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Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


Tensor
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11 hours ago, Big One said:
Shirley
2020 ‧ Drama/Thriller ‧ 1h 47m
 
É raro ver um filme que o @SergioB. não gostou...rsrsrs...a edição realmente deixa a desejar, já todo o filme me agradou, incluindo o trio de atores principal, Elisabeth Moss, Odessa Young e Michael Stuhlburg. Gostei do flerte com terror e também tem um flerte depressão e relacionamento abusivo.

Verdade, por trás da cara fechada, eu tenho um coraçãozinho generoso :)

Mas estou em boa companhia, pois o Dalenogar - o crítico do momento da internet - também não gostou.

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"Les Mistons"/ Os Pivetes é um curta-metragem, de 1957, de Truffaut, o segundo trabalho dele, mas na prática é o primeiro, pois o anterior a esse se perdeu. Em 18 minutos, conta a história de 5 garotos que vigiam o namoro de um moça belíssima (a mítica Bernadette Lafont). É uma história sobre pré-adolescência, uma fase meio esquecida pelo cinema, portanto há a conjugação da inocência da infância entremeada pela chegada disruptiva da sexualidade. 

Com uma trilha sonora linda, paisagens românticas de verão, e dono de uma cena memorável, que expressa bem a ideia acima: Os garotos beijando o selim da bicicleta da sua musa. Há também espaço para a discussão de algo mais sombrio: O sentimento natural de inveja que os meninos dessa idade sentem de homens alguns anos mais velhos, já prontos para o amor.

Dois anos depois, "Os Incompreendidos". E, não à toa, vinte anos depois, "O Homem que Amava as Mulheres" - meu segundo filme preferido dele - no qual sim a figura masculina já pode amar e ser amada por todas as mulheres coletivamente. Se neste admirável curta o amor das crianças é coletivo e platônico, naquele longa o amor coletivo é destinado abundantemente a ele, ou melhor, a seu alter ego.

Ranking François Truffaut:

1) A Noite Americana;

2) O Homem que Amava as Mulheres;

3) O Último Metrô;

4) Jules e Jim - Uma Mulher para Dois;

5) Os Incompreendidos

 

Les mistons (1957)

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Becky é um divertido survival com uma pirralha, algo como um Esqueceram de Mim repleto de gore e selvagemente violento e só por isso ja vale a pena, a semelhança do ótimo e pouco conhecido The Agression Scale. É uma reconversão do exploited femenino pros tempos modernos que funciona que é uma beleza, onde a atriz principal atua corretamente, mas quem se destaca é o Kevin James, que a semelhança do Sandler em Uncut Gems, sai de sua zona de conforto de comédia e faz um vilão de arrepiar. Apesar do terceiro ato decair e ser previsível, o conjunto deste indie é mais que bem-vindo. PS: aprenda como matar alguém com uma régua e giz de cera ?9-10

Lulu Wilson e Kevin James trocam olhares pouco amistosos no poster ...


 

The Last Days of American Crime é um filme ruim baseado numa graphic novel que desconheço, ainda bem. Parece que tudo foi feito no automático, sem diretor, jogado sabe? É um filme de assalto e fuga que quer parecer diferente mas termina sendo sacal e enfadonho. Diferente de Becky, a violência aqui é preguiçosa e sem motivo. E as atuações? Pelamor, ta todo mundo ruim exceto o Michael Pitt, que geralmente sempre se dá bem fazendo lunáticos de galocha. O filme tenta ser Uma Noite de Crime mas sem pé nem cabeça, saca? Roteiro meia boca, direção confusa e ação torpe. Fuja. 4-10

Torrent Code 8 2019 ilCorSaRoNeRo

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Depois de Horas

1985 ‧ Comédia/Humor negro ‧ 1h 38m
 
Sabe aquele filme que você viu a muito tempo, provavelmente numa sessão Coruja da Globo d madruda, que você não se lembra do filme direto ? Bem, esse é o caso de Depois de Horas do Scorsese. Como.ja disse aqui em outras oportunidades adoro esses filmes da década de 70 e 80 que retratam uma Nova York rústica, escura, deve ser uma memória afetiva dos filmes que eu via. Enfim. 
Este filme é uma delícia, primeiro que todo mundo parece bipolar, a pessoa está conversando normalmente e de repente tem uma reação exagerada. O protagonista sai para se encontrar com um garota  e se mete em uma sucessão de confusões. Aliás já na cena do taxi com o taxista rasag do pelas ruas é muita engracada,. Aqui Scorsese acelerômetro a cena pra dará.a impressão de mais velocidade e humor. 
Já é possível notar os.mocomebtos de camera característicos do Scorsese que ele usa até hoje. Aliás a cena final no escritório com a câmera percorrendo entre as mesas é ótima. Pena que durou pouco. 
Aliás até no poster acertaram.  Que poster bonito. 
 

IMG_20200611_094012.jpg

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Do mestre da delicadeza,  "Filho Único", de 1936, é o primeiro filme falado de Ozu. Por falado, mais do que o registro primeiro de som, quero apontar que seus diálogos são incrivelmente coloquiais, distantes do falar literário, ou do falar do teatro, que requerem um ponto a mais de artificialidade.

A história é universal e atemporal: uma mãe cria o filho único com extremo sacrifício, manda-o estudar fora,  mas ele não se empenha o bastante, e, na vida adulta, quando se reencontram, está desempregado, casado às escondidas, com um filho, relegado à vida humilde da periferia de Tóquio. A dificuldade oriental para expressar os sentimentos torna a emoção ainda maior. E geralmente na única cena em que os personagens abrem o coração, a dor do desapontamento, a sinceridade pungente e constrangida, deixam o espectador de joelhos.

Trazendo para o Brasil um pouco...O debate econômico incorporado no filme tem seu lugar ainda hoje. Em certo momento, o filho relata da dificuldade da competição em uma grande metrópole. Não é uma desculpa de caráter, penso eu. Uma economia fraca, que não gera muitas oportunidades, faz os indivíduos se culparem por problemas que estão longe de serem individuais. A mãe argumenta algo assim: "Mas muitos conseguem sucesso mesmo assim". É verdade, mas quanto desse sucesso é apenas individual? Não tem outraz razões? Um pistolão, uma herança de clientes, um golpe de sorte, um golpe financeiro? Mas divago, pois em Ozu não importa o épico, o Social, importa, outrossim, a lírica familiar.

Do ponto de vista da Direção, ficou para o mundo a maestria do uso da câmera baixa, no qual vemos os personagens por inteiro, a dizer, em sua pequenez diante do mundo.

Se hoje temos o prazer de assistir a um filme de Hirokazu Koreeda, que vejamos as películas do Pai Espiritual de seu cinema.

Ranking Yasujiro Ozu atualizado:

1) Era uma Vez em Tóquio;

2) Filho Único;

3) Dia de Outono;

4) Ervas Flutuantes;

5) Também Fomos Felizes

Hitori musuko (1936)

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The Blackout é uma boa scy-fy distópica russa que lembra um Resgate do Soldado Ryan ou Falcão Negro em Perigo daquele país. Os personagens não tão ricos porém são funcionais e bem atuados. Muito bem produzido e com efeitos especiais que não deixam a desejar á produção ianque são um deslumbre. Só nos finalmentes o filme parece abraçar o lado anime/mangá gratuitamente decaindo de nível mas ainda assim é superior á média hollywoodiana do gênero. Um bom filme pros amantes de invasão alien, alegorias míticas, deuses e criação. 8,5-10
The Blackout - Limão Mecânico

 

Baby Shower é um razoável thriller de terror vindo do Chile, que dentro do gênero faz algo minimamente que desperte o interesse. Como slasher sangrento é uma beleza e deleite, mas o filme parece carecer de empatia pelas suas personagens, um quarteto de mulheres lacradoras e empoderadas, a semelhança de Abismo do Medo. A impressão é que o diretor fez uma colcha de retalho dos filmes deste gênero que adora, com todos os clichês e putaria imagináveis. Dá pra ver de boas, mas fica a sensação que podia ter sido mais. Curiosidade pra assistir comendo empanadas e tomando vinho. 7,5-10

horror | Ghosts of my Life | Pagina 17

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"Da 5 Blood"/ Destacamento Blood é o grande filme do ano até aqui. Principalmente por que ele chegou no momento certo: 1) não só considerando que ele foi bancado por um serviço de Streaming como a Netflix , plataforma ideal para esses tempos de pandemia; 2) considerando que ele chega em um momento de luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos e no mundo todo; 3) pelo momento da carreira de seu diretor Spike Lee, não mais tido como um excêntrico reclamão como eu me recordo da imagem dele no final dos anos 1990, mas agora um ganhador do Oscar competitivo, um belo afterglow.

São muitas as decisões inteligentes neste filme: A primeira tem a ver com a utilização do mesmo conjunto de atores para interpretar seus papeis na época da Guerra. Não há portanto quebras da atuação,  bem como nos abre a possibilidade de suspeitar que algumas das tomadas possam ser apenas projeções da consciência, lembranças até mesmo ficcionais, e não efetivamente "passado". Esses planos são acompanhados também por uma mudança da Fotografia. Não somente de cores e texturas, mas inclusive na razão de aspecto, que passa para 4:3. Ou seja, há um recurso narrativo inclusive na própria Fotografia, assinada aqui por Newton Thomas Sigel, que criminosamente nunca foi indicado ao Oscar. Creio que dessa vez ele não passará em branco.

A Montagem do inglês Adam Gough, outro que deve conseguir sua primeira indicação ao Oscar, é outro trabalho muito rico. Admito até que possa haver quem não goste dela, mas será impossível ficar a ela indiferente. O filme é todo "quebrado"! Por quebrado, digo, se o texto cita um negro assassinado no passado por policiais, aparecerá uma foto dessa pessoa, não em um cantinho do vídeo, mas quase como uma interrupção da cena mesma, bem como há a incursão de pequenas imagens (não queria falar imagens, queria dizer, precisamente, vídeos!) reais, antigos, mostrando um discurso, ou um noticiário, veiculando algo importante para a história negra americana. O filme, portanto, é todo permeado por objetos imagéticos não pertencentes mesmos à trama, mas que provam a ideia geral do filme: A Guerra do Vietnã foi travada em solo americano, com desproporcionalmente mais sangue negro derramado.

É Spike Lee na veia. Um texto incendiário, que fustiga Trump e seus eleitores, até não poder mais. Este texto é divertido em certos momentos, polítizado em muitos momentos, cheio de gírias da comunidade negra americana a todo momento. Precisava ser dito por bons atores, também, e o é. Mas, em seu elenco, brilha com destaque o ator Delroy Lindo. Não é que brilha. O ator passa com sua luz por cima de todos. Ele deve ter umas 4, ou 5 cenas de clipes de Oscar, uma melhor do que a outra. Seu personagrem me lembrou Humphrey Bogart em "O Tesouro de Sierra Madre", de 1948, aquele sujeito ambicioso, ardiloso, palavroso. Bati palmas para a cena em que ele revela algo de sua condição pessoal, enquanto vai abrindo caminhos na mata fechada. O que é aquela cena? Nossa! Em minhas previsões, o colocava como Coadjuvante - assim como os demais analistas - mas é indubitável que ele é Lead. É a mesmíssima situação de Forest Whitaker em "O Último Rei da Escócia". Sinceramentre, considerando sua espetacular atuação, e as condições políticas que mencionei no primeiro parágrafo, para mim, desde já, é o favorito ao Oscar de Melhor Ator.

A Trilha de Terence Blanchard está recheada de Marvin Gaye, e tenho dúvidas se conseguirá atingir o percentual prescrito para ser considerada Original, apta a ser indicada ao Oscar.  Já as indicações para a turma do Som parecem certas. E indicação também para Spike Lee, como Roteirista e Diretor.

Se vidas negras (agora, tardiamente) importam, a vida dos negros no cinema por muito tempo só importou a ele.

É bom honrá-las.

Da 5 Bloods (2020)

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Que tal começar um filme com um longo close de um cavalo currando uma égua? Se esse for o cinema do polonês Walerian Borowczyk, está tudo normal, tudo explicado, pode ter a certeza que será uma das cenas mais leves...

"La Bête"/ O Monstro, de 1975, deve ser o filme de lobisomem -  mas que não leva esse nome, é chamado de "a besta" -mais bizarro já feito; no qual a criatura está sempre à cata de mulheres, sempre com um pau de sessenta centímetros ereto o tempo todo, e ejaculando fartamente em todos os lugares. Closes de vaginas, essas bem naturais, e com pelos lindamente acobreados, também há aos montes. Tem pra todos os gostos...

O curioso é que, apesar do constrangimento e do nojo, este filme consegue retratar a decadência financeira, sexual, e religiosa da elite francesa. Porém, ataca a Moral sem muito texto, sem discurso; ataca somente com o sexo livre, animalesco.

Anos depois, Walerian iria filmar uma edição de "Emmanuelle".

La bête (1975)

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Tendo terminado de ler hoje a fantástica/sublime/incrível Graphic Novel "Watchmen" ( que lamentavelmente demorei anos para adquirir), fui conferir a adaptação de 2009. 

Apertei o play pedindo às energias quânticas para não ter muitas sequências de câmera lenta à la "300", anterior trabalho de Zack Snyder, mas posso dizer que as sequências existentes foram bem colocadas, ficaram boas. De cara, me arrepiei com o Design do filme extremamente parecido em cores e em objetos à HQ ( em especial a nave do Coruja, ficou até melhor), assinado por Alex McDowell ("Minority Report", "Clube da Luta"). Figurino, também, um show; trabalho do australiano Michael Wilkinson. Claro, tiveram onde beber visualmente, era só reproduzir o quadrinho para não errar, mas mesmo assim, a fidedignidade merece palmas.

Não gostei da escolha de certos atores: Para viver a envelhecida Sally Jupiter, a atriz Carla Sugino. Nada a ver! E, mais grave, não gostei da escalação do ator que faz o Ozymandias, Matthew Goode. Não o achei imponente, nem bonito como um deus, nem tão elegante, quanto o personagem de fato o é. Em compensação, amei o trabalho do regularmente pouco festejado Patrick Wilson, e principalmente do sempre ótimo Jackie Earley Haley. Achei que os dois ficaram perfeitos.

A escolha das músicas da trilha me pareceu ruim. Fui procurar a crítica do Pablo e ele também achou (Fico sempre de cara como nós dois pensamos parecido em termos de cinema, e tão pouco parecido em termos de questões políticas...). Aquele Leonardo Cohen ali, na hora do sexo, ficou ridículo.

Que composição visual a do Dr. Manhattan! Os efeitos ficaram demais!

Por fim, creio que o trabalho mais difícil ficou a cargo dos roteiristas. E eu tiro o meu chapéu para eles, por mexerem nesse vespeiro, desafiando a tradicional antipatia de Alan Moore com respeito à adaptações para Hollywood. Além de a trama ter obedecido a 95% das ideias e do texto, cortaram aquela metalinguagem meio chata do "Cargueiro Pirata" (que não iria contribuir para a história, e não serve ao cinema como recurso), e conseguiram, a meu ver, uma solução melhor para o final. Sim, só o final ficou diferente, mas ficou melhor, fugindo daquela tal "criatura", que, aliás, é mostrada en passant.

"Watchmen: O Filme" me surpreendeu.

Infelizmente, penso que essa adaptação teria um peso maior caso tivesse sido feita hoje, após tantos filmes de super-heróis, com sucesso avassalador, e críticas elitistas. O que importa em "Watchmen" é a desconstrução desse universo. Mostrando que o poder não é uma questão de natureza, mas uma questão de política.

Billy Crudup, Malin Akerman, Matthew Goode, Jackie Earle Haley, Jeffrey Dean Morgan, and Patrick Wilson in Watchmen (2009)

 

Vou deixar dois vídeos fantásticos, que esse cara fez sobre Watchmen, sobre os "Contos do Cargueiro Negro", e também sobre o final da HQ e do filme::

 

 

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Robocop 2 (idem, Dir.: Irvin Kershiner, 1990) 2/

200px-RoboCop_2_(1990).jpg

Robocop 3 (idem, Dir.: Fred Drekker, 1993) 2/4

200px-RoboCop_3_(1993).jpg

Não sou fãs das sequels do Robocop, até porque era difícil chegar perto do nível do primeiro filme... Mas enfim, também não as acho terríveis.

O 2 tenta emular ali o Paul Verhoveen, na ironia, na violência, mas não deu muito certo. Tem uma ou outra cena de destaque, mas nada é muito memorável. O 3, muitas vezes, acho ele melhor que o 2, talvez porque já não ligo se fizeram mais um filme fraco com o personagem e o filme não se leva tão a sério (verdade é que o 2 me irrita um pouco, o 3 nem tanto, e nem sei porque). Nitidamente, tentaram fazer algo mais leve, um "super herói pra crianças", com direito até o Robozão ter cena de vôo, e nisso, não tem o humor tão certeiro (soa meio pastelão, e cartoon muitas vezes), e violência extrema, foi pro ralo. Mas mesmo sem as características fortes da série é "assistível".

**Com o final do 3, fico imaginando como seria no 4º filme. Robocop teria nitidamente de sofrer um upgrade enorme, já que não dá pra imaginar ele lutando de igual pra igual com os robôs japoneses que apareceram aqui (nem foi ele que derrotou os robôs, mas a menina com o computador que fez eles bugarem). Se viessem vilões como esses japoneses, não teria como ele continuar do jeito que era.

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1 hour ago, Jailcante said:

Robocop 2 (idem, Dir.: Irvin Kershiner, 1990) 2/

Robocop 3 (idem, Dir.: Fred Drekker, 1993) 2/4

Ah, os dois sao ruins...mas o 2 consegue ser melhor que o 3, de longe! O problema foi que no 2 errraram a mão da mesma forma que Kingsman 2, pecando pelo excesso na produção e falta de criatividade no roteiro. Mas o 3 se ferrou mesmo porque teve uma produção zuada todo tempo, faltou grana a meio caminho, entre outros nabos. O remake do Padilha consegue ser melhor que esses 2.

 

Artemis Fowl é uma ruindade de filme confuso que não se decide o que quer contar. Não conheço a obra no qual se baseia, portanto eu julgo este filme pelo que é, sem compará-lo a o que seja e é ruim mesmo assim. Imagina um Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, um filme lindo visualmente mas narrativamente sem empatia com seus personagens, além de trocentos coadjuvantes desnecessários que só atrapalham o entendimento da obra. É isso. Tenta ser um Kingsman espacial, mas não chega sequer ao dedo mindinho dele.  7-10

Disney divulga trailer e pôster de Artemis Fowl: O Mundo Secreto ...

 

 

Outback é um thriller survival australiano bem simplório porém eficiente. Seu plot é uma mistura do cerebral Scenic Route com o visceral 127 Horas, onde um casal se perde no deserto e come o pão que o gramunhão amassou. O legal é que o deserto é um personagem ativo deste indie, e o diferencia dos filmes de sopbrevivência comuns. Atuado corretamente e com uma ou outra cena desnecessária, ainda assim o conjunto serve seu propósito. 8-10

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Primeiro longa de Glauber Rocha, "Barravento", de 1962, padece de vários problemas técnicos, entre eles, um Som péssimo, com falas dubladas em estúdio, e uma câmera de qualidade ruim na mão. Porém, não padece do principal "uma ideia na cabeça". Destaca-se fortemente como representação cultural, ao filmar uma comunidade mística de pescadores no litoral da Bahia, evidenciando assim as raízes afros de nossa nação. O candomblé é mostrado com muito respeito, em suas cenas de dança, música, sacríficio (de galinha...Perdoai-vos!...) e devoção.

Mas pra mim o que é mais forte é o protagonista ser um elemento de dissuasão da tradição. Antônio Pitanga interpreta um filho da terra que volta da cidade, mudado em roupas e atitudes, mas, principalmente, descrente, e tentará afastar os pescadores daquela fé e daquele modo ancestral de trabalho ( "Isso aqui não é África não...é Brasil!")  por associá-la à passividade social, à conformidade ao atravessador branco, comprador do pescado. Só que ele não é um visionário político, não, ele, individualmente, está mais para um ser invejoso e ciumento, indigno do apreço dos deuses. É um provocador, um barravento.

Queria muito dizer que Antônio Pitanga é um superator, mas não acho isso, nunca achei. Embora seja de fato um ícone inconteste do nosso cinema, por ter estado em muitas produções históricas. Na real, acho-o muito desengonçado como corpo em cena, com vários trejeitos feios.

A montagem é de Nelson Pereira dos Santos, que, atento aos valores do Cinema Novo, sempre procura entremear a trama principal, com planos de rostos da população local, em sua cor local. A Fotografia, por sua vez, conquista ao emoldurar uma paisagem deslumbrante, praias brancas, coqueiros mil, naquela Bahia pré-turismo de massa.

Ganharia um dez o aluno de cinema que comparasse essa realidade com o divino "A Terra Treme", de Visconti, de 1948.

 

Barravento (1962)

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19 hours ago, Jorge Soto said:

Ah, os dois sao ruins...mas o 2 consegue ser melhor que o 3, de longe! O problema foi que no 2 errraram a mão da mesma forma que Kingsman 2, pecando pelo excesso na produção e falta de criatividade no roteiro. Mas o 3 se ferrou mesmo porque teve uma produção zuada todo tempo, faltou grana a meio caminho, entre outros nabos. O remake do Padilha consegue ser melhor que esses 2.

Sim, concordo. O Robocop do Padilha é bem melhor que essas 2 sequels xoxas.

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Não é só Spike Lee que é acusado por ter "ideias de mais", como li em algumas críticas à "Da 5 Bloods" na imprensa americana. Glauber Rocha também o é. "Terra em Transe", de 1967, então, é um filme dificílimo para entender. Tem Jazz, tem samba, tem Verdi, tem Carlos Gomes; tem o espocar de metralhadoras; mete o pau na UDN, mete o pau no PCB, mete o pau nos intelectuais sonhadores, personificado pelo seu protagonista, um acólito poeta, Jardel Filho.

No país fictício, Eldorado, situado abaixo do Equador, testemunhamos a sanha política entre rivais políticos: Porfírio Diaz (o político de Direita, religioso, sempre com a cruz na mão, que se vê como um mito autocrático, a ser coroado a qualquer momento, interpretado com altivez por Paula Autran) e Felipe Vieira (José Lewgoy, o populista de esquerda, ex-sindicalista, que faz promessas vãs ao povo, como uma "casa", como um terreno de usucapião, para depois, efetivamente, traí-los em favor do empresariado midiático-burguês). Por não poupar nenhum lado, por encarar a política como tragédia, é que foi acusado - assim dizem - pelo Fernando Gabeira, de ser um fime "fascista". Como as coisas não mudam...

Nelson Rodrigues teria ficado maravilhado com uma das cenas: "Mandam o povo falar, e este faz uma pausa ensurdecedora. E, de repente, o filme esfrega na cara da plateia esta verdade mansa, translúcida, eterna: o povo é débil mental. Eu e o filme dizemos isso sem nenhuma crueldade. Foi sempre assim e será assim eternamente". É dizer, o povo é um joguete. Não tem o controle do jogo eleitoral, e nem sabe as razões.

É um filme bastante prejudicado pela redublagem, o aspecto técnico que fez as pessoas terem ódio permanente ao cinema nacional. Como é muito falado, muito mesmo, com vários poemas declamados, como de Castro Alves; e uma linguagem pretensamente poética, quase um logogrifo, com discursos indecifráveis, de uma retórica lunática, esse aspecto negativo do Som torna o filme muitas vezes um tormento. Na verdade, até combina com o filme, por ser um tumulto de vozes, como seu belo cartaz indica.

O enorme elenco conta com Glauce Rocha, Flavio Migliaccio, Hugo Carvana, Mário Lago, Paula Gracindo, Francisco Milani, o onipresente Jofre Soares (tão onipresente nos clássicos brasileiros como Antônio Pitanga), e uma luminosa presença da lindíssima Danuza Leão, creditada como "modelo", não como atriz, embora tenha efetivamente um papel.

Indicado a Palma de Ouro em Cannes, perdeu-a para "Blow-Up", mas arrebatou o Prêmio da Crítica.

Essa distopia brasileira merece ser vista, mas com olhos "históricos", para o que passava por aqui em 1960, e o que se passa hoje também. Não adianta, penso, mostrá-lo a um adolescente; é preciso certa bagagem para penetrar no filme.

Muita coisa parecerá profética. Votamos repetidamente nos mesmos tipos horrendos.

"A minha loucura é a minha consciência".

Terra em Transe | Enciclopédia Itaú Cultural

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Alien vs Predador era um crossover de franquias que sempre relutei em conferir mas aproveitei a falta de boas estréias pra matar essa desfeita..aff! Na boa, esta produção aqui leva jeito de caça-níquel refinado uma vez que tem muitas coisas interessantes, mas não alavanca em nada a mitologia dos bichos em questão. Resumindo, é um bom filme de aventura mas que não acrescenta nada ás franquias. Uma ou outra referência ás franquias e a presença do sempre bom Lance Henricsen valem a conferida, e só. Pena que não reutilizaram a final girl depois, uma vez que se empenha bastante em ser a futura Ripley. 7,5-10

Ranking de franquicias: Predator – LAS CRÓNICAS DE AXA 2.0

 

Alien vs Predador 2 já é de fato um filme totalmente desnecessário que dispensava facilmente a griffe das franquias que faz uso, uma vez que se resume a um slasher genérico com os monstros em questão. Pior que é muito bem produzido, uma pena que o roteiro não ousou mais e muito menos não reutilizaram personagens das franquias envolvidas, vai ver reconheceram a roubada que seria. Entupido de clichês de filme teen e com fotografia escura onde não se enxerga nada, pra não só detonar esta película ele pelo menos tem alguma ousadia em ser um tiquim politicamente incorreta ao matar sem dó crianças e gestantes. Mas ainda assim não é suficiente pra ficar acima da média. 5-10

ALIENS VS PREDATOR: REQUIEM -2007- original 27x40 movie poster ...

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Garotos do High Society (The Whoopee Boys, Dir.: John Byrum, 1986) 0/4

220px-TheWhoopeeBoys.jpg

 

Lembra nos anos 90 quando a Xuxa e o Didi disputavam quem fazia os piores filmes? Lançavam um filme atrás do outro, e um pior que o outro. Pois é. Mas mesmo assim esses filmes faziam sucesso, então qual seria o apelo desses filmes? Basicamente, eram um ralo de roteiro que simplesmente tentava colocar a Xuxa ou o Didi contracenando com o máximo de celebridades (ou subcelebridades) da época. Povão ia mesmo pra ver os famosos na telona. Isso é tão verdade, que hoje nenhum dos dois tem feito mais filmes, simplesmente porque as celebridades e subcelebridades já são ultra exploradas nas 'internet' da vida que quem iria pagar caro pra ir no cinema ver gente que já está todo dia na sua vida (nos anos 90, as rede sociais de hoje nem pensavam em existir algum dia)? Enfim, esse 'nicho' de filme, meio que acabou e os 'Blockbusters' nacionais' hoje tem sido as comédias pastelão, não mais o 'filme da Xuxa ou do Didi'.

Esse filme aqui é isso, um filme da Xuxa ou do Didi, só que sem a presença das celebridades ou subcelebridades no filme. Ok, tem um ator ali que vi no 'Febre de Juventude' do Zemeckis, e um outro que apareceu nos filmes do Indiana Jones, mas não os considero tão famosos a ponto do povo querer ir no cinema só pra vê-los. E nem os personagens principais e os atores que os interpretam são famosos, não são a 'Xuxa' nem o 'Didi'. São só dois caras ali, e fim.

Olha o roteiro dessa joça: Dois caras vão até Palm Beach entregar um Cadillac, lá vão até uma festa granfina, e acabam conhecendo uma mulher. Essa mulher administra uma espécie de escola de artes pra crianças carentes (esse mote de alguém que precisa de ajuda pra caridade sempre tinha nesses filme da Xuxa ou Didi), mas ela tá sem dinheiro pra manter o local. Só que ela tem um tio rico que prometeu uma herança pra sobrinha somente se ela se casar com um cavalheiro em 30 dias. Como ela não conheceu nenhum cavalheiro que preste pra casar, um dos cara da dupla se candidata para o posto. Mas ele é um brucutu, e aí tem que entrar numa escola de etiqueta pra tentar virar um cavalheiro em 30 dias.

Essa história poderia totalmente ser um filme do Didi nos anos 90. 'O Granfino Trapalhão" ou 'Didi na Alta Sociedade' qualquer coisa do tipo. Realmente, não sei como o Didi não reciclou o roteiro desse filme pra fazer um filme pra ele. Já tinha o mote pras palhaçadas dele (ele tentando se tornar cavalheiro numa escola de etiqueta) e até os personagens que ele entregaria pros celebs que  teriam no filme: a escola de etiqueta tem outros alunos, um mais caricato que outro, tentando fazer aquelas palhaçadas dignas dos filmes do Didi (já imagino um Sergio Mallandro ali no meio, ou Gugu ou a Angélica, ou sei lá, quem mais era celebridade/sub nos anos 90).

É tão filme do Didi anos 90, que nenhum dos dois personagens principais são introduzidos de forma adequada. O roteiro já trata os dois como se o público já os conheciam, do mesmo tipo dos personagens da Xuxa e do Didi, que sempre interpretavam eles mesmo, então o público fã deles não precisavam de grande introduções nos seus personagens. Os dois aqui, simplesmente aparecem ali, e já vão entregar o Cadillac em Palm Beach, e já vão parar na festa granfina e já conhecem a mulher lá. Tem uma cena ou outra só pra dizer "eles são pobres, e brucutus", já que o mote do filme é ver eles tentando ser cavalheiros. E fim. 

Enfim, não tem uma única piada que funcione, nenhum personagem que funcione, nada, simplesmente nada. Você só vai querer que o filme termine logo. Aliás, eu nem terminei. Faltam ainda 20 min de filme que ainda estou decidindo se vou assistir ou não...

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Prêmio de Melhor Diretor em Cannes 1969, Glauber Rocha fez um Western-Musical alegórico para refletir sobre as disputas agrárias no Brasil.

"Antônio das Mortes - O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" é seu primeiro filme a cores, e começa muito, muito bem. Mas, do meio para o final do filme, a verdade é que dá uma caída, pura e simplesmente por faltar enredo. Como faltou enredo, sobra estilo. Tanto estilo que fez Martin Scorsese ficar apaixonado pelo filme. Em famosa entrevista, compara aqueles xaxados, aqueles repentes de Cordel, ao que Bob Dylan (!) fazia na mesma época: uma narração de conflitos, uma narração da guerra.

Neste filme, o Som, enquanto aspecto técnico, está melhor - ainda que retrospectivamente seja uma droga. Conseguimos desfrutar melhor o filme. Tem Odete Lara, musa nacional; tem Hugo Carvana; tem Othon Bastos; tem Jofre Soares (está na maioria dos clássicos, impressionante); mas o show em termos de atuação é de Maurício do Valle. Seu matador de cangaceiros é frio e sereno, como um bandido deve ser;  "racional", compreende, vendo a pobreza de muitos e a sovinice do velho coronel (não sem razão, cego), que era preciso mudar de lado! Em vez de defender os ricos, defender os miseráveis.

A Fotografia é de Affonso Beato. Décadas depois, a consagração com Pedro Almdóvar.

"O futuro é em cima do futuro, e não embaixo do passado". Essa frase linda queria sinalizar que o futuro era a Reforma Agrária. Uma pauta do Século XIX, ou pré-1917 - puro passado, na verdade. Mas isso é meu Liberalismo resistente, que não me deixa cair em pensatas fáceis. Liberalismo mais resistente do que uma espingarda ou uma peixeira, pois está aí a agricultura do Brasil sendo capaz de alimentar 1 bilhão de pessoas. E se não alimentamos os nossos habitantes mais débeis, não é por que haja concentração de terra, é por outras várias razões...

No entanto, importantíssimo filme, em pleno 1969.

O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969)

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"N`um vou nem falar nada"!!!

"Un homme et une femme"/ Um Homem e uma Mulher, de 1966, Oscars de Melhor Roteiro Original e de Melhor Filme Estrangeiro em 1967. Mais indicações para Claude Lelouch em Direção, e para Anouk Aimée para melhor Atriz. Ah, Palma de Ouro em Cannes...

Para nós brasileiros, é encantador encontrar "Samba da Benção" em francês, cantada do início ao fim por Pierre Barouh, reverenciando a genialidade "do samba", citando especialmente Vinicius de Moraes, mas também os nomes de Tom Jobim, Baden Powell, Dorival Caymmi, Dolores Duran (!), "Milton"... Realmente, uma glória para a cultura nacional! A trilha, no conjunto, vendeu como água; e é lindíssima. Enfim, de quando o mundo não era fuleiro...

Todo mundo quis levar pra cara esse romance entre Anouk Aimée e Jean-Luis Trintignant!, belamente fotografado em um sépia-preto-e-branco, uma cor única. E com tanto charme! Com tanta elegância! Com tanta inteligência! Um romance entre adultos com filhos de outras relações, sem dramatizações, sem clichês - duas almas (quase) prontas para amar de novo, depois de uma viuvez precoce, depois de conquistado o sucesso profissional. 

"Certos domingos começam bem, e acabam mal". 

Un homme et une femme (1966)

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A Hora do Lobo
18 (Brazil)

 1968 ‧ Terror/Drama ‧ 1h 39m

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Filme do Bergman de 1967, casal vive numa ilha onde  esposa cuida da casa e o marido é um artista, um pintor. O filme se inicia com o depoimento da espoasa, olhando pra câmera. Ela fala do marido desaparecido e do diário. E dado momento ela questiona se casais que vivem juntos por muito tempo podem ficar parecidos, inclusive ter os mesmos pensamentos. Ela poderia envlouquecer se o mariado ficasse louco? 

Qdo ela encontra um diário a coisa começa a andar pelo campo da loucura e do terror. O casal é convidado pelo dono da ilha a um jantar a coisa fica mais louca ainda. O artista começa a pirar e a ficar mais distante da esposa, estaria ele ficando louco é o mote do filme. A cena da pescaria arrepiou o cabelo da nuca...kkk...dá pra notar que O Farol pegou muito desse filme.

 

Filme visto no canal Sesc Digital.

https://sesc.digital/colecao/42876/cinema-emcasacomsesc

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A Carruagem de Ouro
14 (Brazil)

 1952 ‧ Drama/Obra de Época ‧ 1h 43m

 

Filme de Jean Renoir falado em inglês, um pouco de italiano e nada de espanhol (língua local) conta a história de uma trupe de atores italianos que vai a uma colônia espanhola para fazer apresentações e espera encontrar um vila e um teatro muito bem estruturados mas encontram um lugar bem simples e carente.

É uma delícia de filme, coloquei o início só para ver uma pedacinho e acabei vendo o filme todo. A frase do filme perdura até hoje: A trupe, insatisfeitos com a baixa arrecadação da apresentação o dono do lugar responde "Os ricos não pagam, os pobres são pobres como em qualquer lugar do mundo e não tem dinheiro e a classe média é quem paga". 

O burburinho das apresentações chama a atenção do vice Rei, que convida a trupe para uma apresentação no palácio, coisa que não é bem vista pela corte. Alás várias decisões progressistas do vice acabam por desagradar a corte. A protagonista da trupe de atores atrai a atenção de alguns pretendentes o que acaba gerando vários conflitos. Em tom de humor o filme segue intercalando entre uma apresentação e outra de teatro, o filme abre e fecha como uma peça teatral.

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Comédia deliciosa de Neil Simon, com direção de Herbert Ross, "The Sunshine Boys"/ Uma Dupla Desajustada recebeu algumas indicações ao Oscar em 1976, entre elas Roteiro Adaptado para Simon, Ator para Walter Matthau, e Ator Coadjuvante para George Burns, que acabou ganhando a estatueta, pelas suas tiradas hilárias, e sua presença diminuta e fofa - realmente um "Deus" da comédia, como se consagraria mais tarde. O filme foi um enorme sucesso de público e crítica, repetindo sua jornada vitoriosa na Broadway.

Fica claro que advém de uma peça. Há pouco de linguagem cinematográfica. Mesmo assim, é uma delícia de texto. Como toda boa comédia, aliás, seu fundo é triste: a decripitude do físico, e a igual decadência do Teatro de Vaudeville.

Décadas depois, viraria um filme de tevê com Woody Allen e Peter Falk, em "Feitos Um para o Outro".

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A Assistente
2019 ‧ Drama ‧ 1h 27m

Filme que trata de abuso o ambiente de trabalho. Aqui, uma produtora de filmes, onde a assistente, Julia Garner, faz seu trabalho meio que alheia aos outros, ela é comum fantasma. Aquela pessoa que sai arrumando, limpando e organizando tudo sem ser notado pelos outros. Meu Deus que lugar horrível pra se trabalhar. 

O filme é um pouco arrastado e mostra ela fazendo todas as tarefas, inclusive esquentando comida no microondas. Ela é competente mas o tema aqui é o assédio moral e sexual. Há uma cena muito boa no RH 

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"Vivre pour Vivre"/ Viver Por Viver é um filme de 1967, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1968. É o "afterglow" de Claude Lelouch, repetindo o sucesso de "Um Homem e Uma mulher", do ano anterior. Mais uma vez, um filme charmosíssimo, apoiado em uma bela trilha sonora, que toca até hoje, por sinal, assinada por Francis Lai (Anos depois, Oscar por "Love Story"). O trio Ives Montand, uma elegante Annie Girardot e uma estonteante Candice Bergan, vivendo um triângulo amoroso, estão muito bem.

A questão é que o texto do filme envelheceu muito mal.

Glamouriza em excesso a carreira de Jornalista, no qual o correspondente, de guerra e de vida selvagem, viaja o mundo todo - do Quênia ao Vietnã -  tendo uma vida inebriante, portanto, sendo bastante e exclusivamente fiel à nobre profissão, enquanto isso, envolve-se com várias mulheres, traindo recorrentemente a esposa. Ou seja: O homem trabalha, as mulheres ficam em casa sonhando com ele. E ainda há frases como: "Quando uma mulher diz que mudou de vida, é por que ela arranjou um outro homem". O chauvinismo nem é rebatido, é dito de forma tão sedutora, que passa como verdade.

Mas há outro aspecto pior do envelhecimento do filme: Ele mostra uma longa caçada à girafas, elefantes, e a captura de um rinoceronte, que é jogado ao chão, amarrado, e comemorado como troféu, para depois cortar para uma cena de sexo do jornalista. Tipo, eis outra mulher, como presa. Um safári que iguala pobres animais, e mulheres (jovens).

 O filme tecnicamente é muito bom, mas tornou-se inaceitável. A caçada às girafas me foi particularmente nauseante.

Viver por Viver - 1967 | Filmow

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Impressionante como em 10 minutos, Glauber Rocha produziu algo com tanta magnitude, que ecoa até hoje. Chego a dizer que esse mini-doc é ainda mais destrutivo hoje, do que antes.

"Maranhão 66" é o registro do discurso de posse de José Sarney ao cargo de de Governador do Estado do Maranhão. Enquanto o discurso é proferido, com aquele português castiço, do depois Presidente e - que Horror! - "imortal" acadêmico, a câmera faz um leve movimento e abandona o palanque, indo literalmente para os bastidores dele, e, num efeito de montagem, visita uma escola caindo aos pedaços, uma vila paupérrima, um hospital para tuberculosos completamente abandonado, no qual ouvimos o corpo médico dizer que trabalha lá sem receber...

Enquanto isso, as palavas emboloradas vão sendo repetidas, e à frente do palco, o povo grita, vibra, aplaude, e faz um carnaval de rua, saudando, com esperança, o novo governador. Entre brilharecos de linguagem, Sarney tece elogios à cultura do Babaçu (como se tivesse o potencial econômico do petróleo...), para depois Glauber mostrar a dura colheita e o quebrar artesanal dos cocos por pobres mulheres sentadas no chão. Essa parte me lembro uma coisa: Sempre quando perguntam ao ex-presidente, por que o estado apresenta dados sociais tão ruins, mesmo depois de tantos anos sob governança da sua trupe, ele diz que o estado não tem muitos recursos naturais, não tem campos bons, não tem minérios, e tal; é de estarrecer...

O mais incrível é que foi um trabalho de encomenda ao produtor Luiz Carlos Barreto, que, convidou Galuber para a empreitada. Ironicamente, virou uma antipropaganda. E hoje, ademais, uma peça histórica da maior importância, não somente da política, mas da vida social dos maranhenses de então.

Um curta de 1966, ou seja, depois de já ter filmado Barravento (1962) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964).

Como não pensar em José Lewgoy, em "Terra em Transe", fazendo o político populista, gordo, de bigode, e terno branco, sem associar a figura a tantos e tantos coronéis de nosso país?

Maranhão 66 (1966)

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Novo filme de Judd Apatow, com a estrela em ascensão do humor americano, Pete Davidson; "The King of Staten Island" é uma razoável comédia com elementos de autoficção por parte de Pete Davidson, que é também o roteirista.

Um jovem adulto, perdidão, maconheiro, apaixonado por tatuagem, que perdeu o pai bombeiro muito cedo, e cresceu sem muita autoestima. Aos poucos, ele vê todos progredindo a sua volta, por exemplo, sua irmã mais nova, e  até sua mãe, vivida aqui por Marisa Tomei - que eleva o filme toda vez que aparece.

Não é um trabalho engraçadasso, com "O Virgem de Quarenta Anos", ou "Descompensada", porém, lida mais ou menos com as mesmos temas: desencaixe social, amadurecimento tardio, desacertos românticos... A grande questão é que é um filme com um humor bem de nicho, suas piadas não têm um grande alcance. Por isso, acho que a maior parte das pessoas não irá gostar, sem contar que ele é um pouco longo demais, e com um final vago demais para esse tipo de filme.

 

Pete Davidson in The King of Staten Island (2020)

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