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DESENROLA - 7/10 - "Desenrola" é uma produção nacional que explora o universo adolescente com bom humor sem se tornar totalmente um besteirol no estilo "American Pie", mas que possui carisma e sensibilidade suficientes para defender suas poucas e boas idéias. O jovem e desconhecido elenco é ótimo com destaque para Olivia Torres e Lucas Salles. Esse é provavelmente o maior mérito do filme, o trabalho que a diretora Rosane Svartmann juntamente com o preparador de elenco realiza com os jovens talentos. Olivia, por exemplo, consegue conduzir sua personagem com doçura e leveza ao longo de todo o filme assim como Lucas que personifica um jovem levemente engraçado e tímido. O roteiro de Juliana Lins consegue na maior parte do tempo emprestar diálogos aos personagens condizentes com o universo adolescente, alguns são visivelmente espirituosos, poucos se mostram caricatos demais. Ainda assim ela pinta este universo com cores leves e suaves e até mesmo quando tenta explorar a gravidez na adolescência, esse conflito é rapidamente resolvido sem muito drama ou esforço. Da mesma forma é o conflito principal da garota "patinho feio" que se apaixona pelo surfista em que a rejeição não ganha grandes contornos dramáticos. As participações especiais envolvendo atores mais famosos revezam entre o aceitável, no caso de Marcelo Novaes, Leticia Spiller e, especialmente, Kayky Brito, mas outras são dispensáveis, como Juliana Paes e Pedro Bial. Um filme leve, suave, autêntico, que evita se tornar excessivamente bobo e infantil como as séries "Malhação" da vida e consegue ter charme e carisma próprio. Muito em função dos jovens nomes de seu elenco. Thiago Lucio2011-08-06 11:42:25
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American Pie - Tocando a Maior Zona (American Pie Presents Band Camp, 2005) - pois é, estava passando ontem na Fox, e eu acho que tava com overdose de filmes clássicos e cult no organismo, pq me deu vontade de ver esse. É totalmente simplista e unidimensional, mas em momento algum tenta se levar a sério, e por isso, se não agrada muito, tb não irrita. Não recomendo, mas não me arrependo muito de ter visto.

 

 

 

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Cupido é Moleque Teimoso (The Awful Truth, 1937) - mas depois eu voltei ao normal, hehehe. The Awful Truth começa muito bem, fica fantástico, mas confesso que da metade para o fim, começou a me perder um pouco. Apesar de ser um filme curto, sei lá, a partir de um determinado momento eu comecei a perder um pouco de foco. Ainda bem que logo depois veio o final, muito bom, para trazer o filme de volta ao eixo. No geral, achei muito bom, com pelo menos uns 30 minutos virtualmente perfeitos, nos quais eu fiquei grudado na tela e dei altas risadas.

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SUA ALTEZA - 7.5/10 - Assim como em "Paul" vemos aqui em "Sua Alteza" o melhor e o pior do besteirol norte-americano unindo-se ao mais e menos inspirado humor britânico em um filme de época, ou melhor, em uma aventura medieval que funciona como paródia que sabe rir de si mesma, não se leva a sério e conta com um time de atores perfeitamente à vontade. Contando com um narrativa protagonizada por irmãos herdeiros de um reino, James Franco interpreta o estereótipo do príncipe guerreiro e romântico que terá a compania de Danny McBride (co-roterista), um sujeiro desleixado e de hábitos nada nobres e ambos representam esta síntese de humores que permeiam o filme todo na gangorra irregular de piadas que funcionam muito bem com outras que nem tanto, comandada pelo diretor David Gordon Green. Natalie Portman surge em cena bela como sempre como uma guerreira em uma busca de vingança, apostando em um tom visivelmente canastrão da mesma forma que o vilão interpretado por Justin Theroux que rende boas cenas ao lado Zooey Deschanell.Thiago Lucio2011-08-06 14:10:10
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Los amantes del circulo polar

 

 

 

Esperava um típico filme espanhol, porém vi mais do que isso, um excelente filme, uma história com palíndromo, um filme que chega a ser poético, cheio de coincidências e destinos.

 

 

 

Otto e Ana se conhecem logo na infância, na escola, se enamoram com os olhos, coincidentemente seus pais se conhecem e começam uma relação unindo assim os pombinhos, relação que dura da infância até chegarem a jovens adultos, e nesse tempo a aproximação de Otto e Ana fica mais próximo, mesmo vivendo como irmãos.

 

 

 

O começo de uma envolvente historia de amor que percorre anos de altos e baixos, com encontros e desencontros, como se uma força do além os guiasse nos seus próprios destinos e eles não sabem.

 

 

 

O titulo do filme pode ser relacionada a um circulo que a história é contada, um palíndromo contada no filme, mas o circulo polar também pelo fato que a protagonista quando criança, fica fascinada com uma determinada região do mundo, onde o sol não se põe, num determinado pais na linha imaginária do circulo polar, onde o sol ao invés de se por naturalmente na vertical para sumir, ela percorre quase que na horizontal, tendo o nome de o sol da meia noite, fazendo com que em determinada época do ano, tenha um dia (24 horas) de dia e um de noite total, graças a pontos privilegiados de determinados paises, ponto em que a protagonista, já mais velha acaba indo pelo destino durante o filme, um filme que podemos dizer que é um Romeu e Julieta do século 20 (1998), uma bela obra espanhola.

 

 

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INCERTEZAS - 7.5/10 - Em "Incertezas", o roteiro brinca com as probabilidades do destino. "E se..." A partir de um determinado evento, o filme se divide em dois: um drama familiar em que um casal vivencia conflitos internos e familiares e outro em que esse mesmo casal é perseguido por um perigoso criminoso. A dupla de diretores e roteiristas David Siegel e Scott McGehee toma boas decisões na maior parte do tempo, especialmente em investir na interação entre os dois personagens, criando uma narrativa enxuta em que não é necessário um arroubo de criatividade, o que não necessariamente quer dizer que não é inventivo ou inteligente. Eles estabelecem algumas rimas visuais bem interessantes entre as duas narrativas, apostando em planos semelhantes e cortes que se completam, outras são bem óbvias, como a combinação de cores na roupas dos personagens em cada um dos núcleos (amarelo e verde). O casal Joseph Gordon-Levitt e Lynn Collins manda muito bem, demonstrando que são atores que possuem recursos e a química entre os dois é fundamental para que haja um verdadeiro interesse no destino dos personagens. O desfecho acaba sendo anti-clímax embora dentro da proposta estabeleça uma relação fundamental com o seu prológo.

Thiago Lucio2011-08-06 22:42:38
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Vanishing PointRoad-movie setentista foderoso q' date=' mesclando ação e arte, certamente inspirou “Thelma & Louse”, “Runaway Train” e trocentos outros filmes do gênero. É o ” Into The Wild” motorizado da contra-cultura, ou melhor, a resposta ao seu irmão mais notório, “Easy Rider” .  Genérico porém detentor de atributos próprios, e com quatro rodas! Um Zé-Ninguem sai rasgando num carrão o deserto do oeste americano desvairadamente em tempo recorde, afim de cumprir uma aposta. E não está disposto a tirar o pé do acelerador, chamando a atenção da policia, do povão e da mídia. O motorista e o carro se fundem num  personagem só e aos poucos tomamos conhecimento do seu passado (Vietnâ!), do qual fogem em alta velocidade. Contudo, esse Zé-Ninguém, alçado à condição de “herói americano das estradas da vida” pela mídia e pelo publico, liga o “foda-se” e abraça o tal pto de fuga q nomina o filme. Poucos diálogos e mais ação (sem CGI, claro!), enbalada em ótimas canções da época, cultura-hippie-free-sex, etc. Destaque pras cenas com o DJ cego. Baixe obrigatoriamente a ótima trilha sonora! 9/10 [img']http://javiuesse.files.wordpress.com/2011/01/vanishing-point-corrida-contra-o-destino.jpg" />




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fuck yeah movie setentista fodaço!
descobri ele pela citaçao muito a calhar do taranta em um dialogo de Death proof.  e vc soto?como foi que vc achou vanishing point?

acho uma pena esse filme ficar no limbo do esquecimento...
Esse filme é obrigatorio pra quem curte filmes de açao classicos que envolvem carros como "bullit" ou o tbm citado em death proof "60 seconds"(o original da decada de 70)...

gostei tanto desse filme que até assisti o remake com "aragorn" ...é bem inferior, bem fraco mas ta valendo...
Muito bem lembrado jorge soto, nao só o filme, a trilha sonora é arrebatadora tbm.

"Into the wild motorizado" foi muito feliz! 06.gif10.gif
Calvin2011-08-06 23:02:24
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O Picolino (Top Hat, 1935) - meu primeiro filme da dupla Astaire/Rogers, e eles basicamente salvam a obra. Não que não haja mérito na fotografia, direção de arte, e obviamente na trilha sonora; o problema é que eu não gosto de comédias de erros, e justamente quando o filme está ótimo, o diretor burro desembesta por mais de meia hora de situações tolas que quase me fizeram pular para o fim do filme. Erros à parte, Fred e Ginger têm uma química entre as mais fortes que eu me lembro de ter visto no cinema, e isso garante momentos inesquecíveis.

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TAKE ME HOME TONIGHT - 6/10 - É uma daquelas comédias americanas que abordam o período que antecede a escolha da faculdade, mostrando justamente as dúvidas que cercam os jovens com relação ao futuro, carreira, felicidade. Período este que pode durar mais para alguns do que para outros. Estes elementos aqui, na verdade, funcionam para justificar as atitudes inconsequentes dos personagens e o roteiro falha justamente em evitar a qualquer custo que eles respondam pelas atitudes que tomam, seja roubar um carro, consumir drogas ou destruir propriedade alheia. Apesar disso trata-se de uma comédia razoavelmente divertida onde Topher Grace empresta sua "persona" cinematográfica que sabe mesclar comédia e melancolia. Já Anna Faris surge apagadinha, nunca conseguindo explorar a sua veia cômica que é o seu forte já que sua personagem é um tanto quanto submissa. O grande destaque fica por conta de Dan Floger que se encarrega de roubar todas as cenas como aquele coadjuvante típico que funciona e muito bem como alívio cômico. Não é nada especial, mas é incapaz de lhe deixar com mau humor. Thiago Lucio2011-08-07 09:30:30
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Los amantes del circulo polar

Esperava um típico filme espanhol' date=' porém vi mais do que isso, um excelente filme, uma história com palíndromo, um filme que chega a ser poético, cheio de coincidências e destinos.

Otto e Ana se conhecem logo na infância, na escola, se enamoram com os olhos, coincidentemente seus pais se conhecem e começam uma relação unindo assim os pombinhos, relação que dura da infância até chegarem a jovens adultos, e nesse tempo a aproximação de Otto e Ana fica mais próximo, mesmo vivendo como irmãos.

O começo de uma envolvente historia de amor que percorre anos de altos e baixos, com encontros e desencontros, como se uma força do além os guiasse nos seus próprios destinos e eles não sabem.

O titulo do filme pode ser relacionada a um circulo que a história é contada, um palíndromo contada no filme, mas o circulo polar também pelo fato que a protagonista quando criança, fica fascinada com uma determinada região do mundo, onde o sol não se põe, num determinado pais na linha imaginária do circulo polar, onde o sol ao invés de se por naturalmente na vertical para sumir, ela percorre quase que na horizontal, tendo o nome de o sol da meia noite, fazendo com que em determinada época do ano, tenha um dia (24 horas) de dia e um de noite total, graças a pontos privilegiados de determinados paises, ponto em que a protagonista, já mais velha acaba indo pelo destino durante o filme, um filme que podemos dizer que é um Romeu e Julieta do século 20 (1998), uma bela obra espanhola.
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Quero ver esse!

 

Ah! Não colocacou a nota.
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CASAMENTO À INDIANA

 

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Se assistido com desatenção, poderá parecer uma caótica comédia sobre a preparação e a celebração de um casamento arranjado de uma família de classe média de Déli.

 

Observando-o com com mais cuidado, porém, será possível identificar comentários sobre como as novidades advindas da globalização se imiscuem com as tradições milenares e, ainda, com algumas tomadas estrategicamente arranjadas e personagens secundários bem aproveitados, sublinhar o tremendo contraste entre classes sociais perpetuado na Índia.

 

Mira Nair criou uma festa para os olhos e para os ouvidos, sem dúvida, mas o fez sem esquecer do conteúdo crítico que ela explorava desde os seus dias de documentarista no final dos anos 70.

 

****/*****

 

 

 

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Filme do tipo soco no estômago, bem dado.
Meio moroso mas interessante, sobre clandestinos presos a serem deportados e a luta destes p/ permanecer no país ou conseguir asilo em outro.
E tome intimidação, manipulação e violência das bem covarde.
Pay attention para a cena do avião... aff!
Fica o mal estar em pensar o qto há de real e o qto há de ficção sobre as leis de imigração retratados aqui.

Ilegal” – (Illégal) – 8,0/10,0

 

Bonus: a música "Soldier On" do "The Temper Trap"16.
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À propos de Nice (idem, 1930) - primeiro filme de Jean Vigo, esse curta-metragem registra o cotidiano da cidade francesa do título, ao mesmo tempo em que, sem usar nenhuma palavra (escrita ou falada), faz uma bela crítica das diferenças sociais. Um fantástico trabalho de edição; e a variedade de técnicas usadas sugere que o diretor quis colocar em prática aquilo que vinha observando até então do papel de expectador.

 

 

 

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Taris, roi de l'eau (idem, 1931) - segundo filme de Vigo, também um curta-metragem e também um documentário, mas com viés diferente. Usando como modelo o nadador Jean Taris, um dos melhores da França e do mundo à época (de acordo com o apresentado pelo próprio filme), Vigo faz uma espécie de "curso de natação", detalhando movimentos, apresentando diferentes estilos do esporte e abusando de tomadas subaquáticas. Extremamente elegante, pode não ser tão rico quanto o primeiro, mas é um belo trabalho.

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Vanishing PointRoad-movie setentista foderoso q' date=' mesclando ação e arte, certamente inspirou “Thelma & Louse”, “Runaway Train” e trocentos outros filmes do gênero. É o ” Into The Wild” motorizado da contra-cultura, ou melhor, a resposta ao seu irmão mais notório, “Easy Rider” .  Genérico porém detentor de atributos próprios, e com quatro rodas! Um Zé-Ninguem sai rasgando num carrão o deserto do oeste americano desvairadamente em tempo recorde, afim de cumprir uma aposta. E não está disposto a tirar o pé do acelerador, chamando a atenção da policia, do povão e da mídia. O motorista e o carro se fundem num  personagem só e aos poucos tomamos conhecimento do seu passado (Vietnâ!), do qual fogem em alta velocidade. Contudo, esse Zé-Ninguém, alçado à condição de “herói americano das estradas da vida” pela mídia e pelo publico, liga o “foda-se” e abraça o tal pto de fuga q nomina o filme. Poucos diálogos e mais ação (sem CGI, claro!), enbalada em ótimas canções da época, cultura-hippie-free-sex, etc. Destaque pras cenas com o DJ cego. Baixe obrigatoriamente a ótima trilha sonora! 9/10 [img']http://javiuesse.files.wordpress.com/2011/01/vanishing-point-corrida-contra-o-destino.jpg" />




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fuck yeah movie setentista fodaço!
descobri ele pela citaçao muito a calhar do taranta em um dialogo de Death proof.  e vc soto?como foi que vc achou vanishing point?

acho uma pena esse filme ficar no limbo do esquecimento...
Esse filme é obrigatorio pra quem curte filmes de açao classicos que envolvem carros como "bullit" ou o tbm citado em death proof "60 seconds"(o original da decada de 70)...

gostei tanto desse filme que até assisti o remake com "aragorn" ...é bem inferior, bem fraco mas ta valendo...
Muito bem lembrado jorge soto, nao só o filme, a trilha sonora é arrebatadora tbm.

"Into the wild motorizado" foi muito feliz! 06.gif10.gif

 

A estupenda trilha sonora do cult “Vanishing Point” , q recebeu no Brasil o título de “Corrida contra o Destino”. Datado do inicio dos 70, época de mtas curiosidades musicais, q foi inclusive gênese do rock progressivo. Das faixas se destaca “Freedom of Expression”, de JB Pickers, vinheta de abertura do Globo Reporter (dos anos 80), uma trip progressiva de gde imponência na sonoridade. As demais faixas remetem ao rock e country da época, como “Missisipi Queen”. Qq semelhança da faixa “Runaway Country”, do The Doug Dillard Expedition, com a famosa “Dueling Banjos” será mera coincidência. Enfim, uma trilha q ta pau a pau com a dos conterrâneos “Easy Rider” e “Tommy”, e a do filme “The Doors”.16

 

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UMA JANELA PARA O  AMOR

 

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James Ivory é o mestre do filme de época. Neste - uma leve comédia romântica baseada em obra de E.M. Forster -, ele juntou a nata dos atores jovens (Helena Bonham-Carter, Daniel Day-Lewis, Julian Sands) e veteranos (Denholm Elliott, Maggie Smith, Simon Callow) do Reino Unido para brilhar numa estória sobre a tensão entre personalidades livres e convenções sociais constritoras.

 

Belíssimas locações em Veneza.

 

****/*****

 

 

 

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Do Mundo Nada se Leva (Frank Capra, 1938)

 

Tendo assistido a A Felicidade Não Se Compra, percebe-se quão notável é a diferença entre os dois papéis vividos por Lionel Barrymore. O Sr. Potter é uma das mais perfeitas encarnações do mal e da cobiça já vistos no cinema. Já em Do Mundo Nada Se Leva, o personagem Martin Vanderhof é o extremo oposto disso. Trata-se de alguém que largou todos os prazeres do dinheiro para fazer o que queria (que pode significar qualquer coisa, desde colecionar selos a descer uma escada pelo corrimão) e influenciar outros a agir da mesma forma.

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Capra traz novamente uma história sobre moralidade, com o usual embate entre a riqueza e a felicidade. Tony  (Jimmy Stewart) é o filho de Anthony P. Kirby (Edward Arnold), um banqueiro rico e sem escrúpulos. Que o jovem se apaixona por uma mulher de classe social inferior à sua (a secretária Alice Sycamore, interpretada por Jean Arthur) não é nem preciso dizer.

 

A comparação com os outros filmes da parceria entre James Stewart e Frank Capra é inevitável e desfavorável a Do Mundo Nada Se Leva. Diferentemente dos outros dois, o longa não se foca em apenas um personagem, embora Tony seja claramente o protagonista. Essa divisão diminui a força da trajetória do herói, que é o principal mérito dos outros dois filmes.

 

O filme ainda traz aquelas clássicas lições de moral. Que ser pobre é melhor e mais divertido do que ser rico E também que não trabalhar ou seguir as regras da sociedade é o caminho mais correto. A prisão de todos (literalmente, de todo mundo que importa para a história e até de alguns que não importam muito) se dá pela divulgação de propaganda comunista, ingenuamente escondida em caixas de doces. Embora isso não seja dito diretamente, tem tudo a ver com o estilo de vida dos habitantes da casa, elevado à estatura de uma quase perfeição pela história. Nesse sentido, a rejeição de Vanderhof aos ‘ismos’ soa quase como uma ironia.

 

Contudo, o que se destaca em meio a isso é uma apologia a algo mais ancestral e mais bem-vindo a qualquer ser humano: a amizade. Conforme observamos a explosão de cumprimentos e vivas concedidos a Martin Vanderhof, observado por um incrédulo e secretamente invejoso Kirby, temos vontade de ser tão queridos quanto ele. De passar por uma existência tão livre e bondosa quanto ele. De ser tão simpáticos e felizes quanto ele. E de lembrar que, afinal, do mundo nada se leva, a não ser a alegria de ter existido e de ter feito a diferença para a felicidade de outras pessoas.

leomaran2011-08-08 15:32:40
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SUPER 8 - 9/10 - O competentíssimo J. J. Abrams "brinca" de Steven Spielberg e faz de "Super 8" uma aventura fantástica com narrativa ágil e personagens carismáticos que remete àquelas ótimas e nostálgicas sessões da tarde. Que delícia assistir a este novo filme do J.J., foi como se tivesse feito uma viagem de volta ao passado e estivesse lá com os meus 7, 8 anos. Não, 11, 12... sei lá. É como se tivesse me transportado para algum momento da minha infância que fez parte da meu "background" cinematográfico. Nostalgias à parte, Abrams empresta a sua competência técnica e sensibilidade para construir uma narrativa coesa que mescla ficção científica com um drama que fala sobre a superação da dor da perda trazendo consigo uma série de personagens carismáticos que só alavacam ainda mais o filme. Uma empolgante mistura de "E.T. - O Extraterrestre" (é como se eu estivesse vendo esse filme pela primeira vez) e "Guerra dos Mundos" (pelo clima apocaliptico) que consegue mesclar o senso de urgência e a dramaticidade necessárias à força da narrativa. É muito bacana ver como tudo converge a favor da narrativa de forma fluida e orgânica, notar a capacidade que o Abrams tem de construir sequências tensas e sutis sem necessariamente apostar na exposição excessiva, a forma como o drama e os conflitos são explorados sem soar piegas. E se o filme peca pelo clímax apressado em termos de ação, todo o restante se mostra excelente, tudo em seu devido lugar. Uma espécie de "Os Goonies" da nova geração.

Thiago Lucio2011-08-08 22:25:44
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O Homem ao Lado
Comédia de humor negro argentina (humor dramático?) q põe no mesmo caldo “Antes só q mal acompanhado” , “Meus Vizinhos são um terror” , “Cabo do medo”  e  “Janela Indiscreta” . A trama é simplória mas explora de forma eficaz a agonia e neurose do protagonista, metáfora da eterna luta de classes e à futilidade pseudo- intelectual e arrogante da classe média em geral. Arquiteto fino e modernoso tem sua vida virada do avesso qdo seu vizinho (a cara do “Filipão”!), um vendedor brutamontes e cafona, abre um buraco na parede com vista pra sua casa. A coexistência lado a lado destas duas realidades não vai ser do td pacifica. E tome o brega versus o chique!!! A inversão de papeis é interessante por nos incitar  identificação com o protagonista de inicio, q depois passamos a odiar por simpatizar mais com seu “invasor”. Repleto de cenas antológicas: a criativa sequencia dos dedinhos; a tela dividida das primeiras marretadas na parede já na abertura; pra esposa do protagonista, uma professora de ioga q vive estressada; pra conversa “cabeça” sobre musica erudita; pro layout de produção em geral; e da comunicação entre os vizinhos pelas janelas por meio de um longo pedaço de pau, q simbolicamente retrata o abismo cultural entre os dois. Um filme tão recomendável a designers qto a síndicos. O surpreendente desfecho deixa claro q o elo sempre rompe do lado mais fraco. 9,5/10


 

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Jorge Soto2011-08-09 08:14:32
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TRÁGICA OBSESSÃO

 

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De Palma, atual mestre do suspense e das imagens lânguidas, já pagou tributo a Hitchcock em mais de uma ocasião, sem deixar de imprimir seu toque particular ao que poderia se limitar a uma cópia barata. Vide Dublê de Corpo/Janela Indiscreta, Síndrome de Caim/Psicose, Vestida para Matar/Psicose.

 

Este thriller psicológico e romântico, lançado no mesmo ano do inigualável Carrie, também bebe da fonte de outros dois seminais clássicos do finado rotundo inglês... Mas cabe ao espectador, sozinho, se dar conta de quais enquanto se delicia com a obsessiva melancolia de Cliff Robertson, a misteriosa presença duplicada de Geneviève Bujold, a música tenebrosa/melódica de Bernard Herrmann, as pistas falsas e reviravoltas do maquiavélico roteiro de Paul Schrader, os quadros panorâmicos de Vilmos Zsigmond, dentre outros atrativos que farão a cabeça de qualquer apreciador de um bom suspense.  

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Cremildo2011-08-09 12:06:56

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Rango (Gore Verbinski, 2011)

 

 

 

Visualmente deslumbrante, recheado de referências espirituosas ao western, recheado de sarcasmo, um protagonista que é um barato e vários coadjuvantes engraçadíssimos. E aquela participação sensacional do Espírito do Oeste. Baita animação, tinha boas expectativas, e todas foram superadas.

 

 

 

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Encontro Explosivo (James Mangold, 2010)

 

 

 

A premissa é boa, e no inicio é muito bem explorada. Assistir toda a rotina caótica de um agente secreto pelos olhos de uma pessoa comum é algo que poderia render boas situações, como aconteceu. O Tom Cruise cria um psicopatão divertidaço, cheio de atitudes extremas mas sem abandonar o cavalheirismo e a boa educação. O momento em que ele conversa com o bombeiro, e o desenvolvimento disso é o momento mais engraçado do filme. A Cameron Dias também consegue depositar muito carisma, principalmente quando não aceita a situação. O problema é que da metade em diante ganha ares pesadíssimos de qualquer genérico do gênero, as boas sacadas se esgotam e até os personagens ficam mais aborrecidos. Enfim, iniciou muito bem, mas termina de forma quase lamentável.Tensor2011-08-09 12:52:02

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O Adversário
Drama francês “baseado em fatos reais” q conta como um loroteiro enganou tds os amigos (e a própria família) sobre a farsa da rotina de sua vida. Uma vida infeliz, claro, baseada na mentira e q culminou numa tragédia. Contada de forma não-linear, a estoria engrena justamente pela ótima atuação do personagem principal. Angustiante e triste, a produção não se furta em finalizar com a batida moral: “mentira tem perna curta”. E o q é pior q uma mentira? Outra maior. 9/10

 


 

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Revisto - A ORIGEM

 

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Nesta revisão, um ano depois da primeira vez, fiquei observando com maior admiração a intrincação do enredo, a originalidade do conceito e o escopo do visionarismo de Nolan (há sequências de cair o queixo) e a engenhosidade estrutual da narrativa (que se alterna entre realidade, flashes de memória e múltiplas camadas de sonhos). Percebi que havia deixado de perceber certos detalhes quando o vi no cinema.

 

Em compensação, a qualidade que mais me surpreendera desde o início - o elemento humano, denso e emocionante - continua lá. O diretor/roteirista, aqui, não deixa seus personagens à deriva, obscurecidos pela frieza da complexidade técnica ou da experimentação editorial.

 

Um alvo fácil para críticas é a exposição tida como "exagerada" e "cansativa" dos princípios gerais de como funcionam as premicoisas no filme. Não me incomoda esse aspecto professoral do texto de Nolan, por duas razões: a) essas informações são interessantes e B) integradas com naturalidade ao andar da carruagem. Um exemplo: o memorável sonho em Paris, no qual Cobb ensina a Ariadne o básico sobre a função dela como "arquiteta".

 

Uma variação sci-fi verdadeiramente inteligente do heist movie e um aprofundamento em complexidade e qualidade do típico blockbuster do verão estadunidense, A Origem firma-se como um marco e um divisor de águas para um cético de Nolan, comme moi.

 

*****/*****

 

 

 

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Na revisitação do A Origem, percebi que muito da complexidade do filme acaba se provando forjada. Ele tem uma premissa ambiciosa, mas todas as regras que estabelece se aglomeram em torno dela. Além disso, o final contradiz a construção lógica que ele vinha fazendo tão admiravelmente até então (escrevi um texto especificamente sobre isso ano passado, que está perdido em alguma tentativa abortada de blog). Claro, é impactante e tal, mas nada excessivamente original também. Pra mim, a força maior do filme está nas imagens e nessa construção de uma estética baseada nos sonhos.leomaran2011-08-10 11:52:39

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