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"O Serviço de Entregas da Kiki", de 1989, é mais um filme lindíssimo e fofíssimo do Studio Ghibli. Solto em seu enredo, a ponto de que cada entrega de Kiki constitui uma pequena aventura, o conjunto ressai como o  mais importante. Autoestima, amizade, respeito aos mais velhos, amor ao próximo, estão no pacote ético animado. Encontra-se nele a obsessão de Miyazaki por instrumentos de voo (uma vassoura, ou um dirigível), e pela Itália adriática, aqui com ares de Florença.

 Nessa revisita, deixou-me ao final a dúvida, se a perda da magia tinha a ver com questões de autoaceitação, com o amor de si; ou com a chegada da adolescência (sexual).

O gato Jiji rouba a cena.

Majo no takkyûbin (1989)

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Este é um filme difícil de explicar pra quem não conhece Brasília, ou seus moradores natos - não os forasteiros engravatados. Um filme que talvez só pudesse ser feito igualmente por um brasiliense. Gustavo Galvão conseguiu traduzir uma certa "angst" própria do cidadão de lá. O que é estar no meio do poder mas não fazer parte dele; não aguentar mais ouvir papos sobre cargos públicos e dinheiro alto; querer fazer arte, mas estar longe da caixa de ressonância do Sudeste; viver no planalto central do país, com sua paisagem plana, de filme do meio-oeste americano.

O roteiro conseguiu captar, como uma antena, tudo isso. Mas tenho dúvidas se conseguiu transmitir o recado; o interior do filme talvez tenha ficado cifrado demais. Só, digamos assim, a "casca" foi passada adiante. A casca é fácil de ver, um road movie de pegada Beatnick. A começar pelo título, um dos primeiros versos do "Uivo" do Ginsberg (que eu coincidentemente acabei de ler); passando ainda pela "brotheragem perigosa", o consumo de drogas, o sexo indiscriminado, o misto de coragem e desilusão, o jazz (aqui, bem brasileiro, por Ivo Perelman) e a música mais underground (Otto, e rock peruano).

Uma atuação fantástica de Marat Descartes, emulando um Neal Cassady tupiniquim. 

Em resumo, "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa", de 2013, é um bom filme, mas não é pra todo mundo não. Há que se ter lido, vivido e sofrido um pouco.

Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa (2013)

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Revi "Jarhead"/ "Soldado Anônimo", de 2005, um "filme de guerra do Sam Mendes" que tem tudo para ser esquecido de vez ao perder esse epíteto para "1917".

Não deveria. Continua, depois de todos esses anos, muito bom tecnicamente, com o trio Deakins/Gassner/Newman arrasando nas respectivas áreas, respectivamente com a visão de queimadas à noite; enormes trincheiras realísticas; e som de perigo. Ora, ora, ora, será que no futuro não serão esses trabalhos considerados em perspectiva como esboços de "1917" ?

O que a maioria das pessoas não gosta é do início do filme, mostrando o lado superescroto da carreira militar, com seus impropérios vazios e testosterona mal gasta. Infelizmente, é quase um chavão de filmes de guerra: ter um início de "acampamento" e um final dramático, vide, por todos, "Hacksaw Ridge".

Porém, Jake Gyllenhaal, naquele seu ano pessoal fantástico, está espetacular e bonitón pra chuchu, com seu cabelinho na régua.

Deem um Oscar pra esse cara! 

Jarhead (2005)

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Telecine Cult ontem à noite: "La Passion de Jeanne d`Arc"/ "O Martírio de Joana D`Arc", de 1928.

Tudo já foi dito sobre ele, em exaltação: os planos fechados, os closes, a atuação fabulosa de Maria Falconetti (que esteve pelo Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial, antes de morrer na Argentina)  - dizem até que afligida fisicamente de verdade, para conseguir aquelas expressões de profunda dor. Amo o look de seu cabelo também, resultando, muitas décadas depois, em Charlize Theron, em "Mad Max: Fury Road". Um filme em que quase não há objetos, um livro, uma coroa, pouca coisa, como a dizer que os objetos são os rostos.

Fico encantado com os rostos dos Julgadores. Rostos feios, terríveis, como num livro de Dickens, em que as feições revelam o caráter dos personagens. Todo mundo só fala dos closes, e tal, mas 60% do filme deve ser "plongée/contra plongée", a denotar a inferioridade e a superioridade da relação juiz-réu. 

É notável o fato das falas serem transcrições de documentos reais.

Que grande filme do Dreyer! Inspiração mais que evidente de Lars Von Trier.

Maria Falconetti and Eugene Silvain in La passion de Jeanne d'Arc (1928)

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Hardcore - No Submundo do Sexo (Hardcore, Dir.: Paul Schradder, 1979) 2/4

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Filha de um pai religioso desaparece. Ele, um tempo depois, descobre que ela está perdida no meio do submundo dos filmes pornô. Talvez na época soava mais pesado, mas hoje nem tanto. Mas não tem muito o que dizer, gostei no geral. Mas detalhe: Neil Jordan seria o diretor aqui, mas não gostou muito do roteiro, achou ele muito pesado. Anos depois acabou fazendo 'Monalisa' com o Bob Hopkins, que tinha mesma premissa (do cara entrando num submundo do sexo pra achar alguém), mas com um tom mais leve. No fim, acho Monalisa bem melhor que esse. 

 

A Polícia da Estrada (Electra Glide in Blue, Dir.: James William Guercio, 1973) 3/4

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Policial que trabalha numa estrada deserta, quer se torna detetive, e acaba tendo a chance de ser um, quando acha um cadáver numa cabana. Filme é mais um que coloca um policial honesto tendo que enfrentar ou encarar uma certa corrupção/ineficiência da polícia. Curto esse tema. Talvez o problema é que o filme força um pouco pra fazer o personagem principal soar "cool" demais, mas ao mesmo tempo tira sarro dele (porque o cara é baixinho). Não sei se dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo, colocar o personagem pra cima, mas ao mesmo tempo ficam zoando ele o tempo todo. Mas enfim, o filme é bem eficiente, só que poderia ser mais curto porque resolvem perder tempo com umas cenas esticadas demais (final, por exemplo, toca uma música um tempão, e só depois dela acabar é que rolam os créditos).

**Não posso deixar de pensar que esse foi o filme que se inspiraram pra fazer Mad Max, uns anos depois.

 

Os Impiedosos (Madigan, Dir.: Don Siegel, 1968) 1/4

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Dupla de detetives tem 72 horas para achar um suspeito de um homicídio. Filme tem certo charme de filmes policiais dessa época, mas fica nisso. Tem muitas falhas. Primeiro porque parece um episódio estendido de uma série de TV. Começa do nada sem maiores apresentações de personagens e situações, e termina também sem muitas conclusões (ou umas conclusões meio brochas). O Don Siegel estava trabalhando numas séries de TV pra Universal antes de fazer esse filme e o roteirista tinha vindo do seriado Agentes da U.N.C.L.E. Isso explica tudo, porque ambos devem ter pensado que estavam fazendo mais um episódio de alguma série policial de TV, e não um filme...

Mais complicado ainda é que filme tem 2 histórias paralelas rolando: A da dupla de detetives com pouco tempo pra achar um homicida, e a outra envolvendo o comissário chefe. Como esse era interpretado pelo Henry Fonda (nome maior do elenco) resolveram aumentar a participação dele, mas não colocaram história pra ele que tenha a ver com a perseguição ao homicida (na verdade, não vi relevância nenhuma nas histórias paralelas que colocaram pra ele - tudo muito fraco). Também rola uma subtrama envolvendo a mulher de um dos detetives, mas ficou muito ruim (a mulher é uma anta! Fica exigindo que o marido a leva pra um baile estúpido, mas esquece que o cara tá super ocupado com as investigações do homicida - olha o nível da coisa). Isso tudo faz com que o filme fique com papo demais e ação de menos. Cenas mais movimentadas só no começo, e no climax final. O resto, só muita perda de tempo com coisas inúteis envolvendo o comissário chefe e a mulher de uma dos detetives enchendo o marido, e assim muito pouco tempo de tela no que realmente importa que é investigação do paradeiro do homicida (no fim, resolveram tudo no FF, rápido demais e aí cenas importantes ali acabam não tendo o efeito desejado).

 

Mikey e Nicky (idem, Dir.: Elaine May, 1976) 4/4

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Ótimo demais esse aqui. Dupla de atores bem afiada. Sobre um mafioso que está marcado pra morrer pelo chefão da máfia, e aí aparece um amigo pra ajudá-lo a escapar. O problema é que o cara não acredita muito no amigo, aí fica um jogo bem tenso entre eles. O final é foda.

 

Todos filmes, vi aqui:

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Um dos filmes brasileiros mais elegantes que vi em muito tempo...Fui conferir se o Pablo tinha escrito sobre ele, e, sim, escreveu, deu 5 estrelas. Não conhecia o trabalho de Flávia Castro, mas quero ver mais filmes dela. Tem muito talento. Minha nota, ao final do ano, também será bem alta.

Não só "Deslembro"  toca em um assunto importante como a necessidade de lembrar da História nacional, mas resgatar também a historiciedade de nós mesmos. Se fosse só "importante" eu não daria uma nota alta. Mas o "como", que é o que é o cinema de fato, é maravilhoso. Um filme que esbanja cultura - a começar por ser falado em três línguas de uma forma supernatural - e que usa de Fernando Pessoa (do título), a The Doors, Lou Reed, ao mítico "Transa", a Neruda, à página mais linda de "O Jogo da Amarelinha" de Júlio Cortázar...A protagonista adolescente está sempre com um livro na mão, está sempre ouvindo alguma música, privilegiano rock,  mas aprende a gostar de samba-canção...É como se o roteiro dissesse:  A cultura do mundo vira a pátria possível!  Por identificação pessoal, também creio muito nisso. Porém, a jovem intelectual, em certo momento, descobrirá como a natureza, o mar, a praia, o sol,  são tão bons, tão carnais, tão libertadores, quanto "a cabeça". Por identificação pessoal, também creio muito nisso. Desse encontro da cabeça com o corpo, surgirá o amor. Lindo roteiro!

A atriz Jeanne Boudier está maravilhosa como a adolescente "Joana" ( aposto que em referência a "Joana Francesa" do Chico Buarque, uma música genial, que consegue rimar português e francês, assim como a menina do filme), em uma linda atuação, principalmente em sua relação com a desconhecida avó, vivida maravilhosamente por Eliane Giardini.

Em sua conexão com os tempos de hoje, em uma cena muito bem construída, diga-se de passagem, ouve-se um "Vai pra Cuba!", e a menina abre a janela e grita "Fascista"! Que é o grito preso na garganta da militância de hoje em dia. E, para ratificar de vez a posição ideológica dos envolvidos, há menções a Lula e ao PT, como depositários da esperança...

Eles deslembram com força também.

Deslembro (2018)

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Primeiro romance do ano da Netflix, adaptação de um livro campeão de vendas, "Por Lugares Incríveis" já é o filme mais assistido da plataforma no Brasil e em muitos países. Tiro calculado, que conhece seu alvo. Um romance que, em seu bojo, toca em questões importantantes como saúde mental.

Brett Haley é um bom diretor, especializado em filmes de começo-meio-e-fim, especialmente ternos, nos quais os destaques são os atores. Foi assim com "The Hero" e, o melhor deles, "I`ll See You in My Dreams". "Por Lugares Incríveis" foi feito para Elle Fanning brilhar, ela, que também é a produtora do filme. 

O resultado é assistível. Estou um pouco cansado de produções com temática de prevenção ao suicídio. Parece que transformaram a questão em um filão mercadológico. Mas tirando essa externalidade, achei engraçado como o roteiro - ou o livro - usou a literatura da (suicida) Virginia Woolf, sem lé com cré. Eu não sou propriamente um expert, mas já li 6 livros dela, e "As Ondas" seguramente é o mais difícil, um experimental fluxo de consciêncial de - se bem me lembro - 6 personagens! Neste filme, os adolescentes utilizam frases desse livro, como se fossem autoajuda romântica! É ridículo!  Um livro - ainda mais "As Ondas"- não pode ser lido em tiras! Visualizo várias menininhas de 15 anos pegando esse livro pra ler...Vai ser engraçado! Vão largar na página 3.

Outro aspecto que me incomoda é o que chamo de "simpatia profissional", ou "simpatia Fátima Bernardes", nas atuações, muito comum em filmes de romance. Todas as falas do ator Justice Smith, por exemplo, são quase superinterpretadas, acompanhadas de um sorriso, ou de um jogo de olhos, o que afugenta o naturalismo. Aprendi que atuar é de dentro pra fora.

Elle Fanning and Justice Smith in All the Bright Places (2020)

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Não canso de exaltar o cinema sul-coreano. E Kim Ki-duk, o mais polêmico dos realizadores do país,é um dos maiores responsáveis por isso. Depois de passar por uma fase mística, estranha, muito centrada na forma, cujo "Arirang" seja o exemplo documental disso, ele conseguiu se achar novamente, e se aproximou da política, e dos dilemas sociais da Coreia. "Dente Por Dente", de 2014, é um dos seus melhores trabalhos. 

Pra dar inveja aos milicianos do Rio de Janeiro, ele simplesmente apresenta a tortura, sob um novo ângulo, como uma forma de trabalho, uma empresa!  Sim, as pessoas qualificadas da Coreia, formadas nos Estados Unidos, que não conseguem emprego decente; ou então uma mulher ambiciosa que precisa de dinheiro para comprar uma bolsa nova de grife; ou alguém que foi muito humilhado em sua simples profissão; tornam-se membros de uma Agência de tortura, cujo foco é vingar a morte brutal de uma jovem. Todos os 7 (e esse é um número mítico para o cinema também) bandidos que cometeram aquele crime serão sequestrados e sofrerão as consequências, o justiçamento dos homens. Um roteiro brilhante, que contrapõe 7 novéis torturadores contra 7 criminosos clássicos.

 Tudo isso para mostrar os coreanos humilhados pela falta de emprego, pela falta de grana, embrigados pela força da grana quem não têm mas se sentem no direito de ter, tal qual as figuras de sucesso seu país. Em vários momentos, os familiares dos desempregados os xingam de "parasitas" do dinheiro deles. E Park so-dam - a filha pobre em "Parasita" - faz uma pontinha aqui.

Ranking Kim Ki-Duk atualizado: Pieta - A Rede - Primavera, Verão, Outono Inverno....Primavera - O Arco - Dente por Dente.

Ildaeil (2014)

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Charlie Says é um drama policial que retoma outro viés as estória do Charles Manson, sob ótica de três de suas discípulas. É interessante pela pegada investigativa e seus oportunos flashbacks. Com relacão ás atuacões o trio de muié ta bem, mas o Charles Mason do Dr Who ta meio a desejar. Dá pra ver e prende atencão, mas a diretora de Psicopata Americano já fez bem melhor, dava mais caldo este filme. 8-10

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Little Joe é um drama scy-fy que parece uma versão minimalista de Pequena Loja dos Horrores mesclado á Invasores de Corpos. É um filme pequeno que visualmente é um deslumbre, trilha sonora idem.. As atuacões tao ok e seu desfecho ambíguo deixa a sensacão amarga no final. A metáfora de manipulacão genética (e de quebra, humana) ta bem dosada, mas é um filme pra paladares refinados. Ainda digerindo. 8-10

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Guns Akimbo é um divertido filme de acão e comédia onde o bruxinho pinta e borda, mas quem rouba o filme é a Samara Weaving, como sua perseguidora. Bem feitinho, agitado e com ritmo de mangá, o filme peca em não dar muitas explicacões do tal jogo em questão, mas e daí.. é um thriller insano que não dá folga pra respirar. Diversãozinha pra matinê, e mesmo assim esquecível depois. 8,5-10

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A vontade que dá é de nem falar nada!!!

Elogiei muito os filmes de 1980 a 1992 do Miyazaki, mas "Princesa Mononoke", de 1997, como diz o Bruno Henrique, está em outro patamar. É quando na carreira dele, acredito, se assinala uma mudança de maré. Os temas ficam cada vez mais complexos, sombrios, e notavelmente "estranhos" (A cena em que a Princesa pega uma casca de árvore e a dá na boca do príncipe caído, e ao notar que ele não a engole, ela, de per si, a mastiga e o beija!). Não apenas uma celebração da natureza, mas uma celebração da Existência - noção mais misteriosa ainda - que dá e tira.

Esplêndido em todos os sentidos, de cima a baixo, de dentro pra fora, e diagonais!

Meu segundo preferido, quiçá o primeiro.

Mononoke-hime (1997)

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Curta Live Action narrado pelo próprio diretor, em tom de depoimento confessional, o que, na verdade, o aproxima da seara do Documentário. É Víctor Erice, o diretor espanhol do meu coração, dando de comer e de beber à inteligência mundial.

Em "La Morte Rouge", de 2006, ele conta sua primeira experiência no cinema, aos 5 anos de idade, na Espanha ancorada no franquismo, pós-Guerra Civil. Usando fotos antigas, conta sobre o lugar da sala de cinema, um Cassino maravilhoso, fechado pela autocracia, cuja sala para 800 pessoas resistia. Consegue determinar em que dia exatamente foi - para isso procura nos recortes de jornais antigos sobre a estreia do filme de Sherlock Holmes. Conta quem eram os atores, quem era o diretor. Conta como era o rosto das pessoas da plateia (aqui, em uma reconstituição com atores). Mas, mais importante, conta sua experiência vendo o filme, e o que ele aprendeu (Que pessoas matam pessoas, por exemplo. Além de ficar com medo de carteiros, o vilão do filme). Mais importante é ele contar como, então garotinho, ficou confuso com as noções entre realidade e ficção. Exatamente o que fará nesse curta.

Pena que produza tão pouco. Quero mais.

Ranking Víctor Erice permanece inalterado: "El Sur" - "O Sol do Marmelo"- "O Espírito da Colmeia".

La morte rouge (2006)

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Peter Pan em forma de Realismo Mágico, "Wendy" é uma das bombas do ano. 

Já não fui muito com a cara de "Beasts of the Southern Wild", de 2012, e aquela indicação para Direção no Oscar ainda está engasgada. Agora esse novo filme do Benh Zeitlin,  depois de 8 anos, é ainda mais "non sense". Sinceramente, não entendi o objetivo do filme. Ser uma metáfora da metáfora? Peter Pan já é uma história sobre o crescimento - muito divertida, por sinal, e aqui sem a menor graça. Por que fazer uma metáfora da metáfora - repito - uma metáfora de Peter Pan? Quem precisa disso?

Gostei apenas da trilha sonora.

Filme para as pessoas sem vocabulário, ou os inocentes do Leblon, chamarem de "poético".

Preferia desver.

Wendy (2020)

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Revi ontem à noite no Telecine Cult...

"Mississippi Burning" é muito pesado, cê loko! Muito, muito, muito violento. Acho que é por isso que eu o admiro, mas não exatamente gosto; fico tomado de raiva.Tão bom ver o Dafoe em outro registro.

O Oscar de 1989 seria muito difícil pra mim. Em Best Picture, acho que acabaria votando em "Ligações Perigosas", apesar de achar esse filme de Alan Parker um outro digno vencedor.

Willem Dafoe and Gene Hackman in Mississippi Burning (1988)

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Dark Encounter é um thriller scy-fy que funciona mais como filme de abdução do que o dramalhão que esfrega na cara na primeira hora. Sei lá, o diretor encheu muita linguiça com material piegas provavelmente porque o material que tinha não dava nem prum curta. Pior de tudo que o desfecho tem uma reviravolta esdrúxula onde tenta passar sermão desnecessário. Das atuacões nem falo nada, a ótima Alice Lowe tadinha nessa barca furada.. 7-10

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Nadie Sabrá Nunca é um filme mexicano que pode facilmente formar a trilogia com Roma e Ninãs Bien, dada a temática de denuncia machista-social que esfrega na cara. Diferente dessas outras duas produções, este aqui ta longe de ser alto astral. O desfecho amargo pode ser a cereja de bolo, mas não deixa de ser seu calcanhar de aquiles, a despeito das ótimas atuações. 8,5-10

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Spencer Confidential é o típico filme buddy movie de policial ja visto trocentas vezes. A diferença é que aqui o diretor tenta imprimir outros gêneros junto numa trama modernosa e engracadinha, com resultados pouco duvidosos. Dá pra ver mas é bem mais do mesmo, pois o gênero tem expoentes bem mais significativos que esse. Walberg e Berg formando mais uma dobradinha, a quinta desta vez. Vai casar. 7,5-10

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"De Volta Para Casa"  é uma comédia romântica de 2017, na linha "Mulher recém-divorciada tenta se refazer". O texto é extremamente tolo, e chega a ser incompreensível como bate o carimbo de que uma mulher de 40 anos está praticamente com o "pé da cova", interditada ao amor, mesmo que na superfície tente dizer que não. A personagem, que depois do fim de seu casamento volta para Los Angeles, sua terra natal, conhecerá, e acabará abrigando em sua casa, um trio de jovens cineastas, um deles tornando-se seu alvo amoroso. 

A premissa é até boa, mas o desenvolvimento é muito ruim. O que era pra ser uma história romântica termina como uma trivial amizade entre gerações. É dizer: Moralmente, preferiu-se a família ao sexo! Um recado subliminar terrível. Choca o fato de que o filme foi escrito e dirigido pela filha de Nancy Meyers, que poderia ter dado uma mão, consertando as coisas.

Apesar de Candice Bergen, Michael Sheen, e Reese Witherspoon, o restante do elenco é muito fraco, de dar dó.  Pra mim, a melhor performance da Reese continua sendo no maravilhoso "Eleição". 

Reese Witherspoon in Home Again (2017)

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Documentário de 2015, "Chuck Norris vs Communism" mostra como a chegada de filmes em formato de video tape na Romênia de Ceausescu ajudou a derrubar o regime comunista naquele país. A visão da liberdade estimulou as pessoas a mudar. Incrível ver como uma úncia mulher dublava todos os personagens de todos os filmes, passando a ser a voz mais conhecida da Romênia.

O tema é maravilhoso, mas ele se perde em sua linguagem. Por vezes, suas dramatizações do que é relatado nas entrevistas demoram 8 minutos, 9 minutos - ou seja, a produção não sabe se quer ser documentário ou filme live action. Deveriam ter feito um longa!

Não gostei muito como arte de Documentário, mas valeu conhecer mais sobre a Romênia do final dos anos 1980. 

Por essas terras tropicais, ainda tem gente que defende Comunismo...

Visto na Netflix.

Chuck Norris vs. Communism (2015)

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"Onward" é um dos dois projetos da Pixar para este ano (se o vírus não alterar tudo),  foi bastante elogiado em Berlim, e pelos críticos em geral, mas não está alcançando a bilheteria que se esperava. 

Eu gostei bastante dos personagens, do climão de RPG - explorando o quanto é visto como imaturidade - das suas motivações psicológicas, do trabalho gráfico, e do final emocionante.

Mas...as cenas de ação estão cada vez mais genéricas nas animações. Aliás, para ser justo, neste filme elas nem são essencias à história, visto que o desafio não é propalado como algo gigantesco ou assaz perigoso. A rigor, a rigor, elas têm um quê de "Indiana Jones", e "O Senhor dos Anéis", que serviram à história, pois evocam o universo nerd, e ao mesmo tempo escondem a falta de criatividade cada vez mais crescente nas suas elaborações.

Boa diversão.

Onward (2020)

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Comédia familiar gostosinha, "This is Where I Leave You", de 2014, reúne ótimos atores, para contar piadas apenas razoáveis, aproveitando o gancho de um funeral. Foi dirigida por Shawn Levy, indicado ao Oscar como produtor de "Arrival", e diretor da franquia "Uma Noite no Museu" e de vários episódios de "Stranger Things".

Do grande elenco, quem mais se destaca são Jason Bateman e Adam Driver - provando que ele consegue ser tão bom na comédia quanto no drama. Aqui, faz um cafajeste molecão adorável.

Visto na Netflix, que, como ressaltei anteriormente, gosta de formar pares em seu catálogo. Parece que colocaram vários filmes dele ultimamente, no rastro de "Marriage Story".

Que carreira bem construída!

Jane Fonda, Jason Bateman, Connie Britton, Rose Byrne, Tina Fey, Corey Stoll, Kathryn Hahn, and Adam Driver in This Is Where I Leave You (2014)

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Swallow é um bom thriller dramático que se vale praticamente da ótima atuacão de sua atriz principal, a desconhecida Haley Bennet. É uma fábula moderna sobre submissão, vazio existencial, traumas e repressão. A idéia da mulher-avestruz que devora tudo pra aplacar a ansiedade é caricatural demais, mas o filme se desenvolve com realismo e seriedade suficiente pra passar por cima disso, sem falar nas imagens poderosas que transmite. Vale a bizoiada deste indie. 8,5-10

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Teketeke 1 e 2  é um curioso terror teen japonês que só vale mesmo pela famosa lenda urbana daquele país, espécie de loira do banheiro cortada ao meio e de olhos puxados que ataca nas passarelas. No mais, ambos filmes se desenvolvem no esquemão gringo, com todos os clichês possíveis, mais o que se destaca mesmo é o gore, gostoso de se ver que lembra Takeshi Miike ou Sion Sono. Como falei, a lenda é interessante mas faltou desenvolvimento maior pra uma mitologia que vingasse mais, não foi a toa que a franquia não saiu do segundo filme, mais fraco que o primeiro. 8-10

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Escape From Pretoria mostra novamente o bruxinho Radcliffe so que agora num drama carcerário do naipe Papillon ou Expresso da Meia Noite, mas com um fundo de apartheide meia boca. Na boa, o filme funciona como aventurinha B bem rasa, mas peca quando quer ser denuncia disto ou aquilo. Dá pra ver, mas é beeem convencional, mas o discurso político é raso feito pires, assim como sua relevância a nivel histórico. O bruxinho manda bem, mas nada além disso. Em Guns Akimbo ele ta bem mais divertido. 8-10

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"Jonas"/ "I am Jonas"/ Boys"  é um telemovie francês, de 2018, adquirido pela Netflix, que me surpreendeu muito. Esperava um filme GLS comercialzão, de autoaceitação, mas não foi nada disso. Primeiro que os franceses gostam de tocar nas feridas. Enquanto os americanos ainda precisam fazer filmes para mostrar que ser gay não tem nada de mais, é "como" uma relação hétero, os franceses já passaram o Bojador. Sem qualquer sentimentalismo, sem qualquer romantismo, expõem a procura vazia por sexo, os preconceitos violentos, as crises de solidão...

A história entrelaça duas linhas temporais: o protagonista adolescente ainda ingênuo e doce; o adulto impuro e ácido, abalado por um fato do passado. Estava assistindo e gostando muito, quando o filme apresenta um plot twist dos bons. Eu não estava preparado para aquilo.

O protagonista é Félix Maritaud de "120 Batimentos por Minuto".

Gostei muito.

Jonas (2018)

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Ainda influenciado pelo filme de ontem, fui conferir a produção que rendeu a Félix Maritaud um prêmio de revelação em Cannes 2018. Trata-se de "Sauvage", filme de estreia do diretor e roteirista Camille Vidal-Naquet. Um estudo de personagem pesadíssimo sobre um prostituto gay em Paris. Se fosse apenas o tema, não me chamaria tanto a atenção, mas o "tom" do roteiro me pegou de jeito. Eu já escrevi aqui que amo filmes que tratam o sexo pelo que ele pode ter de triste e amargurado, e não como "o" momento máximo de prazer de um ser humano. Quanto mais o tempo passa, torna-se risível, para mim, como essa ideia é falsa! As pessoas em geral sofrem muito mais do que gozam! Em uma sociedade neurótica, o prazer é desprazer - prazer que não pode nunca ser sentido como tal! Portanto, um filme que inverte a corrente, que mostra a figura de um prostituto como alguém que PRECISA de afeto, e não como alguém que vai proporcionar isso ao cliente, faz muito sentido para mim.

Tal realismo de ideias também se traduz em imagens. Há muitas cenas de nudez frontal, cenas fortíssimas de sexo, e uma em particular, talvez seja uma das mais fortes que já vi, e que não imagino um ator heterossexual submetendo-se a ela. Não imagino mesmo. Um plug anal GIGANTESCO GIGANTESCO GIGANTESCO sendo lentamente introduzido. É...Félix Mauritaud é um ator instintivo, abertamente gay, que misteriosamente não fala sobre seu passado, e que simplesmente topa fazer qualquer cena! E Já disse várias vezes algo bem inteligente:  é de queer para queer, mas os filmes não são queer. Sim, os filmes não precisam de rótulos. Qualquer pessoa de cabeça mais aberta vai ficar impressionado com esse filme.

Se há cenas de sexo bem pesadas, a cena mais forte, contudo, é a de um simples abraço. As pessoas podem morrer por um abraço.

Espetacular esse filme. Dos melhores do ano que vi até agora.

Visto em francês. Não o achei em português.

Félix Maritaud in Sauvage (2018)

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Mudando da água para o vinho, conferi "Troco em Dobro", novo  filme de ação do Peter Berg (do ótimo "Horizonte Profundo"). Feito para Mark Wahlberg, saradão aos 48 anos, brilhar como herói policial, em um personagem que tem tudo para agradar aos fãs do gênero, e, dependendo dos resultados, se tornar uma franquia.

Já se disse que clichê é uma "verdade exagerada demais", e esse filme é uma reunião de todos, todos, todos, os clichês do estilo. O que não necessariamente resulta em um produto ruim. Na verdade, me divertiu. É um filme que cumpre o que promete. Contudo, a repetição de tantas características consagradas jamais poderia resultar em novidade. Não há nenhuma. Adivinha-se o vilão em um átimo de segundo.

Amei a personagem feminina da atriz Iliza Shlesinger.

Ah, e tem Post Malone atuando! Melhor cantando, caro Post: "Please, come To Brazil!"

Mark Wahlberg and Winston Duke in Spenser Confidential (2020)

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A Lenda (Legend, Dir.: Ridley Scott, 1985) 3/4

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Só revendo esse filme que Ridley Scott dirigiu depois do Blade Runner e estrelado pelo Tom Cruise que um ano depois viria a se tornar astro com Top Gun (esse dirigido pelo irmão de Ridley, Tony Scott). Curioso que nem Blade Runner e nem esse foram bem nas bilheterias, mas um virou clássico e esse virou cult.

É bem nostálgico pra mim, já que foi um dos primeiros que assisti no cinema e ainda tem valor. É uma fantasia com a clássica batalha do bem contra o mal, que talvez não tenha muita coisa a mais que outros do gênero, mas curto muito ainda o visual, trilha, personagens e etc (e esse visu do Tim Curry como vilão é bem assustador demais).

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"Tempo de Decisão", de 1995, primeiro filme do Noah Baumbach, que aqui faz uma pontinha como ator.

Um roteiro superescrito, a respeito de um período de tempo geralmente ignorado pela tela grande: quando você está recém-formado e precisa de um "tempinho" pra descansar/pensar na vida. Muito inteligentemente, mostra que os comportamentos podem não ter amadurecido depois de tantas leituras, tanta dedicação, tanto aprendizado. Os personagens estão de volta à condição de "calouros", mas para a vida. E ainda agarrados de certa forma à Universidade como se fossem crianças agarradas à primeira escola.

Se  o tino para a coisa já estava presente, falta, contudo, lapidação. Alguns diálogos são bastante forçados, outros são apenas dispensáveis, algumas vezes tornando as cenas fragmentárias demais.  Mas o maior problema do filme é seu elenco, pouco capaz de dar vida às palavras. Nenhuma atuação chama a atenção. Aliás, todos os atores se tornaram figuras menores, com exceção de Parkey Posey.

Ranking Noah Baumbach: Marriage Story - Frances Ha - A Lula e a Baleia - Enquanto Somos Jovens - Margot e o Casamento.

Kicking and Screaming (1995)

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Em "Lost Girls", uma mãe busca por sua filha desaparecida, entrando em choque com a polícia. Baseado em um caso verídico indignante, que fica ainda mais chocante, ao final, na hora dos créditos, é um thriller bem sucedido, pois prende e emociona o espectador. Não por nenhuma virtuosidade técnica especial, mas pelas atuações excelentes de Thomasin McKenzie, Gabriel Byrne, e, claro, Amy Ryan, no papel da mãe. 

Como esquecer da atuação magnífica de Amy em "Medo da Verdade", pelo qual conseguiu sua indicação da Academia em 2008? Meu voto teria sido para ela. Aqui, há quase um bis de personagem, e em vez de se repetir, ela o aprofunda.

Gostei muito. 

O filme é da documentarista Liz Garbus, duas vezes indicada ao Oscar naquela categoria.

Amy Ryan and Sarah Wisser in Lost Girls (2020)

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