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O Que Você Anda Vendo e Comentando?


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CAVALO DE GUERRA - 6.0/10 - É um Steven Spielberg no piloto automático, mas ainda assim é um Steven Spielberg. O arco dramático que envolve o cavalo Joey e seu dono Albert (Jeremy Irvine) não consegue escapar de todas as armadilhas do drama piegas e maniqueísta, diferentemente do que os personagens fazem ao longo da narrativa com relação às armadilhas da guerra, mas ainda assim é um filme sensível e singelo. É claro que por se concentrar na figura do cavalo, a narrativa se dá ao direito de prestigiá-lo sempre colocando ao seu redor uma série de anjos da guarda que garantem a sua sobrevida, sendo pra lá de proposital que obrigatoriamente sempre tenha alguém humano que se sensibilize com o animal. Ainda assim a narrativa segue um fluxo burocrático, fazendo com que o cavalo desempenhe diferentes papéis em lados opostos da guerra e deixe aqui e ali a sua marca e o roteiro de Lee Hall e Richard Curtis aborda cada uma das subtramas sempre de maneira superficial e apressada, o que compromete parte do apelo dramático já que exige que os diálogos sejam excessivamente expositivos. Mas Spielberg também aqui e ali deixa a sua marca, como quando mostra a morte de 2 desertores ou na sequência da primeira cavalgada de uma menina e assim o filme acaba sobrevivendo esporadicamente através de alguns momentos isolados, especialmente o que envolve um arame farpado que talvez seja um daqueles momentos menos sutis, mas que resume bem a essência e o resultado do projeto. Afinal de contas, estamos diante de um filme de guerra com tom mais fantasioso e menos cínico com um cavalo como protagonista que também tem seu próprio arco dramático, inclusive tendo que superar a perda de alguém da sua espécie. A fotografia de Janusz Kaminski é competente diante do cenário de guerra, mas também evoca um certo artificialismo, embora não tenha como não se admirar com a beleza do plano de abertura ou na própria sequência final. A trilha sonora de John Williams acompanha esse mesmo tom, carregando o filme de melodias que por mais bonitas que sejam individualmente tentam forçar um apelo cuja responsabilidade acaba não sendo dividida igualmente com o roteiro, o que compromete o filme duplamente. Do elenco vale destacar os esforços de Emily Watson, Peter Mullan e Niels Arestrup já que o jovem Jeremy Irvine não tem um desempenho digno de nota. Não se trata absolutamente de um filme ruim, mas talvez seja um dos filmes menos memoráveis de Spielberg em todos os sentidos e que curiosamente seria até perdoável em início de carreira, o que não deixa de ser uma ironia levando em consideração que estamos falando do mesmo diretor que começou a conquistar as platéias em alto nível com "Tubarão" e "ET".Thiago Lucio2012-03-03 17:49:39
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A Better Life
Produção tocante e comovente q passou desapercebida aqui' date=' mas teve seu ator principal concorrendo ao Oscar merecidamente. Nele acompanhamos a dura vida de um jardineiro (e imigrante ilegal) de bacanas em Los Angeles q entre um trampo e outro se empenha em educar o filho e mantê-lo longe das gangues. Conduzido na mesma cadencia de "À Procura da Felicidade" com um quê de “O Visitante” , simpatizamos com as desventuras deste mexicano integro e de boa indole, inclusive nos momentos de sofrimento e tristeza. Os clichês estão ai aos montes, claro, mas a estupenda atuação do desconhecido latino Demián Bichir faz diferença e não deve em nada à do Clooney ou Dejardan. Apesar de alguns assuntos tocados de forma superficial, este drama simples e sensível sobre imigração cumpre seu objetivo, embora sua produção seja modesta. Impossivel não ficar revoltado na cena em q “passam a perna” no personagem principal, após este conseguir td com mto sofrimento. Mas é a partir dali q a relação (precária ate então) da família Galindo é q começa a entrar nos eixos, em tds os sentidos. Afinal, é nas dificuldades q nos aproximamos mais uns dos outros. Ah, prepare o lenço pro diálogo final. 9/10

 

 


 
[/quote']

Tb vi esse.
É estranho, paradoxal como a vida dos imigrantes ilegais parece dura, cheia de privações além do medo de ser pego e deportado e ainda assim eles insistem em atravessar a fronteira.
Fico pensando se viver no pprio país  seria tão pior assim...

 

chica, o q é um peido pra quem ta na m..??? pergunte isso pros bolivianos, chineses, coreanos, anlgolanos ou até pra galera mineira q sai de Governador Valadares tentar a vida nos States ou qq outro imigrante se viver aqui é melhor do q em seu pais de origem.. a resposta será..sim!
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El Infierno retrata um pouco isso, de um cara que é deportado ao México depois de 20 anos nos EUA, quando chega, o nome já fala tudo, O Inferno, vê um México tomado pelo Narcotráfico, mundo sem lei, miserável, no final do filme você fica entendendo porque alguns preferem ficar em outros países do que nos seus próprios países natais, só que este filme retrata com um humor negro a situação politica do pais, o irônico e foi de proposito claro, o filme foi feito em 2010, no ano do bicentenário daquele pais.
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CARNAGE - O DEUS DA CARNIFICINA - 6/10 - Contando com um trabalho de direção seguro de Roman Polanski, permitindo que ele demonstre a sua habilidade e competência na condução dos atores, "Carnage" não esconde a sua origem teatral, afinal ele é extremamente verborrágico e se passa exclusivamente em um apartamento, o que impede que ele funcione plenamente como filme. A premissa estabelece um encontro entre dois casais formados por Nancy (Kate Winslet) e Alan (Christoph Waltz) e Penelope (Jodie Foster) e Michael (John C. Reily) para discutirem um caso isolado de violência praticado pelo filho do 1º casal para com o do outro. A intenção da proposta (e neste tipo de filme a exigência em compreendê-la é essencial) é chamar a atenção para a hipocrisia e os preconceitos da sociedade assim como condenar certos costumes burgueses já que diante desta situação os próprios pais são incapazes de resolver o problema de forma diplomática e civilizada. Ou seja, em seus pouco mais de 70 minutos, os personagens se encarregam de desferir a maior série de ofensas e insultos uns contra os outros seja com relação a educação que deram aos filhos, passando pela profissão que escolheram e até mesmo questionando a integridade do casamento entre eles mesmos, cometendo "atos de violência" tão ou mais reprováveis que o dos próprios filhos. É um filme teatral e como tal funciona quase que exclusivamente pelo desempenho dos atores. Kate Winslet está impecável, segura, ela não erra um único tom na composição da sua personagem (basta ver o show que ela dá quando sua personagem está bêbada) e é responsável pelas melhores passagens (pecado mesmo é que o roteiro tenha a necessidade de incluir um mal estar da personagem para escancarar algo que estava mais do que evidente pela própria proposta do filme). Jodie Foster também não decepciona já que sua personagem se mostra uma figura feminina mais frágil do que a sua oponente e acaba tendo uma performance mais emocionalmente complexa. Reily e, especialmente, Waltz são engulidos pelas performances femininas mesmo quando seus personagem possuem a oportunidade de conduzir os diálogos, não à toa justamente quando o filme perde um pouco do seu ritmo. Não é um filme ordinário, não é de longe um dos filmes mais interessantes do Polanski, mas é uma experiência cinematográfica curiosa e irregular (o roteiro não consegue estabelecer de forma orgânica a necessidade dos personagens se manterem dentro do apartamento, mesmo que simule por várias vezes a saída de um dos casais e talvez justamente por isso).

Thiago Lucio2012-03-04 09:40:27
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SETE DIAS COM MARYLIN - 6/10 - Michelle Williams realiza um trabalho formidável como Marylin Monroe, legitimando a natureza melancólica pouco conhecida da atriz assim como explora a doçura e o "sexy appeal" da mesma com técnica e leveza sem deixar que isso se caracterize como uma mera imitação de poses e gestos. Ela defende a personagem com muito sensibilidade e graciosidade, mesmo quando a trajetória vista neste filme "pinta" Marylin com tons mais escuros e pesados. Outro que merece um válido destaque é Keneth Branagh à vontade e mesmo assim firme e seguro na pele de Laurence Olivier, diretor responsável por "O Príncipe Encantado" cuja estrela é Marylin Monroe, mas que mantém uma relação de amor e ódio com a estrela em função de suas estravagâncias. Agora, é um pecado mortal para "Sete Dias Com Marylin" que o diretor Simon Curtis e o roteirista Adrian Hodges "entreguem" o filme a um personagem central tão sem força quanto o terceiro assistente Colin Clark que é interpretado de forma tão canhestra pelo limitado Eddie Redmayne (algo já esperado visto sua performance em "Savage Grace" ao lado de Julianne Moore). Sua presença em cena é sofrível, o roteiro se mantém refém dele a todo momento (como o roteiro é baseado em livro escrito pelo Clark real, Hodges se sente na necessidade de inserí-lo em todas as cenas, mesmo que às escondidas) e o interesse por ele é praticamente nulo, enfraquecendo o apelo do suposto interesse de Monroe por ele e até mesmo da figurinista Lucy (Emma Watson) que se torna uma subtrama fajuta dentro do filme. Exagerando até mesmo na necessidade de justificar que a narrativa irá durar apenas 7 dias (repetindo com algumas diferenças a chegada dos carros dos atores ao set de filmagens), "Sete Dias Com Marylin" só ganha vida quando Michelle Williams toma às rédeas do filme, comprovando mais uma vez que se trata de uma atriz talentosa e corajosa, sendo bem assessorada por Keneth Branagh. Infelizmente, não a todo momento.Thiago Lucio2012-03-04 14:34:55
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Salmo Vermelho (Még kér a nép/Miklós Jancsó/1971):
camponeses húngaros do final do século XIX protestam pacificamente
contra donos de terras, policiais rurais do governo e autoridades
religiosas que perpetuam a sua exploração e pobreza. A resistência
estóica e o clamor de ideais socialistas dos oprimidos são representados
por meio de movimentação coreografada pelas locações abertas,
articuladas por canções de cunho político ou ideológico em vez de
diálogos tradicionais e também danças folclóricas que ressaltam sua
organização grupal, ressaltando a posição de contraste com os
opositores. É como um ritual, uma encenação na qual o
naturalismo/realismo foram deixados de lado em prol do simbolismo. B+


Reino Animal (Animal Kingdom/David Michôd/2010): via de regra, criminosos são relegados a posições secundárias em thrillers,
no papel de vilões. Michôd se condoeu diante de tamanho pouco caso e
corrigiu a injustiça brindando o público com um filme-família, anos-luz
daqueles produzidos pela Disney. Os Cody prezam valores como a união, o
respeito entre si, cuidando uns dos outros – e afrontando a lei da
maneira mais sórdida possível. Mesmo em cenas nas quais a interação
entre parentes aparenta ser normal, uma tensão subliminar dá o tom,
gerando um clima de insistente desconforto, com a violência prestes a
explodir a qualquer segundo. Com o perdão do adjetivo-clichê, trata-se
de um début auspicioso. B+



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The Dead  

Filmão q nada mais é um curioso “road-movie-zumbi” q se passa na...África!? A trama gira em torno da desesperada jornada de um engenheiro e um soldado em meio ao holocausto zumbi, no norte do continente negro. Embalado em paisagens de cartão-postal, aqui os desmortos não são velocistas nem dançam forró e sim são tartarugas-cambaleantes q perseguem sem trégua à sua maneira. Ainda assim, conseguem ser bem mais arrepiantes q aqueles entupidos de CGI ou sofisticada maquiagem pois aqui estão mais próximos dos de Romero, ou seja, com apenas um detalhe q os diferencia dos “vivos”;  como os presuntos são basicamente negões, o diferencial está nos seus contrastantes olhos alvos, q destoam do resto sinistros e penetrantes. Repleto de carnificina e ausência de trilha, os protagonistas não tem um minuto de folga e estão sempre fugindo nesta produção totalmente melancólica, pessimista e realista, à diferença das convencionais q concentram seus sobreviventes num bar, shopping ou abrigo nuclear. Apesar de algumas falhas (pequenas) aqui e ali, é obrigatório pra quem prestigia o gênero. Qq analogia com a atual situação política do continente em questão seria meria coincidência? 9,5/10

 

the_dead2010.jpg

 

 

 

 

Black Sheep 

 

Divertida e surreal comédia negra, ou seja, um “terrir B” neo-zelandês q trata de... ovelhas-zumbis-comedoras-de-carne-humana!? Repleta de gore e mta carnificina tal qual “Piranha”, acompanhamos a luta de dois jovens (cada um com suas nóias) contra um rebanho ovino modificado geneticamente, q são as personagens principais do filme. O diferencial é q as vitimas humanas sobreviventes terminam se transformando tb em ovelhas (!?), o q resulta numa hilária sequência de metamorfose (Weta Workshops!) idêntica àquela clássica do “Lobisomem Americano em Londres” ! Tal qual “Seres Rastejantes” , a forma ridícula com q o filme é levado entretem apesar de algumas cositas, mas a influência do humor britânico predomina. Produzida pelo Peter Jackson e repleta de referências identificáveis pelos fãs, esta película não deixa de ser uma homenagem do diretor da trilogia do anel  á sua belíssima terra, inclusive com uma divertida cena de “enrabamento” animal quinem a de “Top Secret” . 9/10


 

 

black-sheep-poster.jpg
Jorge Soto2012-03-06 07:59:47
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Ataque ao Prédio (Attack the Block/Joe Cornish/2011):

Como seria uma ficção contendo invasão alienígena vista pelos olhos de

gente comum - especificamente, no caso, de uma gangue de

adolescentes-trombadinhas num bairro pobre de Londres? O que pensariam,

como se sentiriam, quais seriam as reações? Nada de elocubrações

científicas, ponderações filosóficas, estratagemas ultrassofisticados,

ponderações sobre a fé nem discussões sobre relacionamentos. É provável

que seu comportamento espelhasse o da pessoa média, ou seja, agindo por

instinto de sobrevivência e cometendo tolices de sobra. O filme é uma

comédia, mas ter bom-humor não implica que ela abdique da tensão e de

cutucadas em feridas socioeconômicas ainda abertas na Inglaterra. Um dos

personagens indaga: teria o governo enviado os monstros de presas

bioluminescentes para dar cabo da ralé? E o espectador, depois de uma

risadinha nervosa, acharia essa hipótese tão absurda assim? B+

O Medo do Medo (Angst vor der Angst/R.W. Fassbinder/1975):Ingmar Bergman volta e meia exercitava seus dotes teatrais em frente à câmera com seus chamber dramas,

nos quais a intensidade dramática era inversamente proporcional às

dimensões dos cenários (limitados ou até únicos) em que se desenrolavam.

O sueco, é claro, não detinha exclusividade desse formato: o

polivalente autor alemão explora, enfático, as sensações de confinamento

espacial e repetição visual do apertado apartamento da esposa

(negligenciada) e mãe (ansiosa) vivida por Margit Carstensen,

servindo ao mesmo tempo de catalisadores externos a agravarem sua crise

nervosa e de metáfora sobre sua rotina enfadonha, engaiolada e oprimida

pelas obrigações familiares. Rodado para a TV em aspecto de tela 1.33, o

qual cerceia as oportunidades de composições panorâmicas, favorecendo

planos próximos e fechados. B

 

 

Cremildo2012-03-05 15:34:43

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http://mistercomfypants.files.wordpress.com/2011/07/spite-marriage.png

 

Spite Marriage Lançado em 1929, esse foi o segundo filme da fase MGM do Buster Keaton (o primeiro sendo o ótimo The cameraman). Infelizmente, a queda na

qualidade é notável, e o filme se parece muito mais com uma produção

padrão da Metro do que uma do Keaton, provavelmente fruto da perda de

controle criativo, o que levaria o ator a um período muito frustrante

dentro do estúdio. No mais, algumas boas gags e momentos interessantes,

principalmente mais para o final. 3/5

 

 

 

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SETE DIAS COM MARYLIN - 6/10 - Michelle Williams realiza um trabalho formidável como Marylin Monroe, legitimando a natureza melancólica pouco conhecida da atriz assim como explora a doçura e o "sexy appeal" da mesma com técnica e leveza sem deixar que isso se caracterize como uma mera imitação de poses e gestos. Ela defende a personagem com muito sensibilidade e graciosidade, mesmo quando a trajetória vista neste filme "pinta" Marylin com tons mais escuros e pesados. Outro que merece um válido destaque é Keneth Branagh à vontade e mesmo assim firme e seguro na pele de Laurence Olivier, diretor responsável por "O Príncipe Encantado" cuja estrela é Marylin Monroe, mas que mantém uma relação de amor e ódio com a estrela em função de suas estravagâncias. Agora, é um pecado mortal para "Sete Dias Com Marylin" que o diretor Simon Curtis e o roteirista Adrian Hodges "entreguem" o filme a um personagem central tão sem força quanto o terceiro assistente Colin Clark que é interpretado de forma tão canhestra pelo limitado Eddie Redmayne (algo já esperado visto sua performance em "Savage Grace" ao lado de Julianne Moore). Sua presença em cena é sofrível, o roteiro se mantém refém dele a todo momento (como o roteiro é baseado em livro escrito pelo Clark real, Hodges se sente na necessidade de inserí-lo em todas as cenas, mesmo que às escondidas) e o interesse por ele é praticamente nulo, enfraquecendo o apelo do suposto interesse de Monroe por ele e até mesmo da figurinista Lucy (Emma Watson) que se torna uma subtrama fajuta dentro do filme. Exagerando até mesmo na necessidade de justificar que a narrativa irá durar apenas 7 dias (repetindo com algumas diferenças a chegada dos carros dos atores ao set de filmagens), "Sete Dias Com Marylin" só ganha vida quando Michelle Williams toma às rédeas do filme, comprovando mais uma vez que se trata de uma atriz talentosa e corajosa, sendo bem assessorada por Keneth Branagh. Infelizmente, não a todo momento.[/quote']

Eu achei a Willims cariacata demais!

"Imitando" caras e bocas  e  olhares e gestos...

De relevante no filme foi mostrarem como a mulher mais sexy do mundo era insegura.

 

Anyway, ela estava linda!

 

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MILLENIUM - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES - 7/10 - O diretor David Fincher não é brilhante, mas realiza um elegante e eficiente filme de investigação a partir da obra do sueco Steg Larson, apesar dos problemas da narrativa que o roteiro do irregular Steve Zaillian não consegue esconder. O início é bastante abrupto e apressado, se de um lado pode ser entendido como dinâmico para logo estabelecer a premissa (e a montagem ajuda muito nesse trabalho), não deixa de ser confuso para entender a motivação do jornalista Mikael Blomqvist (Daniel Craig) em visitar o industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), por mais que saibamos que o cenário seja favorável para ele sumir do mapa. A apresentação da premissa, no entanto, é bem realizada, inclusive quando Mikael acompanha os relatos do detetive Morell, responsável pela investigação na época do desaparecimento de Harriet Vanger, através de eficientes “flashbacks”. Paralelamente conhecemos Lisbeth Salander (em um ótimo trabalho de composição de Rooney Maara), uma personagem instigante e intrigante, e gradativamente vamos acompanhando que o seu envolvimento com o caso que Mikael está investigando será iminente. O grande problema de “O Homem Que Não Amavam as Mulheres” é confiar demais na trama policial que se mostra frágil (basicamente se valendo de fotografias) e com álibis narrativos fracos (em determinado momento a filha de Mikael ressurge apenas pra lhe ajudar em uma das pistas), mas ao menos Fincher consegue manter um clima seguro com relação aos suspeitos em potencial. Vale destacar o maravilhoso trabalho de fotografia que insere os personagens em um ambiente frio e inóspito aliado ao “design” de som que reforça a sensação incômoda do clima gelado, além é claro da já citada montagem que trabalha muito a favor do filme, seja no ritmo da narrativa, nas transições de cena ou até mesmo no clímax. O terceiro ato fica comprometido muito mais pelo tratamento frio e impessoal dado ao interesse romântico entre Mikael e Lisbeth que enfraquece um pouco o apelo do desfecho.

Thiago Lucio2012-03-05 20:46:00
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Sobre "The Dead", o melhor do filme é que realmente se trata de uma situação limite... Embora não sejam locais abarrotados de zumbis, como grandes cidades, o que move o filme é a falta de recursos do protagonita alcançar seus objetivos... O carra tem que se virar nos 30... O que não ocorre em nenhum outro filme de zumbis que eu tenha assistido... Numa cidade grande você tem tudo facil... Agua, Gasolina, carros, armas e etc... E no meio da africa selvagem? Sei que a africa tem cidades e mimimi... Mas o ponto não é esse...

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The Grey
Prefiro o titulo original e não o óbvio q recebeu aqui ( “A Perseguição” ) pois ele faz alusão aos lobos, “personagem” principal deste tenso thriller de ação independente q lembra mix de “Con Air” e “Alive” (aquele dos sobreviventes dos Andes). Nos cafundós do Alaska após queda do avião, os sobreviventes (criminosos) se viram não apenas às condições adversas de clima e terreno hostil, como tb pra se defender contra uma matilha de lobos famintos. Pronto. Contudo, o filme supera as expectativas apresentando não apenas um embate de sobrevivência e sim algo mais: uma metáfora espiritual e reflexiva sobre a morte, além do raro e diferenciado desenvolvimento dos personagens secundários. Os lobos apenas são a representação do conflito interno do soturno e calejado “macho alfa” dos sobreviventes, vivido com responsa pelo Liam Neeson. Apesar da matilha não aparecer mto está onipresente td tempo e é impossível não se arrepiar a cada rosnado ouvido. Cenas a destacar: o acidente; tds as mortes; a estória na fogueira; e o estupendo e abrupto desfecho. Ah, existe uma cena importantíssima após os créditos finais. 9,5/10

 

The-Grey-poster-2.jpg
Jorge Soto2012-03-06 08:40:38
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PSICOPATA AMERICANO

 

De acordo com o dicionário virtual Aulete, yuppie é um jovem executivo bem remunerado, que gasta seu dinheiro com extravagâncias e é dado à ostentação.

Patrick Bateman (Christian Bale)

é uma assustadora extrapolação desse conceito, a ponto de reconhecer

sua incapacidade de sentir qualquer emoção que seja não nojo ou desprezo

pelos outros - trata-se de um autoproclamado psicopata, um monstro em

pele de homem, para quem empatia é um conceito alienígena. A preocupação

obsessiva dele com a aparência física complementa o conteúdo

superficial que recita como um robô, limitado a citações pop ou deboches de assuntos sérios. Permanece frio seja rachando a cabeça de um desafeto com um machado, seja participando de um ménage à trois durante o qual admira mais seu próprio corpo do que o das prostitutas que contratou.

O

gênero apropriado para encaixar o filme é a comédia negra; Harron

renderiza a espiral decadente de Bateman rumo à insanidade descontrolada

como uma sátira ao materialismo desumanizante, situada nos EUA

oitentista presididos por Reagan.

 

B

 

 

 

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O PREÇO DO AMANHÃ - 5.5/10 - “O Preço do Amanhã” tem uma idéia-conceito muito boa. Em um futuro não muito distante, um desvio genético impedirá que as pessoas envelheçam a partir dos 25 anos, entretanto a partir desta idade só terão mais um ano de vida, exceto se comprarem mais tempo para viver. Nesse futuro, tempo é dinheiro. Literalmente. A analogia é bastante óbvia como uma forma de ilustrar as diferenças sociais entre aqueles que têm mais tempo de vida (os mais ricos) e aqueles que vivem um dia de cada vez, sem saber se haverá amanhã (os mais pobres), inclusive inserindo-os em zonas de ocupação diferentes para que não se misturem. Entretanto, existem sérios problemas na execução dessa idéia, não apenas com relação ao roteiro, mas numa tentativa de resultar uma ficção-científica “clean”, ela se mostra muito mais como uma produção de baixo orçamento, quase um filme “trash”, só que de maneira inconsciente. O mais curioso é notar que o filme é roteirizado e dirigido por Andrew Niccoll, o mesmo responsável por “Gattaca – Experiência Genética” que por sua vez é uma ficção científica sofisticada e refinada que se utiliza também desse conceito de ficção científica “clean” e econômica com resultados bem melhores. Ainda assim, as idéias são muito bem exploradas justamente por explorar essa idéia de barganha usando o tempo como moeda de troca e a única forma de se manter vivo, seja ao comprar comida, andar de ônibus ou até mesmo pagar por sexo. Nesse cenário, existe a “gangue do tempo” e os “guardiões do tempo” que cada a sua maneira estabelecer a ordem e o caos que rege esse mundo que também sofre influência da “inflação” manipulada pelos “mais ricos”. A trama é focada em Will Salas (Justin Timberlake), recebedor de uma misteriosa doação (um interessante conceito estabelecido por um personagem enigmático e melancólico), que passa a freqüentar a “alta sociedade”, inclusive conhecendo Sylvia (Amanda Seyfried), filha de um poderoso e influente magnata (Vincent Kartheiser) e ser perseguido por um implacável guardião do tempo (Ciliam Murphy). Inicialmente, o roteiro não é muito feliz em estabelecer as motivações de Sallas já que a princípio ele jura fazer o tempo de vida dele valer à pena, mas passa a se dedicar a futilidades; ele quer se vingar da morte de um ente querido, mas seu inimigo é invisível, o “sistema”; e a partir de um comentário sobre seu pai, ele torna-se abruptamente um defensor dos fracos e oprimidos. Nada muito conclusivo, definitivo ou bem definido. E são as ações do personagem que definem os rumos da narrativa, logo o filme se transforma num desinteressante jogo de gato e rato. Timberlake, embora carismático, não consegue fazer muito pelo seu personagem, parte por limitação própria, parte pelo frágil roteiro. Seyfried que já convenceu nos papéis de mocinha romântica e “femme fatale” em filmes anteriores tem uma participação insólita e preguiçosa. Vincent Kartheiser se mostra um ator canastrão ruim, pois seria um tipo ideal para o personagem que se propôs. O maior destaque fica por conta de Ciliam Murphy com uma atuação marcante e segura que dá um tom de frieza e imprevisibilidade essenciais para que seu personagem realmente se torne uma ameaça real a Sallas (é um daqueles personagens, porém, que você termina de ver o filme e gostaria de saber muito mais sobre ele). E ao final não tem como não se sentir frustrado diante de um filme bom da cabeça, mas ruim das pernas. Thiago Lucio2012-03-06 18:14:04
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http://www.indiewire.com/static/dims4/INDIEWIRE/f5752c9/4102462740/thumbnail/485x341%3E/http://d1oi7t5trwfj5d.cloudfront.net/0c/0a0f0009b211e1820e123138165f92/file/charlie-theron-young-adult-review-jason-reitman.jpg

 

Jovens Adultos Um filme delicioso de se assistir, extremamente engraçado e até levemente sombrio. Na minha opinião o melhor filme do Jason Reitman, que em agéis 90 minutos, não desperdiça um frame sequer. Charlize Theron faz seu melhor personagem em anos - provavelmente o melhor desde Monster - alguém que é extamente quem imaginamos desde a primeira cena, e ainda assim não falha em nos surpreender a cada nova confirmação do seu caráter (ou falta dele). Um filme em que não há redenção, onde não há, por mais que se tente, qualquer chance de tomar outro rumo ou voltar atrás. Resta-se, então, seguir em frente. 5/5

 

 

 

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John Carter
Pipocão razoável q esperava fosse “pior” mas cumpriu sua função de me entreter desencanadamente durante duas horas. Imagine os aborígenes e bichos esquisitos de “Avatar” , a estória do “Principe da Persia” , design de produção de “O Retorno do Jedi” e uma sequencia td chupada de “Ataque dos Clones” , e pronto! Nele acompanhamos as aventuras do personagem-titulo, q subitamente se vê transportado dos States do séc. 18 pra Marte (!?), e cai de pára-quedas num conflito épico entre seus  esquisitos habitantes.. O Taylor “Gambit”  Kitsch destila canastrice e inexpressividade no papel-titulo, dando espaço pros divertidos seres de CGI brilharem na pelicula, a maior parte deles uma cópia deslavada dos N´avi, so q verdes e com quatro braços. Até o gde Mark “Siniestro” Strong é desperdiçado como vilão meia-boca, da mesma forma como ocorreu no filme do lanternoso. O Willem Defoe então nem se fala, tá irreconhecível como um dos marcianos “bonzinhos”. A caprichada produção Disney não poupou din-din na ótima caracterização tanto do planeta vermelho como de seus variados e escrotos habitantes, mas poderia ter se esmerado mais no roteiro, simples e as vezes confuso, e no desenvolvimento dos personagens, tds rasos. Mas e daí, quem busca o sentido “truffautiano” da vida num filme da Disney? Dá pro gasto, com ressalvas, pois o 3-D é totalmente dispensavel. 8,5/10


John-Carter-Poster.jpg
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PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN - 8.5/10 -  é muito fácil julgar as atitudes da mãe e/ou condenar o maniqueísmo utilizado para construir a figura do filho[/quote']

 

A forma como o personagem do filho é construído é algo que me incomodou um pouco quando assisti o filme, mas li uma entrevista com Tilda Swinton em que ela aponta que tudo que vemos no filme são as lembranças dela (exceto pelo presente, obviamente), ou seja, o que vemos ali não é verdadeiramente o Kevin, mas sim a forma como ela vê o Kevin. E ela definitivamente o vê como uma especie de monstro, capaz de tudo apenas para provocá-la. Não tinha atentado para isso e achei bem interessante.

 

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GANHAR OU GANHAR


O ato de estar prestes a assistir a uma
comédia dramática independente norte-americana talvez tenha chegado ao
ponto de se tornar indissociável da expectativa condicionada de se
deparar com um entretenimento adorável, descolado, afetado, insistente
em tentar colar sorrisos zombeteiros com piadas sardônicas/sarcásticas,
autoconsciente da própria esperteza, populado por figuras deliberada e
exageradamente peculiares ou estranhas, embalado por canções "bacanas". Juno é o suprassumo recente dessa tendência.

Caso alguém não morra de amores por esse tipo de coisa, poderá procurar Win Win
sem medo de ser feliz. Cotejado com parentes de gênero próximos, o
filme distingue-se por sustentar uma abordagem sóbria e humana das
situações ora trágicas, ora cômicas do roteiro, contextualizando-as num
mundo onde as pessoas agem com naturalidade (em vez de serem reduzidas a
caricaturas sabichonas), cujos atos repercutem de maneira crível no
mundo à sua volta, o qual também é representado com maior
verossimilhança.

McCarthy,
de modo quase imperceptível, logra apertar e alegrar o coração com uma
história mundana sobre a superação de indivíduos derrotados pelas
circunstâncias - sejam elas financeiras, amorosas ou familiares -, por
meio do aproveitamento do que há de melhor em cada um. Paul Giamatti, Amy Ryan, Alex Shaffer e Bobby Cannavale brilham.

B+


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PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN - 8.5/10 -  é muito fácil julgar as atitudes da mãe e/ou condenar o maniqueísmo utilizado para construir a figura do filho[/quote']

 

A forma como o personagem do filho é construído é algo que me incomodou um pouco quando assisti o filme, mas li uma entrevista com Tilda Swinton em que ela aponta que tudo que vemos no filme são as lembranças dela (exceto pelo presente, obviamente), ou seja, o que vemos ali não é verdadeiramente o Kevin, mas sim a forma como ela vê o Kevin. E ela definitivamente o vê como uma especie de monstro, capaz de tudo apenas para provocá-la. Não tinha atentado para isso e achei bem interessante.

 

Mas sei la,  depois, qd adulto, as cenas que mostram o Kevin real e fazendo o que ele fez mostra que a maneira como ela o via não era tão erronea assim.

 

jujuba2012-03-07 17:39:06

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