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EXPRESSO TRANSIBERIANO - 5/10 - O filme conta com todos os elementos para funcionar como um thriller "à la" Agatha Christie, mas a partir do ponto de virada do 2º ato tudo se torna exageradamente forçado, o que prejudica algumas reviravoltas. Inicialmente a narrativa se estabelece muito bem ao mostrar o casal Roy (Woody Harrelson, discreto até demais) e Jessie (Emily Mortimer, o grande destaque) embarcando em uma viagem no "Expresso Transiberiano" da China até a Russia. Eles dividem a cabine com o misterioso casal Carlos (Eduardo Noriega, canastrão) e Abby (Kate Mara, mal aproveitada) que parecem esconder segredos que podem interessar o detetive Grinko (Ben Kingsley, no piloto automático). Até o momento que o filme tenta se valer dessa ambiguidade de Carlos e Abby, o interesse se mantém intacto justamente por não sabermos tanto quanto o casal central, mas a partir do momento em que Roy é descartado da narrativa temporariamente (de forma nada sutil e convincente), o roteiro insere uma série de situações em que os álibis são extremamente frágeis para sustentar a sua proposta (fica claro que Emily irá se complicar, mais cedo ou mais tarde), chamando a atenção justamente para aquilo que deveria passar despercebido. E se Emily consegue traduzir perfeitamente o desespero de uma mulher comum (com passado obscuro) diante de situações limites, o diretor Brad Anderson (do ótimo "O Operário") se perde no tom do filme ao ponto até mesmo de remeter a uma comédia com direito a trilha sonora "engraçadinha" para pontuar uma sequência carregada de tensão. Ao final fica nítido que "Expresso Transiberiano" tem uma história até certo ponto criativa, carregada de ironia e humor negro, apesar do tom politicamente correto, mas Anderson é incapaz de imprimir essa proposta de maneira equilibrada ao longo do filme e quando o filme acaba é nítida a sensação de que a idéia era boa, mas não se soube alçá-la com competência até chegar ali. Thiago Lucio2011-11-13 22:15:28
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ATIVIDADE PARANORMAL

 

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Seria fácil desancar com esta brincadeira arrepiante, acusando-a de ser sem valor por não (parecer) ter características cinematográficas devido à maneira como foi filmada, tal qual um vídeo caseiro ordinário. Mas é preciso encarar os fatos: Oren Peli concebeu uma estória de horror. O meio que ele julgou adequado para contá-la foi o subgênero found footage, a exemplo de Rec e A Bruxa de Blair.

 

A falta de recursos, a qualidade básica da produção é intencional e tem um propósito: conferir um verniz de autenticidade, de imediatidade aos eventos. Ao deixar de lado a sofisticação técnica e visual, abre-se espaço para uma maior identificação com o relato, porque se uma pessoa comum, com equipamentos não-profissionais experienciasse os mesmos eventos e os gravasse em câmera, o resultado não seria tão diferente.

 

O diretor conseguiu atingir seu objetivo, ou seja, assustar? Na minha opinião, a resposta é afirmativa, logo, Atividade Paranormal não é apenas bensucedido, mas também bom.

 

B+

 

 

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O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTEN - 6/10 - Eu não sou especialista em Jane Austen, sequer li algum dos seus livros, mas este não é o filme que me despertou curiosidade em conhecer sua obra (algo que algumas das adaptações já o fizeram, mas em leve escala apenas). A idéia deste filme é bastante simplista e óbvia já que apresenta uma grupo de personagens femininos, fanáticas pela autora inglesa, que através da leitura de seus livros precisam tomar decisões importantes em suas vidas, logo a evolução da narrativa é pra lá de previsível, é um jogo de cartas marcadas em que o roteiro não faz questão alguma de reservar algum tipo de surpresa. O que dá charme ao filme e quase faz toda a diferença a seu favor é o talento, o carisma e a simpatia do seu elenco, especialmente Maria Bello e Emily Blunt, não curiosamente as protagonistas das histórias pessoais que mais cativam dentro do contexto do filme. De certa forma, todas as personagens femininas representam alguma das protagonistas dos livros de Jane Austen, mas as duas em especial possuem mais oportunidades para explorar esse aspecto da repressão, do controle emocional e da frustração amorosa que parecem preencher a ótica do universo feminino da autora. Reservando um final indiscutivelmente feliz aos personagens, algo que nem se compara ao cinismo presente nos livros de Jane Austen (como sugere o que conheço da sua obra), "O Clube da Leitura" é um filme suave, leve e doce. Para o bem ou para o mal.Thiago Lucio2011-11-14 22:51:30
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Get Low. Interessante retrato da solidão e do isolacionismo não só de quem chega á velhice como também de todos, de certa forma. O recurso utilizado para tal distanciamento da sociedade também foi forte o suficiente pra justificar todas as culpas que aquele idoso (interpretado pelo Robert Duvall, pra variar soberbo) carregou durante décadas. O diretor Aaron Schneider (que ganhou o OSCAR de curta metragem em 2004 com Two Soldiers) faz seu primeiro longa com competência e originalidade apostando também no ótimo elenco (entre eles Bill Murray e Sissy Spacek) que dá suporte pro grande Duvall. 9,0/10

 

A Pele que Habito. Mais um grande filme de Almodovar! Usa todas as características que o identificam pra compor personagens brilhantes sem julgá-los por seus atos, por mais insanos e estúpidos que pareçam. Seu universo está lá: cores, intensidade, paixão, sexualidade, violência se unem para dessa vez retratar a obsessão, o desejo de vingança, entre outros sentimentos capazes de nos levar á loucura. Atinge o clímax nos momentos certos e ainda consegue divertir com um pouco de humor negro e emocionar com o final. Embora não seja melhor do que Tudo Sobre Minha Mãe e Volver (os que mais gosto dele), não decepciona em nada e ainda conta com excelentes atuações do Banderas, da Anaya e da Paredes. 9,5/10  

 

O Palhaço. Muito bonita essa homenagem de Mello ao circo. Fiquei tocado com a estória dos dois palhaços, principalmente com a busca do Benjamin por si mesmo. Ele consegue divertir e emocionar na medida certa sem pesar a mão no drama ou na comédia. A simplicidade com que concebeu figurinos e cenários é importantíssima pro sucesso do roteiro (tem umas introduções cenográficas bastante simbólicas e inteligentes). As participações são pontuais e acertadíssimas (a de Moacyr Franco é impagável) e as duas atuações principais (especialmente a dele, que está se tornando um grande ator) são excepcionais! Evoluiu bastante desde o Feliz Natal. Gostei bem mais desse aqui. 8,5/10
bs11ns2011-11-14 23:22:08
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HERÓI

 

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Ação como arte. Serão os chineses os únicos capazes de atingir essa simbiose atualmente? Zhang Yimou orquestra imagens, cores, sons e músicas de modo a fundi-las com a essência do enredo. A beleza sensorial é parte integrante da experiência, ao contrário de reduzi-la a mera perfumaria. O estilo acaba por se equivaler ao conteúdo - como fica evidente no primeiro contato do espectador com os amantes Neve Voadora (Maggie Cheung) e Espada Quebrada (Tony Leung), num flashback contendo traição, corações partidos e luxúria à flor da pele, simbolizadas por meio da cenografia vermelho-vivo.

 

Outro fator que separa Herói dos outros exemplares do gênero é a índole dos personagens. Aqui, os guerreiros são capazes de abdicar da vingança pessoal, de domar o ímpeto assassino para empregar suas habilidades de luta em prol do bem comum, ainda que a custa de autossacrifício, como a união do território chinês, então dividido em vários reinos. Eles demonstram ter serenidade e consciência suficientes até para compreender as motivações de um tirano. A paixão entre Neve e Espada atinge uma gravidade trágica, ao contrário da pieguice onipresente no triângulo amoroso da obra seguinte de Yimou, O Clã das Adagas Voadoras. A narrativa, composta por relatos pouco confiantes de dois personagens em forma de flashback, adiciona pontos a favor da complexidade e do caráter singular da produção.

 

B+

 

 

Cremildo2011-11-15 11:50:16

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30 MINUTOS OU MENOS - 3.5/10 - Típica comédia que tenta soar como independente, que tenta apostar no humor negro, mas não consegue um único momento em que esta combinação pareça ser natural e espontânea. Certamente você já deve ter visto algum filme que parte de uma situação aparentemente simples e que a partir daí desencadeia uma série de situações absurdas com inúmeras reviravoltas, mas aqui falta criatividade e senso de humor. Um entregador de pizza (Jesse Eisenberg) é obrigado por um mauricinho preguiçoso (Danny McBride) a assaltar um banco para que ele possa pagar um assassino (Michael Pena) para matar seu pai (Fred Ward) que ganhou uma fortuna na loteria. Caso contrário, ele irá acionar a bomba que está presa em seu colete e ele irá literalmente para os ares. A situação absurda e estúpida só consegue se tornar ainda mais absurda e estúpida porque os personagens envolvidos são igualmente absurdos e estúpidos, incapazes de reconhecer que seja de um lado ou de outro, o plano tem seus inúmeros furos, mas o roteiro precisa convencer que as coisas devem ser seguidas, conforme o combinado. Eisenberg e McBride já estiveram em jornadas melhores, por isso cabe a Nick Swardson e, principalmente, Aziz Ansari funcionarem como alívio cômico, algo que realizam relativamente bem com um ou outro momento mais divertido. Felizmente trata-se de um filme de tiro-curto, mas infelizmente fica difícil se satisfazer com ele, algo que fica muito bem evidenciado pela piada que encerra o filme: uma pequena bobagem.Thiago Lucio2011-11-15 19:09:16
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O Retorno dos Vermes Malditos
Não se apegue ao titulo deste terror picareta e oportunista q nada tem a ver com o divertido "filme B" original "O Ataque dos Vermes Malditos" , datado do inicio da decada de 90. Em comum há apenas os tais “vermes maditos”, agora gerados por CGI igualmente meia-boca e uma estória ridicula q não convence nem a “Velhinha de Taubaté” e mto menos faz boi dormir. Na realidade não tem mto o q dizer a respeito q senão esta produção parece ser feita pela produtora Asylum dadas as suas deficiências em tds aspectos, já q nem como “terrir” presta, pois ela acredita q se leva a sério. Nem a gostosa presta. Em “ Super Piton Vs Mega Sharck” vc consegue dar risadas involuntárias, coisa q aqui sequer ocorre. Opção pra perda de tempo total, pra se arrepender depois em não ter alugado coisa melhor ou aproveitado o tempo noutra coisa. Passe longe. 3/10
 

 

 

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Tangled é regular.

The Caller      5.8/10

Apesar da premissa interessante de uma mulher se comunicar pelo telefone com outra que viveu há mais de 30 anos atrás e se tornar uma potencial vítima de suas bizarrices, o filme se esquece de tentar criar uma trama cuja resolução fizesse o mínimo de sentido. Parece que o diretor criou uma armadilha que não tem como resolver por suas próprias limitações intelectuais. A boa ideia é desperdiçada frente a atuações bobas, falta de empatia dos personagens e um final de arrepiar no mau sentido.

 

 

 

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O SONHO DE CASSANDRA

 

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Em módulo dramático, Woody Allen novamente mistura criminalidade, escolha, moral, destino e ambição, na linha de Match Point, para descortinar as consequências de atos e as ironias da vida de dois irmãos que cometem um assassinato para se livrarem de uma enrascada. Faz o público sentir algo por eles, seja reprovação ou pena.

 

Apesar de demorar para engrenar, assim que Tom Wilkinson dá as caras e impõe um dilema grave para os protagonistas, Allen afirma a mão e engata nova marcha por trás das câmeras, intensificando o relato. O diretor exibe aptidão para o suspense, extrai uma performance de inédito comprometimento de Colin Farrel como o pobretão em crise de consciência, emprega com propriedade a densa música de um inusitado colaborador, Philip Glass.

 

B+

 

 

Cremildo2011-11-16 18:15:28

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MALUCO BELEZA - 4/10 - No elenco de "Maluco Beleza" (péssima tradução para "Our Idiot Brother") temos o sempre ótimo Paul Rudd como o protagonista tendo ao seu lado Zooey Deschanell e Elisabeth Banks, duas atrizes que se caracterizam pelo bom "timming" cômico e aliados a discreta, mas eficiente Emily Mortimer, o filme tinha tudo pra ser imperdível. Mas que filminho sem vergonha este aqui cometido por Jesse Peretz e pelos roteiristas David Schisgall e Evgeia Peretz. Ned (Rudd) é uma espécie de hippie que vive em uma fazenda e que é preso após oferecer um baseado de maconha a um policial. Após cumprir sua pena, perder sua fazenda e seu cão Willie Nelson, ele se vê obrigado a morar com cada uma de suas 3 irmãs. Apesar do carisma de Rudd, ele oferece uma composição pouco inspirada e o roteiro na intenção de mostrá-lo como uma criança em corpo de adulto resume-se apenas a situações em que se explora uma suposta ingenuidade do personagem apenas para constranger as irmãs e as situações são as mais forçadas e pouco inspiradas possíveis (resumindo-se quase que totalmente a falhas de comunicação e/ou o cúmulo do ridículo, envolvendo nudez gratuita). O que faz com que o interesse se mantenha até o final é apenas pela competência do elenco, mesmo que seja um esforço quase insuficiente, é possível notar um momento aqui e ali do Rudd ou da própria Deschanell, mas não deixa de ser uma tremenda decepção. A trilha é bacana de se ouvir, mas resume as idéias do filme de maneira exageradamente expositiva. Eita, filminho sem vergonha, sô...Thiago Lucio2011-11-16 21:51:59
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Bullhead 
Filmaço belga q é uma mistureba bastante original de “Snatch” , “O Caçador de Pipas” mas principalmente “O Profeta” . Na trama, acompanhamos o enorme e violento brutamontes Jacky (o ótimo Matthias Schoenaert) tocando sua vida dentro do submundo da lucrativa mafia da carne manipulada com hormônios. A narrativa deste filme de gangster atípico é bem convencional, com idas e vindas entre o presente e passado q explicam o profundo trauma de infância do protagonista, seu jeito irracional de ser e das razões do seu corpo bestialmente modificado. O filme é ele q carrega facilmente nas costas, q por sinal tem um q de “A Bela e a Fera” , já q o dito cujo vai atrás de sua alma gêmea, o q confere a este drama (profundamente masculino) um tom de conto de triste fadas. Atente pra agoniante cena da pedrada nos bagos; e pra fodasticamente tensa sequencia final onde o protagonista, sem dizer uma palavra, esta prestes a explodir. E como um tal Travis Bickle ( “Taxi Driver” ), explode. Um filmão q fala sobre perda da inocência, amizade, crime & castigo, e irreversibilidade do destino. 10/10

 

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Jorge Soto2011-11-17 09:06:42
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