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Estou há meses vendo filmes da era do Cinema Político italiano dos anos 1960, sucessora do Neorrealismo; mas estava faltando um filme do grande e profícuo Mario Monicelli, e esse "I Compagni"/ Os Companheiros, de 1963, é maravilhoso! A cena final, então, é espetacular. Bati palmas! Seu Roteiro Original, inclusive, foi indicado ao Oscar, em 1965.

É um filme painel, sobre a situação dos trabalhadores em uma fábrica no final do Século XIX. A exploração dos empregados é tamanha, que eles se veem sujeitos a muitos acidentes de trabalho, o que dá azo à uma primeira contestação, o que chamaríamos hoje de Operação Tartaruga. Os trabalhadores são punidos pelos donos da fábrica, mas o levante chama a atenção de um professor comunista (Marcello Mastroianni), que chega à cidade para ajudá-los a aumentar a temperatura, e incitar o desencadeamento de uma greve. 

É um filme claramente de cepa comunista, no qual há a figura de um intelectual de esquerda que instruirá a classe operária a conhecer seus direitos, a lutar por seus direitos, a tentar tomar a fábrica (é dizer, na linguagem marxista: "expropriar os meios de produção"); sairá pessoalmente ileso dos conflitos; e se tornará político. Dou risada, pois na vida real é isso que acontece inadvertidamente. Uma plataforma à carreira política.

No soberbo "Eles não Usam Black-Tie", escrevi longamente e aqui reitero: A questão do Direito de Greve hoje em dia mudou completamente! Não vejo greve no setor privado de maneira nenhuma, pelo contrário, vejo todo mundo muito aliviado por trabalhar ainda na Indústria - um local onde os salários em regra são maiores e há mais benefícios. Onde há greve atualmente? No Setor Público! Embora o STF já tenha decidido que pode-se cortar os vencimentos de uma paralisação julgada ilegal, não vemos os governantes com coragem suficiente para tal. Os servidores, portanto, fazem greve, prejudicam o serviço público (em Minas, os professores estão em "greve", em plena pandemia, clamando por aumento salarial, de um orçamento pré-falimentar), e ainda recebem integralmente, todos os meses. Mas estou divagando...

O filme é maravilhosamente bem filmado, com a Fotografia que parece uma "foto" antiga realmente, obra do brilhante e ainda vivo Giuseppe Rotunno ("Amarcord", "Rocco e seus Irmãos", e indicado ao oscar pela obra-prima "All That Jazz"). Figurinos perfeitos, de Piero Tosi. Montagem muito bem feita, pois soube alinhavar muitas histórias, de Ruggero Mastroianni, irmão mais novo do ator - (Rugerro morreu em setembro de 1996, e Marcello em dezembro, não aguentou de tristeza).

Vale muito a pena ver esse filme. Principalmente com os olhos bem abertos para todas as transformações do mundo do trabalho.

Amei.

I compagni (1963)

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O ano de 2016 foi bem difícil pra mim, então não perdia tempo com qualquer filme, especialmente os mais mal criticados. Só ontem, acredite se quiser, eu perdi meu tempo para ver essa bomba nuclear do Zack Snyder chamada "Batman vs Superman: A Origem da Justiça".

Um amigo meu especializado em quadrinhos estava me explicando que temos que entender que a ideia nos quadrinhos é a desconstrução do herói, que se vê nos divisores de águas "Watchmen" (que chegou às telas também com a assinatura do Snyder) de Alan Moore, e "Cavaleiros das Trevas" do Frank Miller, ambos de 1986/1987 (com seu Batman velhão). Daí por diante, vários gibis tentaram replicar essa ideia de desconstrução do herói sem sucesso, e essa ideia revisionista chegou ao cinema, também, até agora, sem muitos louros a colher.

E esse filme de 2016 não tem nenhum mesmo. O que é aquele início? São todos os clichês de filme de ação em 5 minutos. Tem até garotinha sendo salva no último instante da queda de uma "viga". O que é aquele final? Um orc gigantesco, copiado na cara dura? E nem vou falar do instante "Martha", por respeito a todo mundo aqui...

No quesito atuações, só Amy Adams e Gal Gadot se salvaram, na minha opinião. O resto...Ben, Henry, Jesse, Hunter, Irons, nossa, podem voltar pra escolinha de Ator.

Uma Fotografia escura demais...Chegou em 3D aos cinemas? Não me lembro. Trilha "nada" do Zimmer...

O único instante que eu gostei foi quando a Gadot entra no sistema Luthor e vê todos os "meta-humanos" vigiados, aparecendo brevemente os heróis do universo da DC. Achei muito da hora. 

Muito pouco, ainda mais para quase 3 horas de filme.

Ben Affleck and Henry Cavill in Batman v Superman: Dawn of Justice (2016)

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Gênio é gênio, né, pái?!

O chileno Alejandro Jodorowsky, na minha opinião, é o maior artista vivo sul-americano (Abaixo, Vargas Llosa, e Caetano Veloso)! De quebra, ele começa sua carreira cinematográfica, em 1957, com um curta-metragem esplêndido, baseado em "As Cabeças Trocadas" de Thomas Mann.

"La Cravate" conta em 20 mintuos uma história de autoaceitação, amor de si, e - por que não? - anti-ideológica. Ninguém precisa fazer a cabeça de ninguém! Orgulhe-se da sua mente! Parecem ser os temas do filme. A gravata que dá título ao curta é uma peça do vestuário associada ao caráter burguês, aos bons modos, à massificação do trabalho do homem. Quando o personagem, vivido por Jodorowsky, a retira de seu figurino, pode ser quem de fato ele é: feliz, amoroso, jovial.

Com uma trilha linda; recursos visuais espertíssimos; "no money", só criatividade; sem diálogos; totalmente estruturado na mímica de Marcel Marceau, com quem Alejandro teve aulas em Paris;  "La Cravate" é de um surrealismo profundo e lírico.

Como não amar? Amei.

 

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14 hours ago, SergioB. said:

Gênio é gênio, né, pái?!

O chileno Alejandro Jodorowsky, na minha opinião, é o maior artista vivo sul-americano (Abaixo, Vargas Llosa, e Caetano Veloso)! De quebra, ele começa sua carreira cinematográfica, em 1957, com um curta-metragem esplêndido, baseado em "As Cabeças Trocadas" de Thomas Mann.

Tem um ótimo documentário dele, Duna de Jodorowsky, onde o próprio discute a tentativa de realizar a adaptação da ficção científica Duna, em 1975, e mostra como foi a pré-produção do ambicioso projeto que não foi concluído. Recomendo caso não tenha assistido.

 

Abe é uma simpatia de drama gastronômico do naipe de Chef ou Sabores do Palácio, ideal pra matinê. Não bastasse divulga a gastronomia brazuca com muito bom humor. Bem feitinho e redondinho, este indie é bem atuado por todo mundo. O roteiro é bem simples mas enche os olhos com estética assustadora, sem falar na sua deliciosa trilha sonora. Na boa, é filme pra ver de estômago vizio porque senão ferrou. Só derrapa quando quer enfiar política e ser mais do que é.  9-10

Abe Cast, Actors, Producer, Director, Roles, Salary - Super Stars Bio


 

Zombie Child é um drama sobrenatural com duas linhas narrativas bem estabelecidas que se complementam. No entando, esta alegoria do neocolonialismo as vezes é cansativa e cerebral demais, mas seu exorcismo final é bem interessante, antropologicametne falando. Bem interpretado, dá pro gasto embora não chegue perto ao melhor filme de vodu, o oitentista The Serpent and the Rainbow, do criador do Freddy Krueger, Wes Craven. 8-10

Strange-Events-3 - Black Horror Movies

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4 hours ago, Jorge Soto said:

Tem um ótimo documentário dele, Duna de Jodorowsky, onde o próprio discute a tentativa de realizar a adaptação da ficção científica Duna, em 1975, e mostra como foi a pré-produção do ambicioso projeto que não foi concluído. Recomendo caso não tenha assistido.

 

Pois é, rapaz, uma pena que esse projeto foi sabotado. Já vi o documentário, sim, é excelente, tem resenha minha, aqui, inclusive, mas a rigor não é "dele", é com ele. 

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"Batman Begins" começa mal. Muito didático, para uma história assaz conhecida, mas reconheço a necessidade de agradar aos fãs. Vencidos os primeiros 50 minutos, o filme deslancha. Só queria ver a parte da descoberta da batcaverna, sua construção, e depois a testagem do tumbler (quero um de brinquedo, já que não posso ter o de verdade!)...Como eu amo aquelas cenas!!! Morgan Freeman, irônico: "Ah, você não vai querer ver..." E há ainda muitas cenas boas: como a do primeiro bat-sinal...

A bem da verdade, não é só o começo, a confusão do final também me desagrada um pouco. Gosto de uma imagem de ação mais limpa. Nisso o Nolan melhorou muito.

Nathan Crowley é muito subestimado! É ridículo ele nunca ter ganhado uma estatueta de Oscar na categoria Production Design, apesar de 5 indicações.

Primeira indicação ao Oscar do Pfister em Fotografia. Este já ganhou. Pelo filme errado, acho.

Michael Caine, Gary Oldman, Freeman, e Bale, excelentes!

Christian Bale and Tom Wilkinson in Batman Begins (2005)

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"Não vou nem falar nada..."

Dos filmes mais incensados entre a turminha cult dos anos 1990 (quando o filme finalmente chegou no Brasil), "Paisagem na Neblina" me encantou desde sempre. É a trilha, é a Fotografia, é a história...

Mas, hoje, mais velho, mais consciente, sei por que gosto. É porque é a câmera de Theo Angelopoulos que conta o filme. São inúmeros planos-sequência, com poucos diálogos (quase evasivos, pouco expliticativos, que pouco acionam ou adiantam a trama), de um rigor e de uma precisão embasbacantes. A Fotografia é um cinza claro, gelado, uma coisa sensorial, dá vontade de vestir uma blusa... 

Dois irmãos gregos - a menina de 12, e o menino de 6 -  almejam chegar à Alemanha para conhecerem pela primeira vez o pai (que talvez nem esteja lá). O engraçado é que na geografia fictícia os dois países fazem fronteira, num comentário politico inteligente já que, em 1988, o tema da redefinição das fronteiras estava mesmo candente. Da mãe das crianças, também não se sabe nada. Tudo isso, sem muito chororô manipulador. Os atores mirins não são usados como plataforma. Quase não há closes. Aliás, se tiver 1 é muito.

O que temos é apenas a estrada, que os levarão a encontrar pessoas maléficas, pessoas boas, a sexualidade precocemente forçada, a mão de uma estátua da herança comunista sendo içada de helicóptero (prequel de "Adeus, Lenin!"), um ator-motoqueiro (gay! Abusado na infância?) , e uma árvore...inesquecível árvore...entre a neblina.

Obra-prima.

Topio stin omihli (1988)

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"Ober"/ Garçom, de 2006, é mais uma delícia de comédia do holandês Alex Van Warmerdam, que sempre, sempre, sempre surpreende. Ou pelo seu lado soturno, ou pela sua inteligência humorada. 

Aqui acompanhamos a vida de um garçom (vivido pelo próprio diretor) que...na verdade é um garçom fictício...que está sendo desenvolvido como personagem por um escritor. Até que a criatura começa a se revoltar com o criador, e quer tomar conta de seu destino, principalmente junto às mulheres. No fundo, trata-se daquela discussão antiga da onipotência do escritor, confrontada com a existência própria de um personagem bem-criado...

O meio do filme é meio sem brilho, se comparados com o início e seu final, mas o filme compensa tudo pelos seus magistrais 10 últimos segundos, que modificam o filme inteiramente.

Um dos diretores pelos quais ando "in love" neste ano de 2020.

Ober (2006)

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On 5/8/2020 at 6:27 PM, SergioB. said:

único instante que eu gostei foi quando a Gadot entra no sistema Luthor e vê todos os "meta-humanos" vigiados, aparecendo brevemente os heróis do universo da DC. Achei muito da hora. 

Foi o único momento que me lembro do público ter reagido na sala de cinema. 

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Este documentário da Netflix reúne um círculo de palavras mais atinente a um ídolo musical do que a uma advogada de formação: turnê, arena, autógrafos, fãs, entrevistas, show...

Mas estamos falando de Michelle Obama, ex-primeira dama dos Estados Unidos, autora de uma autobiografia de sucesso. O doc, da diretora do curta "After Maria", Nadia Hallgren, é pedestre na forma: entrevistas, imagens de bastidor - aquela estratégia básica de ilha de edição. Tem uma evidente adoração pela registrada, que, infelizmente, não se atreve a investigar os desvãos de cada alma, tanto que o que mais me abriu os olhos de espanto foi ver os breves momentos em que há imagens da Fox News contestando o "soquinho" congratulatório que ela dá no marido Obama, interpretado então, na pré-campanha, como um gesto terrorista! É incrível ver a psicopatia dos extremistas americanos! Mas isso dura - o quê?- dois minutos. Poderia ter ido mais a fundo nessa parte do preconceito, mas entendo que quiseram deixar mais em destaque os pontos otimistas, a mensagem de esperança. Michelle, realmente, é uma figura fascinante, que merece estar onde está. Tem muito o que dizer. "Becoming" é uma tarefa que não termina nunca.

Trazendo o documentário para o Brasil, me impressiona como os políticos brasileiros não têm postura. Não se dão conta da importância dos gestos, da importância da sua presença nos lugares, da importância, enfim, do cargo. Seria bom que aprendessem com quem chegou aos palácios, e, quando saiu, foi o palácio que sentiu sua falta.

Vão fazer campanha para o Oscar?

Becoming (2020)

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Saudade das boates, saudade dos inferninhos, saudade do rock, do eletrônico, saudade da viagem vertical. 

Melhor então ver "Enter The Void"/ Viagem Alucinante, filme de 2009, do franco-argentino Gaspar Noé.

Sua câmera sem eixo, sem paralelo, entra numa espiral de drogas, alucinações, e também metafísica, pra contar uma parábola do ciclo da vida. Engraçado, mesmo os livros presentes na ambientação são um mergulho no autoconhecimento, uma viagem para o oculto e para dentro.  Me chama muito a atenção as tomadas do alto (longos plongée), dos prédios iluminados, da vida urbana noturna em neon, pois se liga a ideia evocada também de uma experiência extrasensorial, uma alma pairando, vigilante.

No time de lunáticos de Noé, Pierre Buffin, que fez os efeitos visuais (inclusive em "Clube da Luta", "Avatar"); Trilha de Thomas Bangalter (Daft Punk); e a Fotografia de Benôi Debie, seu parceiro de sempre.

Gosto muito da primeira 1 hora e meia. Depois, acho que o filme dá uma caída quando se centra apenas na irmã. No cômputo geral, um bom filme. 

Que ingenuidade crer que o close de uma ejaculação estaria apenas em "Love"! 

Enter the Void (2009)

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Luis Buñuel tem em "Os Esquecidos", 1950, seu momento realista, abordando a deliquencia juvenil no México, mas em seu prólogo, deixa claro que a situação dos menores em conflito com a lei era problemática em toda grande cidade mundial. A questão é que o que será mostrado a seguir é bem característicamente mexicano, ou latino. A pobreza enorme, a superstição (carregar o dente de um morto; passar uma pomba viva nas costas), o abandono social por parte do Estado, a polícia supergenerosa que não faz nada...

É muito bom filme, realista, convencional, mas...normal. Sem a ousadia intelectual de alguns anos antes, ou anos depois.

No entanto, Prêmio de melhor Direção em Cannes, 1951.

"De barriga cheia, todo mundo é melhor".

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Nekrotronic é um divertido scy-fy de terrir assumidamente B que parte de uma premissa bizonha (possessão online) e a desenvolve de forma muito louca. Vai vendo, é um mix de Tron, Evil Dead e Caça-Fantasmas que funciona que é uma beleza! É um filme pequeno muito bem feito, com boa produção, efeitos especiais decentes e muito gore! Do elenco se destaca de longe a Monica Belucci como a vilã e o auxiliar fantasma como alívio cômico. Sou suspeito pra falar mas esta produção australiana tem nicho específico e não deve ser do agrado geral. 8,5-10

NEKROTRONIC': VEJA MONICA BELLUCCI NO TRAILER DO SCI-FI ...

 

 

Furie é um filme vietnamita de porradaria que resumidamente é um Busca Implacável só que com uma mulher. É uma produção que não dá fôlego e surpreende pela alta qualidade das coreografias de sua pancadaria. As atuações estão corretas, dentro do satisfatório e o enredo é simplório atém o sabugo da unha. Mas e daí, a gente quer ver é mesmo a mãe coruja descer a mão nos sequentradores de sua filhinha. Tem erros pontuais deste tipo de produção, mas eu relevei todos porque deixei o cérebro de lado. 8,5-10

HAI PHƯỢNG

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On 5/8/2020 at 6:27 PM, SergioB. said:

O ano de 2016 foi bem difícil pra mim, então não perdia tempo com qualquer filme, especialmente os mais mal criticados. Só ontem, acredite se quiser, eu perdi meu tempo para ver essa bomba nuclear do Zack Snyder chamada "Batman vs Superman: A Origem da Justiça".

Um amigo meu especializado em quadrinhos estava me explicando que temos que entender que a ideia nos quadrinhos é a desconstrução do herói, que se vê nos divisores de águas "Watchmen" (que chegou às telas também com a assinatura do Snyder) de Alan Moore, e "Cavaleiros das Trevas" do Frank Miller, ambos de 1986/1987 (com seu Batman velhão). Daí por diante, vários gibis tentaram replicar essa ideia de desconstrução do herói sem sucesso, e essa ideia revisionista chegou ao cinema, também, até agora, sem muitos louros a colher.

E esse filme de 2016 não tem nenhum mesmo. O que é aquele início? São todos os clichês de filme de ação em 5 minutos. Tem até garotinha sendo salva no último instante da queda de uma "viga". O que é aquele final? Um orc gigantesco, copiado na cara dura? E nem vou falar do instante "Martha", por respeito a todo mundo aqui...

No quesito atuações, só Amy Adams e Gal Gadot se salvaram, na minha opinião. O resto...Ben, Henry, Jesse, Hunter, Irons, nossa, podem voltar pra escolinha de Ator.

Uma Fotografia escura demais...Chegou em 3D aos cinemas? Não me lembro. Trilha "nada" do Zimmer...

O único instante que eu gostei foi quando a Gadot entra no sistema Luthor e vê todos os "meta-humanos" vigiados, aparecendo brevemente os heróis do universo da DC. Achei muito da hora. 

Muito pouco, ainda mais para quase 3 horas de filme.

 

On 5/10/2020 at 10:56 AM, Big One said:

Foi o único momento que me lembro do público ter reagido na sala de cinema. 

 

O problema desse filme foi juntar duas sagas que funcionam separadamente muito bem. Foi o fazer só fan service pra nerdaiada.  Em Thor 3 você consegue até juntar satisfatoriamente as sagas Planeta Hulk e Ragnarok sem perda de informação. Mas você nunca...nunca deve juntar O Cavaleiro das Trevas e A Morte do Superman que decerto vai dar merda. São estórias uma nada a ver com a outra que juntaram do nada, ou pelo menos os roteiristas não souberam fazer isso de forma minimamente decente. O momento Martha foi apenas a cereja do bolo, o último prego de caixão dessa bomba.?

Martha ;v - Meme by Lum :) Memedroid

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Minha vez de conferir esse "The Painted Bird", candidato da República Tcheca ao Oscar, e que teve bastante destaque em Veneza 2019, mormente por parte do público deixar a sala horrorizado. 

Queria muito ter lido o livro de memórias, no qual se baseia, mas infelizmente não há no Brasil. O título é uma metáfora: há um senhor em uma aldeia que pinta um pássaro para observá-lo ser esquartejado pelos companheiros da mesma espécie, que, confundidos pela tinta, creem ser ele um invasor. Uma cena pavorosa, que traduz a essência do filme: Um garoto - provavelmente o autor na vida real - é enviado pela família judia ao interior da Polônia, pois acreditava-se que lá ele estaria mais seguro, evitando-se assim a deportação para um campo de concentração. O garoto então é passado de família em família, uma mais odiosa do que a outra, uma mais supersticiosa do que a outra (ontem escrevi que os mexicanos passavam uma pomba nas costas do doente, aqui passa-se uma cobra), e sofre todo tipo de abuso e violência. Como consequência, pelo que entendi, o garoto emudece. O que aconteceu de fato com o escritor dos 10 aos 14 anos, na vida real.

Não acho que o cinema deve ter limites. De jeito algum. Dito isso, existem os MEUS limites! Eu não aguento ver sofrimento animal, e nesse filme a dose é altíssima. Como posso falar que "gostei"? Foi impossível gostar.

A Fotografia é maravilhosa, realmente. Os punheteiros da categoria vão se deliciar. Eu não sou. Pra mim, um filme precisa de outras valências, entre elas, um pouco mais de equilíbrio. Como se diz: Há uma barra, e você está forçando ela.

Em todo caso, achei muito meritório um filme abordar a parte civil da Segunda Guerra, e não a questão militar, ou a questão política, propriamente ditas. E é sempre importante falar da maldade que um ser humano pode infligir ao outro. Sempre importante.

The Painted Bird (2019)

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"Não vou nem falar nada..."

Corte para o ano de 1999, aka "melhor ano da história do cinema". Festival de Cannes. Todo mundo alvoroçado para entregar a Palma de Ouro para Pedro Almodóvar, por "Tudo Sobre Minha Mãe", até que o último filme do Festival foi exibido...

Pois bem, "Rosetta", dos irmãos Dardenne, acabou premiado com a Palma de Ouro e o Prêmio de Melhor Atriz, por que todo mundo ficou admirado com a crueza da narrativa, com o que pode fazer um ser humano apenas para arrumar um emprego. Rosetta, a personagem-título, é acompanhanda o tempo todo pela câmera dos diretores belgas, registrando toda a sua luta para ter um emprego, e assim sair de sua vida encerrada em um trailer, com uma mãe alcoólatra.

Falar ou escrever não adianta. É preciso ver a personagem agindo. A sua rotina, o seu dia a dia, é quase uma guerra, na difícil tarefa de conseguir sobreviver. Pra isso, ela age como um animal, ou como uma viciada (não bebe nem cerveja!), tamanha a impetuosidade, a fúria, o desespero corajoso, a determinação para ser empregada. Passará por cima das amizades, do amor, da dignidade, e até da moral. Como aprendemos com Brecht: "Estômago primeiro, moral depois".

Não deixo de pensar que o maravilhoso "Two Days, One Night" é uma pós-elaboração desta jovem personagem. Pois a luta será - de uma mulher, anos depois - para manter seu emprego. Impressão reforçada pela presença do ator Fabrizio Rongione, como par romântico, tanto lá, como cá.

Rosetta (1999)

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Possessor é um bacanudo e violento thriller scy-fy que apresenta os tradicionais filmes de espionagem de outra perspectiva, bem original diga-se de passagem. É um Atomica ou Kingsman sobre invasão cerebral, etc.. repleto de violência e body horror, algo recorrente do pai do diretor, David Cronenberg, tanto que esta produção simples do Canadá parece sequência não oficial de eXistenZ. Boas atuações, aspecto minimalista e muito sangue, embora o desfecho deixe a desejar (pouco mastigado pra mim, pelo menos), faz deste tecno-thriller boa pedida cabeça. 8,5-10

Possessor (2020) Full Movie Watch Online Free Download - Filmywap ...
 

 

Difret é um bom drama de tribunal que imediatamente me lembrou o noventista Acusados (aquele da Jodie Foster violentada) só que adaptado ás condições sociais miseráveis africanas e com uma criança. É uma trama envolvente e comovente que os gringos ja contaram várias vezes, mas aqui o contexto de tradições pouco convencionais faz a diferença e prende o interesse. Com atuações razoáveis, quem se destaca é a criança e a jovem advogada, num papel que facilmente seria dado á Julia Roberts, mas com um desfecho amargo, que deixa um certo vazio. 8,5-10

Picture of Difret (2014)

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Melhor que Irène Jacob, só duas Irène Jacob. Mais linda do que nunca, em 1991, a atriz francesa ganhou o prêmio de Melhor Atriz em Cannes por seu desempenho fascinante em "La Doube Vie de Véronique"/ A Dupla Vida de Véronique, do mago Krystof Kieslowski.

Magistralmente fotografado em nuances de verde, amarelo e vermelho, e igualmente bem dirigido, com uma trilha de extremo bom gosto, só lamento mesmo o filme ter uma história substancialmente boba, que não quer dizer nada. Tipo, o tema dos "duplos" não me comove muito, afinal, tenho eu o meu, pois sou gêmeo. No filme, há uma Veronika na Polônia, e uma Véronique na França. Têm de alguma forma consciência uma da outra. Seriam a mesma pessoa, partilham a mesma alma, um reflexo da Teoria das Cordas? Ambas têm um enorme pendor para a música, compartilham o gesto de passar um anel nos cílios, e se vestem parecido. No entanto, apresentam personalidades um tanto diferentes: A polonesa é mais aberta, livre, confiante, sorridente; a francesa é mais tímida, sensível, e observadora.Tais características se refletirão na vivência do amor.

Porém, assim, o filme, como substância, é meio fraco. Ou vago. Ou fraco, ou vago. Sem muitas respostas.

É da tessitura de Kieslowski fazer filmes um pouco cifrados demais. Quando ele conseguiu ser um tiquinho mais aberto, alguns anos depois, tocando justamente na questão de vidas duplas, resultou na obra-prima "A Fraternidade é Vermelha".

OBS: Outro filme com uma estátua de Lênin "voadora", sendo retirada, pós-comunismo...

Irène Jacob in La double vie de Véronique (1991)

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Sem planejar, ultimamente vi muitos filmes clássicos brasileiros...E, ontem, "Bye, Bye, Brazil", de 1980, assinando ainda Carlos Diegues.

Oi, coração  Amo a música, desde criança, a melodia de Roberto Menescal, e a letra extraordinária de Chico Buarque. Então a ouvi com gosto até o final dos créditos, quando aparece uma dedicatória do diretor: "Aos Brasileiros do Século XXI". Isso me emocionou, de certa maneira. Fiquei com a sensação de que não a merecemos, de que o país avançou muito pouco nos últimos 40 anos. 

José Wilker está excelente, mas, como sou meio crítico, observo que ele repetiu vários trejeitos ao longo da carreira, como a risadinha sincopada, ou um jeito de tirar o suor da testa. Quem mais me chamou a atenção foi Fábio Jr., lindo e carismático. Eu tenho tesão é no mar 

De qualquer maneira, o cinema de Cacá Diegues tem uma proposta generosa de país. Ele quer falar do Brasil falando "brasileiro", sem cacoetes de filmografia americana. Por trás da falta de grana da produção, do design, do figurino, há uma riqueza de ideias. Por exemplo, quando a caravana Rolidei está em - se bem reconheço, Piranhas, Alagoas - os personagens se deparam com um velho, interpetado por Jofre Soares, que exibe o filme "O Ébrio", com o cantor e ídolo popular Vicente Celestino - ele que passou uma parte da vida fazendo as mesmas caravanas culturais pelo Brasil. E ninguém se interessa mais! É que o tempo passou. O que reúne ainda a população, do prefeito ao pároco à prostituta, é a tevê pública instalada na praça central passando a novela Dancin` Days. Eu vi um Brasil na tevê.

No filme também estão a abertura da Transamazônica (governo Médici), a BR-230 Eu vou dar um pulo em Manaus, que ligou o Nordeste à floresta, e seu consequente desmatamento; bem como há os primeiros anos de Brasília, já de pé, mas ainda recebendo os candangos, transferindo sua cultura musical para o vazio Planalto Central Um Lance lá na Capital O Brasil rural, o Brasil paraíso intocado, dando lugar ao "progresso", ao "moderno", mesmo sem muito jeito, sem muito tino Nem tem que ter ginasial , sem muito traço Puseram uma usina no mar

Há muitas boas ideias, generosas ideias, mas eu não gosto da parte "comédia" do texto. E não posso deixar de notar o quanto de Fellini há nessa viagem, ainda mais "La Strada", que vi recentemente. Ambos Road Movie, viagens pela pobreza do país Bom mesmo é ter um caminhão, meu amor

 Em todo caso, vendo a dedicatória final, penso que nós do Século XXI deveríamos agradecer o presente.

A última ficha caiu

Bye Bye Brasil (1980)

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"Uma Mulher, uma Arma, e uma Loja de Macarrão" , de 2009, é uma comédia pastelona de Zhang Yimou, que levou a trama de "Gosto de Sangue" dos irmãos Coen para a China antiga.

O apuro visual costumeiro dos filmes de Yimou está presente, mas aqui a serviço da comédia. Por vezes, notadamente até os primerios 30 minutos, me senti vendo uma espécie de "O Auto da Compadecida", com suas traições de casamento, seus personagens humildes ou comerciantes sovinas.

Uma pena que o restante do filme não funcionou. Os atores não seguraram.

Filme mais fraco que já vi dele.

Ni Yan in San qiang pai an jing qi (2009)

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Vi pela primeira vez o celebrado "If....", filme inglês, de 1968, sempre na lista dos melhores filmes da ilha de Albion, e um filme ícone do chamado Movimento New British Wave, e que, numa coincidência histórica, calhou de vir à lume bem na época de Maio de 1968, quando, tanto na vida real, como no filme em questão, há um levante de estudantes contra o sistema estudantil conservador.

Outra marca na cultura é ser a estreia cinematográfica de Malcolm McDowell, aqui excelente. Dizem que Kubrick ficou louco quando viu a atuação. Com seus olhar marcante, ao mesmo tempo mau, perturbado, e sexy, o futuro Alex de "Laranja Mecânica" estava mais que escolhido. Seu "Physique du rôle" realmente casou bem com o personagem: um aluno contestador, revoltado, desafiador do caretismo da escola.

O filme é muito aclamado, mas tem tantas coisas nada a ver...Sem qualquer lógica, a Fotografia muda de colorido para preto-e-branco; introduz-se uma personagem feminina ao acaso; e a cena final parece que teve medo de abraçar a violência. Não deveria.

Esperava mais.

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Fahim é um delicioso drama francês com cara de Sessão da Tarde. É daqueles filmes edificantes de superação já vistos á exaustão, mas a sensibilidade do roteiro e das atuações sinceras é comovente. Bem bolada a metáfora do xadrez e a luta pela inserção no mundo ocidental, apesar de maniqueísta demais no que se refere aos refugiados na Europa. E, claro, é sempre bom ver o Depardieu no papel de Depardieu, como o turrão adorável. 9-10

A Chance de Fahim: Fotos e Pôster - AdoroCinema
 

 

The Silenced é um thriller dramático japonês de internato femenino que parece ter sido feito nos States. É bem feitinho, tem climão e é razoavelmetne atuado. Tem uma pegada meio sobrenatural até a metade, onde tem uma boa reviravolta do que se vê, mas não é sabido desenvolvê-la a contento. Logo, fica a sensação de que poderia ter sido mais do que pretendia ser. 8-10

Life at 24fps' Favorite Movie Posters of 2015

 

 

Scooby! é uma animação indicada unicamente aos fãs dos desenhos da Hanna Barbera, pois como estória é confusa em se tratando de origem e carece da essência que tornava especial esta animações. O legal são as referências aos clássicos das matinês a cada 5 minutos. Acho que a tentativa de dar upgrade aos personagens é falho, antes tivessem deixado eles em sua forma original. Entretanto, é um exercício gostoso de nostalgia que tem muito potencial pra criar um grande universo compartilhado se forem aparadas certas arestas. Atentar á interessante (e ambígua) relação entre Dick Vigarista e Mutley e á cena pós-créditos que promete uma sequência com "Os Vingadores" da HB.. prontofalei! 8-10

Cinemito on Twitter: "Poster nacional de Scooby! O Filme. O novo ...

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Depois de assistir a "If...." tive de ver o média-metragem, seu pai espiritual, o francês "Zéro de Conduite"/ Zero de Conduta, de 1933, do francês Jean Vigo.

Muito legal ver como produções tão antigas ainda continuam inspiradoras ainda hoje. Um anão de bigode (parecido nesse aspecto às crianças) interpretando o diretor do colégio é uma ótima sacada. Deu um toque surreal, e espirituoso ao mesmo tempo.

O filme inglês desenvolveu e ampliou completamente a ideia do filme francês: das peripécias entre colegas na hora de dormir, à reclamação da comida; à recreação pela ginástica; à preopacupação excessiva com o comportamento em detrimento do estudo em si; até finalmente à revolta estudantil nos telhados.

Um clássico do cinema francês.

Zéro de conduite: Jeunes diables au collège (1933)

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Eu amo Scooby-Doo desde criança, principalmente o melhor de todos "O Pequeno Scooby-Doo" - surreal e hilário, que ninguém fala. Às vezes, no final da noite, quando estou sem saco pra ver filme ou ler, ligo no Cartoon Netwoork só pra matar minha nostalgia. Mas nunca curti nenhuma das animações de longa-metragem.  Esse "SCOOBY!", de 2020, foi disparado a que mais gostei.

Sim, é verdade que foge da ideia base de "um mistério a ser resolvido" revelando um vilão ao final. Aqui, sabemos desde o meio do filme quem é vilão. E, sem dar muito spoiler, achei no mínimo curioso esse cruzamento de universos Hanna-Barbera.

A animação, em si, é linda, muito colorida, com boas saídas técnicas, os cabelos e os rostos da turminha Mystery Inc. são uma perfeição...Adorei a trilha sonora também. 

Gostei muito.

Scoob! (2020)

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"Não vou nem falar nada..."

Giallo + Slasher, é "Phenomena", de Dario Argento, em 1985, sintonizando sua maestria ao universo de terror americano dos anos 1980.

Jennifer Connelly, aos 15 anos, uma promessa, atuando com destemor, intimorata, dizem que teve até uma parte do dedo decepada durante a animalesca cena final.

Perfeita escolha de locações. Perfeita trilha: Motorhead e Iron Maiden.

E perfeita direção. Um diretor que nunca precisou agradar aos mandantes do "bom gosto". Fez melhor, criou um novo gosto.

Phenomena (1985)

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