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Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


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Sempre evitei esse filme por imaginar que mostraria o açoitamento brutal do cavalo, e, vocês já sabem, eu não consigo ver sofrimento animal. Porém, tomei coragem e encarei as quase 3 horas de "O Cavalo de Turim", e não me arrependi. Pelo contrário, achei belíssimo, e muito profundo.
 
Pra começar, o famoso episódio do açoitamento do cavalo que comoveu Nietzsche e o levou a um ataque de loucura não está na tela, só é descrito pelo narrador no comecinho do filme. E depois o que encaramos? Eu jamais poderia imaginar...Encaramos o outro lado do episódio fático: O que teria acontecido ao cavalo e ao cocheiro? Como se nos registros da história do pensamento só tivesse ficado de importante o que aconteceu ao filósofo, mas, na vida real, também importa a vida do cocheiro e a vida do cavalo - o outro lado da linha, os pontos mais fracos da linha. Um roteiro fantástico, e com poucos diálogos. Não deve ter 2 páginas de linhas de fala. Mesmo assim, deu o seu recado.
 
Com uma Fotografia belíssima, e uma Trilha Sonora lindíssima, acompanhamos a vida miserável do cocheiro e sua filha, instalados em uma choupana no meio do nada, onde o vento zune, ribomba. Os dois não têm divertimentos, não têm assuntos, não têm alegrias, só têm repetições: preocuparem-se diariamente com a saúde do cavalo já nas últimas;  só comerem batatas quentes todos os dias; protegerem-se do frio cortando lenha para aquecer a casa...
 
Este último filme do diretor húngaro Béla Taar, codirigido por Agnes Hranitzky, e que ganhou o Urso de Prata em Berlim 2011, é quase "A Gaia Ciência" filmado. Neste livro de Nietzsche, encontra-se pela primeira vez a ideia do Eterno Retorno. A recorrência dos eventos em nossas vidas é descrita pelo filósofo como algo horrível e paralisante - é o que vemos no filme o tempo todo, sobretudo em sua bela cena final! - e só haveria um meio de fugir desse sofrimento eterno: amando esse destino.
 
Lindo!
A torinói ló (2011)
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Ontem à noite, no Telecine Cult...

"O Anjo", de 2018, filme argentino, que conta a vida do maior serial Killer daquele país.

A história é ótima, como sói acontece nesses casos policiais muito chamativos, mas, na vida real, foi um pouco diferente. Houve bastante liberdade aqui, principalmente ao realçarem o lado homoerótico dos personagens. 

O que importa é a FANTÁSTICA atuação de estreia de Lorenzo Ferro, como o jovem assaltante e assassino. Ele ganhou vários prêmios importantes nos circuitos de cinema latino-americanos. Embora quem chame gente ao cinema, seja o nome de Chino Darín, como seu comparsa. E a assinatura de Pedro Almodóvar, como produtor.

Por detrás de tudo, uma crítica às prisões perpétuas na Argentina (sim, há esse tipo de pena por lá, e ninguém grita que a Argentina é antidemocrática, ou coisa parecida. No Brasil, é que somos supergenerosos, defendendo penas leves, levíssimas....), quando os réus condenados são muito jovens.

Gostei demais.

Lorenzo Ferro in El Ángel (2018)

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On 4/18/2020 at 9:25 PM, SergioB. said:

Nada acrescentar à minha resenha de 30-12-2017. É perfeito.

"Call me By Your Name

A remessa perfeita que esse filme faz em mim...

Parece que todo mundo elabora a mesma resenha sobre cinema, hoje em dia,  antes de mijar pela manhã. Não queria mais escrever assim.

Vou fazer diferente. Vou falar da remessa perfeita que esse filme faz em mim...

Minha família é italiana, então o filme me dá a Itália nas suas mais variadas formas. 1) O apreço pela boa mesa, o apreço pela discussão política à mesa, gostar de cozinhar, gostar de receber, a desfeita cultural que é você não se sentar à mesa para jantar  - como o personagem americano em certo momento faz.  2) A cidade de Crema, na Lombardia, captada pelo fotógrafo indiano Sayombhu Mukdeeprom ( que disse muito acertadamente que a luz do Equador é uma merda pois não tem nuances,  mas a da Itália é maravilhosa, "seca". Reparem na luminosidade dos jardins da casa, como a sombra é mais preta, como a grama é mais verde. É a sensualidade também da natureza! E isso o tempo todo se reflete no filme: O peixe recém-pescado abre as guelras, desesperado. Uma mosca pousa no ombro do protagonista, que a aceita, e o diretor deixa, deixa, eu queria frisar- deixa- não manda o contra-regra espantá-la) 3) A sensualidade natural das pessoas. É tão bom ser latino, né? Não ter aquele atroz medo do corpo como os americanos têm. Assisto aos vídeos dos youtubers do USA e eles a comentar o uso escandaloso dos "shorts". Os personagens usam shorts, no calor, vejam vocês!  E os homens ficam sem camisa! Vejam vocês! Que coisa! 4) Os italianos amam futebol? Sim. Mas também amam voley ("pallavolo")...parece bobo, é um detalhe, mas eu  amo ver o cinema agir como um detetive da cultura.  5) A riqueza na Itália visa ao conforto e não à ostentação-Kardashian. O design de produção desse filme é absurdo de maravilhoso. Captou a riqueza intelectual dos personagens. A casa da locação tem rachaduras, a pintura está descascando em alguns pontos, mas os livros estão por todo canto.  São velhos, tem orelhas, foram "usados", a dizer, foram lidos...Os móveis não são de design da Armani, são de madeira, são de ferro, ficam envelhecendo e enferrujando no jardim. A piscina não tem borda infinita, a piscina é um tanque de tijolos medievais, sabe? Que locação! Que achado! As pessoas falam: "o filme é bonito", mas não sabem explicar por que é bonito. É porque se passou dias e dias procurando um lugar assim. Uma das tarefas menos "visíveis" do cinema é o trabalho duro de se achar as locações. Não é fácil.

Eu sempre fui um admirador dos filmes do James Ivory. A elegância de tudo, quase um esnobismo, na verdade (Vamos contar um segredinho entre parêntesis, que é como o convém: Tudo bem ser um pouco esnobe na vida! As outras pessoas, por incrível que pareça, gostam.). O andamento calmo. As coisas mais desimportantes ganham 5 minutos de atenção. Que coisa maravilhosa que o Ivory nos ensina: que o colateral é importantíssimo! O 'plot' dos filmes dele é apresentado quase como uma "chateação"...É a vida que importa! Enfim, como cinéfilo, é prazeroso reconhecer o tanto de "A Room with a view" nós temos aqui. Não só um banho de Itália , mas o sempre artístico banho no lago. O banho de lago entre homens, vale dizer! Tanto naquele filme, como neste. Banho no lago, seja na pintura, seja no cinema, seja na literatura: uma forma aristocrática de apresentação da nudez! Naquele filme, os amantes vão para as montanhas fazer um piquenique; neste também. Amantes precisam se isolar... Eu fiquei catando esses paralelos...O novo filme que me era apresentado confrontando-se com o velho filme que existia dentro de algum escaninho empoeirado da minha mente (De dentro dela, estabeleci um outro paralelo entre a cena do trem e a cena do trem de "Summertime", de 1955, do David Lean, com a Katharine Hepburn fazendo ...uma solteirona americana apaixonada em Veneza. Foda!). James Ivory ganhará sua aguardada estatueta,  pela adaptação do roteiro, tornando-se o mais velho a receber um Oscar. A remessa perfeita.

A importância do primeiro amor. Como negar? Eu duvido que exista uma pessoa no mundo que não pense constantemente no seu primeiro amor. Não pode ser apenas eu que tenha esse problema mental! Não pode ser eu apenas o único louco! E não sou! Tanto que o escritor egípcio André Aciman escreveu sobre isso. Porque o primeiro amor é diferente de todos! Inaugura o corpo; inaugura o conhecimento do ciúme ( no filme, representado na cena da festa, com um close espetacular, que, é concomitantemente, uma das mais belas imagens de alguém fumando cigarro que eu já vi!); inaugura aquela vontade incontrolável de querer estar perto de outro ser humano o tempo todo ( no filme, representado na brilhante cena de Timothée quase ajoelhado, alquebrado, na porta de casa, enquanto toca a lindíssima canção do Sufjan Stevens); inaugura a vontade maluca de MORAR dentro das roupas de outra pessoa (no filme, a ardente cena da bermuda), como se vestir as roupas da outra pessoa pudesse ser um abraço contínuo (ecos de "Brokeback Mountain"? Sim, o abraço da camisa!). Roupas que o Figurino inteligentemente escolheu em tons pastéis, claros, a brincar com listras verticais para o Hammer, e horizontais para o Chalamet (A menina Marzia também usa listras. E a mãe! O que Freud diria disso? Só as listras dariam uma tese)! E ainda me matou de inveja com a camisa do Talking Heads.O primeiro amor merece um filme como este. E o primeiro amor merecia sobretudo o extraordinário monólogo do personagem do Michael Stuhlbarg! Que texto! Que coisa mais linda! Seria merecidíssima a indicação. O primeiro amor causa inveja. O Sérgio de 2017 inveja até hoje o Sérgio do ano de 2000. Nunca mais poderei sentir aquilo novamente. Daquela maneira pura e intensa. É a remessa perfeita que eu nunca mais terei. "Is it a video? Is it a video?".

Mas, convenhamos, se tem um aspecto que é decisivo no filme é a não mencionada palavra "bissexualidade". É a remessa mais forte do filme em mim. A perfeita remessa. Semana passada, peguei um cara e uma menina. Meus amigos - no geral, roqueiros barbudos héteros - ainda estão tentando se acostumar a ver isso. E tão sempre me perguntando: "Mas qual você gosta mais?". A partir de agora eu posso responder a eles, pagando de culto e citar Heráclito: "Por mudar, é que permaneço o mesmo, galera. Foi dito num filme aí". No Filme também, os dois personagens gostam do corpo feminino e gostam do corpo masculino. Chalamet foi perfeito nisso, até com uma fruta ele demonstrou a força do prazer, numa cena ANTOLÓGICA. Percebo o Mito do Amor Romântico na inúmeras resenhas vendendo o filme como "história de amor entre dois homens". Sim, tem amor na sua faceta "homossexual". Mas pra mim o tesão bateu foi de ver a bissexualidade atuando!  O personagem descobrindo que gosta de uma coisa e gosta de outra. Tem tesão pelas duas. As pessoas, querendo posar de libertárias, têm enxergado o filme assim: " Que lindo! Salve o amor! Salve o amor!" É dizer: O amor autoriza você a gostar seja de quem for. Como se o sentimento de amor "legitimasse". Ora, não precisa de amor! Que papo careta! "Call me By Your Name", para mim, não é "história de amor entre dois homens", é mais amplo, é uma "HISTÓRIA DO PRAZER" ! Todo ser humano está naturalmente legitimado, pela natureza, a ter relações sexuais com quem quiser! É por isso que a família, intelectualizada o bastante, orgulhosamente discreta quanto à religião!,  não se incomoda de ver um dos seus representantes pegar, no mesmo dia,  ora uma vizinha, ora uma visita, e nem pergunta se está ou não apaixonado, ou coisas do gênero. Não há essa pesquisa romântica. Os pais querem que o filho se descubra. Nada é forçado ("Nada foi escavado, e sim trazido à superfície"). Querem que o filho tenha liberdade ( talvez ele dê um gritão sem sentido diante de uma cachoeira, só para o TAO ouvir!). Como decorrência da liberdade,  aqueles pais inclusive não veem problema em o filho transar na própria casa. A sociedade careta brasileira inventou o "motel" por que não suportava admitir o sexo passado dentro de casa! Na Europa, na França que eu conheço bem, não existe motel! Os filhos transam na casa dos pais, ora! Qual o problema? 

O texto já está colossal, extrapolou o  confidencial, eu vou parando por aqui...Indicaria o filme a tudo: Fotografia, Trilha, as duas canções originais ( executadas em dois momentos brilhantes: a cena do ônibus e o final de encher os olhos), Montagem, Roteiro Adaptado,  Ator Coajduvante ( Stuhlbarg!, pela precisão técnica, pelo speech; e  o Hammer, em uma atuação "flamboyant", de um jeito como "flutuante"); Direção ( bastaria a brilhante cena do sonho); Filme; Figurino, Direção de arte; tudo que pudesse. Tudo é meritório. Mas se eu pudesse apenas escolher uma categoria, uma só, teria de ser forçosamente ATOR!

Timothée Chalamet, um arraso! Uma atuação sublime! Extraordinária! O modo como ele se ajeitava no sofá, desculpe, mas nem o Daniel Day-Lewis faria melhor.  Por outro lado, é maravilhoso ver um ator heterossexual acertar em maneirismos tão delicados que um cara fluído tem. Coisas de mão, certos olhares; gestos pequenos mesmos...O filme só poderia terminar com 4 minutos do rosto dele, onde se vê saudade, fossa e... um sentimento que não tem nome, mas todo mundo já sentiu: "orgulho da dor". Que alguém um dia invente uma palavra - deve ter em alemão - para esse sentimento.

Foi uma remessa perfeita. Vi na tela o italiano que eu sou. O esnobe que eu sou. O jovem apaixonado que eu fui. E a cara de prazer que eu demonstro, seja com um homem, seja com uma mulher. 

A remessa perfeita."

Armie Hammer and Timothée Chalamet in Call Me by Your Name (2017) 

Só conferi este por causa da sua resenha haja vista que minha primeira impressão do Chalamet foi péssima (O Rei).

Filme lindo e muito, muito sensível, delicado, erótico. E, sim, aqui Chalamet mostra, de fato, porque está tão incensado... (Hammer ñ fica nada atrás)

Tbm me remeteu muita coisa... Minha primeira namorada. Ela mais velha que eu (eu 18 e ela 23... Uma eternidade de maturidade, postura, atitude na minha frente),  paixão avassaladora de Verão em São João Del Rey. Pouco tempo juntos. Intensidade. Entrega total. Despudor total. Ela tendo q se mudar para a faculdade de Ribeirão Preto e eu, um zé ruela que nem prestar vestibular tinha...

E, sim, penso nela com muita frequência. Sempre pensarei. A remessa perfeita. 

O filme é imperdível e o primeiro amor, inesquecível. 

 

 

 

 

 

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On 5/14/2020 at 8:38 AM, Jorge Soto said:

Possessor é um bacanudo e violento thriller scy-fy que apresenta os tradicionais filmes de espionagem de outra perspectiva, bem original diga-se de passagem. É um Atomica ou Kingsman sobre invasão cerebral, etc.. repleto de violência e body horror, algo recorrente do pai do diretor, David Cronenberg, tanto que esta produção simples do Canadá parece sequência não oficial de eXistenZ. Boas atuações, aspecto minimalista e muito sangue, embora o desfecho deixe a desejar (pouco mastigado pra mim, pelo menos), faz deste tecno-thriller boa pedida cabeça. 8,5-10

Possessor (2020) Full Movie Watch Online Free Download - Filmywap ...
 

 

E aí, graaaaaaande Soto!?? Como vc está, meu caro? Tudo bem contigo? Conferi esse tbm tem pouco tempo. Gradei em geral, mas o que me incomodou mesmo ñ foi nem tanto o final abrupto e mal mastigado das razões da protagonista, mas o desenvolvimento em si de tudo que é mostrado. Penso que o plot cairia bem melhor se fosse um curta. 

Ainda assim um bom filme. Destaque pro gore farto on screen e sem medo e o design de produção.       

 

Quote

 

Difret é um bom drama de tribunal que imediatamente me lembrou o noventista Acusados (aquele da Jodie Foster violentada) só que adaptado ás condições sociais miseráveis africanas e com uma criança. É uma trama envolvente e comovente que os gringos ja contaram várias vezes, mas aqui o contexto de tradições pouco convencionais faz a diferença e prende o interesse. Com atuações razoáveis, quem se destaca é a criança e a jovem advogada, num papel que facilmente seria dado á Julia Roberts, mas com um desfecho amargo, que deixa um certo vazio. 8,5-10

Picture of Difret (2014)

 

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10 hours ago, The Deadman said:

Só conferi este por causa da sua resenha haja vista que minha primeira impressão do Chalamet foi péssima (O Rei).

Filme lindo e muito, muito sensível, delicado, erótico. E, sim, aqui Chalamet mostra, de fato, porque está tão incensado... (Hammer ñ fica nada atrás)

Tbm me remeteu muita coisa... Minha primeira namorada. Ela mais velha que eu (eu 18 e ela 23... Uma eternidade de maturidade, postura, atitude na minha frente),  paixão avassaladora de Verão em São João Del Rey. Pouco tempo juntos. Intensidade. Entrega total. Despudor total. Ela tendo q se mudar para a faculdade de Ribeirão Preto e eu, um zé ruela que nem prestar vestibular tinha...

E, sim, penso nela com muita frequência. Sempre pensarei. A remessa perfeita. 

O filme é imperdível e o primeiro amor, inesquecível. 

 

 Fico contente que tenha te incentivado.  :)

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Um dos primeiros longas de Roberto Rossellini, gravado no meio da guerra, em 1942.  Pela inexperiência, dou um enorme desconto. Porque "O Piloto Retorna" é péssimo.

Um melodrama bobo, confuso, no qual o amor acontece num estalar de dedos.  O filme vale-se de imagens aéreas de  treinamento da Aeronáutica italiana, o que me pareceu, dada a época, subitamente...comprometededor?! Não entendi. Rossellini colaborou com o governo fascista a esse ponto, de usar algo dele em seu cinema?, me perguntei. Fiquei espantado. Fui investigar e aprendi que ele trabalhou como roteirista na estatal de cinema do governo fascista: a A.C.I, onde produziu seus três primeiros filmes , considerados hoje sua Trilogia de Guerra, ou Trilogia Fascista.

Deixando a política, outro aspecto negativo: Os atores profissionais estão tão ruins que talvez tenha estimulado o diretor a usar mais não atores em seus projetos futuros, como Pai Histórico do Neorrealismo.

Tudo mudaria poucos anos depois, na democracia, na pobreza pós-guerra, com "Roma, Cidade Aberta" - aquela coisa!!

Un pilota ritorna (1942)

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10 hours ago, The Deadman said:

 

E aí, graaaaaaande Soto!?? Como vc está, meu caro? Tudo bem contigo? Conferi esse tbm tem pouco tempo. Gradei em geral, mas o que me incomodou mesmo ñ foi nem tanto o final abrupto e mal mastigado das razões da protagonista, mas o desenvolvimento em si de tudo que é mostrado. Penso que o plot cairia bem melhor se fosse um curta. 

Ainda assim um bom filme. Destaque pro gore farto on screen e sem medo e o design de produção.       

Fala seu sumido! Como anda a terra do pão de queijo em tempos de quarentena? tudo em riba contigo e a família? Some não, apareça por aqui.. É, pode até ser isso ai mesmo em relação ao filme, mas pelo menos é melhor que o filme anterior do diretor, Antiviral, sobre o cara que traficava vírus de celebridade.

 

The Stairs é um filme que tem uma premissa bem legal, onde um grupo passa num loop temporal e precisa descobrir como sair dele. Tipo Feitiço do Tempo encontra Predador, ou uma versão modesta de No Limite do Amanhã. Contudo, a precariedade da produção e as atuações fracas comprometem o resultado. No entanto, o filme te prende pra ver como rola o final. Com mais grana e melhor direção vingaria um clássico. 8-10

matt lynch (@colonelmortimer) | টুইটার দ্বারা ...


 

Arkansas é um drama criminal morno, bem diferente do último do Ritchie, Senhores do Crime. É um filme que tenta ser diferente mas termina sendo mais do mesmo, sendo que as atuações também não ajudam..o irmão do Thor, um canastra só, muito menos. O filme é baseado num romance mas pra mim não fez diferença não ter lido, porque achei fraco do mesmo jeito mesmo sem poder compará-lo á obra original.Um spin-off ruim de Breaking Bad. 7-10

M-Team Torrents – Telegram

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Premiado na Un Certain Regard en Cannes 2019, "Uma Mulher Alta" saiu de lá bem cotado para entrar nos finalistas do Oscar, representando a Rússia,  mas acabou parando entre os nove semifinalistas. É um filme sobre as chagas do pós-guerra na Rússia, e foi levemente inspirado no livro "A Guerra Não tem Rosto de Mulher".

Tinha tudo pra eu gostar, mas acabei me decepcionando. O esquema de cores é lindo, verde e vermelho, e a história em si é bastante boa: Construir uma família possível. Da parte técnica, nada a reclamar. Porém o ritmo não me entreteve. É lento? É lento, estou acostumado, mas não é só isso...As cenas muitas vezes não se alinhavavam de um jeito que estamos acostumados...O resultado é críptico.

Espero revê-lo em outra oportunidade.

Dylda (2019)

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Sinceramente, se eu perguntar aos meus amigos que alegam gostar de cinema, "Quem foi Natalie Wood?", 9 em 10 não saberão dizer. É triste, é do correr do tempo.

Talvez esse documentário da HBO possa atingir mais gente, e fazer a chamada "renovação de público". Uma carreira maravilhosa, de inúmeros sucessos, de inúmeros filmes icônicos. Minha performance favorita dela, penso, "Clamor do Sexo".

"Natalie Wood: What Remains Behind", como arte de documentário, é banal, só entrevista e imagem de arquivo. Mas como foi feita pelas próprias filhas, há tanto material, tanta foto, tantos vídeos íntimos, tantas histórias saborosas sobre a antiga Hollywood, tantos depoimentos de astros do cinema, que torna-se uma experiência excelente, sobretudo para quem ama cinema, de fato.

Quanto ao trágico fim da atriz, não há novidade. Christopher Walken, aliás, é o único que não presta um depoimento para o Documentário. Só Richard Wagner, quase 40 anos tendo de viver respondendo à ilações.

Natalie Wood: What Remains Behind (2020)

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Continuando a saga dos filmes clássicos brasileitos, com o sucesso de bilheteria "A Dama do Lotação", de 1978. Por muitos anos encarado como um exemplo depreciativo de "Pornochanchada", hoje em dia, em cada revisita, seu vigor cinemático só aumenta. Principalmente, com a questão do estupro dentro do casamento. Falar disso antigamente seria inconcebível. A cena referida, em que se rasga o vestido de noiva, é belíssima: sensual, e, ao mesmo tempo, apavorante.  Visto pelos olhos do neofeminismo, a mera interpretação da "sacanagem" dá lugar claro à vingança feminina.

Não só Sônia Braga está ótima, como Nuno leal Maia também.

Texto do Nelson Rodrigues, claro, adaptando seu conto jornalístico da série "A Vida Como Ela É", dos anos 1950-1960. Mas, convenhamos, deve ter uma pontinha de "A Bela da Tarde", sim. Não do filme, que é de 1967, mas do livro, de Josseph Kessel, que é de 1928.

Neville de Almeida tem um olho muito bom para o cinema. A cena da grade funciona incrivelmente. Porém, dava pra cortar uma ou duas cenas do ciclo de traição. 

"A gente não sabe o lugar certo/ de colocar o desejo"

Pin em cine

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Coma é uma scy-fy russa que pode ser definido como o A Origem soviético. É um bom pipoca pra passar o tempo, com estética e visual noliana deslumbrante e uma mitologia bem legal. No entanto, o roteiro é muito genérico e entupido de clichês, referenciando Mad Max, Cell, Lugar Silencioso, Matrix, etc. As atuações tão apenas razoáveis, sem destaque pra ninguém. Mas é bom ver os soviéticos estar fazendo boas produções blockbuster que tecnicamente não devem em nada aos ianques, só precisa dar uma lapidada melhor no enredo. 8,5-10

现实版“鬼泣”,俄版“盗梦空间”,《异界》带你领略梦中世界!-看点快报

 

The Butterfly Room é um thriller sobre doidas varridas contado da ótica de muito, mas muito flashback que mais confunde que explica o enredo ou o que se passa. Tem uma pegada meio noir e gótica, além de mensagens subliminares de pedofilia, etc e tal.. É daqueles filmes que é melhor assistir sem saber nada, quem sabe assim te pegue de surpresa. Mas eu curti mais seu elenco eclético, pois tem atores sumidos de clássicos do terror, desde Hora do Pesadelo, Sexta Feira 13, Doce Vingança, Massacre da Serra Elétrica, Black Sunday, etc. 8-10

The Butterfly Room (2012) Horror, Thriller Movie - Directed by ...

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Telecine Cult, com "8 1/2" nessa tarde de sábado.

"N´um vou nem falar nada..."

A ideia era só ver a parte de Saraghina dançando por dinheiro para os garotos, mas...É uma cena maravilhosa uma atrás da outra

Que filme "cheio", centenas de cenários, de roupas, de personagens, falas & falas; contudo, metalinguisticamente "sem roteiro".

Que beleza! Piero Gherardi, Oscar de Figurino. E o filme, Oscar de Filme Estrangeiro, em 1964. Deveria ter ganhado muito mais.

"Se vocês lessem os embrulhos dos bombons, muitas ilusões seriam evitadas". Concordo!

A1, 23 x 32

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"Um Crime Para Dois", comédia adquirida pela Netflix, com Issa Rae e um (inchado de suplemento!) Kumal Nanjiani formando um par amoroso. Tem uma ou duas piadas, sobre racismo, que são muito boas. Mas a história em si é bem fraquinha.

Passatempo.

Kumail Nanjiani and Issa Rae in The Lovebirds (2020)

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Homem que só me dá alegria: Elio Petri. 

Continuando a saga pelos seus filmes dos anos 1960, vem esse espetacular "Um Lugar Tranquilo no Campo", de 1968, estrelado por Franco Nero e Vanessa Redgrave, ambos lindíssimos, vindos de trabalhos consagrados como "Django" e "Blow-Up".

O filme é um giallo comedido, ou um Terror leve, muito bem feito, muito criativo, e até mesmo, sexy. Um pintor em ascensão na carreira quer sair de Milão para trabalhar em paz  e fugir do stress social, e descobre uma casa no campo para onde se muda. Só não imaginaria que o lugar é cheio de mistérios. Vanessa Redgrave é sua namorada e também uma ambiciosa agente. A busca dela pelo sucesso é a crítica social escondida, a demonização do capital, característica marcante do cinema político do diretor. Franco Nero é o ator protagonista, o homem atormentado da vez. Aqui, atormentado não pelo conflito social, mas perturbado por visões sobrenaturais. Há uma cena de sessão espírita tão boa quanto em "Os Outros".

Montagem sensacional de Ruggero Mastroianni, irmão mais novo do grande ator. E a trilha, meus amigos? Ennio Morricone. Classe!

Uma película que merece muito ser redescoberta. Em sua época, não passou batida: Urso de Prata em Berlim.

Amei.

Un tranquillo posto di campagna (1968)

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Survive the Night é um thriller frouxo, previsível e bem fraquinho. Pintava ter cara boa pois começa tenso e muito bem, ainda mais pela presença do Willis, que já fez muita coisa boa. Mas parece que isso ficou no passado porque este filme tenta ser bom mas não e logo se mostra genérico, entupido de clichês pretenciosos e inverossímeis até o talo. Com melhor diretor e roteiro melhor desenvolvido teria vingado um filmão, so que não. 7-10

Survive the Night Trailer Invites You to Stay at Home with Bruce ...
 

 

Proximity é um thriller scy-fy que padece do mesmo mal acima. Ele começa muito bem como um filme diferenciado de abdução e conspiração alien, alternando filmagem tradicional e narrativa em primeira pessoa. Só que depois de um incidente antes da metade a película abraça a fórmula genérica e previsível da Disney de super-heróis pelo resto da metragem, o que é bem broxante. Podia ter sido e não foi, mas pelo fato de ser indie leva uma nota um tiquim maior. 8-10

Ficção Científica 'Proximity' tem Extraterrestre e Conspirações ...

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Peguei paixão pelo cinema de Alex Van Warmerdam e agora tá difícil parar...

Continuando a saga pela sua filmografia, vem este "Borgman", de 2013. Um andarilho consegue se introduzir como empregado em uma linda casa modernista de uma família modelo da elite holandesa. Consegui imiscuir-se a função do antigo jardineiro, e inserir na casa outros companheiros, além de tornar a vida dos ricaços um inferno. Parece "Parasita"? 

Além do objetivo de criticar a elite do país, as similitudes param por aí. O filme é um conto dark. Pode-se intepretar que o personagem Borgman é como um diabo que entra na casa para instalar o caos, por pura diversão. A seu bel-prazer, conseguirá destruir tudo. Do jardim, ao relacionamento amoroso do casal, ao relacionamento deles com os filhos...

É bastante críptico, tem muitas ideias loucas, que você fica se perguntando "por que isso?, por que aquilo?", mas tudo estranhamente funciona nesse filme.

Não sou de alegorias, mas gostei.

Borgman (2013)

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Em 1946, em seu primeiro filme, O Maior de Todos ainda não era o maior de todos.

Quando imaginaria que em um filme de Bergman haveria jovens dançando jazz? Já valeu por isso. "Crise" polariza campo e cidade, pobreza e dinheiro, castidade e lascívia, velhos e jovens, mãe biológica e mãe adotiva, do jeitinho que veremos em tantos folhetins de cinema e de televisão ao longo de nossas vidas. O filme é baseado em uma peça e está bem evidente que tem origem em um melodrama: com os personagens muito esteriotipados, bem marcados, inclusive há um (necessário para o público) final feliz.

Porém, em meio ao comum, é perceptível o talento do diretor na encenação e nos enquadramentos.

Kris (1946)

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On 5/25/2020 at 11:16 PM, SergioB. said:

Continuando a saga pela sua filmografia, vem este "Borgman", de 2013. Um andarilho consegue se introduzir como empregado em uma linda casa modernista de uma família modelo da elite holandesa. Consegui imiscuir-se a função do antigo jardineiro, e inserir na casa outros companheiros, além de tornar a vida dos ricaços um inferno. Parece "Parasita"? 

esse aí quando assisti me lembrou uma versão mais cerebral da comédia oitentista Um Vagabundo na Alta Roda, com Nick Nolte e cia.  PS: não curti muito o filme não..?

Down and Out in Beverly Hills – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

M.O.M. é um mockumentary caseiro que resumidamente é o Precisamos Falar Sobre o Kevin em primeira pessoa. Essa abordagem é interessante pois a dúvida duma mãe de que o filho vai (ou não) promover um massacre é o motor do filme. Até porque existe a possibilidade de ser apenas neura dela. Mas quando isso é revelado ainda falta meia hora pra terminar e o filme se torna enfadonho e cansativo, enchendo linguiça. Atuações razoáveis e duas reviravoltas fazem esta produção de orçamento merreca apenas curiosa e bem intencionada. 8-10

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Motel Acacia é um thriller de terror filipino que bebe muito de O Albergue, sobre um lugar onde são exterminados imigrantes ilegais nos States, mas é tocado de forma mais cabeça e meio psicodélica. Creio que só os diretores entenderam o que fizeram pois eu só me atentei aos efeitos práticos legais e uma ou outra atuação. A tentativa de denuncia á imigração ilegal vai água abaixo num filme confuso demais, embora muito bem ambientado. Na boa, esperava mais dele pois o trailer foi o que me fisgou a assisti-lo. 7,5-10

Watch Full Movies Directed by Bradley Liew Online - Yomovies

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De Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet, "Delicatessen", de 1991.

Falar que o design é bonito é redundância. Tudo deles é incrível nesse particular. É uma comédia distópica muito estilosa, com um humor que me agrada bastante, muito nonsense.

Fotografia de Darius Khondji, que não sei como, só tem até hoje uma indicação ao Oscar. Muitos planos-detalhes, muitos closes, muitos desenquadramentos...

E como assistir a cena do banheiro e não se lembrar imediatamente da cópia 2.0 de "A Forma da Água"?

Delicatessen (1991)

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A Netflix tem colocado todos os filmes do Michael Mann em seu catálogo ou é impressão? Seja como for, ontem "Miami Vice", de 2006, estava entre os top 10 mais assistidos no Brasil e...eu também não resisti.

Nunca assisti a série, sei que o filme foi bem divisivo, mas eu sou do time que gosta. Não pela temática, que poderia ter sido melhor explorada, sobretudo se deixasse a todos mais claro: O continente Americano é, de cima a baixo, um continente unificado pelo tráfico. O filme mostra desde a nossa Tríplice Fonteira à Colômbia, a Cuba, Haiti, Miami...Se o roteiro quisesse dar um tom mais politizado, teria ficado mais importante...

Porém, gente, tecnicamente, é um lindo trabalho. Que Fotografia (Dion Beebe) e que Montagem (William Goldenberg)! A Direção - câmera na mão -  do Mann é muito boa também. 

E tem Gong Li com Colin Farrell, em boa química, mas, estranhamente, protegidos demais nas cenas de sexo. Elas, a meu ver, só pareceram quentes. Não mostram nada de mais. Assim como as de Jamie Foxx - realmente, meio desperdiçado - e Naomie Harris.

Veria de novo. E veria de novo, de novo.

Jamie Foxx and Colin Farrell in Miami Vice (2006)

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"Space Jam" , de 1996, ontem à noite pela Netflix.

Que estouro foi esse filme nos anos 1990! A mídia só falava dele.

Uma celebração dos personagens de desenho da Warner e da carreira do maior de todos os jogadores de basquete da História, Michael Jordan. Aqui, supercarismático, e, que, não é poupado de críticas, por exemplo, por sua passagem sofrível pelo baseball. 

Entretém, mas faltou piada boa. Prefiro, ademais, a dublagem brasileira - tolamente supercriticada, mas é das melhores do mundo.

Michael Jordan and Billy West in Space Jam (1996)

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As pessoas que acham "Midsommar" uma obra originalíssima, que tal assistir a "O Homem de Palha", de 1973? É o pai do  subgênero Horror Folk, Horror Rural.

Filmando de dia, em uma pequena comunidade isolada, com seus rituais ligados à terra, e reverentes ao passado, "O Homem de Palha" alcança seu ponto alto em sua cena final, que é simplesmente inesquecível. Nela, o filme atinge também sua maior relevância no discurso, pois a meu ver, fica mais nítido o embate entre o fanatismo do paganismo versus o fanatismo da religião cristã; como seus atos de fé podem ser igualmente incompreensíveis, um pelo outro, e só são assim, porque a racionalidade é mandada para o espaço.

Trilha foda, Christopher Lee foda, e de brinde, vem a lindíssima Diane Cilento, indicada ao Oscar por Tom Jones.

The Wicker Man (1973)

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10 hours ago, SergioB. said:

As pessoas que acham "Midsommar" uma obra originalíssima, que tal assistir a "O Homem de Palha", de 1973? É o pai do  subgênero Horror Folk, Horror Rural.

esse aí teve um remake com Nicolas Cage em 2006...passe longe e fique com a boa lembrança mesmo do setentista!??

 

Capone é uma versão diferenciada e bacanuda do famoso gangster ianque que se distancia de todas já vistas, principalmente da do Scarface e do Intocáveis. A pegada é mais horror psicológico da transformação interior do cabra, uma vez que ele ta longe do glamour mostrado dos demais filmes. Ta nos finalmentes. É um filme bem nojentinho, o que é ótimo e o Tom Hardy mostra mais uma vez boa performance mesmo sob quilos de maquiagem. O filme é a volta por cima dum bom diretor indie, depois da bomba de Quarteto Fantástico. 8,5-10

Recap Rinse Repeat (@R3cap__) | Twitter

 

 

Ashfall é um bom thriller de guerra com disaster movie coreano que impressiona pela qualidade técnica. É um blockbuster eficiente naquilo que se propõe embora genérico e previsível, tanto que se fosse ianque seria protagonizado pelo Willis ou Neeson. É o Armageddon de olhos puxados. O que vale mesmo é a qualidade como foi dito, as impressionantes cenas de ação/destruição, as alfinetadas aos States e a exploração do sentimento da divisão das Coreias que enverniza a metragem. 8-10

Ashfall, the Latest Korean Blockbuster in Cinemas – (x)clusive☆

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"A Noite é Delas", comédia escrachadona, de 2017, que põe Scarlett Johansson pra fazer uma despedida de solteira, com as amigas de faculdade.

Plot conhecido: Tudo dá errado o filme inteiro, e magicamente se conserta no final, com a reafirmação da amizade.

Historicamente, temos tido muitos filmes assim, desde, pra mim, o melhor, o precursor, "Amigas com Dinheiro", passando por "Bridesmaid", até "Grils Trip", também de 2017.

Passatempo, sim. Mas também uma indisfarçável tentativa de ser um "Se Beber Não Case" feminino.

Scarlett Johansson, Kate McKinnon, Zoë Kravitz, Jillian Bell, and Ilana Glazer in Rough Night (2017)

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Mais um pro projeto de ver/rever os clássicos do cinema brasileiro...

Pra começar, "Memórias do Cárcere", de 1984, adaptação de Nelson Pereira dos Santos, é praticamente idêntico ao estupendo/magnífico/soberbo livro (póstumo) de Graciliano Ramos, cuja leitura muito me cativou. Infelizmente, uma das poucas mudanças foi a não aparição/citação de Nise da Silveira, que também esteve presa em Ilha Grande e tinha uma presença forte por lá; bem como poderia ter mostrado mais o drama de Olga Benário - são as vantagens em extensão da Literatura sobre o cinema... Mesmo assim, em termos de fidelidade ao livro, pode-se dizer que ela é alta, altíssima. 

Quase sem Trilha Sonora, o filme é "seco", como a escrita de Graciliano, sem firulas, sem muitos adjetivos (seria a Trilha um adjetivo para o cinema?).Inteligentemente, o diretor valeu-se de música diegética, isto é, feita a partir de dentro, da ação, pois há várias cantorias dos detentos. Ficou bom isso. As atuações são ótimas, destacando-se ,claro, Carlos Vereza, bem elegante, equilibrado, sereno, calmo, tal qual o escritor. Achei curiosa a presença do diretor Fábio Barreto atuando, nada memorável... A melhor cena, pra mim, é quando o escritor alagoano descobre que há mulheres no presídio: A câmera se move de uma maneira desconcertante, surpreendente.

Um ponto negativo, a meu ver, foi o final. No mesmo intuito de ser "seco", acaba sendo lacônico, e, mais grave, não explicando muito bem o que de fato aconteceu. Pra quem conhece um pouco de História, gostaria de ter visto mais a atuação de Sobral Pinto, advogado, ferrenho defensor das liberdades, que, anos mais tarde, recusaria a cadeira do Supremo (Pois é!) por ser amigo de Juscelino. Isso também ficou ao léu.

Estou, nesses dias, muito impactado com a presença cada vez maior e preocupante dos militares na vida nacional. Aqui, a serviço de um ditador sanguinário, que depois seria - até hoje - glorifiado pela esquerda brasileira, Getúlio Vargas. Sem querer demonizar as categorias, penso que um governo do povo deve ser regido preponderantemente pelos civis, pois cabe aos militares atuarem mais em momentos particulares, sem contar que é perigoso - em países com nossa história - acostumarem-se ao poder diário.

Graciliano passou cerca de 10 a 11 meses preso, e sofreu bastante. Ficou preso, sem nem haver processo! Não havia acusação formalizada! Se ele sofreu assim, imagina-se o sofrimento de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, primeira presa política brasileira, que passou vários e vários anos detida.

Memórias do Cárcere (1984)

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