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On 7/6/2020 at 8:55 PM, SergioB. said:

A Disney lança uma carta que embaralha o jogo das premiações: o fantástico "Hamilton", a obra consagrada da Broadway, de autoria de Lin-Manuel Miranda.

Musical estupendo, brilhante, delicioso, importante, fantástico, não faltam adjetivos... São quase 3 horas de queixo caído com tamanho talento!

Mas será isso um filme? Com um adendo, um filme para o Oscar? As generosas regrais atuais parecem indicar que a produção será elegível, mas não acho que o corpo da Academia vai comprar esse entendimento. Porque, para mim, é apenas, sem desmerecer, "teatro filmado", ou um show gravado. 

Ademais, vemos os intestinos do teatro: plateia aplaudindo, microfones, luzes, há um intervalo de 1 minuto ou seja, não há disfarce. É uma peça. Uma peça filmada. 

O lance é que é das coisas mais lindas já feitas, e, se for elegível, como parece que é, vai ser engraçado ver "Hamilton" ganhar 11 Tonys e também algum Oscar.

Assistam!

Hamilton: Disney+ lançará adaptação do musical já em julho - TecMundo

Visto!!! Fiquei estupefato com o talento dos atores, as músicas e claro, a banda que fica embaixo do palco. Coisa linda de ser..a história de Alexander Hamilton contada através de hip hop, R&B e muito talento. 

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Segundo longa do alemão/turco Fatih Akin, "In July", de 2000, é uma deliciosa comédia romântica, em formato de road movie, atravessando o leste da Europa até chegar na Turquia. A história é básica, mas o formato é bastante inventivo, coisa de quem sabe do riscado, por exemplo, cruza-se a Romênia só por uma sequência de fotos; ou os personagens levitarem enquanto cantam Blue Moon...Os protagonistas Moritz Bleibtreu e Christiane Paul, ademais, estão excelentes, muito charmosos.

Fatih Akin pode contar uma história de amor como este filme ou uma história de assassinato como o repugnante "O Bar Luva Dourada", sempre com igual talento.

Adorei.

In July (2000)

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Em geral, as pessoas ironizam o nome gigantesco, Apichatpong Weerasethakul, e tratam o diretor tailandês por "Joe", mas a verdadeira graça é conhecer o cinema belíssimo e hipnótico desse cara. Eu sou fã.

Criminosamente, nunca tinha assistido a esse filme "Síndromes e um Século", de 2006, e já entrou para os meus favoritos. Dividido em duas partes; a primeira centrada em um hospital modesto junto à natureza em algum tempo passado; a segunda, em um hospital moderno, urbano. Em ambos, situações espelhadas, repetições de conversas sob um ângulo novo, como se fossem ciclos do carma, ou manifestações de vidas passadas. É curioso: um filme sobre medicina - que homenageia o passado de médicos dos pais do diretor - que tem tanto de inexplicável. No primeiro plano, os monges pacientes são mais respeitados, são ouvidos equanimamente pelos médicos ou dentistas locais; na segunda parte, eles nem são ouvidos com atenção, e as técnicas espirituais, se bem entendi, parte importante da cultura do país, são tratadas agora como um truque. Isso reflete a modernização da Tailândia? Ou não só da Tailândia, mas sobretudo a era global da técnica que engole a magia, retira a religião?

Todo esse contexto é belamente fotografado (pelo mesmo Fotógrafo de "Call me By Your Name"), respeitosamente à meia-distância, nada de muitos closes, nada de invasivo; tudo é lento e sutil, em planos que não precisam dizer muita coisa, bastando retratar a vida. Paradoxalmente, um diretor realista, cujo foco engloba questões extrassensoriais; cujo cinema já foi apelidado de "Realismo Fantasmagórico". Não sem razão.

Maravilhoso.

Síndromes e um Século poster - Poster 1 - AdoroCinema

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Archive é um bacanudo thriller sci-fi de baixo orcamento mas uma boa premissa bem desenvolvida, mesmo tendo ares de telefilme (dos bons). Se já viu Ex-Machina, Lunar e qualquer outra ficção cibernética que jogue com dilemas morais, além de beber muito de fonte de outros filmes do gênero. é um filme simples com estética clean, porém eficiente.. mas o mais legal são as homenagens aos robôs do cinema, que vão desde Metrópolis até Star Wars. Ah, e a reviravolta do desfecho é bem Night Shyalaman, portanto evite a sinopse que entrega bastante. 9-10

Постеры фильма «Создатель»: 2 / 4

 

Deus É Mulher e seu Nome É Petúnia é um filme humanista macedônio que só minha muié mesmo pra me forçar a assistir..e incrivelmente curti, em partes. Resumidamente é mais uma critica á sociedade patriarcal machista num vilarejo cafundó, mas a forma que tudo isso é mostrado faz a diferença. Outro grande acerto é sua prtagonista principal, que praticamente carrega o filme nas costas com seu carisma e naturalidade bem espontâneos, longe dos estereótipos esquálidos ianques. É daqueles filmes bem simples que estudante de humanas adora pelo teor de denuncia, mas este é dos bons. 8,5-10

2019 상영작 - 모두를 위한 기독교 영화제

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10 hours ago, Jorge Soto said:

Archive é um bacanudo thriller sci-fi de baixo orcamento mas uma boa premissa bem desenvolvida, mesmo tendo ares de telefilme (dos bons). Se já viu Ex-Machina, Lunar e qualquer outra ficção cibernética que jogue com dilemas morais, além de beber muito de fonte de outros filmes do gênero. é um filme simples com estética clean, porém eficiente.. mas o mais legal são as homenagens aos robôs do cinema, que vão desde Metrópolis até Star Wars. Ah, e a reviravolta do desfecho é bem Night Shyalaman, portanto evite a sinopse que entrega bastante. 9-10

Legal..vou ver....curto esses filmes...

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Desde a morte de Agnès Varda, eu tinha me prometido rever esse filmão, "Os Renegados", de 1985, Leão de Ouro em Veneza, e outros prêmios importantes.

Sandrine Bonnaire, uma atriz impressionante, que, por vias tortas, me remete à Brie Larson no começo de carreira, faz uma mulher errante, uma caroneira, sem desejos, sem planos, preocupada apenas em viver plenamente sua liberdade. Uma liberdade feminina (ressalto, pois homens geralmente são os protagonistas dessas histórias), rude, suja, diga-se de passagem. Essa liberdade desperta fascínio, pena, ou medo, nas pessoas que encontra pelo caminho. Mas diferente do filme do meu coração, "Na Natureza Selvagem", não há filosofia, não há mensagem intelectual. Tudo é mais seco e severo. Como a própria personagem, insensível às bondades, tanto quanto às maldades - típico de uma pessoa que já foi muito machucada. Mas nunca saberemos o por quê. Como eu disse, tudo é seco e severo.

Como se a vida fosse apenas ter o que comer, ter o que beber, ter onde dormir. Na verdade, o é.

Um filmão. E ainda tem Macha Méril,  de "Profondo Rosso", e "A Bela da Tarde", no elenco.

"Tenho medo dela por que me repugna"

 

Os Renegados - Vagabond (Sans toit ni loi, Agnès Varda, 1985 ...

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Bong Joon-Ho foi há 5 minutos. Lee Chang-Dong é o diretor coreano mais cult do momento. Depois do extraordinário "Burning", qualquer passo dele será seguido e reverenciado. Por mim, mais ainda, já que seu "Oasis", de 2002, é um dos 10 filmes da minha vida. Seu trabalho, portanto, já tem longa trajetória, tendo sido até mesmo Ministro da Cultura de seu país. 

Em 2007, após sua passagem no executivo, ele filmou "Sol Secreto", que foi muito elogiado em Cannes, e rendeu o Prêmio de Melhor Atriz para Do-Yeon Jeon, pela sua performance dilacerante. A personagem é uma mãe que se muda para uma cidade pequena com seu filho, procurando uma "cura geográfica", novos ares, onde ninguém a conhece, e, portanto, ela pode mentir (o que é muito bem sacado!), como também pode ser um tanto excêntrica. Porém seus planos de redenção vão por água abaixo, pois uma mentira sua acarreta-lhe a perda trágica do filho.

Bom, se o filme fosse só isso, já seria instigante. É enredo o bastante, com muito potencial. Só que seu magnífico roteiro também dá uma virada, e o filme revela sua face maior: criticar o processo de evangelização da Coreia! Não se espera por isso. A personagem, influencida pela mulherada crente, entra na Igreja, seduz-se pelas palavras ilusórias, e reconfortantes da religião, em seu característico placebo existencial, para depois o diretor - em uma cena magistral - nos dar um tapa na cara ! Seria dar spoiler demais, mas vê-se como a universalidade do discurso religioso soa hipócrita: Se cabe a todos, não cabe de fato aos justos. Então, em outra virada, a personagem se revolta contra a papagaiada religiosa, e faz cair as máscaras da comunidade.

Um filmaço, muito inteligente, trágico, doído...Um pouco longo demais. Ah, tem Song Kang-Ho também, aqui, como um homem prestativo, malsucedido, que, aos 39 anos, vê na protagonista sua chance última de casar. Ou seja, até a bondade é interesseira.

Na verdade, até os raios do sol devem ter algum interesse secreto.

 

Cine Belas Artes | SOL SECRETO - Cine Belas Artes

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Rebecca, a Mulher Inesquecível

1940 ‧ Drama/Suspense ‧ 2h 10m
 
Rebecca (Rebecca, a Mulher Inesquecível): Análise e Impressões ...
 
Pimeiro filme da fase americana do Hitchcock, fiquei sabendo que a história é um plágio do livro "A Sucessora" da escritora brasileira Carolina Nabuco (1890-1981). A filme abre com a câmera atrevessando o portão de uma grande propriedade, indo pelos jardins até chegar em Manderley, onde grande parte do filme se desenrola. O filme conta a história de uma garota do interior que está trabalhando como acompanhante de uma senhora rica onde conhece um homem muito mais rico kkk (Lawrence Olivier). Homem viúvo e atormentado pela morte da esposa, se encanta com a nossa protagonista(que não tem nome no filme). A Rebbeca da história é a falecida esposa, que é onipresente e move a trama de todo o filme. Nossa protogonista descobre isso ao chegar em Manderlay, uma propriedade enorme onde ela tem que lidar em ser uma dama, encarar um propriedade com dezenas de empregados e uma goveranta(excelente) que idolatrava a antiga patroa.
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Interlúdio 

 1946 ‧ Thriller/Noir ‧ 1h 42m

image.jpeg

 

Nunca o Rio de Janeiro foi filmado de forma tão bela como neste filme. Dá votande de voltar no tempo e ir pra lá. Romance, suspense, ciúmes e sacrificios para desvender um grupo de criminosos que se instalam no Rio de Janeiro. Assim Ingrid Bergman se torna a espiã enquanto o Gary Grant é o agente federal americano apaixonado que conduz a investigação. Que casal!

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De Crápula a Herói

1959 ‧ Guerra/Drama ‧ 2h 18m
 

Sesc Catanduva - Quinta chegando e vocês já sabem, né? É... | Facebook

 

Mais uma bela aquisição do Sesc Digital, nenhum streaming tem filmes clássicos como eles. Aqui você encontra e de graça. Filme italiano que ganhou o Leão de Ouro de melhor filme no festival de Veneza de 1959. A história se passa na Itália de 1946 onde o exército domina  e controla, com toques de recolher e etc. Emanuele Grimaldi (Vitório de Sica) faz um charlatão, tipo advogado de porta de cadeia que se aproveita do desepsero das pessoas, pais, mães e esposas, que tentam libertar as pessoas que estão presas pelo exército almeão sob a acusação de tramar contra eles. O Emanuele Grimaldi tem um quê do personagem do Adam Sandler em Jóias Brutas(Uncut Gems), viciado em apostas, ele não sabe quando parar e só se afunda. Preso, ele tem a chance de redenção....

 

 

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8 hours ago, Big One said:

Interlúdio 

 1946 ‧ Thriller/Noir ‧ 1h 42m

image.jpeg

 

Nunca o Rio de Janeiro foi filmado de forma tão bela como neste filme. Dá votande de voltar no tempo e ir pra lá. Romance, suspense, ciúmes e sacrificios para desvender um grupo de criminosos que se instalam no Rio de Janeiro. Assim Ingrid Bergman se torna a espiã enquanto o Gary Grant é o agente federal americano apaixonado que conduz a investigação. Que casal!

Gosto bastante, mas só deixando claro que o Rio foi filmado por um diretor de segunda unidade, e as imagens captadas são apenas fundo. Cary Grant e Ingrid Bergman não estiveram por aqui.

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Estava há um tempo sem ver Pasolini, o que não pode acontecer. Senão domesticamos nosso olhar, e só queremos ver rostos estonteantes, sorrisos perfeitos, figurinos elegantes, não! Pasolini ampliou a ideia do que era cinema, ao filmar rostos de pessoas que nunca seriam filmados (por sua raça, por sua pobreza, por seu quantum de beleza) , ao filmar em lugares que não estavam no mapa; oferecendo assim uma ideia generosa do que é o cinema. Democracia é isso aí.

"Édipo Rei" , de 1967, adapta a peça de Sófocles (Imaginem: mais ou menos de 427 a.C!), e, espertamente coloca, no início e no final, imagens da Itália recente, a atestar a sua atemporalidade. Há também um chamado à Freud, com um bebê (Édipo) vendo seu pais transarem, logo no começo do filme - o que obviamente não consta no original. Depois entramos realmente no mito conhecido, mas o texto praticamente some na primeira parte,  e depois ressurge na segunda. Silvana Mangano, lindíssima, e também ótima atriz, toma conta do filme no terço final. 

Dante Ferretti na equipe de Design; Danilo Donati no Figurino.

Despojado, natural, ridículo, popular, paisagístico. Pasolini: imenso.

Cineclube de Faro: Grécia não tem nada de antigo, mesmo - Édipo ...

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14 hours ago, SergioB. said:

Gosto bastante, mas só deixando claro que o Rio foi filmado por um diretor de segunda unidade, e as imagens captadas são apenas fundo. Cary Grant e Ingrid Bergman não estiveram por aqui.

Não sabia,  aliás o que eles usam de tela nesses filmes hein...há muito reclamação com o uso do fundo verde..mas sempre foi muito utilizado. vi ontem ontem O Homem que Sabia Demais e tem várias cenas assim em Morrocos....

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3 hours ago, Big One said:

Não sabia,  aliás o que eles usam de tela nesses filmes hein...há muito reclamação com o uso do fundo verde..mas sempre foi muito utilizado. vi ontem ontem O Homem que Sabia Demais e tem várias cenas assim em Morrocos....

Sim, exatamente, era o CGI da época.

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Um dos primeiros longas de Jane Campion, de 1990, "Um Anjo em Minha Mesa" é a biografia da escritora neozelandesa Janet Frame, um dos ícones literários do país, mas mais conhecida fora dele por sua vida pessoal. Enfocando a infância, a adolescência, e a vida adulta, divisões que vêm das três partes da própria autobiografia, que gerou o filme, as três atrizes escolhidas estão excelentes, mas fica com a atriz Kerry Fox, a adulta, a fase mais dark, os 8 anos da retratada internada em um hospício, mal diagnosticada com esquizofrenia. No vasto mundo das doenças mentais, hoje se percebe que estava-se diante de um tipo evitativo, de uma timidez social alarmante, mas em nada cabível um tratamento de 200 sessões de eletrochoque, ou quase uma lotobomia.

Mesmo nesse período trágico, o filme não grita, não se desespera. Tudo é mostrado de forma suave, pra não dizer tímida, como a própria escritora. São quase 3 horas de um filme belíssimo, delicadíssimo, suave, muito feminino, e interiorizado. A reconstituição de época, da Nova Zelândia dos anos 1930, 1940, dá um charme a mais, mostrando um universo rural de pradarias, montanhas, mar azul...

Um filme lindo, que ganhou vários prêmios no Festival de Veneza, menos o Leão de Ouro. Um ensaio para o que viria depois, a consagração com a obra-prima "O Piano".

By Star Filmes: Um Anjo em Minha Mesa

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Antoine Doinel, personagem alter ego de Truffaut, neste terceiro filme, já é um adulto jovem, dá baixa no exército por indisciplina, tem toda a vida pela frente, um romance garantido, e agora só precisa de um novo emprego... Entre idas e vindas, terminará em uma agência como detetive particular, e lá - em mais uma enrascada na vida - descobrirá um amor proibido.

"Baisers Volés", de 1968, é uma comédia, leve, simpática, uma verdadeira crônica sobre o amor, e, mais especificamente, sobre o amor à primeira vista, tão típico da juventude, com tantas características de mera projeção... Porém, essa intenção só será compreendida nos dois minutos finais, aproximando o estado amoroso da loucura. Eu pessoalmente amo quando os filmes só se revelam no final. Consigo ver o fecho de ouro do roteiro sendo escrito.

Olha o quilate do texto:

"Quando eu estava no colégio, um professor nos explicou a diferença entre tato e polidez: Um homem abre a porta de um banheiro por engano e vê uma mulher absolutamente nua. Ele recua imediatamente, fecha a porta e diz:''Oh, perdão Senhora!''. Isso é polidez. O mesmo homem, abrindo a mesma porta, revelando a mesma mulher absolutamente nua, e dizendo: ''Oh, perdão Senhor!''. Isso é tato.

O título vem da charmosa canção-tema de Charles Trenet "Que Reste-t-il de nos Amours", abaixo postada. O filme concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1969.

Que tato para o cinema!  De quando o mundo não era fuleiro...

Stolen Kisses (1968) Baisers volés (original title) François ...

 

 

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Lola Pater é um bom filme que trata de aceitação do transexualismo, paternidade, luto e abandono de forma cativante. Não inventa roda alguma, mas a forma até meio original de contar uma estória de reencontro entre pai e filho em embalagem LGTB que é muito interessante. Os atores estão muito bem em seus papéis, principalmente a título do filme, e ofusca facilmente o ator que faz o filho. A duração enxuta, sem enrolação, conta a favor. Os detales socio-economicos africano-europeus são apenas bônus do simplório enredo.  8,5-10

Lola Pater poster - Poster 1 - AdoroCinema


 

Gundala é um curioso, porém eficiente, filme de super-heróis indonésio com muita açâo e porradaria. O herói é um misto de Thor com Raio Negro (e até Super Choque) que combate a criminalidade e blábláblá. Sim, ja se viu isto trocentas vezes mas aqui eles colocam elementos folclóricos asiáticos e muita, mas muita pancadaria de qualidade (The Raid) que o diferencia dos ianques. É uma producão pequena porém bem feitinha dentro de suas próprias limitações, que tem pretensões de expandir universo e virar franquia se tiver bom retorno de bilheteria. 8,5-10

Gundala Official on Twitter: "POSTER GUNDALA #gundala ...

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"N`um vou nem falar nada"!!!!

Primeiro filme da chamada "Trilogia do Coração de Ouro", da cabeça louca de Lars Von Trier vem "Breaking the Waves"/ Ondas do Destino, de 1996. A ingenuidade religiosa posta do avesso; o bem que vira malícia na esperança de um milagre. Quem encarna toda essa gama de sentimentos é a es-tre-an-te Emily Watson, indicada ao Oscar por essa performance arrebatadora, que muitos dizem ser uma das melhores atuações da história. Acho um pouco exagerado falar isso, mas é das melhores dos anos 1990, sem dúvida. Outro que está brilhante é o sueco Stellan Skarsgard, só agora ganhando prêmios...

As divisões por capítulo, característica do Lars, são excelentes neste filme. Com música dos anos 1970, baladas de amor, Bowie, Roger Stuart, quase uma ironia musical para o sofrimento amoroso da personagem. Aliás, enquanto escrevo, penso nas palavras "sofrimento amoroso", que aqui se elevam para outro patamar, mas em nossa cultura é sempre vista como prova de amor.

Filmaço. E difícil de achar. Não sei por quê.

Breaking the Waves 1996 U.S. One Sheet Poster at Amazon's ...

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Visto "They Live By Night"/ Amarga Esperança, filme de estréia do diretor Nicholas Ray, em 1948. Já aqui reunindo vários dos elementos que o caracterizariam, e que ajudariam a ganhar um conhecido elogio de Godard, na Cahiers du Cinéma,  "Nicholas Ray é a expressão pura do cinema". Quem também é fã dele é Terrence Malick, como está claro em "Badlands", ora, ora ora, outra estreia sobre fugitivos enamorados.

Neste filme, temos o romance entre um foragido da justiça e uma jovem também com seus problemas. Fica-se sabendo que sua prisão não foi justa, mas como pensa em contratar um advogado para reavaliar a causa, precisa de dinheiro, e comete assim um assalto. E, por vias tortas, acaba se tornando um grande foragido da polícia. É interpretado por Farley Grander, de "Festim Diábolico", e "Pacto Sinistro"; enquanto seu par romântico é vivido por Cathy O`Donnell, de "Os Melhores Anos de Nossas Vidas".

Há um enquadramento formidável: as grades da cama em primeiro plano similarem as grades da prisão. Bati palmas.

Romantiza o crime? De certo modo, sim, pois ao longo do filme, ficamos cada vez mais torcendo pelo jovem casal. Mas também, principalmente em seu final, é levantada a questão mais importante: a das poucas oportunidades sociais para os jovens.  Isso ser discutido em 1948 me parece muito relevante, além de seu tempo.

Amarga Esperança - Filme 1948 - AdoroCinema

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Dando fim a uma vergonha cinéfila, nunca tinha visto "Videodrome", de 1983, do canadense David Cronenberg.

Gostei do filme, mas talvez eu gostasse mais do "primeiro filme", dos primeiros 40 minutos, em que a crítica a uma sociedade do espetáculo, via televisão, que sabota as emoções, que aniquila o pensamento, que torna o homem zumbi das imagens, me pareça mais estimulante do que o "segundo filme", da hora adiante, em que o "gore" assume o lugar do pensamento, até mesmo como reação física.

Lá no "primeiro filme" existe até uma cutucada política no Brasil ao falar, mais ou menos assim, que o vídeo clandestino é perigoso "em países como o Brasil ou da América Central", pois eles foram sabidamente ao longo da história veículos de denúncia transnacional da violência. Enfim, mensagens como essas, colocadas de uma maneira muito pop, me divertem mais do que pedaços de corpos saindo pela televisão. E são mais ousadas também. No entanto, mostra-se arguto o suficiente para antecipar o ávido interesse pela realidade construída dos Reality Shows.

Amei a trilha (Fui olhar: mestre Howard Shore!). Boa maquiagem também!

Aprendi que Andy Warhol via nele o "Laranja Mecânica dos anos 80".

Amazon.com: Videodrome Movie Poster 24"x36": Prints: Posters & Prints

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Revi "Train to Busan" ontem à noite na Netflix, e não deveria, custei a dormir.  É a expectativa para ver o segundo filme. 

A colossal Maquiagem e a Montagem acelerada são o que mais me chamam a atenção. Tenho horror àquela cena da estação, com os homens segurando a porta, tentando fechá-la, e o vidro se espatifando...

Train to Busan (2016) - IMDb

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11 hours ago, SergioB. said:

Revi "Train to Busan" ontem à noite na Netflix, e não deveria, custei a dormir.  É a expectativa para ver o segundo filme. 

A colossal Maquiagem e a Montagem acelerada são o que mais me chamam a atenção. Tenho horror àquela cena da estação, com os homens segundo a porta, tentando fechá-la, e o vidro se espatifando...

esse aí é bem legal... to na expectativa da anunciada sequencia, Peninsula, que deve estrear agora em agosto...se é que a pandemia permitir...?

 

La Terra dell'abbastanza é um bom conto moral em formato de drama criminal, quase nos moldes do bacanudo Gomorra. Mostra a jornada e degradação moral de dois moleques recém entrados na mafia, e todo mundo ja sabe como isso termina, até aqui no Brasil. Apesar disso o legal é a maneira que mostra a evolução (ou seria involução) desses dois personagen, magistralmente interpretados pelos seus dois jovens atores. Atentar pra forma como que eles olham as mulheres, antes e depois. E os pais também. 8,5-10

Legendas PT-BR] La Terra Dell Abbastanza (2018) 1080p BRRip x264 ...

 

El Principe é um drama prisional chileno que apresenta a jornada (e a evolução) de um jovem homossexual numa prisão. Antes disso, mostra as relações de poder e como ele conquista seu espaço no cárcere. Sim, tem cenas meio barra pesada devido ao tema (tipo a tortura com vassoura), mas diferente de O Profeta, Expresso da Meia Noite, Papillon ou Carandiru aqui tem flashbacks bem inseridos que complementam a narrativa, que tem certo tom fabular. O jovem ator manda bem, mas quem se destaca é seu tutor. Repare na insistência desnecessária do diretor em mostrar pintos no decorrer da metragem. 8,5-10

El príncipe | Carteles de Cine

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Este filme é uma locomotiva descontrolada, uma voadora com os dois pés no peito, um soco no nariz. Personagens desagradáveis, imorais, nojentos. Willian Friedkin é foda. O final então é fantástico ! Não assista com a família. Assistido no canal Paramount. Avaliação: Ótimo.  

 

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"É um tempo de guerra/ é um tempo sem sol/ É um tempo de guerra/ é um tempo sem sol". Ao som de "Tempo de Guerra" de Edu Lobo/ Gianfrancesco Guarnieri & Augusto Boal termina "O Desafio", de 1965 ou 1966, focando a escadaria do bairro da Glória, onde algum tempo depois seriam presos na vida real vários intelectuais (Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Paulo Francis, Paulo Rangel...) no auge da Ditadura.

Estou surpreso com esse filme de Paulo César Saraceni, mais uma pérola do Cinema Novo, que eu não conhecia. Produção censurada, cortada, depois liberada, mesmo assim, o filme inteiramente é um lamento ao Golpe de 1964. O mote é a história de amor entre uma "burguesa" casada e um jornalista marxista, supermilitante. Ele está tão deprimido com os rumos do país, que não tem mais ganas de continuar o romance. Ou seja, levou a "luta de classes" para a cama. Perplexo com os rumos políticos do país, se anula em todos os sentidos, diz que só quer saber de guerra pois não tem paz dentro dele. Com o semblante impotente, trava diversas conversas na mesa de bar com seus amigos e companheiros políticos e intelectuais, a ponto de justificar Sartre ( "É um homem em movimento"), ou pensar sobre a Semana de Arte de 1922, ou então, mais no início, preocupar-se com a interferência política nos mandatos (pensando, acredito, no Ato Institucional Número - II), etc.

O personagem, alter ego do diretor, é vivido pelo célebre Oduvaldo Vianna Filho, que na vida real foi um dos criadores do histórico show do Teatro Opinião. Em certo momento, seu personagem, cansado da discussão amorosa, que encara como uma discussão "burguesa", menor, vai assistir ao espetáculo. E então o filme se abre para registrar Maria Bethânia cantando "Carcará" de modo inteiro, e também para registrar alguma coisa de Zé Keti e João do Vale, seus companheiros de palco. É o único momento em que o personagem claramente se emociona, vibra. 

O seu par amoroso, vivido pela esquecida atriz Isabella, é casada com um industrial, vivido por Sérgio Britto. Em uma das cenas, ele diz não se importar de ela ter amigos esquerdistas. Mas que o convívio com essa gente é impossível, ainda mais quando o país colocava-se agora no rumo certo. Mais Brasil 2020 impossível! Mas a personagem dela está enfastiada com aquele mundo mais esnobe, quer a intelligentsia, para ela só presente nos grupos de esquerda, que fazem arte, só presente no mundo de Marcelo. Mas ele não tem tempo para a amizade, nem para o amor, não tem tempo para a paz. Está se preparando para o tempo de guerra.

Um filme riquíssimo. Um claro desafio à ordem vigente de então.

Como eu já vivi na pele um romance com alguém extremo, me identifiquei bastante.

Amei.

O Desafio (1966)

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Tempasso sem ver "Estranhos no Paraíso"/ Stranger Than Paradise, de 1984, do Jim Jarmusch, e continua ótimo. Sem dúvida, um dos mais destacados filmes indie dos anos 1980, amado pelo público, e pela crítica. Vem de um curta, do ano anterior; assim como muita coisa boa.

Com meus olhos mais treinados, vejo muito de Nouvelle Vague, como aqueles registros do cotidiano meio nada a ver...A primeira parte do filme tem mais disso, o que pode chocar algumas pessoas, por nada de realmente importante acontecer, mas na segunda parte já se está entregue à estranheza também chamada charme dos personagens, bem como há maiores doses de humor negro. Tudo num preto-e-branco, granulado, em longos, longos takes.

No fundo, percerbo um comentário sobre a imigração ilegal. Como os imigrantes estão realmente perdidos nos Estados Unidos, sem integração social (na frase mais representativa: "Conheço um lugar novo, e continua tudo igual" ), atados em subempregos, sem muita grana, não falando a língua, ou, ao contrário, exigindo que só se falem com eles em inglês...

A vida é real, parece dizer, se você ainda não se deu conta. 

Meu Ranking Jim Jarmusch fica assim:

1) Amantes Eternos;

2) Paterson;

3) Estranhos no Paraíso;

4) Flores Partidas;

5) Dead Man

Stranger Than Paradise 1984 German A1 Poster | Etsy

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