tem legendas em inglês.

Tendo visto todos os concorrentes da categoria, todos ótimos e dignos merecedores, meu voto seria em "Brotherhood".

Saria (2019)

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