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O Que Você Anda Vendo e Comentando?


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Gente...Fiquei muito bem impressionado com esse primeiro longa da diretora Melina Matsoukas (diretora de clipes da Beyoncé, Rihanna, Ne-Yo...)! Que filme classudo, sofisticado, e sedutor!

É um "Bonnie and Clyde" atual, negro, denso, político, e romântico. E sem tantos gritos! A trilha sonora, alow @Gust84, é cheia de músicas muito bem escolhidas, do repertório negro-romântico americano. Vai tocar direto aqui em casa. Design de Produção excelente também, de Karen Murph (braço direito da mestra, vencedora de 4 Oscars, Catherine Martin, esposa de Baz Luhrmann.)

Daniel Kaluuya está muito bem, de novo, mas é Jodie Turner-Smith o grande destaque. Uma beleza incrível, uma voz, uma sedução...

Palmas a todos os envolvidos! Na minha cabeça era só uma história de racismo policial, racism profiling, o que em essência o é, mas se revelou muito mais cinematograficamente interessante do que eu esperava. Se os brancos aqui não têm nuance, alguns personagens negros em contraste são mostrados atuando com covardia, ou servilismo. Sobrou pra todo mundo. Mas principalmente para os que mais sofrem.

OBS: Este cartaz é cheio de significados. Vocês nem imaginam. 

Amei!

Daniel Kaluuya and Jodie Turner-Smith in Queen & Slim (2019)

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Only é um drama pós-apocaliptico que me lembrou muito o recente (e ótimo) Light of My Life, onde uma pandemia dizima todas as muié da Terra e sobra apenas uma. Aqui a pegada é mais dramática, tipo Filhos da Esperança e quem segura bem a peteca é o casal principal. Com muita similaridade com a situação atual, é incrível o que fizeram na produção com orçamento merreca, parabéns. No entanto, as duas linhas narrativas não chegam num consenso no final, mal resolvido. 8-10

076/2020 ONLY – JÁ VIU?
 

 

Les Misérables é mais um filme que mostra luta de classes e o escambáu, tipo Parasita, mas aqui é em formato dum drama de buddy movie policial. O mérito desta produção francesa é que tudo podia muito bem ocorrer aqui mesmo, país subdesenvolvido repleto de etnias insatisfeitas com a situação. As atuações estão bem dentro da média e o filme te prende na cadeira desde o início. Bem feitinho com poucos recursos (tem até drone!) é bacana ver esta revolta dos excluídos. 8,5-10

LES MISÉRABLES (2020) | Movieguide | Movie Reviews for Christians

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"Jusqu´au Déclin"/ O Declínio é um filme canadense, com selo Netflix, que cai como uma luva nesses tempos que estamos vivendo. Tanto é que virou hit no Brasil. A preocupação quanto ao riscos da vida, ou possíveis ameaças do futuro, enche de paranoia a mente dos personagens. E não só deles. Tenho um amigo que aparelhou a casa com inúmeros dispositivos de segurança, mas mesmo assim, ele e a esposa nunca saem à noite. Não frequentam restaurantes, ou shows, nada. A casa virou uma fortaleza, há câmeras em todos os cômodos. É uma loucura. Agora com a pandemia, nem imagino como tudo possa estar. Acho que só os verei daqui a 20 anos.

O roteiro se aproveita desse tipo de megapreocupação urbanoide e o exagera. O início do filme é até bem legal, mas depois o filme descamba para um filme de ação "B". Faltou um pouco de "controle", não, nem é isso. É a têmpera do filme. Se mantivesse o tom da primeira parte, teria sido mais relevante, e evitaria o ridículo de algumas situações. Algumas mortes foram muito apressadas e não nos fazem sentir a perda dos personagens.

Não curti.

Jusqu'au déclin (2020)

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Devorar (Swallow)
14 (Brazil)

 2019 ‧ Suspense/Terror ‧ 1h 35m

 

Mulher casada com empresário, se vê sufocada pela solidão, conveniências familiares e tediosos afazeres domésticos. Com isso ela começa a engolir objetos em busca da liberdade e relevância. 

 

 

IMG_20200407_184552.jpg

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Retrato de Uma Jovem em Chamas
2019 ‧ Romance/Drama ‧ 1h 59m
Fiquem hipnotizado pela atuação da atriz francesa Adėle Haebel. Desde o primeiro momento qdo ela fica de costas com de capuz para em seguida correr em direção ao penhasco e seu olhar para a camera. Destaque para a cena de conflito entre ela e a Marianne ( muito bem TB). O filme eh todo muito bonito e delicado o final eh arrebatador. 

IMG_20200407_185335.jpg

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21 hours ago, SergioB. said:

Gente...Fiquei muito bem impressionado com esse primeiro longa da diretora Melina Matsoukas (diretora de clipes da Beyoncé, Rihanna, Ne-yo...)! Que filme classudo, sofisticado, e sedutor!

É um "Bonnie and Clyde" atual, negro, denso, político, e romântico. E sem tantos gritos! A trilha sonora, alow @Gust84, é cheia de músicas muito bem escolhidas, do repertório negro-romântico americano. Vai tocar direto aqui em casa. Design de Produção excelente também, de Karen Murph (braço direito da mestra, vencedora de 4 Oscars, Catherine Martin, esposa de Baz Luhrmann.)

Daniel Kaluuya está muito bem, de novo, mas é Jodie Turner-Smith o grande destaque. Uma beleza incrível, uma voz, uma sedução...

Palmas a todos os envolvidos! Na minha cabeça era só uma história de racismo policial, racism profiling, o que em essência o é, mas se revelou muito mais cinematograficamente interessante do que eu esperava. Se os brancos aqui não têm nuance, alguns personagens negros também são mostrados atuando com covardia, ou servilismo. Sobrou pra todo mundo. Mas principalmente para os que mais sofrem.

OBS: Este cartaz é cheio de significados. Vocês nem imaginam. 

Amei!

Daniel Kaluuya and Jodie Turner-Smith in Queen & Slim (2019)

Já tá na lista. 

Eu lembro de ter visto o trailer no cinema e me interessado. 

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Suei pra achar esse filme do Akira Kurosawa. É "Dersu Uzala", vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1976, representando a União Soviética. É estranho, mas o diretor japonês, após sua tentativa de suicídio, acabou indo para lá se recolher, convidado também pelo governo soviético para adaptar esse romance autobiográfico. Ficou muitos anos filmando a história, sofrendo um enorme perrengue na Sibéria, mas o resultado é incontestável.

Há duas cenas monstruosas de lindas, um sol e uma lua quase lado a lado; e a cena da ventania congelante. Mas é o conjunto que mais me atraiu. Se passamos mais de duas horas vendo as paisagens estonteantes da natureza russa, os últimos 20 minutos são passados, confinados em casa ( como estamos todos agora!), entre quatro paredes, matando a alma do  personagem do caçador. Esse contraste entre vida natural x vida urbana; fotografia ampla x fotografia limitada, explica bem parcela do filme.A outra parcela é a amizade entre o capitão e o caçador. Um filme de "Brotheragem", mas muito sofisticado, com ambos entendendo, e admirando, as capacidades um do outro.

Esse acordo entre as almas, também é, em grande sentido, o acordo entre as duas metades do gigantesco país. Entre a Rússia mais europeizada, e a Rússia Oriental. É um projeto nacionalista, sim. Mas Kurosawa pôs para o avesso essa visão política-ufanista da história, e se centrou mais no aspecto humano. Com grande resultado. O final é emocionante.

Meu Ranking Kurosawa, no entanto, permanece inalterado:

1) Ran;

2) Viver;

3) Rashomon;

4) Yojimbo;

4) Os Sete Samurais

Maksim Munzuk in Dersu Uzala (1975)

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Agora à noite, "O Homem do Braço de Ouro", de 1955. Adaptação de um livro de Nelson Algren (que teve um namoro com Simone de Beauvoir - naquela ideia de "amores contingentes", à parte de Sartre, seu "amor necessário"), com Frank Sinatra em excelente interpretação. Penso que ele só não ganhou o Oscar de Ator, em 1956, pois já havia ganhado 2 anos antes. Mas quem eu adoro no filme é a sempre excelente Eleanor Parker. Aliás, vendo agora seu personagem, da esposa entrevada, como não pensar em "A Próxima Vítima" , do tempo em que eu ainda via novelas? E os dramaturgos brasileiros sempre a copiar Hollywood....

Otto Preminger era um dos maiores adversários do Código Hays, e esse filme é um dos mais destacados exemplos disso, pela sua adiantada temática: o baterista ex-viciado em heroína e em jogo. Tornando o título ainda mais significativo: o braço de ouro é o braço da batera, o braço da aplicação da seringa, o braço do apostador. Minha única crítica é que, às vezes acho que ele filma os atores "de perto demais" da câmera. Gostaria de mais profundidade nos enquadramentos.

Por último, o design de Saul Bass entrou pra história, com os recortes retos, formando, ao final, em distorção, um braço desesperado. Magnífica composição.

Frank Sinatra, Kim Novak, and Eleanor Parker in The Man with the Golden Arm (1955)

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La Odissea de los Giles é uma comédia dramática argentina bem alto astral, ideal pra matinê. É daqueles filmes de mistura gêneros (de dar a volta por cima e assalto perfeito) que não fosse pelo castelhano no audio acharia que fosse ianque de tão clichezado que é. Mas é competente no que faz, diga-se de passagem. O grande Darin, por incrível que pareça, aqui ta no automático e é facilmente ofuscado pelo resto do elenco octagenário. O filho dele, idem. 8,5-10

LA ODISEA DE LOS GILES - KulturwebKulturweb
 

 

Gretel & Hansel é uma razoável e sinistra adaptação do conto dos Irmãos Grim, do naipe do superestimado A Bruxa, embora eu tenha curtido mais. Muito bem feito e ambientado, com fotografia espetacular (apesar de muito escura), a película só peca por não desenvolver bem seus personagens. Destes se destaca justamente a bruxa, muito bem interpretada pela tiazinha sinistra. Já os moleques deixam a desejar, estão apenas ok. 8-10

The poster for the grim fairy tale GRETEL & HANSEL ...

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Quem me conhece sabe, eu amo a noite. Além de notívago desde a adolescência, eu sou bem baladeiro, adoro sair de bar em bar, de festa em festa, sou muito parceiro da noite (Então vocês podem imaginar meu sofrimento nesses tempos...). Penso que o dia é muito regrado, muito disciplinado; enquanto a noite é um fio desencapado, tudo pode acontecer. Que filme poderia traduzir melhor essa minha saudade do que "Depois de Horas"?

Esse filme esquecido de Martin Scorsese, embora cultuado pelos cinéfilos, vai na mesma linha do que eu falei. Acompanha um personagem sufocado pela rotina que cai em uma madrugada cheia de eventos inacreditáveis. O engraçado é que o personagem se vê em uma sucessão de frustrações econômicas, como a perda do dinheiro; e sexuais, pois as mulheres o "castram" em sua vontade, de nada adiantando aparecer no começo do filme lendo "Trópico de Câncer" de Henry Miller, um livro de aventuras sexuais. A ficção é diferente da realidade.  Notem que, no meio de tanta confusão, as pessoas ao redor dele, sim, se divertem (como na boite de Punks, com um Martin Scorsese em pessoa fazendo a iluminação do lugar! Pagava para estar nesse rolê!), sim namoram; sendo o caso mais emblemático o longo beijo gay entre dois caras no balcão do bar - talvez seja o único caso de homossexualidade no cinema de Martin?

O que quero dizer: a mente neurótica, da pessoa normal, como a do protagonista, não goza! Sofre! Só os loucos se divertem.

Um filme que sobe a cada dia mais no meu conceito. É divertido, original, além de apresentar Nova York de um jeito bastante diferente.

Boa noite!

Griffin Dunne in After Hours (1985)

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Comédia de absurdos holandesa, "Little Tony", de 1998, da lavra de Alex van Warmerdam, de novo, à frente do roteiro, da direção e como protagonista.

A esposa de um fazendeiro analfabeto contrata uma jovem professora para ministrar-lhe aulas, porém há um objetivo oculto: tornar os dois amantes e estender a família.

Como todo filme do Warmerdam, tudo é muito rápido, conciso, e absurdo. O resultado é que ficamos vidrados na esquisitice toda, o que equivale dizer que o filme nunca perde o espectador. As atrizes, outro acerto, são ótimas.

Gostei.

Kleine Teun (1998)

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Ravers é um terrir inglês apenas divertidinho sobre um energético bixado que transforma uma rave num pesadelo. O plot bizonho não chega á genialidade de Shawn of Dead, mas o problema maior é sua precária produção, indie até o sabugo da unha. No entanto, a estupidez dos personagens e algumas formas criativas de variar a fórmula zumbi eleva a película um degrauzinho mais. É apenas um passatempo ok vendo "zumbis que não são zumbis".  8-10

Ravers - UK, 2018 - with more reviews in 2020 (With images ...


 

The Rhythm Section é um thriller de ação e espionagem tipo Jason Bourne, Nikita ou Atômica, mas é bem mais descafeinado que todos eles juntos. Aqui a fodona doida por vingança é a Blake Lively, que até se empenha e está bem no papel mas só isso não basta. O filme carece de ritmo e a ação é em conta-gotas (mal feitinha até!), o roteiro repleto de furos, personagens mal desenvolvidos e a própria tendência em dar empoderamento á personagem depõe a favor da inconsistência de todo o enredo. 7,5-10

The Rhythm Section | Filme de ação com Blake Lively ganha pôster e ...

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Há muitos anos não via "A Canção de Bernadette", de 1943, que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Jennifer Jones no ano seguinte. Uma atuação doce e pura; num ótimo trabalho. É um filme muito amado entre os católicos, por contar a história da Virgem de Lourdes. O melhor de tudo é que os cinéfilos ateus e de demais religiões podem igualmente se beneficiar do filme, pois em suas quase 3 horas de duração, acompanha-se não só a questão da fé, mas a questão política que passa a dominar a cidade, a questão médica, bem como vemos como a aparição mariana mudou a vida de muitos habitantes do lugarejo francês. Para sempre.

Gosto bem dessa forma "painel" de se registrar um evento histórico. Dá inclusive chance de outros atores, Coajuvantes, brilharem. Tanto que o filme teve 3 indicações ao Oscar para seus deuteragonistas: Charles Bickford; a sempre ótima Anne Revere; e Gladys Cooper, que dá um show nos últimos minutos do filme, quando confronta Bernadette, e se rende ao final. Ademais, uma bela Direção de Arte e uma bela Trilha (de Alfred Newman, pai de Thomas Newman), ambas também premiadas com a estatueta, vale dizer, em ano de "Casablanca".

O grande senão do filme, infelizmente, é mostrar a aparição da Virgem. Que lástima essa decisão! Se ficasse só na invocação, só a cargo do belo semblante iluminado de Jennifer Jones, teria sido um filme realmente de fé, e não um filme de cunho dogmático religioso - como pode ser enquadrado. Seria, enfim, muito melhor do que é.

Meu ranking Henry King é assim:

1) Suplício de uma Saudade;

2) A Canção de Bernadette;

3) Estigma da Crueldade;

4) Suave é a Noite;

5) O Favorito dos Borgia

Jennifer Jones in The Song of Bernadette (1943)

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"O Castelo Animado" é um desafio. Lógica para quê, né?! Mas artisticamente continua sendo bastante bonito e representativo do mundo de Miyazaki: sua obsessão por instrumentos de voo, transformações mágicas, a experiência da guerra, bandeirolas, navios...

É impressionante como ele trata da resignação e perdão. A menina é enfeitiçada por uma bruxa, mas, depois, sem qualquer rancor, a ajuda, vira amiga dela. Isso nunca é falado, mas talvez por que a personagem vê a sua transformação como uma vantagem para se aproximar de Howl? Nada é muito explicado, pois parece que a "explicação" do enredo é, para o mestre Miyazaki, um parente próximo do maniqueísmo das emoções. Aceita-se a magia - a vida como ela é - e pronto.

Quanto ao Oscar de Animação, em 2006, para o qual esse filme foi indicado, eu também teria votado em "Wallace & Gromit" (embora ame "A Noiva Cadáver").

Hauru no ugoku shiro (2004)

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Vencedor do Leão de Ouro em Veneza no ano 2000, e ainda proibido no Irã, "O Círculo" é sempre mencionado como um dos melhores filmes de Jafar Panahi. Não para mim.  Simplesmente por que ele tem um punhado de filmes mais espetaculares, na minha modesta opinião. No entanto, o que é a cena final? O que é a cena final? O que é a cena final? Incrível! 

O filme começa registrando a decepção de uma família pelo nascimento de uma menina, que esperavam, pelo ultrassom, ser um menino. A partir daí, a câmera acompanha fora do hospital a 2 mulheres que acabaram de sair temporariamente da prisão; depois a câmera as abandona para acompanhar uma mulher que efetivamente fugiu da prisão e que precisa de um aborto; depois essa mulher encontra uma outra mulher que pensa em abandonar sua filha; e depois essa mãe desnaturada, a quem passamos a seguir, é confundida com uma prostituta, a quem passamos a seguir...Enfim, é um círculo de mulheres iranianas! Suas aflições, medos, e castigos. 

Como sempre, o roteiro é sempre impressionante. É a melhor coisa. Infelizmente, pela falta de recursos, pelas proibições, e perseguições, falta ao filme um pouco de acabamento estético.

Meu ranking Jafar Panahi:

1) Ouro Carmim;

2) O Balão Branco;

3) Cortinas Fechadas;

4) O Espelho;

5) Fora de Jogo

Dayereh (2000)

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La Marca del Demonio é um terror mexicano ruim, ruim mesmo. Clichezado até o talo e sem tensão alguma mistura Van Helsing, Constantine, Exorcista, etc.. de forma bem porca. As interpretações são vergonhosas e pior, querem se levar a sério! Antes fosse uma parodia tipo Todo Mundo em Panico que até ia. Até a cena pós-crédito é previsível. Mas é aquela coisa, é tão ruim que é um tiquim bom, entendeu? Na boa, o Mexico ja fez coisa melhor no gênero "sai capeta!", vide o bacana Belzebuth. 6-10

La Marca del Demonio [2020] - mi-vision-pelis.over-blog.com


 

Coffee & Kareem  é um daqueles filmes policiais que parece ter sido feito nos anos 80, mas quando vi o trailer pensei que fosse algo sofisticado tipo Máquina Mortífera. Caí do cavalo. É uma comédia sem graça e com piadas de gosto duvidoso. O elenco teen deixa muito a desejar e não chega aos pés do ótimo Good Boys. Sei lá, não curti e não via a hora de acabar. Pois é, esta Páscoa foi bem fraquinha, cinefilamente falando.. preciso saber escolher melhor o que assisto e não avaliar o livro pela capa antes de lê-lo. Pior que a campanha de divulgação desta tralha é bem interessante visualmente, emulando Tira da Pesada, 48 Horas, Duro de Matar, etc.. Mas parece que as boas idéias ficaram só no marketing mesmo..6-10

Coffee & Kareem Trailer Teams Ed Helms and Taraji P. Henson in ...

Coffee & Kareem - 3 de Abril de 2020 | FilmowCoffee & Kareem - 3 de Abril de 2020 | FilmowCoffee & Kareem - Poster / Capa / Cartaz - Oficial 4


 

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Nunca tinha visto "Naked", de 1993, esse controverso e meio que esquecido filme do gênio Mike Leigh, embora tenha ganhado prêmios bem importantes na época, a saber, Melhor Ator e Melhor Direção em Cannes, e ainda o prêmio de ator no NYFCC para David Thewlis (antes de se consagrar como Professor Lupin em "Harry Potter"). Ele está excelente, realmente, num papel difícilimo: um estuprador serial, que também é, ora veja, um filósofo peripatético. Entre uma agressão e outra à mulheres, troca diálogos existenciais com quem encontra pelas ruas sombrias de Londres: um porteiro, um drogado, um colador de cartazes...

As pessoas acham esse filme difícil, mas eu, por associação, não achei. Conheço muito esse tipo de "vagabundo filosofal", que eu chamei acima de "filósofo peripatético". A grande diferença é que neste filme os diálogos são escritos por Mike Leigh, não têm nada de abobrinhas de fim de noite. Há um selo de qualidade! O problema para boa parte do público é tentar separar em suas mentes que um criminoso filho da puta pode falar coisas sábias/interessantes, próximas da poesia marginal. Pois para pessoas muito pretonobranco uma chaga comportamental deve recobrir todas as facetas da personalidade. Não é assim.

Outra coisa boa do filme foi ver a atriz Katrin Cartlidge atuando, ela que morreu relativamente jovem, e era muito boa de serviço. Ela também faz um papel difícil. A da mulher que é estuprada e...gosta! Gosta, pois, a uma alma muito carente, a violência pode ser quase um gesto de atenção. Nada do que é humano deveria nos estranhar. Contudo, se esse filme fosse feito agora em 2020, as feministas da nova geração iriam ter um treco.

Gostei muito.

Meu ranking Mike Leigh, agora atualizado:

1) Segredos & Mentiras;

2) Vera Drake;

3) Topsy-Turvy;

4) Sr. Turner;

5) Naked

David Thewlis in Naked (1993)

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Ontem à noite, assisti depois de muitos anos a "Skyfall". Continuo amando a parte de Xangai: a modernidade, a sagração do dinheiro, as imagens de água-viva refletidas nos prédios, amo, amo. Também adoro a Naomie Harris nesse filme. Em contraposição, continuo não gostando daquele verdadeiro "clipe" da Adele inserido aos 10 minutos do filme,  embora ache a canção boa. E continuo achando o filme mais longo do que o necessário.

A dobradinha Deakins, na Fotografia, e Dennis Gassner, no Design, não tem erro. Que trabalho maravilhoso dos dois! Mas, tenho que reconhecer, seja no final de "Skyfall", seja em"1917", eles usaram os mesmos elementos da tomada noturna: uma casa/prédio incediado, à noite, ao fundo, com o ator fugindo em primeiro plano. Ao fundo, a música de Thomas Newman. Claro, os três grandes profissionais, a serviço da batuta do mesmo diretor, Sam Mendes.

Quem sabe o diretor não tenha que mudar um pouco seus parceiros habituais de filmagem, para não ficar visualmente engessado pelos próprios trabalhos anteriores?

Javier Bardem, Judi Dench, Albert Finney, Daniel Craig, Naomie Harris, Helen McCrory, Ola Rapace, Ben Whishaw, Elize du Toit, Ben Loyd-Holmes, and Peter Basham in Skyfall (2012)

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As críticas foram ruins; a nota dos críticos foi baixíssima; não deu dinheiro nenhum; e ainda foi dividido em duas versões, a própria e a imprópria, digamos assim; mas eu gostei de "Crônicas Sexuais de uma Família Francesa", filme de 2012. De acordo que não é um grande filme, nem mesmo um ótimo filme, mas mesmo assim eu gostei. Entendi a intenção. Sei o que o diretor Pascal Arnold quis fazer.

Ele naturalizou o sexo. Não precisa de nenhuma tomada excitante. Não precisa de tabus. Tudo está "domesticado", dentro de casa, e pode ser "conversado" entre família. Sem problemas. Que, na França, a moral, nem a religião, entraram no meio pra culpabilizar a todos.

 Então, quando as pessoas falam que o filme é morno, ou que não dá tesão, que preferem um xvideo, pois lá tem "soft porn" melhores, eu discordo! O sexo aqui é representado condizente com a personalidade de cada integrante da família. O filho virgem sofre com as questões da primeira vez, recorrendo à masturbaçao (inclusive nos lugares menos indicados); o avô precisa recorrer a uma prostituta, e precisa atuar de modo lento, e suave, para não padecer do coração; a mãe - a melhor personagem - é uma advogada decidida, que comanda a casa, a família, e a cama; a filha ama o namorado, e vive com ele uma explosão de sensualidade; já o outro filho ainda está descobrindo do que gosta, por isso aberto à experiências plurais, a jogos, à liberdade... O sexo é individual! Está adstrito ao jeito de cada um. Essa faceta do roteiro escapou à interpretação de muitas pessoas. 

Por isso, eu fico com a minha. Como cada ser humano é um, o filme me deu prazer. Me deu prazer assisti-lo.

Mathias Melloul and Adeline Rebeillard in Chroniques sexuelles d'une famille d'aujourd'hui (2012)

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Greenlight é um divertido thriller indie que parte de uma boa premissa e a desenvolve deliciosamente. Parte da proposta quase parecida de Oito Milimetros com O Jogador, onde a indusria do cinema é eviscerada em metáforas (algumas nem tão sutis) no plot do dilema do jovem cineasta contratado pra filmar um snuff movie. O filme te prende e o elenco ajuda muito, dá tudo de si. Desde o "herói" até o "vilão". O desfecho tenta dar uma reviravolta meio frouxa, mas até lá este pequeno grande filme cumpriu sua função a contento. 9-10

Greenlight Review: A Palpable Thriller of Epic Proportions
 

 

Break é um thriller de sobrevivência russo que dá pro gasto, embora quase repita a mesma fórmula ja vista em Frozen, do pessoal preso no teleférico. Embora russo o filme é falado em inglês, e percebe-se o baixo orçamento na produção, elenco fraco e efeitos especiais que deixam a desejar. Ainda assim, me prendeu porque queria saber como os infelizes sairiam daquela situação. A duração é enxuta e o filme, embora longe da perfeição, é unicamente diversão genérica pra passar hora e meia roendo as unhas. 8-10

Break (2019) - Tigran Sahakyan | Cast and Crew | AllMovie

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A Netflix recentemente disponibilizou esse clássico do final dos anos 1980, e eu não resisti.

Já escrevi muitas vezes que eu não compartilho muito a visão do mundo de Oliver Stone, ainda mais em relação a América Latina, mas eu não nego que sou fã dele como roteirista. Acho que os seus diálogos são acima da média, e adoro a organização dramatúrgica do roteiro, que é sempre, muito, muito complexo. Há muito o que dizer. Acho que o filme tem momentos maravilhosos, como a briga de Cruise e Dafoe, ou então a incrível briga do personagem principal com sua mãe. A parte do Vietnã, em si, eu acho bem mais ou menos...Faltou dinheiro!

O que eu mais gosto é o caminho da destruição dos ícones: seja a pátria, a religião, e a família. "Nascido em Quatro de Julho" é sobre queimar os ídolos para poder crescer. Mudar as ideias preconcebidas, como por exemplo, uma pessoa com paralisia não pode ter uma vida sexual. Aprende-se errado com a ignorância e o preconceito do meio, e depois a vida encarrega-se de ensinar o certo. Que libertação! Que libertação pode haver fora de uma mente sem tábuas de mandamento estipuladas sabe-se lá por quem! Mais vale aprender o certo com uma prostituta do que o errado com o médico.

Todavia, a parte política do diretor às vezes entra demasiado na interpretação do filme. Confunde. Por exemplo, é mais importante abrir os olhos, despertar a consciência antiguerra, ou, como parece ao final, o personagem se transformar em um militante Democrata? Será, como ele crê, a evolução política do indivíduo americano? 

De todo modo, acho um ótimo filme; mas meu voto para Direção no Oscar de 1990 ( que foi o segundo do Stone) iria, com muitas dúvidas, muitas mesmo, para Jim Sheridan por "Meu Pé Esquerdo".

Tom Cruise in Born on the Fourth of July (1989)

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Palma de Ouro em Cannes, em 1995, a segunda para o seu diretor, Emir Kusturica, "Underground: Mentiras de Guerra" é uma comédia felliniana, bizarra e brilhante, sobre a história da então Iugoslávia, centrando-se no triste fato de a região estar constantemente em conflito.

Começa em 1941, a Alemanha bombardeando a cidade de Belgrado, especialmente o Zoológico da cidade, dando o start para uma série de loucuras, entre elas, um grupo que, enganado por um espertalhão, irá se refugiar em um porão produzindo armas  - não até o fim da Segunda Guerra Mundial - mas por 20 anos a mais! Assim a história do filme se desenrola para além: atravessa as décadas de comando comunista do Marechal Tito, e, depois, ora veja, está-se novamente em outra guerra, agora a guerra civil que fragmentou o país.

Bom, esse é o fio da meada da trama, mas o que importa, de fato, é a mise-en-scène espetacular que o (também músico) Kusturica constrói. Parece um precoce "A Vida é Bela" misturado com  um sonho estranho e humorado de Fellini, aliás, com uma trilha sonora muito animada, de caráter balcã ou russa, presente o tempo todo, de Goran Bregovic, fazendo as vias de Nino Rota. Cenário, design, iluminação, fotografia, criam, no todo, uma atmosfera única.

Tudo isso permeado por um macaco (!), que é também personagem, que rouba todas as cenas, e entrega a cena mais comovente ao final. 

Um trabalho estranho, engraçado, e incrivelmente executado. Acho que nunca vi nada igual.

Underground (1995)

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Solaris
14 (Brazil)
 1972 ‧ Filme de ficção científica/Drama ‧ 2h 49m

 

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Maratona Solaris, com livro, filme de 1972 e filme de 2002. O livro dispensa comentários e mesmo assim deixoei o meu lá no tópico (O Que Você Anda Lendo e Comentando?) kkk..

Já o filme de 1972 do cineasta russo Andrei Tarkovisk é uma ótima adaptação do livro, só que mais focada na Rheia, enquanto no livro o foco é o planeta Solaris. Decisão acertada do Tarkovisk, a Rehai do filme se assemelha muito a do livro, talvez um pouco mais inocência na personagem seria melhor.  Não tive a experiência de ver o filme antes do livro, mas acho que as pessoas vão quebrar um pouco a cabeça para entender sobre o que está acontecendo. Mas o filme aborda muito bem o livro, desde o início com a entrevista e diálogos antes do personagem principal ir para Solaris. O que me incomodou um pouco e isso o filme de 2002 tem, é a impassividade do Chris com relação a tudo o que está acontecendo. Algumas tomadas muito longas tornam o filme um pouco massante, como uma cena que mostra um carro andando na avenida por 5 minutos.

Solaris
2002 ‧ Filme de ficção científica/Romance ‧ 2 horas
 
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Este filme tem apenas 1 hora e 30 muntos. Eh bem curtinho, quase metade do tempo do filme russo. E tem a belíssima, Natascha McElhone, faz tempo que não vejo um filme com ela (apesar dela continua bastante ativa). Ela tem bons filmes no curriculo como Ronin e o Show de Truman. Aqui o filme praticamente ignora tudo do planeta Solaris e se concentra na Rehia e Chris Kelvin (George Clooney). Que ao contrário do Chris russo, ele aqui reage bastante aos acontecimentos. A fotografia  é muto bonita, na terra é uma fotografia mais escura com closes fechados. O nome de quem fez a fotografia é Peter Andrews, que fiquei sabendo depois é o próprio Steven Soderbergh que assinou como Peter Andrews. E o mais curioso é que o James Cameron assina a produção do filme. É um bom filme, mas que peca no final ao enveredar por outros caminhos. O final do livro é tão poderoso e ao mudar o destino de alguns personagens acho que descaracterizou a obra.

 

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12 minutes ago, Big One said:
Solaris
14 (Brazil)
 1972 ‧ Filme de ficção científica/Drama ‧ 2h 49m

 

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Maratona Solaris, com livro, filme de 1972 e filme de 2002. O livro dispensa comentários e mesmo assim deixoei o meu lá no tópico (O Que Você Anda Lendo e Comentando?) kkk..

Já o filme de 1972 do cineasta russo Andrei Tarkovisk é uma ótima adaptação do livro, só que mais focada na Rheia, enquanto no livro o foco é o planeta Solaris. Decisão acertada do Tarkovisk, a Rehai do filme se assemelha muito a do livro, talvez um pouco mais inocência na personagem seria melhor.  Não tive a experiência de ver o filme antes do livro, mas acho que as pessoas vão quebrar um pouco a cabeça para entender sobre o que está acontecendo. Mas o filme aborda muito bem o livro, desde o início com a entrevista e diálogos antes do personagem principal ir para Solaris. O que me incomodou um pouco e isso o filme de 2002 tem, é a impassividade do Chris com relação a tudo o que está acontecendo. Algumas tomadas muito longas tornam o filme um pouco massante, como uma cena que mostra um carro andando na avenida por 5 minutos.

 

Gosto mais do filme do que do livro. São descrições e descrições e descrições sobre as estruturas do estranho planeta, criando propositalmente a sensação de tédio, que, no final das contas, entre os dois, prefiro "ver".

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